Harry Potter e o Estigma da Serpente escrita por JMFlamel


Capítulo 6
TIRO PELA CULATRA


Notas iniciais do capítulo

Vocês acham que Tiago Sirius Weasley Potter é idiota para cair nessa? E o que foi que Albert Pettigrew viu?



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CAPÍTULO 5

TIRO PELA CULATRA

Nos dias que se seguiram, os alunos começaram a fazer suas inscrições para os diversos clubes de atividades extracurriculares sendo que, realmente, os de Artes Marciais, Educação Física e Duelos eram os mais concorridos. No primeiro, o instrutor principal era ninguém menos que Harry Potter. Ainda que a maior parte dos alunos tivesse de começar do básico, não havia moleza, o bruxo puxava bastante. Os filhos dos Inseparáveis, pela sua experiência, auxiliavam Harry, dentro dos grupos. Como parecia que Merlin estava a fim de fazer brincadeiras lá do Além, Tiago ficou como auxiliar no grupo em que estavam Portman, Waverly e... Pettigrew.

Os dois grandalhões eram fortes, porém lentos. Tiago ensinava-os a desenvolverem a agilidade, o que eles estavam conseguindo, com algum esforço. Pettigrew não tinha muitas dificuldades, pois era magro e ágil, aprendendo rapidamente os fundamentos dos vários estilos, desde o Judô até as formas mais esotéricas do Kung-Fu, passando pelo Pa-Kua-Ken, Bajiquan, Baguazhang e Ying-Jow-Pai. Porém, não conseguia alcançar o nível de Tiago, a diferença era muito grande. As semanas passaram e também houveram os testes para o Quadribol, nos quais Tiago saiu-se muito bem, conquistando a vaga de Apanhador, assim como seu pai fizera antes dele. Desnecessário dizer que Harry estava orgulhoso, também porque sua sobrinha, Mafalda, obtivera uma vaga de Artilheira. As coisas iam bem, embora movimentadas, até que, alguns dias depois do Dia das Bruxas...

A sessão de treinamento do Clube de Artes Marciais estava quase terminando, quando Tiago foi falar com Pettigrew, aconselhando-o a corrigir um vício de postura que, embora pequeno, poderia comprometer o resultado em uma competição ou em um combate real. Porém o colega recebeu mal a orientação, interpretando a ajuda de Tiago como uma demonstração de arrogância e respondeu de modo desagradável.

_Lá vem você, novamente querendo se mostrar, Potter. Já não basta ter cavado esse papel de auxiliar do seu papai e ainda vem dar uma de metido, dando a entender que você está muito à minha frente? Não precisa jogar isso na minha cara... filhote do “Escolhido”!

Harry percebeu a discussão, mas preferiu não interferir, até para ver como seu filho lidava com uma situação tensa.

_Pettigrew, novamente você entendeu tudo errado e está perdendo uma excelente chance de ficar quieto. Eu não quis contar vantagem, só estou te orientando, para o caso de você precisar. E não estou jogando na sua cara a nossa diferença de nível, porque isso não é preciso. Nós todos, filhos dos Inseparáveis, recebemos treinamento Ninja desde que começamos a andar, por isso lutamos como adultos experientes, o que salvou nossas vidas quando entramos de carona para ajudar nossos pais, no México. Mas isso não tem nada a ver com se mostrar, era uma necessidade, sobrevivência pura e simples. E qualquer um pode atingir nosso nível, desde que receba o treinamento adequado e não tenha o coração envenenado com ódio e rancor. Você também poderá, se quiser.

_Vá para o Inferno, Potter! Procure outro lugar para se aparecer!

_Já vi que você não entendeu nada, Pettigrew. _ disse Tiago, dando um suspiro e virando-se para sair.

Naquele momento, Pettigrew tentou atingi-lo pelas costas com um “Mati-Pong Tyuan” (Punho do Cavalo Destruidor). Mas Tiago sentiu a alteração da freqüência vibracional do Ki de Albert e desviou-se, contra-atacando com um “Gaimon Chouchu”, um golpe de cotovelo, que tirou o ar do agressor.

_Traíra! _ disse Tiago, pressionando um nervo no pescoço de Pettigrew, que perdeu os sentidos na hora _ Para o seu bem, não mexa com quem está quieto. Desculpem-me pelo espetáculo desagradável, amigos. Sinto muito, professor.

