Harry Potter e o Estigma da Serpente escrita por JMFlamel


Capítulo 50
Shicho Parte 4: Clímax


Notas iniciais do capítulo

Ambas as batalhas tiveram emocionantes desfechos. Agora é a hora de chorar os mortos e se preparar para os acontecimentos por vir.



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CAPÍTULO 49

 

SHICHO PARTE4: CLÍMAX

Hogwarts, final da batalha.

O QUE FOI QUE VOCÊ FEZ, SUA CADELA DAS TREVAS?!?!?!

O grito de Nereida Snape fez com que, por alguns instantes, todos parassem o que estavam fazendo. Chegando até Daphne Cornwall, afastou com uma explosão de Ki o Auror que estava para manietá-la e em seguida, começou a golpear a bruxa das Trevas, que se defendia com competência, mas sem o nível de habilidade e poder da filha de Severo Snape, acrescido da fúria da garota.

—Miserável! _ gritava Nereida, enquanto emendava golpe atrás de golpe, vencendo as defesas da outra e começando a deixá-la cheia de equimoses. Até que, a certa altura, Adriano segurou a namorada, para que ela parasse de bater em Daphne, antes que algo pior acontecesse.

—Calma, Nereida! _ exclamou Adriano _ Assim você vai matá-la!

—Não vou chegar a isso, Dri. _ disse Nereida, enquanto era contida pelo namorado, não sem dificuldade _ Só quero bater nela o bastante para que precise de uma Reformatação Facial Mágica.

—Mas se você continuar, nem mesmo a Dra. Martinette Thomas vai conseguir dar jeito na cara dela. _ disse Sabrina, ajudando Adriano a conter a garota, sem muito sucesso. Somente com a ajuda de Hsiao e Pendergast foi que a assassina foi poupada daquela saraivada de socos e chutes.

—Minha missão foi cumprida. _ disse Daphne Cornwall com certa dificuldade, devido aos lábios inchados, enquanto Nereida ainda fazia força para atingi-la, conseguindo acertar mais alguns golpes _ O bilhete com a ordem de “Escuridão” dizia exata e literalmente “Mate Severo Snape”. Não me cabia questionar.

Depois de um último chute no traseiro de Daphne, Nereida se deixou ser levada pelos amigos. A assassina de Severo Snape estava bem estragada, com um braço quebrado, várias equimoses pelo corpo e o rosto meio desfigurado, com os olhos roxos, malares fissurados, os lábios inchados e alguns dentes faltando. Só então, enquanto os Aurores a levavam para o St. Mungus, foi que Nereida Snape se permitiu sentar em um banco e chorar pela morte do seu pai.

—Chore o quanto precisar, Nereida. _ disse Adriano _ Sei que coisa alguma que eu disser trará seu pai de volta, mas podemos fazer com que a morte dele não seja em vão. Começando por não permitir que você também se torne uma assassina.

Em outros pontos do castelo, os invasores remanescentes também estavam sendo manietados e recolhidos pelos Aurores. Dois deles, um casal, haviam se escondido atrás de uma sebe e tentavam chegar até a ponte, para conseguirem fugir de Hogwarts. Só que antes disso, ambos tropeçaram em “alguma coisa” e caíram de cara no chão. Quando os dois tentavam se levantar, com alguns dentes meio frouxos, viram que o “alguma coisa” vinha na direção de suas caras, terminando de soltar os dentes. Foi então que perceberam o que era o “alguma coisa”. Os pés de outro casal, só que um casal de fantasmas.

Myrtle Elizabeth Galloway Warren? Cedric Diggory? _ espantou-se um dos bruxos _ Mas como foi que nos acertaram?

—E vou te acertar de novo, baranga, por dizer meu nome completo! Todos sabem que eu detesto! _exclamou Murta, dando outro chute na garota. A varinha dela voou para as mãos da fantasminha, que conjurou cordas mágicas.

