Carvão Em Pérolas escrita por Milady


Capítulo 4
"Lights will guide you home..."*


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo e eu fico muito feliz pela reação de vocês...
Sério! Hoje eu tô correndo um pouco, portanto não irei citar cada 'comentador', mas saibam que são as opiniões de vocês que me guiam e me motivam!
Um beijo a todos!
(Gente, pelo amor de Deus... Como é que eu tiro esse bendito negrito??? kkkkkkkkk)



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Os dias passam e finalmente resolvo atender a um pedido de Peeta. Levo-o para a floresta, para que ele me ajude a caçar. O ritmo da sua respiração me mostra que não é fácil inicialmente para ele estar naquele ambiente. Mas eu seguro sua mão e o conduzo para perto do lago. Ele colhe algumas frutas, eu caço.

“Você tentou me ensinar a nadar na segunda arena. Real ou não real?”

“Real.”


Ele me sorri e por um instante, eu me perco.

“Termine seu trabalho, Soldado Everdeen”.

Ele diz com um sorriso de canto de boca, e caminha em direção a água, deixando um rastro de roupas pelo caminho, ficando apenas de roupas íntimas. Isso me desconcerta um pouco... Bem, ele nunca teve muitos pudores, não é?

Vou atrás, mas me despindo devagar. Ele não olha para a margem. Com água pela cintura encara a imensidão do lago até que eu chego ao seu lado.

“Quis lhe dar um pouco de privacidade.”

“Obrigada” digo-lhe com sinceridade.

A verdade é que desde aquela noite, Peeta não tentou me beijar novamente. Ainda dormimos juntos, cada vez mais apertados um ao outro, a ponto de conseguirmos entrelaçar nossas pernas. Mas sem beijos ou toques além da nossa cama.

Aquela manhã é divertida e, como estou ensinando natação, não consigo me esquivar de tocar sua pele lisa e fria devido à água.

Ele não está indo mal. Já consegue flutuar e mover-se na água. Então mergulho para aliviar o calor e quando venho a tona, não o encontro. Uma onda de desespero me invade e eu grito seu nome duas vezes até ele aparecer diante de mim, emergindo, seus cabelos brilhando ao sol e eu bato nele.

“Hey!”

“Não faça isso de novo, está ouvindo! Não ouse fazer isso de novo!!!”

“Hey, Kat, desculpe... Eu... só me desculpe.”

Eu me afasto dele. Preciso respirar.

“Katniss”

“O que é?”

E ao me virar, ele espirra água em mim. Eu não podia estar mais indignada e avanço para ele, que tenta fugir, mas eu sou mais rápida, sempre fui e o alcanço tentando espirrar água nele também, quando ele segura meus pulsos e por mais que eu me debata, ele não solta. Ele ri alto da minha carranca e eu amo isso.

Uma pessoa suave como Peeta deveria ter as mãos lisas, mas não, elas são grossas de fazer pão, ajudar nas construções e cuidar dos jardins. Ele me puxa para me imobilizar, mas não me machuca, como ele consegue ser assim? No momento em que nossos corpos colidem, a frase escapa da minha boca antes que eu consiga pensar sobre ela.

“Me beije, por favor...”

E assim que fecho meus lábios, me sinto idiota por implorar o amor de alguém.

“Não Katniss” Eu quero correr, eu quero morrer e ele afrouxa o aperto em meus pulsos “Você. Me beije.”

Não se passa um segundo antes de meus braços voarem ao redor do pescoço dele e de eu buscar seus lábios com os meus. Seus braços apertam minha cintura e é tão bom... Como eu tenho vivido sem isso?

De novo. É como se eu estivesse faminta. É mais que vontade, é necessidade. Quando nossos lábios se separam eu o abraço com força, beijando seu ombro, deslizando as mãos em sua pele tão branca... Braços, peitoral, cabelos. Eu o sinto me apertar, como se fazendo força para que suas mãos não passem das minhas costas, seus lábios trilhando um caminho de beijos em meu pescoço, que se tornam mordidas leves quando eu arranho sua nuca, sinto os lábios dele sugando minha pele, eu faço o mesmo, entre seu pescoço e ombro direito. É como se eu estivesse derretendo, me misturando à água morna. Eu ofereço meus lábios novamente, e ele os toma. É forte, mas não machuca. Então de repente ele se afasta de mim, olha pro céu e pragueja baixinho. Hà um vácuo ao meu redor. Eu quero puxá-lo de volta, eu quero mais... mas ele apenas se abaixa e some sob a água.

Leva um tempo até que ele retorne e eu estou tão perturbada que não me irrito com isso.

“Precisamos voltar. Tenho que correr para a padaria.” É a única coisa que ele diz.

Eu assinto com dificuldade e enquanto caminho para a margem sinto minhas pernas tremendo. Ele ainda demora algum tempo para me seguir. Nos vestimos, recolhemos nossas coisas. Durante a caminhada de volta, sou surpreendida pela mão dele buscando a minha. Voltamos para o Distrito de mãos dadas.


Em frente à padaria ele pára, leva minha mão aos seus lábios, depositando um beijo tão casto, que destoa completamente da cena que vivemos a pouco.

“Você vai ficar molhado?”

“Tenho uma muda de roupas aqui. Te vejo mais tarde, ok?”

Eu afirmo com a cabeça. Sinto meu coração acelerar com essa frase e uma expectativa estranha crescer dentro de mim.

Caminho rapidamente para casa, acenando e cumprimentando as pessoas, mas essa sensação de querer acelerar o tempo...

Quando chego ao caminho deserto para a Vila dos Vitoriosos, não me contenho mais e corro, um sorriso tão genuíno em meus lábios, como há muito tempo (muito tempo mesmo) eu não me permitia. Eu quero que o dia passe rápido, eu quero encontrar Peeta à noite. Quero seus beijos e seu corpo colado ao meu. Eu quero isso com uma intensidade que me assusta, mas não diminui essa súbita chama de felicidade em meu peito. Eu sei exatamente quando a senti pela primeira vez, na segunda arena, naquela manhã após eu tê-lo calado com beijos, sentido a respiração acelerada dele na areia da praia...

Eu já devia estar loucamente apaixonada ali. Antes, na verdade... Mas havia tanta coisa, nossos momentos juntos apenas servindo para aplacar o medo. Eu reprimindo a saudade... Mas precisando da presença dele... E aceitando que a vida dele era mais importante que a minha... Mais importante para ninguém mais além de mim.

Antes de chegar a porta da minha casa, percebo Haymitch sentado no jardim, acompanhado de uma mulher. Ela está de costas pra mim, e tem o cabelo longo e mais vermelho que eu já vi em toda a minha vida... Vermelho como um tomate maduro.

“Ei, docinho, porque a pressa?”


Eu ainda estou ofegante da corrida quando ela se vira sorrindo.

“Effie?”


*-*-*-*-*-*-*


*Fix you - Coldplay


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam?
Lembrem-se crianças, quero muito saber se gostaram ou não ;)
Até a próxima!
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