Tiago fez uma reverência para seu pai, a quem tratava por “Professor”, durante as aulas, por uma questão de respeito.

_Tudo bem, Sr. Potter. _ Harry estava orgulhoso de como seu filho havia manejado a situação sem baixar o nível.

Dois dias depois, Tiago estudava uma lição de Transfiguração, junto a um grupo formado pelos Novos Marotos e outros amigos, trocando idéias sobre Feitiços de Desaparição. Naquela hora, Pettigrew aproximou-se, ladeado por Waverly e Portman.

_O que você quer aqui, Pettigrew? _ perguntou Tiago _ Ninguém está a fim de encrenca.

_Uma conversa de cavalheiros, Potter, se você entende o que eu quero dizer.

_Entender eu entendo, mas cadê o outro cavalheiro, que eu não estou vendo em parte alguma? _ Tiago fingiu procurar por alguém, enquanto os amigos começavam a rir.

_Engraçadinho. Isto é sério, Potter. Sinto-me ofendido com o que rolou na aula do Clube de Artes Marciais e exijo uma reparação.

_Se alguém tem de se sentir ofendido, este alguém sou eu, “Fuinha Safada”. Ou você se esqueceu de que tentou me atacar pelas costas? Mas eu vou entrar na sua pilha, cara. Que tipo de reparação você tem em mente?

_Um duelo, Potter. _ o sorriso de Pettigrew salientava seus incisivos, fazendo-o parecer-se mais ainda com um roedor.

_Aqui e agora? _ perguntou Tiago.

_Não, alguém pode interferir. Terá de ser tarde da noite, em local neutro, onde não nos interrompam. Estou sabendo que nenhum casal irá namorar na Torre de Astronomia, esta noite. Estarei esperando por você e seus padrinhos lá, se você não estiver com medo. _ disse Pettigrew, atirando uma luva branca em direção ao rosto de Tiago.

Vendo que não haveria outro jeito, Tiago apanhou a luva no ar, antes que ela atingisse seu rosto.

_OK, Pettigrew. Desafio aceito. Quem serão os seus padrinhos?

_Obviamente que serão Portman e Waverly. E os seus?

_Nem sei por que foi que perguntei. Não se esqueçam de nos convidar para a festa, pois Nereida, Larissa, Fernanda, Simone, Soraya, Francine, Lílian, Narcisa, Sabrina, Sun-Li e Mafalda adorarão tentar agarrar o buquê. _ disse Tiago, enquanto os amigos riam, novamente.

_Sem-graça. _ disse Pettigrew _ E aí, você ainda não disse quem serão seus padrinhos, Potter.

Na mesma hora, meia dúzia de colegas levantaram-se e ofereceram-se como padrinhos, demonstrando o quanto Tiago Potter era querido pela turma.

_Serão Randolph Harry Tonks Lupin e Julius Derek Lovegood Longbottom. E o horário?

_Meia-noite, no terraço da Torre de Astronomia. Cheguem quinze minutos antes, para os preparativos. Vamos ver do que você é feito, Sr. Tiago Sirius Weasley Potter.

_Estaremos lá, “Fuinha Safada”. E aí você vai saber do que eu sou feito. E eu saberei do que você é feito, embora eu já tenha uma idéia. _ E Tiago fez uma careta, como se sentisse um cheiro desagradável. De novo, os Novos Marotos caíram na risada.

Pettigrew e seus gorilas retiraram-se. De costas um para o outro, tanto ele quanto Tiago exibiam estranhos sorrisos.

_Cheirou meia, mano? _ perguntou Lílian _ Como é que você me entra assim, sem mais nem menos, na conversa do “Cara-de-Rato”? Está na cara que o roedor vai aprontar alguma coisa.

_Ainda mais que vocês estarão todos violando o horário de estarem nas Salas Comunais. _ disse Sun-Li _ Se o Halsted, os Monitores ou algum professor te pega, você está ferrado.

_Não se preocupe, Sun-Li. Eu já pensei em tudo. _ disse Tiago, sorrindo para a amiga _ Só preciso acertar algumas coisinhas aqui, com os meus padrinhos. Julius, Randolph, vocês poderiam vir comigo, por favor? Precisamos conversar.

