Stay Alive. escrita por Primrose


Capítulo 11
Salva pelas estrelas


Notas iniciais do capítulo

plz babies, sejam bonzinhos e deixem reviews pra eu saber que vcs estão lendo ~e façam uma pessoa feliz, olha q coisa boa isso? ~
ok agora me ignorem e leiam =)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/223086/chapter/11

Então você fica tentando achar uma palavra que possa descrever o que você sentiu, mas não acha nada... E como eu posso achar, se estou muda de medo? Não duvido nem um pouco que Ayse me dedure. Carreiristas são carreiristas, aprenda isso.

Mas vejo ela hesitando, sua boca se abre, mas se fecha. Ela ainda está se decidindo, ainda tenho tempo de correr. E é isso que eu faço.

Sabe aquele momento infeliz, que a sorte te abandona de vez e aparece uma maldita raiz de árvore bem na hora que você está tentando salvar sua vida? Pois é, infelizmente, eu sei como é. Um conselho? Não faça isso, mas se você por algum triste acaso vier a ser um tributo, não tem jeito.

Mordo minha língua para evitar que qualquer barulho de dor possa me denunciar. Mas ainda estou no chão quando ouço:

–Vocês ouviram alguma coisa? – Jazzy, a carreirista do machado.

–Não! – Ayse grita – Quer dizer, não... Está um completo silêncio, acho que aquele soco te fez mal Jazzy...

Aproveito para me levantar, mas vejo que a tentativa de Ayse não adiantou.

– Não falei com você, Ayse! Escutaram alguma coisa? –ela pergunta para os cinco meninos carreiristas que estavam com ela

–Não – o mais alto responde e o alívio se instala em mim, infelizmente, rápido demais. – Mas porque a pressa em mudar de assunto, loirinha? – ele pergunta e espera Ayse responder, enquanto encara Jazzy, esta balança a cabeça, quase imperceptívelmente. Então um silêncio mortal paira sobre nós, até que:

–Bloom e Willy morreram queimados no vulcão, foi quando você correu para longe do bando. Então Kevin e Jolie foram atrás de você, mas uma árvore caiu em cima dela e Kevin também morreu, mas com uma espada nas costas! Que se parecia muito com a sua... E lá haviam pegadas demais para um pessoa só, além disso as pegadas eram bem menores que as suas. Você está do lado de quem agora, Ayse?- disse Jazzy

–D-do de vocês! – ela tentou parecer tranquila, mas sua voz vacilante a denunciou. Kevin, então era esse o nome do carreirista do 4 que Ayse matara.

– Onde está a sua amiguinha? – o tom dela havia mudado. Podia sentir o ódio dela engolir a floresta.

–Não sei de quem vocês estão falando! – Ayse gritou, ela era uma boa mentirosa, mas Jazzy também era.

–Menina boba! Não tente nos enganar! – ela avisou – Aquela menininha, sorridente e irritante, você estava com ela não estava? Aquela menininha nojenta, que conseguiu tirar um maldito nove no treinamento!

–Igual a você, Jazzy? – Ayse zombou, mas numa péssima hora.

Um longo silêncio se estendeu, até ser cortado por um grito agudo de dor.O carreirista alto estava erguendo Ayse, pelos cabelos, a quase metros do chão.

–Onde ela está?! – urrou Jazzy, novamente.

Então eu parei. E pensei que meu coração também tivesse parado de bater. A resposta de Ayse foram as palavras que eu havia temido quase tanto quanto a minha morte:

–Ela... Ela morreu! – Ayse disse baixinho, enquanto lágrimas escorriam do seu rosto. Mas meu coração doía, mais do que meu corte. Minha visão estava embaçada. Katri tinha morrido.

–Não minta para mim! Sua idiota! – gritou Jazzy, impaciente. Enquanto eu buscava apoio no tronco de uma árvore – Sei que ela não morreu! Vi todas as fotos, me lembro de cada rosto! Aquela garotinha não apareceu em nenhuma delas! Não tente protegê-la ou a sua foto é que vai aparecer amanhã à noite! – ela ameaçou.

E agora? Em quem acreditar? Katri estava ou não morta? Talvez eu não vivesse o suficiente para saber. Olho mais atentamente para a colina,mas a cena que vejo me faz recuar alguns passos e voltar a correr. O cara alto que segurava Ayse, tinha lhe dado um soco na barriga e ela agora cuspia sangue.

–Você ainda tem mais uma chance, loira. Onde ela está? – ele disse com sua voz de brutamonte.

–Não sei! Já disse que não sei... – então seu olhar se cravou em mim, num pedido desesperado de socorro. E eu, com meu coração mole, resolvo ajudar.

Já tinha preparado meu dardo há bastante tempo, então só renovo o veneno e dou um suspiro antes de atirar. Infelizmente (ou felizmente?) o dardo passou a centímetros do rosto de um carreirista que estava encostado na cornucópia. Mas foi um bom tiro, porque o dardo se cravou bem no meio do chifre dourado.

O carreirista alto largou Ayse do chão, de qualquer jeito. Ela também estava acabada e ficou lá esparramada no chão, gemendo. Mas eu tinha feito tudo o que podia, agora só me restava correr.

Correr como o vento, veloz o suficiente para fugir da morte. Mas eu nunca tinha sido veloz assim. Mesmo com a vantagem que eu tinha e do tempo que eles perderam se perguntando o que tinha sido aquilo, eles me alcançariam... E a morte também.

Felizmente, hoje não era o meu dia de morrer. Mesmo eu, que estava correndo desesperadamente, tive que parar alguns segundos para olhar o céu e acreditar, acreditar na minha salvação, acreditar na chuva que estava caindo. Claro que eu dei um sorriso enorme. Era como se as estrelas tivessem enviado a chuva, só para me salvar!

Os carreiristas também são seres humanos. Ainda bem, pois no mesmo segundo que a chuva começou eles desistiram de me caçar, e começaram a abrir suas bocas para o céu, tentando recompensar a terrível sede em suas gargantas secas. E mesmo em meio a chuva, pude ver os cabelos loiros de Ayse deslisarem pela colina e depois fugirem para longe da minha visão.

A chuva já tinha acabado quando eu encontrei, do outro lado da floresta, uma enorme árvore. Suas folhas verdes eram tão belas e espessas que esconderiam até meus cabelos loiros. E como ela era alta! Seria difícil de escalar, ainda mais porque eu estava molhada. Mas valia a pena tentar.

Depois de várias horas, consegui chegar aonde queria. Mesmo que com as mão cortadas e os joelhos ralados, me senti satisfeita. Estou conseguindo sobreviver mais do que eu pensei.

Antes que eu me desse conta estava murmurando alguma canção e em poucos minutos os tordos começaram a me acompanhar em um coro baixo. As estrelas me observavam, agora eu entendia o porquê de Katri gostar tanto delas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!