Stay Alive. escrita por Primrose


Capítulo 19
Correndo


Notas iniciais do capítulo

Hey ya again. Desculpem ~de novo~ por ter demorado tanto. O cap ficou pequeno (pelo menos eu achei) mas espero postar o próximo em breve o ~não esqueçam meus reviews aushaushushuash (brinks, só mandem se realmente gostarem ok?)
Agora vou deixar vcs lerem u-u



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Eu me arrependi, muito mesmo, de não ter dormido. Não importava se eu tivesse pesadelos, até porque qualquer coisa seria melhor que isso. Estou esgotada. Não tenho a mínima possibilidade de enfrentá-la. Mas ninguém quer saber disso, ninguém quer saber se a luta é justa ou não, tudo o que eles querem é nosso sangue derramando no chão. Por isso ela está aqui, para dar a eles o que desejam. Ela ainda tem a mesma expressão cínica, um pouco mais magra, talvez, e alguns ferimentos visíveis. Jazzy. Meu corte formigava apenas com o pensamento desse nome; com ela aqui, me ameaçando pessoalmente,a sensação era vinte vezes pior.

–Então, amor... Vou ser boazinha e te dar duas opções – ela falou devagar e com um voz irritantemente infantil – Ou eu corto a sua cabeça e a da sua coleguinha com uma machadada só... Ou vamos fazer um pequeno showzinho – ela sorriu – Só eu e você, ok? Sua amiguinha vai ficar livre dessa, mas em compensação sua morte vai ser a mais lenta de todas, vamos começar no amanhecer do sol de hoje e terminar, quem sabe, no pôr-do-sol de amanhã, se você tiver alguma sorte, ou quando eu me cansar de te torturar – ela riu. Senti todo o meu corpo se contrair, o horror tomou conta de mim e pude sentir o meu rosto adquirir uma expressão de puro terror, o que só fez com que Jazzy risse mais alto.

Era a coisa mais repugnante que eu tinha escutado em toda a minha vida. Uma morte rápida para mim e Katri ou então ela pouparia a vida de Katri, mas acabaria com cada célula do meu corpo, uma a uma. Eu não sei se posso acreditar na palavra dela, duvido muito que ela vá deixar Katri viva para me torturar. A não ser que Katri fuja enquanto Jazzy se diverte comigo, mas não acredito que ela possa ser capaz de fazer isso, ela pode ser muito esperta, mas é leal. Então por um milésimo de segundo, penso na possibilidade de Jazzy ter me achado com Haymitch, e tenho certeza que ele não pensaria duas vezes em fugir enquanto eu estivesse morrendo lentamente... Meu estômago não suporta tanta repugnância e eu só tenho tempo de tirar a cabeça de Katri do meu colo, antes de vomitar.

–O que me diz? – Jazzy perguntou impacientemente.

Eu a encaro, com todo o ódio que consego reunir e sem nem pensar respondo – Sua filha da... – não vou nem citar todos os nomes (foram cinco ou seis, eu acho) que xinguei (tanto ela quanto a mãe dela), de tão nojentos que são, mas nenhum deles chega nem perto do que ela realmente é.

Ela fica perplexa e de boca aberta por alguns segundos, enquanto absorve minhas palavras. Eu sei, essa era a coisa mais idiota que eu podia ter feito, mas agora é tarde demais. Olho para o céu por meio segundo. Não sei o que estou esperando para atacar,claro que não tenho chance, mas não vou cair sem lutar. E novamente me arrependo. Jazzy me lança um olhar que faz meu coração congelar, mas antes que eu possa impedir, ela já agiu. Me agarra pelo pescoço,me erguendo e depois me joga no chão com toda a força. Eu caio como uma boneca de pano, batendo a cabeça no chão. Então ela caminha até Katri e antes que eu possa gritar “Não” ela pega a menina – ainda adormecida – e coloca nos ombros como se fosse um saco de batatas. Katri acorda e começa a gritar e chutar, mas não adianta muito. Só então minha voz sai, mas ela já estava começando a correr, levando Katri junto.

Observo atônita, minha cabeça girando demorei um tempo, mesmo com toda aquela adrenalina correndo no meu sangue, para consegui me colocar de pé. E ainda atordoada, fui atrás, seguindo os gritos de Katri. Meu coração parecia uma pedra, pulando sem parar nas minhas costelas doloridas. Eu já tinha perdido Katri uma vez, não iria perdê-la novamente. Não dessa vez. Com Haymitch ou sem Haymitch,vou enfrentar Jazzy e alguém vai ter que morrer.

Ando e ando. Katri tinha até desistido de gritar,ou talvez perdido a voz. O céu começa a clarear, ou seja, já estamos andando a várias horas. Meus pés estão doendo e eu já estou sem fôlego, mas Jazzy não perde o ritmo. De vez em quando, eu as perco de vista e tenha que chamar por Katri para saber qual direção tomar. Há muito já tínhamos passado do local aonde Haymitch tinha me abandonado,e começo a recear se ele não vai aparecer na minha frente a qualquer momento com sua rapidez fantasma. Mas não, continuo sozinha, com minhas esperanças obviamente inúteis. Só então percebo outras coisas como, além do cansaço, fome (já que tudo o que restou no meu estômago eu já tinha colocado para fora havia muito), e sede. Talvez me sentisse pior em relação a sede, pois no distrito 12, a falta de suprimentos era terrivelmente comum e, mesmo a minha família que era de uma classe mais alta, já tinha aprendido a lidar com a fome quando as coisas ficavam apertadas. Mas como chovia muito por lá, nunca houve falta de água. Pego a mochila, procurando alguma coisa para me distrair e acabo mastigando folhas de menta para enganar o estômago – e a garganta, caso tenha alguma sorte.

O sol já nasceu quase completamente, quando escuto a voz de Jazzy a metros de distância, ameaçando Katri. Meu estômago dá várias cambalhotas e só parece piorar a cada passo que dou. Fecho os olhos e me forço para seguir em frente. Em certo momento escuto um barulho, como uma forte batida, e escuto um grito... seguido de choro. O choro de Katri. Começo a correr.


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Notas finais do capítulo

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