Os três amigos retiraram-se, aquele sorriso ainda no rosto de Tiago.

_Torno a dizer, meu irmão cheirou meia e eu acho que foi meia do Adriano, depois de uma tarde de corrida. _ disse Lílian.

_Engraçadinha. _ disse Adriano enquanto Nereida, de mãos dadas com ele, sufocava uma risada _ Minhas meias não ficam tããão intragáveis assim, mesmo depois de uma boa corrida de 10 Km.

_Estou falando sério, Adriano. Só assim para entrar de cabeça em algo que, com certeza, deve ser algum golpe do Pettigrew. A não ser que...

_... Que o quê, Lílian? _ perguntou Mafalda.

_Não sei, prima. Vamos esperar para ver.

_Acha que Tiago sabe que é uma armadilha? _ perguntou Sabrina.

_Ele não seria Tiago Potter se não soubesse. Aposto um galeão como meu maninho já tem alguma coisa em mente. _ respondeu Lílian.

Como que sublinhando as palavras da irmã, Tiago aproximou-se, acompanhado de Randolph e Julius, com um pergaminho na mão.

_Mana, faça-me um favor, sim? Entregue isto à mamãe, após o jantar.

_O que é isso, Tiago? Seu testamento? _ perguntou Sun-Li, fazendo uma brincadeira com o amigo.

_Nada assim tão dramático, Sun-Li. _ respondeu Tiago _ Só posso dizer que tem a ver com o que ocorrerá hoje à meia-noite. E amanhã todos ficarão sabendo no que foi que a coisa deu. Não, mana! Não abra! Entregue-o para a mamãe, lacrado. E tente ser discreta, sim?

_Você está armando alguma, Tiago. Posso ver nos seus olhos.

_Sou assim tão transparente, Larissa? Bem, não vou dizer mais nada para não estragar a surpresa. O resultado de tudo, vocês saberão amanhã.

Às onze e meia da noite, três bruxinhos adentravam a Torre de Astronomia, procurando fazer o maior silêncio possível.

_Acho que chegamos antes deles. _ sussurrou Randolph.

_Sim. _ sussurrou Tiago, de volta _ Vocês concordam comigo que foi melhor chegarmos ainda mais cedo do que o combinado?

_Com certeza. _ disse Julius, baixinho _ Com a “Fuinha Safada” a gente sempre tem de estar com o pé atrás. Hmm, parece que, realmente, ninguém veio aqui, nesta noite. O sofá mais mal-falado de Hogwarts não parece ter sido utilizado, recentemente.

_Sim, mas quem quer que tenha estado aqui da última vez não cobriu bem seu rastro. “Condom Evanesco”. _ disse Randolph, apontando a varinha para um ponto debaixo do sofá e fazendo com que um pequeno objeto desaparecesse.

_Eca, que porquice! _ disse Tiago _ Eu sempre pensei que qualquer um, depois de usar aquilo, procurasse fazê-la desaparecer ou a jogasse no lixo.

_Decerto era algum sonserino. _ comentou Julius, fazendo com que os três rissem, baixinho.

_Tá, mas os caras deveriam estar por aqui. _ disse Randolph.

_Pois é, a coisa está esquisita. _ comentou Tiago _ Vamos ver o terraço.

Os três amigos saíram da sala e foram para o terraço, respirando com gosto o puro ar noturno.

_Não estão em parte alguma. _ disse Randolph.

_Gente, eu não estou gostando. _ disse Julius.

_Vocês têm razão, a coisa cheira mal, igual a um rato. _ disse Tiago, franzindo a testa _ E também cheira a...

_ARMADILHA!!! _ disseram os três, juntos, ao verem a única porta fechar-se atrás deles, deixando-os no terraço, sem terem como voltar para dentro da torre.

_Fuinha sarnenta! _ exclamou Tiago _ Abra essa porta!

_Mas nem pensar, Sr. Tiago Potter! _ respondeu uma voz guinchosa, do outro lado da porta _ Foi mais fácil do que pescar em um barril. Vocês ficarão aí, sem saída, até que os professores cheguem.

_O que quer dizer? _ perguntou Julius.