Jogando a varinha para Cedric, ela viu o namorado fazer a mesma coisa com o outro bruxo, só que conjurando algemas plásticas.

—Resolvi inovar. _disse, sorrindo, o fantasma que já havia sido Apanhador da Lufa-Lufa.

—Continuo sem entender. _ disse o bruxo.

—Com um pouco de esforço, alguns de nós podem tornar o ectoplasma mais denso por algum tempo. _ disse Murta _ E como a magia se mantém, mesmo no estado de fantasma, basta que possamos empunhar uma varinha.

Nos últimos instantes da batalha, no Salão Principal, um grupo de bruxos do Círculo saiu das sombras e tentou uma última e desesperada investida contra Gina, Ayesha e Hermione, mas todos foram frustrados pelas crianças, principalmente por Tiago, Narcisa, Lílian, Sabrina, Clifford, Randolph, Mafalda, Albert e Leilane. Os bandidos simplesmente soltaram as varinhas e permaneceram no salão, a alguns passos de seus pretensos alvos, simplesmente paralisados.

—O que foi que vocês utilizaram neles? _ perguntou Hermione.

—Ora, mamãe, simplesmente aquela adaptação de Feitiços Domésticos para batalha. _ disse Mafalda.

—O Feitiço de Dobrar Roupas foi para lá de eficiente, Profª Weasley. Com elas dobradas no corpo, eles ficaram impedidos de se mover._ disse Albert, observando ao redor, para ver se não aparecia mais algum invasor.

Os Aurores recolheram aqueles retardatários, que foram agrupados juntamente com os outros. Pouco tempo depois, todos os invasores haviam sido presos e levados para a prisão da Torre de Londres, antes de serem julgados e mandados para Azkaban. A Batalha de Hogwarts havia terminado, mas a outra ainda não.

Cidadela de Bóreas”.

A destruição do arsenal realmente equilibrou a batalha, até o momento em que a munição de ambos os lados terminou. Quando todos tiveram que partir para o corpo-a-corpo, a vantagem passou a ser do contingente invasor, graças ao treinamento. Mesmo que os bandidos bruxos e trouxas do Círculo Sombrio fossem aguerridos combatentes, não tinham o mesmo preparo dos militares da Royal Navy, dos Aurores e, principalmente, dos membros da Ordem da Fênix. O Ninjutsu-Bruxo, aliado ao trouxa e às várias formas de artes marciais, fusionadas no MMA, ia provando a sua superioridade, com a progressiva derrota dos membros do Círculo.

Liderados por Rony Weasley e coordenados pelos gêmeos e mais por Marino, Daniel e Claudiomir, eles moviam-se como uma bem ajustada máquina de combate, incapacitando os adversários, alguns deles permanentemente.

Alheio a esses acontecimentos, Harry Potter prosseguia em direção ao Centro de Comando, com Luna, Janine e Draco. Alcançando a porta de acesso à sala de reuniões do Conselho dos Sete, uma desagradável vibração no Ki fez com que ele avisasse os outros.

DESVIEM-SE, AGORA!!!— o aviso de Harry Potter fez com que os quatro fizessem uma Desaparatação de Curta Distância para os lados, saindo do raio de ação do mortal feitiço que se seguiu à invocação, vindo de dentro da sala.

— “AVADA KEDAVRA!!!” _ a Maldição da Morte deixou de atingi-los por pouco. A mesma sorte não foi partilhada por um bruxo que os estava seguindo, oculto por um Feitiço de Desilusão. O raio verde cintilante o atingiu e ele caiu duro na hora.

Os quatro entraram na sala de reuniões,com as varinhas em punho, prontos para encarar o que quer que “Escuridão” tivesse preparado para eles. O bruxo estava na tribuna dos líderes mas, em vez de lançar um feitiço, empunhava uma espada. Uma espada que Harry já havia visto antes e que julgava estar destruída, mas as esmeraldas no cabo não deixavam dúvidas sobre ela.

