Harry Potter e o Estigma da Serpente escrita por JMFlamel


Capítulo 49
Shicho Parte 3: Perdas


Notas iniciais do capítulo

Mesmo que nossos amigos estejam prestes a obter a vitória, ela não virá sem dores e perdas.



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CAPÍTULO 48

 

SHICHO PARTE 3: PERDAS

“Cidadela de Bóreas”.

Mesmo com a fúria da batalha que se desenrolava, Harry mantinha o seu foco nas missões que ele e os Inseparáveis tinham que cumprir, além de dar o golpe final no Círculo Sombrio:

Recuperar o volume do Necronomicon que continha os feitiços do Eser Ha-Makot, a fim de impedir que ”Escuridão” lançasse a última praga, que era “Makat Bechorot”, a Morte dos Primogênitos.

Recuperar o recipiente com a porção de cinzas de Lord Voldemort, para quebrar o “Contrato de Seth e Anúbis”. Aliás, o volume do Necronomicon também continha o ritual para isso.

E também impedir que Luna se deixasse cegar pela fúria e acabasse por matar Mariana Lugoma, em vingança pelo assassinato de Neville.

Em outro ponto, o líder do Círculo Sombrio não podia acreditar no que estava vendo.

—Você? Janine Malfoy? Como é possível que esteja viva? Eu mesmo vi Draco matá-la. _ disse o bruxo com aparência de chinês.

—Se você acredita nisso, então é ainda mais idiota do que eu imaginava que fosse, “Escuridão”. _ disse Janine, defletindo um feitiço lançado por outro bruxo _ Não passou pela sua cabeça que você poderia ter sido vítima de uma armação muito bem elaborada?

—Mas não pode ser! Depois de todo o trabalho de Nitobe Suwo-san, Draco Malfoy deveria estar totalmente sob o controle dele e ser “Viper”, operativo de alto escalão do Círculo Sombrio e Prior do Conselho dos Sete.

—O que prova que vocês são mesmo um bando de tapados, se acreditam nessa possibilidade. _ disse Draco, enquanto estuporava um adversário que se aproximava dele _ Se eu e meus amigos fomos capazes de, quando eu tinha dezesseis anos, enganar tanto meu pai quanto Lord Voldemort que era muito mais poderoso e, ao contrário de você, era um vilão com honra, fazer você e o Círculo Sombrio de bobos foi a coisa mais fácil de se levar a cabo.

—Então quer dizer que... _ “Sombra” deixou a frase pela metade.

—... Que eu JAMAIS ESTIVE sob o controle de Nitobe Suwo-san, mesmo com Saiminjutsu, Kobudera e aquela Acupuntura Hipnótica. Ele chegou bem perto, mas eu fui mais forte. Aliás, “CRUCIO!

No meio da confusão, Nitobe Suwo tentou se aproximar de Draco, oculto por um Feitiço de Desilusão e com o Ki rebaixado, a fim de paralisar o loiro com mais uma agulha de Acupuntura. Porém, a Maldição Cruciatus atingiu em cheio o velho japonês cego. Depois de deixá-lo se contorcer um pouco em dores, já visível, Draco suspendeu a maldição e o estuporou, em seguida conjurando cordas para prendê-lo.

—Como foi que você percebeu? _ perguntou “Escuridão”.

—Mais fácil do que comer uma tortinha de abóbora. Para um aluno do Sucessor da Linhagem Bruxa de Togakure, ele parecia estar anunciando sua presença com uma banda de música. “Indumentaria cambio!” _ disse Draco Malfoy, ao mesmo tempo que substituía as vestes de “Viper” por um traje Ninja completo, com um triângulo verde no peito, com o vértice para baixo, simbolizando a Sonserina, Casa que voltara a ser honrada.

Hogwarts.

A batalha que se desenrolava na escola não era menos perigosa do que aquela que era travada na “Cidadela de Bóreas”. Feitiços de combate eram lançados a todo momento e defletidos por Feitiços Escudo e outras formas de defesa. Um grupo saiu do Salão Principal, tentando chegar à Diretoria. Daphne Cornwall sabia que lá havia uma série de objetos mágicos que poderiam ajudá-los a obter vantagem em relação aos defensores. O problema era que o local estava protegido por um guardião implacável, a fênix de Sirius Black, que antes havia pertencido a Dumbledore. Ela esperava que a ave tivesse renascido recentemente, pois assim ainda seria um filhote.

Outro grupo tentava chegar à sala de Defesa Contra as Artes das Trevas, onde sabiam que Harry guardava um verdadeiro arsenal de armas bruxas e trouxas, certamente protegidas por fortíssimos Feitiços de Segurança. Mas Croydon tinha certeza de que seria capaz de contorná-los, afinal de contas sempre fora um dos melhores do Círculo em desfazer feitiços, desde que havia sido demitido do Gringotes por fraudes no seu ofício. O grupo entrou na sala às escuras e Croydon logo tratou de iluminar o local.