_Mandamos um bilhete anônimo para o Prof. Snape. _ disse Waverly, rindo, juntamente com Pettigrew e Portman _ Logo eles vão chegar e pegar vocês, violando o horário de estarem nas Salas Comunais.

_Vejamos... são 23:40 h. _ disse Portman _ Nós antecipamos o fato de que vocês chegariam mais cedo e dissemos no bilhete para que eles estivessem aqui na Torre, às 23:50 h. Eles vão chegar e pegar três bruxinhos, bem onde não deveriam.

_E parece que nós já pegamos. _ disse uma voz, vinda da porta e os três voltaram-se, vendo a quem ela pertencia.

À frente dos três sonserinos, encontravam-se Severo Snape e Harry Potter, com as pontas das varinhas iluminando a sala.

_Pois é, Prof. Snape. O primeiro bilhete dizia para que chegássemos às 23: 50 h, mas parece que acertamos em vir mais cedo, como nos disseram no segundo bilhete.

_Primeiro? Segundo? Houve mais algum bilhete para os professores, além daquele que mandamos? _ E Pettigrew mordeu a língua, arrependendo-se de ter falado demais.

_Ora, ora. Então foi o senhor, Sr. Pettigrew, quem me mandou um bilhete anônimo? Um bilhete que dizia para virmos à Torre de Astronomia às 23:50 h, se quiséssemos pegar três alunos violando o horário de recolher?

_Acontece que recebemos um outro bilhete, senhores, no qual estava escrito que, se chegássemos aqui dez minutos mais cedo, a probabilidade de conseguirmos pegá-los seria ainda maior. E parece que estava certo.

_Ei, espere, Prof. Potter! Tudo bem, está certo que fomos nós que mandamos o bilhete, mas ninguém seria tão estúpido ao ponto de entregar a si mesmo. Nem os paspalhos da Lufa-Lufa. _ disse Waverly _ Os alunos dos quais o bilhete falava são outros.

_Para começo de conversa, Sr. Waverly, a Lufa-Lufa não é composta de paspalhos. Creio que os nomes “Cedric Diggory, Susan Bones, Anna Abbott, Malone, Alice Westenra Longbottom” e vários outros dizem o contrário. _ disse Harry _ Seria o mesmo que dizer que todo sonserino, sem exceção, é trevoso. Acontece que recebemos os bilhetes e os únicos alunos que estamos vendo aqui são vocês.

_OK, Prof. Potter. _ disse Pettigrew _ Tá certo, nós três vamos nos ferrar, mas não vamos sozinhos. Há mais três alunos, do lado de fora daquela porta e um deles é seu filho. Os outros dois são Lupin e Longbottom.

_É mesmo? _ perguntou Harry _ Vamos conferir.

Abriram a porta e saíram para o terraço da torre. Estava completamente vazio. Nenhum sinal de Tiago, Randolph e Julius.

_Expliquem-se! _ exigiu Snape.

_Mas, p-professor... _ balbuciou Pettigrew _ ... Eu j-juro que os três estavam aqui, no terraço!

_Bem, a não ser que tenham aprendido a voar sem vassoura o que, mesmo com treinamento Ninja, não é possível, eles jamais estiveram aqui. _ disse Harry.

_Não pode ser. _ disse Waverly _ Eles desaparataram?

_É impossível desaparatar dentro dos limites de Hogwarts, qualquer um sabe disso, Sr. Waverly. _ disse Snape _ Há inúmeros bloqueios de segurança. Ao que parece, suas tentativas de atribuir a outros a responsabilidade por suas faltas não está dando nem um pouco certo. Espero que estejam satisfeitos, senhores, por estarem me obrigando a fazer uma das coisas que mais detesto: ter de tirar pontos de minha própria Casa. Aqui está o Prof. Potter, que não me deixa mentir.

_Falando em mentir, que coisa mais feia, Sr. Pettigrew. Vocês estão deixando o Prof. Snape sem saída. _ disse Harry, intrigado com a insistência deles em afirmar que Tiago, Randolph e Julius estavam ou estiveram lá. Mas, ao olhar para um ponto do terraço, suas dúvidas se desfizeram e o bruxo teve de fazer o maior esforço para não rir, enquanto Snape passava uma descompostura nos seus alunos.