—Venha me encarar em um duelo de honra, Harry Potter. Eu estou lhe esperando, ansiosamente. _ disse “Escuridão”, girando a espada.

—Como se você soubesse o significado dessa palavra. _ disse Harry, guardando a varinha e desembainhando a sua _ E essa espada era para estar destruída.

—Ora, então você a reconheceu. Sabe, Harry Potter, tivemos um grande trabalho, pois nos custou muito tempo e muito dinheiro para recuperá-la e reforjá-la. Por sorte, o Círculo Sombrio dispunha de ambos. _ a Dai-Katana nas mãos de “Escuridão” não era outra senão a “Víbora de Aço”, a espada de lâmina Muramasa outrora pertencente ao próprio Lord Voldemort.

—Não importa qual lâmina Muramasa você tenha, “Escuridão”. Seja a “Visão dos Sete Infernos”, que destruí em nosso confronto no Templo de Quetzalcoatl em Teotihuacán ou a “Víbora de Aço” recuperada, a “Espírito do Artífice” sempre as destruirá, graças à promessa de Amaterasu Omikami. Uma espada Masamune sempre vencerá uma Muramasa. _ disse Harry, empunhando sua espada em posição de combate.

Os dois bruxos cruzaram as espadas e começaram a trocar golpes, faíscas saltando ao entrechocar das lâminas. Nesse meio tempo, um grupo de bruxos era combatido por Luna, Janine e Draco que, enquanto lutavam, procuravam por qualquer indício da entrada da câmara secreta de que “π” havia falado e na qual encontravam-se vários objetos dos quais precisariam, entre eles, o volume do Necronomicon que continha o “Eser Ha-Makot” e o receptáculo da porção de cinzas de Lord Voldemort que mantinha o espírito do Lorde das Trevas prisioneiro da Cláusula de Submissão que “Escuridão” acrescentara ao “Contrato de Seth e Anúbis”.

O bruxo das Trevas combatia furiosamente e pareceu a Harry que havia uma sutil diferença no estilo de esgrima do adversário, embora aquilo pudesse se dever ao fato de que a outra espada Muramasa empunhada por “Escuridão” em Teotihuacán fosse a “Visão dos Sete Infernos” e a possível diferença entre os pesos das espadas pudesse explicar. Enquanto isso, os outros três deram conta dos bruxos que haviam vindo para apoiar seu chefe. Foi então que, pressionando um botão disfarçado, Draco viu que uma parte da parede deslizava para o lado. Era o acesso à câmara secreta de “Escuridão”.

—Consegui! _ exclamou Draco _ Vamos ver o que encontramos lá dentro.

O interior da câmara era um misto de escritório, aposentos particulares e museu. Na mesa de trabalho, estava o volume do Necronomicon que ainda estava em poder do Círculo e que continha o “Eser Ha-Makot”, que tantos problemas já causara para a Bruxidade e cuja última praga, a Morte dos Primogênitos, “Makat Bechorot”, ainda não havia sido lançada. Havia vários quadros nas paredes e caixas envidraçadas, contendo objetos que “Escuridão” havia recolhido em várias partes do mundo. Entre eles, um conjunto de três espelhos de corpo inteiro chamou a atenção de Luna. Buscando pelo recipiente das cinzas de Lord Voldemort, Janine abriu um armário e deparou-se com uma grande quantidade de frascos de medicamentos e receitas em nome de “Vladimir Koslov”, assinadas pelo Dr. Vesalius, do St. Mungus. Mas as cinzas não estavam ali.

Mesmo que a espada empunhada por “Escuridão” fosse bastante poderosa, a promessa de Amaterasu Omikami se mantinha e Harry ia levando cada vez mais vantagem sobre o bruxo das Trevas, enquanto os tremores aumentavam e as fissuras nas paredes iam se transformando em rachaduras. O chão também ia ficando cada vez menos firme. Foi quando Draco, Luna e Janine saíram da câmara secreta, o loiro sobraçando o volume do Necronomicon.

