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- Hei Kakuzu, demorou! Aqueles ninjinhas de merda não foram páreos para você, hein?!

- Cale-se! – Kakuzu, como aprendi ser seu nome, lançou um olhar mortal para seu companheiro. Em seguida, me encarou, sério.

Tremi ao perceber ambos me encarando. Ao que tudo me indica, eles tem... Assuntos para tratar comigo. Notoriamente, querem-me viva, embora isso pouco sirva de consolo.

- EEEI! – gritei, querendo explicações para aquilo tudo, sendo interrompida.

- Vê se te aquieta, mulher! Nós te explicamos tudo, mas se você continuar assim... – o shinobi com a grande foice nas costas deu um meio sorriso.

- Assim como? – perguntei séria.

- Toda nervosinha, entende...? – seus olhos brilharam maliciosamente. – Nós não queremos brigar.

- Ah, não querem?! Como assim, não querem brigar?! Vocês MATARAM toda minha equipe, quase ME mataram e ainda querem que eu acredite...

- Ei, ei, ei! Calminha, baixinha. Primeiro, eu que te salvei. Segundo, seus companheiros de equipe não estão mortos. Bem... Eu acho. – seu olhar procurou o do Kakuzu. – Você os matou?

- Não. Pare de enrolar, Hidan. Vamos logo.

Hidan? Então é esse o nome do indivíduo?

- Parem de falar como se eu não estivesse aqui! O que querem comigo? Respondam-me!! – gritei, tentando tomar distância de ambos, arrastando-me para longe. Eles poderiam me alcançar a qualquer momento, mas pelo menos eu tinha a sensação de segurança.

- Hidan, seu idiota, ainda não falou com ela o motivo? – o Kakuzu se irritou, aproximando-se do outro, ameaçando um ataque.

- Porra, ela é forte! Eu não tive tempo! Ah, vá se fuder, Kakuzu! – o Hidan agitou os braços, tentando se justificar. Há há, que bonitinho, ele sem jeito!

- Frouxo. – murmurei baixinho, sorrindo.

- Hm? O que você disse, baaaixinha?

- Eu disse e repito, froouxo!

- Olha aqui, sua...!

- HIDAN! Vê se fica quieto, nós precisamos levá-la ao esconderijo. – o Kakuzu segurou o Hidan pela capa, puxando-o para o chão. Já deu para perceber quem é o cérebro da dupla. – E você, Yume-san... – ele olhou em minha direção. – Você não está colaborando em nada.

Estremeci. Agora foi um dos momentos que mais me senti em perigo. Esse Kakuzu não me inspira coisa boa. Se ele me inspira alguma coisa, é medo.

- Merda... Se não fosse nossa missão levá-la viva, eu já teria acabado com ela. – seus olhos encontraram novamente os meus. Olhei para baixo em resposta, sentindo meu rosto esquentar.

A pior coisa que tem é discutirem algo na sua frente, sendo que você não tem a menor idéia do que se trata. O mais engraçado é que nesse caso o pivô da discussão é sobre o que fazer comigo. Legal.

- Dá pra vocês me explicarem o que está havendo?! – gritei, me levantando com dificuldade.

- Não necessariamente agora. – apenas senti um golpe em minhas costas, desmaiando em seguida.

* * * *

Meus olhos arderam devido à claridade. Abri-os receosamente, percebendo em seguida, que eu estava em uma campina. Olhei em volta e percebi... Estar sendo carregada pelo Hidan!! Ai meu Deus, eu desmaiei e eles me seqüestraram! E seu companheiro estava caminhando a meu lado. O Hidan segurava minhas pernas de modo que meus braços ficavam totalmente livres. Juntei chakra em minhas mãos e comecei a bater em suas costas com a maior força que eu tinha.

- Merda!! Acordou hein? – ele segurou minhas pernas com mais força, aposto que propositalmente. – Eu não sou saco de pancada não, pode ir parando por aí!

- E eu não sou burra! Pra onde vocês estão me levan-?

- Nós somos integrantes da Akatsuki. – o Kakuzu me interrompeu.

Até que enfim alguém me informa alguma coisa! Parei de socar o Hidan, tinha obtido o que queria.

- Nosso líder ordenou que a capturássemos.

- Me capturar? Para quê?

- Pein, nosso líder, precisa de uma ninja médica na organização. Seu corpo anda muito enfraquecido, e como você é a melhor ninja médica do País do Relâmpago...