_Vejamos, violando o horário de recolher, menos dez pontos para cada um. Menos dez por mentirem e, bem... menos dez por serem tão idiotas em acharem que acreditaremos. Além disso, cumprirão duas semanas de detenções. Prof. Potter, eu soube que os banheiros estão sendo reformados, sem magia, não é?

_Exatamente, Prof. Snape. Eu concordo com o que o senhor tem em mente. Acho que os pedreiros irão ganhar três auxiliares voluntários.

_E, ao contrário de Derek, eles não serão “Pedreiros Livres”. _ Snape deu um pequeno sorriso ao fazer um trocadilho com o nome de Derek Mason e a Ordem Maior, Justa e Perfeita à qual ele pertencia. “Mason”, em Inglês, significa “Pedreiro” e a Ordem era conhecida como “Pedreiros Livres”, em Inglês, “Free-Masons” e, em Francês, “Franc-Maçons”. Harry estava estranhando o fato de Severo Snape, sempre sério, ter feito uma piada, aliás, inteligentíssima, até que Snape explicou _ Sim, Sr. Potter. Os anos me fizeram desenvolver um certo senso de humor.

_Britânico, assim como nós. _ disse Harry, também sorrindo, embora sua vontade fosse explodir em gargalhadas. Abaixou-se, fingindo amarrar os sapatos e, sem que ninguém percebesse, recolheu quatro pequenos objetos do chão, guardando-os em seu bolso.

Enquanto isso, na Sala Comunal da Grifinória, Tiago e Randolph brindavam com suas taças de suco de abóbora, torcendo-se de rir, enquanto contavam aos colegas, que também estavam às gargalhadas, o que haviam feito. Na Corvinal, Julius fazia o mesmo, abraçado a Sun-Li, que ria tanto quanto ele. Nenhum dos três havia sequer colocado o nariz para fora de suas Casas naquela noite.

Mas a coisa ainda não parou por ali. Na manhã seguinte, na hora do café, todos estranharam o fato de que Pettigrew estava com seu chapéu cônico enterrado até as orelhas. Ora, os chapéus só eram usados em datas especiais, portanto aquilo não era comum. Na mesa da Sonserina, apenas três pessoas sabiam o que havia acontecido e seguravam o riso, enquanto uma delas dava uma piscadela disfarçada e fazia um sinal de “positivo” para Tiago. Este, sabendo que a coisa havia dado certo, achou que era a hora de dar o “Coup de Grâce”, já que o momento era o mais apropriado possível.

O bruxinho concentrou-se, com os olhos semicerrados e, disfarçadamente, fez alguns gestos com as mãos, semelhante ao Kuji-Kiri. Na mesma hora, o chapéu de Pettigrew elevou-se no ar, movido pela Telecinese de Tiago Potter. A cena que se apresentou era tragicômica.

Albert Trelawney Pettigrew estava com seus cabelos inteira e totalmente cor-de-rosa, não sobrando nenhum fio sequer de outra cor. Parecia que sua cabeça era um enorme chiclete de bola. Na mesa dos professores, Snape sussurrou para Harry, ao seu lado:

_Potter, seu garoto é um capeta. Tem certeza de que ele não é o avô, reencarnado?

_Segundo o que a Jan me disse, não é não, Prof. Snape. E vou tomar como um elogio. _ respondeu Harry, em voz baixa e a sorrir.

_Mas ele honra dignamente o nome que recebeu. Nem mesmo o avô teria feito melhor. _ sussurrou Sirius _ Esta foi digna dos Marotos.

_Eu que o diga. _ disse Snape _ Já fui vítima de um bom número das pegadinhas de vocês.

Nas mesas dos alunos ninguém falava nada, apenas olhando fixamente para o jovem sonserino, que parecia um pirulito, com seu corpo magro e a cabeça rosada. Até que, na mesa da Grifinória, uma voz quebrou o silêncio:

_Caracas! _ disse Randolph para Tiago _ Com esse cabelo, Pettigrew poderia passar por irmão da mamãe!

_Ora, ora, ora! _ comentou Tiago, em tom divertido e alto o suficiente para que fosse ouvido em todo o Salão Principal _ Então, finalmente descobri onde é que foi parar o dever de Poções que o Prof. Snape nos passou anteontem, a Poção de Mudança de Cor Potencializada! Parece que Pettigrew a confundiu com o xampu dele!