—Harry! Estamos com o livro, mas não encontramos as cinzas de Lord Voldemort! _ exclamou Draco.

—E nem iriam encontrá-las, traidor! _ exclamou “Escuridão”, com uma risada insana, enquanto trocava golpes com Harry _ Elas estão no lugar mais seguro possível, estão comigo. E a partir de agora não estarão com mais ninguém!

Uma fissura no piso tornou-se uma rachadura, que se alargou e tornou-se um buraco. O bruxo pegou um frasco que trazia dentro das vestes, preso por  uma corrente e jogou-o no chão em direção ao buraco, vendo o frasco se quebrar e as cinzas desaparecerem, engolidas por ele.

—O que foi que você fez, maldito?! _ Harry estava furioso e golpeou com tal força, que a “Víbora de Aço” se partiu perto da empunhadura, fazendo com que “Escuridão” a largasse.

—Agora não há mais jeito de libertar o espírito de Lord Voldemort e o destino do “Avatar das Trevas” formado por seus filhos só poderá ser a morte ou a loucura. Eu venci e ainda vou fazer mais. _ disse “Escuridão”, com uma gargalhada insana.

O líder do Círculo Sombrio começou a recitar uma invocação que foi deixando os outros bruxos espantados, enquanto o ar ia ficando mais frio e um tremor se fazia sentir, que nada tinha a ver com os abalos causados pela explosão do arsenal.

—Harry, ele está... _ disse Luna.

—... Eu sei o que esse alucinado está fazendo. _ disse Harry.

O bruxo parecia em transe, enquanto recitava.

—“...Ph'nglui mglw'nafh Cthulhu R'lyeh Wgah'nagl fhtagn...”

E, ao final da invocação, “Escuridão” levantou os braços.

—Harry, ele vai fazer a aclamação final! _ exclamou Draco.

Com os braços levantados, o bruxo começou a entoar.

— “IÄ, IÄ, CTHULHU FHTAGN!

—Pare com isso, “Escuridão”! _ exclamou Janine _ Você não sabe com o que está mexendo!

Alheio à bruxa brasileira, “Escuridão” prosseguia com a aclamação final.

— “IÄ, IÄ, CTHULHU FHTAGN!

Mas Harry havia chegado ao seu limite.

—Agora já chega, “Escuridão”! _ exclamou Harry _ Não vou tolerar mais essa insanidade! “TRAVALÍNGUA!

O feitiço imediatamente colou a língua de “Escuridão” ao palato, impedindo que o bruxo concluísse a aclamação final da invocação de Cthulhu, o maior e pior dos Grandes Antigos. Com a varinha embainhada, Harry estendeu o braço para lançar seu feitiço. Na hora, ninguém percebeu que Harry não havia usado a mão esquerda, aquela na qual estava o anel com cerne mágico. Quer dizer, ninguém à exceção de Luna, mas a loira resolveu guardar para si.

Mesmo impedido de falar, “Escuridão” continuou lutando, lançando feitiços de forma não-verbal e tentando golpear Harry. Mas a causa já estava praticamente perdida para ele. Por fim, já com a energia mágica meio baixa, bastou a Harry utilizar uma simples Azaração de Impedimento para lançar o bruxo das Trevas de encontro à parede e, enquanto “Escuridão” estava meio grogue, colocar Algemas Inibidoras de Magia nos seus pulsos.

O cruel líder do Círculo Sombrio finalmente estava imobilizado e era prisioneiro de Harry Potter e seus amigos.

—Seu louco! _ exclamou Harry, enquanto levantava o bruxo e o colocava sentado em uma cadeira _ O volume do Necronomicon que contém as invocações dos Grandes Antigos está conosco em Hogwarts, você estava invocando Cthulhu de memória e sem fazer a preparação completa. Se já seria ruim invocá-lo tendo cumprido todo o procedimento, imagine fazê-lo como você estava, tentando despertar de forma errada um ser que deve permanecer adormecido.

