Eliza fica indignada com a pergunta de Fury, ela balança a cabeça com se não estivesse entendendo tal acusação.

- Claro que não! – Eliza encara Fury – Minha avó o conhecia e admirava muito o seu trabalho, ela nunca roubaria uma formula dele.

- Então como se explica o fato de alguns elementos do soro dele estarem no seu remédio? – Perguntou Fury – Não me venha com coincidências.

- Ok! Vamos lá. – Liz passa as mãos na cabeça, como quem alisa os cabelos para trás – Quando a minha mãe teve o primeiro câncer, ainda criança, minha avó começou uma pesquisa. Ela foi atrás de um dos co-autores da formula, um ajudante do Dr. Abraham Erskine, mas ele já estava muito velho e não se lembrava de muita coisa. Depois de uma longa conversa, ele disse alguns elementos e ela anotou. Muita coisa que ele falava, nem fazia sentido, mas foi através desses poucos elementos que consegui montar o meu remédio. Minha avó não invadiu o sistema da Shield, ela só queria salva a minha mãe.

- Sua intenção era chegar à super-força? – Fury pergunta.

- Não! – Eliza aumenta o tom de voz – A minha intenção era curar a minha mãe, mas quando eu vi o que o remédio fazia, fiquei empolgada. Eu poderia dar continuidade a duas coisas importantes para mim, continuar o que elas fizeram. – Eliza abaixa novamente o tom – Criar uma cura para o câncer e seguir o legado heróico da minha avó. Fiz alguma coisa errada? Eu só omiti fatos.

- Você mentiu para mim! – Steve diz.

- Discutam a relação fora da minha sala. – Fury fala grosso e não espera nem Liz responder Steve. – Já não temos nada para conversar.

Liz, Tony e Steve saem da sala e caminham, sem nem trocar olhares, até a área externa.

- Então, neta querida de Peggy Carter, nunca ia me contar sobre sua identidade secreta? – Steve perguntou a Liz quando eles chegaram ao pátio.

- Claro que ia, só que não agora. – Liz olha rapidamente para Tony e volta a falar com Steve – Quer saber? Eu ia contar hoje mesmo. Não agüentava mais mentir, forjar um sentimento só porque uma “voz na consciência” me mandava. Eu não sou culpada por nada que aconteceu no passado. Eu não tenho que viver por elas. – Liz para na frente de Steve e seus olhos se enchem de lágrimas – Desculpa! A minha avó te amava muito.

Steve vira de costas para ela.

- Espera! – Liz segura o braço dele – Eu posso te provar. Posso te levar pra ver tudo que ela guardava sobre você, te mostrar todas as cartas de amor.

- Não, eu não quero saber. – Steve tira a mão de Liz de seu braço.

- Eu sei que você quer. – Steve caminha para a porta de saída e Liz vai atrás falando. – A gente nunca se amou. Você foi seduzido pelo brilho dos meus olhos e eles são idênticos ao da minha avó. – Steve para e Liz continua falando – Você pode me odiar para sempre, mas entenda que eu fiz isso por amor.

Steve olha para o céu e suspira forte.

- Me leve até lá. – Steve diz.

- Você vem com a gente? – Gritou Liz para Tony que olhava tudo de longe.

- Vou, eu quero saber até onde você mentiu. – Respondeu Tony, caminhando na direção deles.

***

Era uma casa no lago, um lugar um pouco sinistro que só ficava bonito por causa do sol refletindo na água. A casa esteve por muito tempo fechava e isso aumentava mais ainda o ar sombrio do lugar. Quando Liz abriu a porta, fez poeira levantar. Os moveis antigos estavam todos cobertos por lençóis brancos e teias de aranha. Ela foi logo pegando a chave do quarto que estava numa escrivaninha perto da lareira.

Liz abre a porta e Steve entra sozinho. Ele não sabe pra onde olhar primeiro, são tantos recortes, tantas reportagens e noticias coladas nas paredes. O sol bate na cortina que está fechada e dá um ar de cor Sépia na cena. Steve se teletransporta mentalmente em suas lembranças, ao fechar os olhos por alguns segundos. Liz mostra a ele uma caixa cheia de cartas escritas por Peggy.

- Posso ler uma? – Liz pergunta.

- Claro! – Steve responde.

“Tudo ficou tão difícil sem você. Sua ausência me fez ter que prosseguir na vida. Eles ainda não te encontraram, mas creio que um dia você ira retornar. Não sei se ainda estarei aqui para ver esse momento tão esplendoroso, mas deixarei minhas memórias com minha filha e ela deixará com a sua. Pode demorar 100 anos, mas de alguma forma estarei ai a te esperar.

Daquela que te ama em silêncio,

Peggy Carter”

- Por que você não me disse? – Steve chora.

- Eu achava que deveria seguir sem falar. – Eliza também chora – Eu fui infantil, fui errada. Eu sei que não mereço o seu perdão.

- Você não tem nada da Peggy! – Steve sai e vai embora da casa.

Liz ajoelha no chão do quarto e chora. Tony a vê chorando e percebe que aquilo tudo que ela falou era verdade. Ele até fica com pena dela, mas seu orgulho fala mais alto. Ele olha para ela, abre a porta da casa e sai. Quando está lá fora, ele até pare e pensa em voltar, mas não tem coragem, segue até o carro e vai embora.

Liz passa a noite chorando sozinha na casa.