Nossa... Não sabia que eu era tão famosa. Até numa organização secreta eu sou bem cotada... Putz.

- Decidiram simplesmente me raptar para eu curar o seu tal líder? – falei, em tom de deboche.

- Basicamente, sim.

- E se eu discordar? – perguntei, já sabendo da resposta.

- Você morre. – o Hidan se pronunciou, colocando a mão no cabo da foice, como um aviso: discorda que te retalho todinha.

- Hm... – fingi de desentendida. – Então é apenas curar o tal Pein e posso ir embora?

- Não. Você já sabe demais sobre a Akatsuki. Você vai ter que entrar para a nossa organização.

Juntar-me para a Akatsuki? Transformar-me numa foragida... E provavelmente nunca mais voltar para o país do Relâmpago? Nunca mais ver o Akio-chan?!

- Q-quais são as minhas opções? – balbuciei, apavorada com a possibilidade de nunca mais ver meu irmão.

- Ou você cura nosso líder e se junta a nós, ou você o cura forçadamente, e nós te matamos.

Entre as opções apresentadas, prefiro viver, tendo a – pouca – possibilidade de voltar para a minha vila. Pode parecer estranho, mas eu prefiro viver assim, a morrer sem nenhum sentido, em vão. Além disso, tem esse maldito Hidan. De algum modo inexplicável, diria que sinto uma atração fora do comum por ele, não necessariamente física, mas como um magnetismo. É difícil explicar.

- E então, vai vir para a Akatsuki? – o Hidan sorriu, mas sem segundas intenções e nem provocações dessa vez. Era algo sincero, um sorriso até meio bobo.

-... Sim. – olhei para frente, com uma dor invadindo meu peito. Era estranho saber que a pessoa mais importante para mim, o Akio-chan, me odiaria por eu simplesmente desaparecer de sua vida, sem mais nem menos.

- He, boa garota. – ele respondeu, enquanto o Kakuzu parou de repente. – Kakuzu, que merda é essa? Por que parou?!

- Eu vou colocar armadilhas no caminho, para o caso de virem ninjas atrás da gente.

- Ninjas atrás de nós?

- É lógico, vocês estão me raptando. – resmunguei, virando os olhos. – O Raikage já deve ter mandando uma equipe atrás de mim, nós demoramos mais que o necessário para essa missão.

Sinceramente, como esse tal de Hidan conseguiu entrar para a Akatsuki? Ele não tem cérebro, só força. Er, e músculos.

- Você fala como se entendesse de alguma coisa, baixinha. – o Hidan falou, logo em seguida, olhando em volta. – Droga, o Kakuzu já foi embora!

- Você é que não entende de nada, idiota! – provoquei-o, cansada de ele me chamar de baixinha. Ele me lançou um olhar furioso; dava pra ver que ele estava se segurando pra não me atacar ou me largar no meio da campina.

- Baixinha, pára de me provocar, ou então eu...

- Ou então o quê? Você já falou que vai acabar comigo! – debochei.

- Mas eu não disse em que sentido acabaria com você, fofa. – meu rosto ferveu no último grau, diria até que entrou em ebulição. Ele apenas deu uma daquelas risadas que me dá calafrios e continuou a andar apressadamente.

Era apenas minha imaginação fértil ou o sentido que ele falou de acabar comigo foi... Bem, no segundo sentido? Ah... Prefiro nem pensar nisso.

- Ei... É Hidan, não é? – perguntei timidamente.

- É, por quê?

Eu nem tive tempo de perguntar nada, pois um segundo depois, o Kakuzu reapareceu na nossa frente, com uma expressão bem séria. Eu e o Hidan pulamos de susto (eu no colo dele), e o Kakuzu apenas ateve-se a encarar-nos, com uma cara nada boa.

- Kakuzu, seu merda, que diabos é isso?!

- Problemas. – foi a única palavra que ele mencionou.

- Ahn? – perguntei.

- Problemas. – ele repetiu. – Temos duas equipes ninjas atrás de nós, compostas apenas de jonins, e bem fortes. Vamos.

Ah, perfeito. Além de termos que – provavelmente – lutar com eles, o que eu vou falar quando eles me virem? Que eu estou indo porque eu quero? Que eu abandonei tudo? Que eu virei uma... Renegada?

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