—Harry, encontramos coisas importantes na câmara, que você certamente vai querer ver. _ disse Luna _ Principalmente os espelhos.

—Espelhos? Vamos lá ver. _ disse Harry, enquanto dirigiam-se ao local secreto de”Escuridão” _ Este daqui eu conheço, ele já andou um tempo em Hogwarts. Esses outros dois... Me parece que a lenda é verdadeira, então. Depois eu te conto.

—E também me conte sobre os poderes de Magid. Ou pensa que eu não percebi que você não precisa mais da varinha para canalizar magia?

—Não conte a ninguém. Poucos sabem disso. Ainda há bloqueios aqui que estão me impedindo de usar o Feitiço de Transporte de Longa Distância e mandá-los para Hogwarts. _ disse Harry _ Mas posso mandá-los para o “Audacious II”, na doca.

Os espelhos foram mandados para o submarino e eles logo saíram da câmara, não sem que antes Luna pegasse um dos frascos de medicamento.

—Vamos sair logo daqui, Harry. _ disse Luna _ Isto está cada vez mais instável.

—De acordo. _ disse Harry. Os dois juntaram-se a Draco e Janine e conduziram “Escuridão” e os outros bruxos até onde estivera ocorrendo a batalha. Quando estavam quase chegando, cinco bandidos apareceram à sua frente, liderados por “Sombra”.

—Viemos te resgatar, “Escuridão”! _ disse “Sombra”.

—Nos seus sonhos, bruxa má! AGORA!— ouviu-se a voz de Rony Weasley, que vinha com um grupo _ “ESTUPEFAÇA!” “PETRIFICUS TOTALUS!” “IMPEDIMENTA!” “INCARCEROUS!

Pegos de surpresa pelos feitiços de Rony e dos outros, os bandidos foram presas fáceis. Mais um grupo para ser conduzido pelo caminho cada vez mais instável.

Chegaram ao colossal anfiteatro, no qual ocorrera a batalha. Os bandidos do Círculo, tanto os bruxos quanto os trouxas, já haviam sido dominados e estavam sendo conduzidos aos veículos que os levariam às embarcações da OTAN, que os aguardavam. Os CLANFs estavam na praia, já abastecidos e com os bandidos sendo embarcados. Outros estavam sendo levados para o submarino.

—Merlin! O que foi que houve com Moody? _ perguntou Harry, olhando para o corpo do Auror aposentado, veterano de muitas batalhas, estendido no chão.

—Um Sniper o atingiu, mas já acabaram com ele. O problema foi que também me pegou. _ disse Sirius, deitado de bruços em uma maca rígida.

—Como é? _ perguntou Draco.

—Estou com uma bala na coluna lombar. É perigoso tentar removê-la com feitiços, será preciso fazê-lo em um hospital bruxo. Mas não conseguimos fazer uma Chave de Portal eficiente, acho que os bloqueios ainda são fortes.

—Precisaremos chegar ao submarino e, com ele, ao “Galactic”. Com o petroleiro, será possível desaparatar para a costa dos EUA. _ disse Svetlana.

—Acha que há risco de que Sirius fique paraplégico? _ perguntou Gui.

—Sempre existe, Gui. _ disse Daniel _ Mas há uma chance, embora não em um hospital bruxo.

—Onde, Daniel? _ perguntou Miep e quem respondeu foi Marino.

—Em Arkham, Massachusetts. Eu soube que o Hospital da Miskatonic University fez grandes progressos com implantes neurais que reconstituem as sinapses, mesmo em caso de secção medular. _ disse o Oficial do Exército Brasileiro, olhando para os amigos _ O Dr. Halsey, Reitor da Escola de Medicina, entrou em contato com o Comandante do Exército e propôs que tentássemos usar esses implantes em militares e dependentes que tiveram lesões medulares. É um trabalho conjunto dos Departamentos de Medicina, Física, Engenharia e Biologia, com o Dr. Cain, o Dr. Graves, o Prof. Usry e o Prof. Lake, chefiando notáveis equipes em suas áreas.