Com as palavras de Tiago, todo o Salão Principal prorrompeu em gargalhadas. Somente os professores se seguraram, para manter o decoro. Mas até mesmo Severo Snape estava começando a ficar vermelho, ainda que a peça tivesse sido pregada em um aluno de sua Casa. Quando os risos pararam e o salão voltou ao normal, ele dirigiu-se a Pettigrew, esforçando-se para não rir.

_Não se preocupe, Sr. Pettigrew. Essa poção não é prejudicial aos cabelos. Inclusive, os integrantes de várias bandas de Rock Bruxo utilizam-na para mudarem o visual. Creio que vocês já devem ter visto Donaghan Tremlett, da banda “As Esquisitonas”, com o cabelo verde, em uma entrevista que ele deu no Talk-Show de Arianne Skeeter na WBC, na semana passada. Os ingredientes até nutrem e fortalecem os fios e o cabelo volta à cor normal em uma semana. Bem, se me derem licença, preciso pegar um material no meu laboratório particular, para a aula de hoje. _ e Severo Snape saiu do Salão Principal, antes que explodisse em gargalhadas, o que não ficaria bem para ele nem como professor e nem combinava com o Severo Snape que todos conheciam.

_Eu também. _ disse Janine, levantando-se.

_Jan, eu vou com você. _ disse Hermione.

_Bem, eu já terminei. _ disse Gina _ Vou voltar ao hospital, para revisar a remessa de poções medicinais que o St. Mungus nos mandou. Com licença, Sirius.

_Gina, eu te acompanho. _ disse Harry _ Tenho de passar na minha sala.

Um a um, os professores foram saindo até que, por último, saíram Sirius e Ayesha. Quando ficaram só os alunos, um silêncio pesado pairou sobre o salão, logo quebrado por um grito, vindo da mesa da Sonserina.

_EU TE MATO, TIAGO POTTER, SEU FILHO DE UM BASILISCO!!! _ Albert Pettigrew tentou avançar, mas Waverly e Portman contiveram-no.

_Calma, cara! Não arranje mais encrenca _ disse Waverly.

_Isso, mesmo, Al. _ concordou Portman _ Deixe a poeira abaixar, cara.

Na mesma mesa, três pessoas piscaram para Tiago, disfarçadamente. Uma delas era Fernanda Astoria Parkinson Sheldrake.

As outras duas eram Mirela e Mariel Dort Moldov Nero.

Tiago Potter estava, ao menos por enquanto, suficientemente vingado.

Naquela noite, depois do jantar, os Novos Marotos foram para a Biblioteca, a fim de revisarem as matérias do dia. Logo chegou a hora de retornarem para suas Salas Comunais. Antes de irem dormir, Tiago e Narcisa liam um Mangá, em frente à lareira.

_Que coisa mais engraçada, Tiago. Apesar de estar acostumada, eu ainda acho diferente isso de ler uma revista da direita para a esquerda.

_É algo diferente, realmente. Mas o traço é muito legal.

_Você sempre gostou, não é?

_Sim. E até aprendi a desenhar, veja. _ e, pegando uma lapiseira, uma borracha e uma folha de pergaminho, logo desenhou um personagem.

_Você gosta dessa série, hein?

_Com certeza. Ken Akamatsu é um gênio. E a história do Negi lembra um pouco a do papai.

_Com a diferença que ele não teve de lecionar Inglês para trinta e uma alunas adolescentes de um colégio feminino no Japão, aos dez anos de idade.

_Alguém falou de mim? _ disse Harry, entrando na Sala Comunal da Grifinória, acompanhado de Gina.

_ “L'attention, le Gryffondor ! Le professeur dans la Pièce Commune!(“Atenção, Grifinória! Professor na Sala Comunal!”) _ ouviu-se a voz de Francine, Monitora da Grifinória, anunciando a chegada do casal.

_Papai! Mamãe! Vieram nos fazer uma visita? _ fora da sala de aula, Tiago e Lílian tratavam os pais de forma mais informal.

