Tony não entende, mas na mesma hora vai atrás de Eliza. Ela liga para Steve e pede para ele também ir para a Shield e esperar na sala de Fury. Steve também não entende nada, mas também faz o que a senhorita Márquez pediu.

- Não temos tempo, vá de Homem de Ferro. – Liz pede para Tony.

- Tudo bem, mas você? – Tony pergunta

- Me leva até o meu apartamento e eu me visto.

- Tudo bem.

Tony veste a armadura, segura Liz no colo e levanta vôo. Eles aterrissam no jardim do prédio de Eliza e ela mais que depressa se veste de Dama da Força. Novamente, os dois sobem aos céus e chegam rápido à sede da Shield. Dama tira os óculos, que faz parte do seu uniforme, e anda apressada em direção a sala de Nick Fury. No caminho Tony e Liz encontram Natasha e é inconveniente com eles.

- Ora, ora... – Natasha sorri um sorriso de lado – Os dois pombinhos voltaram?

- Cala a boca que eu não tenho tempo pra você. – Liz diz passando por ela sem, ao menos, parar.

- Ui! – Natasha provoca – Alguma coisa tensa aconteceu.

Liz e Tony continuam andando e deixam Natasha falando sozinha no corredor.

Os dois chegam à sala de Fury e Steve já está lá, sentado numa cadeira de costas para a porta. Eles entram e Steve vira a cadeira e se espanta com a presença de Tony.

- Com licença. – Disse Liz ao entrar na sala junto com Tony.

- Tony? – Steve diz espantado – O que você faz aqui?

- Eu não sei. – Tony responde gesticulando.

- Ele não sabe. – Liz responde friamente – Mas se está aqui é porque deve estar.

- Eu acho que não é hora de discutir a relação. – Fury acaba com a conversa deles. –

Tem certeza, senhorita Márquez, que gostaria de conversar comigo na presença deles?

Eliza estava decidida a contar toda a verdade sobre o seu passado e sabia que os dois mereciam saber da mesma forma e ao mesmo tempo.

- Sim, eles fazem parte da minha vida. – Ela continua respondendo de forma séria.

- Senhorita Márquez, nós estudamos o seu DNA e a fórmula do seu remédio de super-força, durante todo esse tempo. O Dr. Bruce Banner se voluntariou para pesquisar sobre o seu experimento e percebeu algumas semelhanças na composição do seu remédio com os elementos que compunham a fórmula criada, na década de 1940, por Abraham Erskine.  – Fury diz de forma calma e serena.

- O que? – Steve olha para Eliza com cara indignação.

- Sim, Steve. – Responde Fury – Abraham Erskine, o cientista que criou o soro que te transformou em Capitão América. – Fury continua explicando – São composições sigilosas que foram escondidas pela Shield por muitos anos. A única pessoa que tinha acesso era a Agente 13.

- Peggy Carter! – Steve levanta da cadeira e afirma olhando para Eliza. – Seus olhos são iguais ao da Peggy!

Eliza abaixa a cabeça como quem lamenta ser descoberta.

- A “Agente 13” era Margareth Carter, uma das primeiras integrantes da Shield. Não conseguimos juntar os dados de Peggy com os seus, mas as evidências são grandes. – Fury senta em sua cadeira – A agente Carter se desligou da Shield quando descobriu que sua filha, de quatro anos, estava com câncer. Antes de ir, Peggy, apagou todos os dados que tínhamos sobre ela e perdemos todos os contatos.  – Fury levanta, apóia suas mãos com força sobre a mesa e pergunta – Eliza Maria Márquez, qual o nome inteiro de sua mãe?

Eliza olha para Steve, olha para Tony e responde com a voz triste:

- Louise Carter.

- Você é neta de Margareth Carter? – Fury não faz rodeios e vai logo ao ponto.

Liz está de cabeça baixa e todos olham para ela esperando uma resposta. Ela, então, levanta a cabeça e com a voz firme responde:

- Sim!

- Era de se esperar. – Fury comenta – Acho que senhorita deve algumas explicações.

- Devo. – Liz olha confiante para Fury – Vou começar a me explicar. Sim, eu sou neta da Peggy Carter, mas eu só soube que ela era uma agente secreta quando minha mãe estava para morrer. – Liz olha para Steve – Eu passei a vida inteira admirando minha avó, pois via o empenho e a dedicação que ela tinha com a minha mãe. – Ela olha para Tony – Minha mãe teve câncer cinco vezes, o primeiro foi com apenas quatro anos. –

Ela reveza o olhar entre os três – Foi aí que minha avó preferiu seguir uma vida normal, ela preferiu ser heroína dentro de casa a ser fora. Minha mãe cresceu e conheceu meu pai, eles casaram e ele passou a cuidar dela, mas a doença da minha mãe voltou várias vezes. – Eliza começa a chorar – Acho que meu pai era egoísta demais, ainda é, e não teve paciência para cuidar dela. Eu tinha 8 anos quando estávamos na nossa casa do lago e acabei entrando num quarto que só vivia fechado. – Eliza faz uma pausa e olha para Steve – Eu vi fotos do Capitão América por todos os lados, fiquei fascinada com a quantidade de informação que havia sobre ele.  Eu tentei ler alguma coisa, mas minha mãe me encontrou, brigou comigo e pediu para que eu nunca mais entrasse ali. Eu não entendi o “porquê”. Só quando ela estava no leito de morte, teve coragem de me contar. Contou que minha avó era agente e que, em vida, esperou que um dia encontrassem o Capitão vivo. – Eliza senta numa cadeira como estivesse exausta – Minha mãe pensava em seguir os passos dela na Shield, também cultivou a certeza que Capitão América estava vivo e que um dia ele iria retornar, mas ela também morreu. – Eliza olha chorando para Tony – Coube a mim ser e fazer o que elas não puderam completar. É meu destino estar aqui. – Liz olha para Fury – Eu não queria mentir, eu só não achava necessário contar agora. Sabia que uma hora ou outra vocês iriam descobrir.

- Como você pode me esconder que era filha de Peggy Carter? – Steve pergunta chocado com a declaração de Liz.

 - Eu lamento, Steve. – Liz responde com tristeza – De alguma forma você sabia.

- Então você ficou com ele por obrigação? – Tony pergunta de forma quase grosseira – Por que achava que tinha que fazer o que a sua linhagem não conseguiu? É esse o tal “destino”?

Liz está visivelmente abalada e não consegue parar de chorar.

- Sim. – Ela responde olhando para Steve – Eu precisava continuar o legado que elas deixaram, terminar o que elas não puderam.

- Você não me ama, Eliza? – Steve pergunta triste e uma lágrima cai de seu olho – Você só ficou comigo por causa da Peggy?

- Eu tentei seguir o meu destino. – Eliza tenta olhar para os dois ao mesmo tempo – Mas eu não esperava me apaixonar por Anthony. Quando eu recebi a ligação do Fury, dizendo já saber quem eu era, fiquei aliviada. Não agüentava mais viver a vida de outras pessoas! Sei o quão elas eram importantes para mim, mas...

- Cada um tem seu destino. – Tony completa a frase dela – Não é possível que você tenha sido tão infantil assim.

- Foi uma promessa que fiz à minha mãe quando ela já estava num caixão. – Liz se explica.

- Acho que esse não é o melhor lugar para vocês discutirem isso – Fury não gosta nem um pouco da “DR” que está acontecendo em sua sala – Eliza Carter, acho que posso te chamar assim... Vou te fazer apenas mais uma pergunta: Você roubou ou plagiou a fórmula secreta do Dr. Abraham Erskine?