—Então, teremos que sair o mais rápido possível, mesmo porque isso aqui está para vir abaixo. _ disse Fred.

Quase todos os bandidos, inclusive “Escuridão”, já haviam sido levados para as embarcações. Ainda restava um pequeno grupo, que seria conduzido ao “Audacious II”, entre eles “Sombra”. Enquanto a tripulação ia para a doca, a fim de embarcar no submarino, ela aproveitou um breve instante e pediu para falar com Harry e Draco.

—O que você quer, “Sombra”? _ perguntou Harry.

—Desejo colaborar com vocês, Harry Potter. “Escuridão” tem andado muito mais louco e cruel, de uns tempos para cá, perdendo todos os limites. Prova disso foi o sacrifício do “Leviathan” com toda a sua tripulação, depois do fracasso em Orlando, na Flórida (*Ler os Capítulos 40 a 42*). Por isso foi que Svetlana, tão leal, mudou de lado depois daquilo.

—E o que você tem em mente, “Sombra”? _ foi a vez de Draco Malfoy perguntar.

—Poderei ajudar a neutralizar o último golpe de “Escuridão”, mas para isso eu preciso estar livre. _ disse a bruxa.

—Não acha que está pedindo demais, “Sombra”? _ perguntou Harry.

—Calma, Harry Potter, eu não disse que quero escapar. Eu estarei no julgamento, pronta para depor como ré, responder pelos meus atos e pagar pelos meus erros. Mas eu preciso ter mobilidade para ir a alguns lugares, antes. Inclusive, para minha própria segurança, é melhor que eu me esconda até o julgamento. É praticamente certo que “Escuridão” deve ter dado instruções explícitas para que me matassem, caso eu resolvesse colaborar com o Ministério e eu creio que vocês não conseguiriam me manter segura até lá. _ disse ela.

—E espera que acreditemos piamente em suas palavras, “Sombra”? O que garante que você está realmente dizendo a verdade? _ perguntou Draco, meio descrente da sinceridade da bruxa _ Como poderemos confiar em você?

—Assim, Draco. “MAHORA SUPER SENTAI, BAKA RANGERS. BAKA RED”.

O olhar de Draco ficou meio vidrado e ele deu sequência às palavras de “Sombra”.

— “KAGURAZAKA ASUNA. BAKA BLACK”. _ respondeu o loiro.

— “AYASE YUE. BAKA BLUE”. _ “Sombra” continuou.

— “NAGASE KAEDE. BAKA YELLOW”. _ foi a vez de Draco falar.

— “KUU FEI. BAKA PINK”. _ “Sombra” deu a última senha, para que Draco completasse com a contra-senha.

— “SASAKI MAKIE”. _ Draco concluiu e seu olhar retornou ao normal. Então ele olhou para ela e para Harry _ Harry, não me pergunte como e nem por quê. Mas “Sombra” está dizendo a verdade. E não estou sendo dominado e nem sob sugestão pós-hipnótica.

Os três foram para um local mais reservado e Harry então questionou.

—Mas mesmo que “Sombra” esteja dizendo a verdade, que garantias temos de que ela estará no Tribunal, para responder pelo que fez? E eu não duvido de suas palavras, Draco. Tenho certeza de que que ninguém esteve ou está te dominando. Só preciso de uma garantia. _ disse Harry.

—Eu posso lhe dar uma garantia de que estarei lá, Harry Potter.

—Não adianta usar Maldição Imperius nem Extrato de Servidão, muito menos um Feitiço de Marca. _ disse Draco _ “Sombra” é muito poderosa e habilidosa, ela poderia neutralizar qualquer um deles. Só resta uma coisa que pode ser utilizada.