_Muito engraçado, Sr. Tiago Potter. _ disse Harry _ Como se já não bastasse transformar o Pettigrew no clone da Tonks, o senhor ainda terá de explicar isto aqui.

Harry tirou do bolso quatro objetos: três pedaços de papel, recortados como se fossem bonecos de forma humana, com caracteres em Katakana escritos e uma coisa que parecia uma pequena orelha humana, moldada em algo que lembrava borracha.

Três Shikigami e uma Orelha Remota.

Tiago marcou a página do Mangá, fechou a revista e olhou para seus pais.

_Bem, o senhor não achou, nem por um instante, que eu iria cair naquela armação tosca do Pettigrew, achou? Na hora em que ele me desafiou para um duelo, eu senti o cheiro do golpe. Ainda mais porque eu me lembrei de quando o senhor me contou que o Tio Draco armou uma coisa parecida, quando vocês estavam no primeiro ano. Eu não seria um Potter e muito menos seu filho, se deixasse que aquela “Fuinha Safada” me passasse para trás.

_Papai fez isso? _ perguntou Narcisa _ Essa ele não me contou.

_Pois é. Ele armou aquilo, me desafiando para um duelo, para que Filch nos pegasse pelos corredores à noite. Com aquilo, acabamos indo parar no corredor do terceiro andar, entrando em uma sala e dando de cara com o Fofo. _ disse Harry.

_Fofo? _ perguntou Simone.

_Um Cérbero, que Hagrid emprestou a Dumbledore, para proteger a Pedra Filosofal. _ disse Gina _ Imagine a cena: Harry, Rony e Hermione frente a frente com um cão gigante de três cabeças.

_Prefiro nem imaginar. _ disse Sabrina.

_Bem, o senhor ainda nos deve uma explicação. _ insistiu Harry.

_OK. Eu imaginava que ele iria querer armar para que nos pegassem, fora da Sala Comunal. Principalmente porque ele frisou para que chegássemos às 23:45 h. Com isso, ele nos encurralaria no terraço e o terreno estaria preparado para que vocês nos encontrassem. Era líquido e certo que ele mandaria um bilhete anônimo ao Prof. Snape, inclusive sugerindo que o senhor também fosse, para obrigá-lo a me punir, como um dever de professor, me fazendo pagar um baita mico.

_Mas nós nos antecipamos a ele, Tio Harry. _ disse Randolph _ Nós escrevemos outro bilhete, que Tiago pediu para que Lílian entregasse para Tia Gina. Também era anônimo e sugeria que chegassem antes, para que tivessem certeza de que os transgressores não escapariam.

_E nós chegamos mais cedo, quer dizer, nossos clones de papel, os três Shikigami, um deles com uma Orelha Remota no bolso. Através dela, nós monitorávamos o que acontecia, já imaginando que eles tentariam nos encurralar no terraço, de onde não poderíamos sair, caso eles trancassem a porta. _ Tiago continuou a explicação _ E, quando os caras trancaram a porta, simplesmente desfizemos o encanto e os Shikigami voltaram às suas formas originais. Como a Orelha Remota é pequena, somente alguém que soubesse o que procurava iria encontrá-la. E, quanto aos Shikigami, quem iria reparar em três pedaços de papel?

_Na verdade, nenhum de nós violou o horário do recolher, Tio Harry. Afinal de contas, nenhum de nós saiu da Sala Comunal. _ disse Randolph _ Nem nós e nem Julius.

_Nós até pensamos em tentar o Kage Bunshin, a Técnica de Multiplicação. Mas não conhecemos muito bem. _ disse Tiago _ Então, recorremos aos Shikigami e parece que eles cumpriram bem com o seu... papel.

_Vocês são piores do que nós jamais fomos. _ disse Gina _ Mas, de certa forma, estamos orgulhosos de vocês, por não se deixarem ser envolvidos em um golpe, seja de quem for e por demonstrarem um talento tão grande em magia Onmiyô.

_Mas procurem não exagerar nas pegadinhas e, como eu já disse antes, não bancarem os vingadores. _ disse Harry _ Bem, valeu pelo bilhete que vocês pediram para que Gina me entregasse. Até amanhã, jovens.

_Até amanhã. _ disseram os alunos, enquanto Harry e Gina saíam pela abertura. O quadro da Mulher Gorda fechou-se atrás deles.

