A casa era incrível, uma construção antiga, com móveis em madeira escura, um lustre de cristais enorme. Tinha um sofá num tom de vermelho carne e um tapete claro cobrindo uma parte do chão de madeira polida. Não consegui prestar atenção em muitos detalhes pois paramos no sofá e nos pegávamos com um fogo irrefreável. Damon me sentou em seu colo e
foi beijando meu pescoço, dando pequenas mordidinhas até me virar e nossas bocas se encontrarem num beijo ensandecido. Comecei a tirar seu paletó enquanto nos beijávamos e a puxar o nó de sua gravata.
Ele voltou a alisar o meu pescoço com a ponta do nariz e reprimi um gemido mordendo meus lábios. Mordi com força demais e senti gosto de sangue.

– ai! - exclamei levando o dedo no corte e capturando uma gota de sangue.

Damon me olhou preocupado, pegou o dedo que tinha a gota de sangue e levou a sua boca. Chupou a pontinha do dedo enquanto com a outra mão alisava minhas costas. Ele jogou meu cabelo para trás e voltou a beijar meu pescoço.

– Damon?! O que você está fazendo?

POV Damon

Estava enlouquecido com Isabella como nunca imaginei que ficaria. A conversa no jantar fluiu sem reservas, e o jeito desafiador dela me excitava. Quando ela me surpreendeu com o beijo dentro do carro perdi um pouco a noção do que estava fazendo e só queria um lugar para ficar a sós com ela.
Coloquei ela de volta no seu banco e dirigi para minha casa.

Chegando na entrada sai do carro quase em velocidade vampírica e a peguei no colo. Ela passou suas pernas em torno da minha cintura e entramos em casa. Acabei ficando pelo sofá da sala, e nos beijamos com uma intensidade maravilhosa.
Isabella começou a tirar meu paletó e a puxar o nó da minha gravata, não resistia ao tesão pelo seu corpo e pelo seu sangue e voltei a beijar seu pescoço, clamando por seu sangue, mas tentando resistir até o momento certo.

– ai!- ela deu um pequeno gemido de dor e senti um leve cheiro do sangue dela. Ela tinha limpado o corte com o dedo.

Fiquei hipnotizado com aquela pequena gota vermelha e chupei a ponta de seu dedo sem pensar.
Comecei a afastar o cabelo dela do seu pescoço e meus instintos de vampiro me dominaram fazendo com que meus dentes roçassem seu pescoço, prontos para romper a pele...

– Damon?! O que você está fazendo?

Olhei para porta e vi Elena parada ali, me olhando em choque. “droga” pensei. Isabella deu um sobressalto em meu colo e se virou para a porta assim que Stefan entrou.

– Stefan! Elena! Não me avisaram que viriam me visitar. Teria convidado vocês para jantarem comigo e Isabella.

Tinha que pensar rápido antes que um dos dois fizessem alguma coisa que me denunciasse como vampiro na frente dela.

– Isabella, esses são Stefan meu irmão de quem lhe falei e Elena, sua amada. Irmãozinho essa é Isabella, nós nos conhecemos há mais ou menos um mês aqui em Chicago.

Falei me colocando de pé junto com Isabella e olhando significativamente para Stefan e Elena. Por sorte acho que a boa fé de Elena falou mais alto e ela se adiantou para cumprimentar Isabella.

- oi! É um prazer conhecer você! - Elena disse abraçando a garota e me olhando com uma expressão de “ela não é seu jantar”.

Devolvi um olhar de “eu sei”. Stefan estendeu a mão e Isabella a pegou. Ela parecia um pouco perdida na situação toda, mas sorriu educadamente para os dois. Servi uma bebida forte para mim e para ela que me olhou agradecida pelo copo. Perguntei aos pombinhos se nos acompanhavam e recusaram dizendo que iam terminar de se instalar, pois estavam cansados da viajem. Terminei minha bebida num gole e vi que o copo de Isabella já estava vazio.

– vou levar você para casa.

– Certo! - ela disse se servindo de um pouco mais de wisk.

Adorava esse jeito independente dela. No caminho para casa perguntei se ela estava bem, e se o corte no lábio estava doendo. Ela apenas sorriu e disse que estava tudo bem. Subi com ela até sua porta e lhe dei um beijo suave de boa noite.

– quer dizer que agora você conhece seus jantares a longo prazo Damon?

– não comece irmãozinho, onde está Elena?

– dormindo.

– Não estava esperando vocês por aqui. Deviam ter avisado que vinham, afinal eu tinha companhia. Vocês poderiam ter nos pego em uma situação constrangedora...

Stefan serviu uma bebida para nós dois e ficou me olhando acusadoramente.

– qual é Stefan, não vou matar a garota...

– você quer dizer que “ainda” não vai matar...

– não, acredite ou não eu não tenho intenção de matar Isabella. Ela me intriga!

– Não consigo acreditar que esteja apaixonado Damon.

Dei um sorriso irônico para Stefan peguei a garrafa do bar e subi para o meu quarto.

O pior é que nem eu acreditava que tinha me apaixonado por ela.

Bebi quase meia garrafa pensando no gosto do seu sangue. No cheiro da sua pele. Nas sensações de seus beijos. Em como ela me desafiava, sem ter medo de dizer o que pensava, em como era independente, como não era uma patricinha mimada apesar de claramente rica, e em como ela vivia sua vida.

Terminei de tirar minha camisa ainda pensando nela.

Me transfigurei no corvo negro e fui até seu quarto.

Ela estava dormindo no sofá, com uma camisola rosa longa e um livro sobre seu peito. Perto dela um copo que cheirava a wisk. A garrafa no bar aberta. Mudei novamente para meu corpo, recolhi o copo, tampei a garrafa, fechei o livro. E a levei para a cama. Ela apenas suspirou e virou de lado quando a cobri com as cobertas. Fiquei sentado na janela dela
observando seu sono pelo resto da noite, até que o sol começou a
nascer.

Voltei ao corvo preto e fui para casa.