—Eu sei o que é, Draco Malfoy. _ disse “Sombra” _ E me submeto de boa vontade. Por favor, seja o nosso Fiador.

—Eu aceito, “Sombra”. _ disse Draco _ O que você acha, Harry?

—É a única coisa que pode garantir a sinceridade dela, Draco. Pois bem, eu estou de acordo, “Sombra”.

Harry Potter e “Sombra” deram-se cada um sua mão direita, segurando os punhos um do outro e Draco Malfoy manteve a varinha apontada, perto das mãos de ambos.

—Você não tentará escapar e estará no Tribunal, no dia do julgamento, para responder pelos crimes dos quais participou? _ perguntou Harry.

—Sim, estarei. _ respondeu “Sombra”, enquanto um fio vermelho brilhante unia suas mãos.

—Você se compromete a dizer a verdade sobre o que lhe for perguntado, dando todas as informações das quais tiver conhecimento sobre as ações do Círculo Sombrio? _ perguntou Harry.

—Sim, eu me comprometo. _ respondeu ela, novamente, enquanto um segundo fio vermelho se formava, unindo ainda mais as suas mãos.

—E você aceitará a punição que lhe for determinada pelo júri, seja ela qual for? _ Harry fez a terceira pergunta.

—Sim, aceitarei. _ respondeu “Sombra”, enquanto um terceiro fio vermelho brilhante terminava de unir as mãos dos dois. O brilho aumentou e se apagou.

—Contrato completado. _ disse Draco. O Voto Perpétuo havia sido perfeitamente executado _ Agora, vamos nos mandar daqui.

—De acordo. _ disse Harry _ Tudo está prestes a desabar.

Os três saíram dali e correram para a doca, embarcando no submarino. Um frio enregelante se fazia sentir, deixando claro que a magia de manutenção dos controles ambientais daquele espaço fractal mágico estava perdendo sua força. As outras embarcações já estavam cruzando o lago e saindo pelo portal. O “Audacious II” acionou suas máquinas e zarpou, logo alcançando o portal e saindo para a vastidão gelada do Ártico. Enquanto os CLANFs, equipados com lagartas, cruzavam a planície até o ponto de encontro com seus navios quebra-gelo, o submarino submergiu e entrou no túnel que lhe garantia o acesso ao mar aberto.

Logo que todos passaram pelo portal, ele se fechou completamente, mas a onda de choque sentida permitia saber o que havia acontecido. O colapso do espaço fractal mágico havia culminado em uma fortíssima explosão que, contida pelo portal, invertera-se em uma implosão. Nada havia sobrado inteiro lá dentro.

O submarino havia alcançado o mar aberto e as coordenadas do superpetroleiro “Galactic”, que os aguardava. No instante em que o “Audacious II” estava seguramente atracado, o colossal navio desaparatou, reaparecendo na ao largo da costa de Massachusetts, podendo ver Salem ao longe.

—Vamos levar Sirius para o Miskatonic University Hospital. O bloco cirúrgico está preparado e já estão esperando por ele. _ disse Marino, pegando um isqueiro Zippo no bolso _ Agora já dá para usar uma Chave de Portal.

Um brilho verde-azulado e Sirius transportou-se para Arkham, acompanhado por Marino, Gui e Miep. O “Galactic” desaparatou novamente e juntou-se às embarcações da OTAN, que transferiram os CLANFs para o superpetroleiro que, em seguida, realizou uma nova desaparatação até a Grã-Bretanha, a fim de levar os bandidos para a prisão.

Muito “convenientemente”, um tripulante do submarino simplesmente desapareceu, assim que o “Audacious II” atracou. “Sombra” utilizava suas habilidades em Transfiguração Pessoal Completa e começava a cumprir sua promessa.

—Agora, para Hogwarts. A parte mais difícil vem aí. _ disse Draco.