_Você vai obedecer ao papai e deixar o Pettigrew em paz, mano?

_É só ele não se meter a besta e parar de mexer com quem está quieto, mana. Caso ele resolva aprontar mais alguma, eu vou apenas me defender.

_Vendo o modo como você se defende, Tiago, eu vou ficar assustada quando você resolver atacar. _ disse Narcisa.

_Não se preocupe, Narcisa. _ disse Randolph _ Aqueles três patetas terão bastante com o que se ocuparem, nas próximas duas semanas, pois estarão cumprindo suas detenções como auxiliares dos pedreiros que estão reformando os banheiros de Hogwarts.

_É mesmo. Os banheiros estão sendo reformados, sem o uso de magia. Bem, eles vão ter bastante trabalho, mesmo. _ disse Soraya.

_ “Bien, mes ches amis, c'est l'heure du coucher. Tout le monde aux chambres à coucher. Bonne nuit” (Bem, meus caros amigos, é hora de dormir. Todos para os dormitórios. Boa noite). _ Francine Delacour Weasley, Monitora da Grifinória, tratou de avisá-los de que já era hora de se recolherem.

_Está bem. Boa noite, Francine. Até amanhã. _ disseram os alunos, subindo para os dormitórios.

Naquele momento, Pettigrew, Waverly e Portman estavam no segundo andar, em companhia do Prof. Snape.

_Bem, senhores, seu serviço será, depois de os pedreiros terem terminado seu serviço, executarem a limpeza e manterem tudo em ordem, guardando as ferramentas e os materiais. Hoje, eles trabalharam neste e é aqui que vocês iniciarão suas tarefas de detenção.

_Tinha de ser justamente neste, Prof. Snape? _ perguntou Pettigrew.

_Algo contra?

_Não, acontece que... _ disse Portman.

_... É o banheiro da Murta que Geme. _ completou Waverly.

_Falando mal de mim? _ o vulto perolado de Myrtle Galloway, a Murta que Geme, surgiu à frente deles, fazendo com que os sonserinos dessem um pulo.

_Credo, senhores! _ exclamou Snape _ Três bruxos com medo de fantasma?

_Ah, vai ficar tããão bonito. Quase tanto quanto esse seu lindo cabelo, todo cor-de-rosa _ disse Murta, flutuando e sorrindo.

_Desculpe, Murta. _ disse Pettigrew, ignorando o comentário do fantasma da primeira vítima de Voldemort _ É que você chegou muito de repente.

_Algum problema,querida? _ outro fantasma, o de um rapaz de dezessete anos, surgiu e abraçou Murta. Era Cedric Diggory, atual Fantasma-Residente da Lufa-Lufa.

_Não, meu amor. Estes jovens estão auxiliando os pedreiros que começaram a reformar os banheiros de Hogwarts.

_Caprichem, hein? Boa noite. _ disse Cedric, tomando Murta pela mão e ambos saindo a flutuar.

_Vocês ouviram o Sr. Diggory. _ disse Snape _ As vassouras e o material de limpeza estão lá dentro. Podem começar.

_Já que não tem jeito, vamos lá. _ disse Pettigrew, com um suspiro. Os três sonserinos entraram no banheiro, pegaram as vassouras, os panos de limpeza e começaram a trabalhar. Todos eles tinham passes de corredor, para poderem voltar à Sonserina.

Depois que eles já haviam terminado, estavam saindo, em direção à Sala Comunal da Sonserina.

_Vão na frente. Eu vou em seguida. _ disse Pettigrew.

_O que houve? _ perguntaram Portman e Waverly.

_Meio apertado.

_Mas é um banheiro feminino!

_Dadas as circunstâncias e a esta hora da noite, isso não tem a menor importância. Fui. _ disse Pettigrew, correndo de volta para o banheiro.

_Bem, ele disse que poderíamos ir. Então... _ disse Waverly.

_... Vamos indo. _ concluiu Portman.

Dentro de um dos boxes, já mais aliviado, Pettigrew preparava-se para sair, quando ouviu um barulho esquisito, como se fosse um sibilo. Então, resolveu espiar.

O que Albert Pettigrew viu, deixou-o de queixo caído.


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