—Tem razão. _ disse Janine _ Contar o que houve com Moody, Percy e Sirius.

—Mas algo me diz que em Hogwarts as coisas também não devem ter sido nada fáceis. _ disse Harry.

Ele estava certíssimo. Nesse meio tempo, Marino entrou em contato de Arkham, informando que a cirurgia de Sirius estava quase no final e que ele logo iria para a sala de recuperação. Assim que possível, o militar mandaria mais notícias.

Os bandidos do Círculo já haviam sido levados para a prisão bruxa no subterrâneo da Torre de Londres, exceto “Escuridão”. Este estava em uma cela de segurança máxima no Departamento de Mistérios, aguardando seu julgamento, que prometia ser um dos maiores eventos que a Bruxidade já havia testemunhado. Quanto a “Sombra”, a versão oficial era de que ela estava sendo mantida presa em local não divulgado, por questões de segurança.

As Chaves de Portal os deixaram no pátio de entrada de Hogwarts e eles adentraram o castelo pela porta da frente, logo chegando ao Salão Principal. Os feridos na batalha haviam sido levados para o hospital escolar e os mortos para um salão anexo. Então, Tiago os viu entrando.

PAPAI!— exclamou o bruxinho, logo sendo abraçado por Harry. Lílian também abraçou o pai e, um instante depois, foi a vez de...

GINA!— Harry Potter abraçou a esposa, beijando-a apaixonadamente.

—Harry! Que bom que vocês voltaram! _ exclamou a bruxa ruiva.

—Onde está Sirius? _ perguntou Ayesha, enquanto Harry pensava “É agora”.

—Sirius foi ferido em combate e está sendo operado no hospital da Miskatonic University, Ayesha. Logo teremos notícias atualizadas _ disse Rony, em seguida olhando para a irmã _ Gina, preciso dizer algo muito triste. Perdemos o Percy.

—Ele morreu salvando minha vida, Gina. _ disse Luna, abraçando a amiga, que chorava em seu ombro.

—Também perdemos “Olho-Tonto” Moody. _ disse Fred _ O mesmo Sniper que atingiu Sirius o matou.

—E uma louca matou papai. _ disse Nereida _ Ninguém esperava que Daphne Cornwall fosse uma devota das Trevas a esse ponto, embora soubéssemos que ela estava naquele grupo.

—Difícil imaginar que alguém fosse capaz de matar o Prof. Snape. Provavelmente ela o pegou distraído. _ disse Harry, procurando e localizando o bruxo parecido com Tom Riddle jovem _ “Avatar”, sinto muito. Ele lançou as cinzas de Lord Voldemort em um buraco e elas estão perdidas para sempre. Mas se houver um modo de libertar o espírito de Tom Riddle, nós descobriremos.

—Estou certo que sim, Harry Potter. _ disse o “Avatar das Trevas” para o bruxo de óculos _ Se há alguém que pode, certamente é você.

Uma voz fez com que Narcisa e Adriano se voltassem na direçãoda porta.

MAMÃE!— exclamaram os bruxinhos.

MANA!— exclamou Sabrina _ Pensamos que estivesse morta ou prisioneira do Círculo!

—Foi um plano muito bem arquitetado por Draco e que enganou “Sombra” e “Escuridão” direitinho, crianças. _ disse Janine _ Depois eu conto com detalhes.

—Gente, Marino está ligando, lá de Arkham. A cirurgia de Sirius foi um sucesso e ele está na sala de recuperação. Removeram a bala e instalaram os implantes neurais. _ disse Claudiomir _ Logo ele estará de volta a Hogwarts e às suas atividades.

Aquela notícia serviu para dissipar um pouco do clima sombrio de pós-guerra e todos sabiam o quanto deveriam estar preparados para os eventos dos próximos dias, principalmente aquele que prometia ser o evento do século.

O julgamento da cúpula do Círculo Sombrio, o Conselho dos Sete e principalmente “Sombra” e “Escuridão”.


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