— “Lumus”. _ disse Croydon, acendendo a ponta da varinha e fazendo com que o grupo todo tivesse uma surpresa. Um enorme Lobisomem arreganhava os dentes para eles, babando e emitindo um uivo de gelar o sangue.

É REMUS LUPIN!!!— gritaram os invasores, dando meia-volta e bloqueando a porta, ao tentarem passar por ela ao mesmo tempo. Croydon e mais três conseguiram sair para o corredor e somente depois de terem feito duas curvas, com as línguas de fora, perceberam um detalhe importante: NÃO ERA SEMANA DE LUA CHEIA.

— “Revertere ad forma mea!” “Estupefaça!” “Petrificus totalus!” “Incarcerous!” “Morpheus!” _ Lupin dava risadas, enquanto neutralizava o restante do grupo. Sua transfiguração havia sido perfeita, ao ponto do medo fazê-los esquecer qual era aquela semana do mês.

Naquele momento, Duda saía de onde estava e reaparecia no Salão Principal com a ajuda de um Chiclete de Fuga, nocauteando um bruxo que havia acabado de estuporar sua filha.

Cidadela de Bóreas”.

Marino e Daniel colocavam em prática todo o treinamento que tiveram, atingindo seus alvos e mudando de posição com Chicletes de Fuga, reaparecendo em outros pontos para novamente atirarem nos inimigos. Vendo que a munição de seus Heckler & Koch 416-a, adaptados para munição .556 ia se esgotando, tratavam de tomar as armas dos inimigos abatidos, já que tinham experiência com todas elas. Assim, largavam uma Uzi e uma FN P90 e pegavam uma Ingram ou uma Walther MP5 e dali a pouco já tinham em mãos uma Draco SBR e um IA2, com o qual já estavam acostumados, pois era o fuzil de assalto de dotação do Exército Brasileiro. Quando o combate começou a ficar mais aproximado, usaram as pistolas CZ P-07, ótimas para locais mais apertados por serem compactas, até que por fim o combate ia passando a ser com espadas e facas, além das varinhas.

—Marino, a munição de ambos os lados está terminando, mas...

—... Entendi o que você quis dizer, Daniel. Eles têm um arsenal, provavelmente lotado e nós não. _ e reconhecendo Svetlana... _ Srta. Dolohov, para que lado fica o arsenal?

—Entrem por aquela porta, desçam três níveis de escadas e sigam pelo corredor, à direita, até a última porta. _ disse Svetlana, enquanto provocava dolorosos cortes em um bandido, com um “Diffindo” _ Lá é o arsenal. Mas deve estar guardado.

—Isso não vai nos segurar. _ disse Marino, recolhendo uma Uzi e confirmando que havia alguma munição no carregador, enquanto Daniel fazia o mesmo com uma FN P90.

—Coitado do FDP que estiver vigiando o local, certo, Marino?

—O Círculo Sombrio é um bando de babacas? _ redarguiu o Oficial de Cavalaria, ajustando o seletor de tiro da Uzi e indo para a porta, com o amigo seguindo seus passos, com a FN P90 pronta para o combate _ Vamos chutar uns traseiros.

Hogwarts.

Antes do início do combate, Duda havia previamente preparado suas posições de tiro no pórtico superior, à volta do Salão Principal, sabendo qual era a área abrangida por cada uma delas. Além disso, Lilá havia lançado vários Feitiços de Segurança no local e Duda também tomara outras precauções. Ele disparava, sedava um ou dois adversários e mudava de posição com o uso de um Chiclete de Fuga, reaparecendo aleatoriamente, para que não pudessem prever onde ele estaria. Mas um dos bruxos do Círculo, Paxton, havia percebido que os disparos que sedavam os invasores só podiam estar vindo de cima e então subiu as escadas, oculto por um Feitiço de Desilusão.

Duda havia acabado de atingir um bruxo e preparava-se para mudar de posição, quando foi alertado de uma presença hostil. Instintivamente virou-se na direção do som, apontou a besta para a altura do tórax de um adulto e disparou. Ouviu um gemido abafado e viu o corpo do bruxo caído, com o virote certeiramente cravado na altura do coração. Os sucrilhos que ele havia espalhado à volta de cada posição de tiro haviam cumprido seu papel, alertando-o quando pisados e indicando a direção na qual deveria atirar. Foi quando ele viu um bruxo estuporar Simone (“Minha filha não, seu desgraçado”, pensou ele).

Estourando uma bola do Chiclete de Fuga, apareceu bem à frente do bandido, surpreendendo-o.

—Duda, não! Ele vai te matar! _ gritou Lilá, assustada.

—Não se preocupe, querida. _ disse Duda, estourando outra bola e desaparecendo.

Passada a surpresa, o bandido preparou-se para lançar uma “Avada Kedavra” a uma certa distância julgando que ele desaparataria para longe. Mas, contrariando suas expectativas, a Desaparatação de Curta Distância proporcionada pelo Chiclete de Fuga de Duda o deixou bem ao lado do bruxo. A última coisa que ele viu, antes de perder a consciência, foi um punho quase do tamanho de uma bola de Futsal das antigas (e tão pesada quanto) atingindo o lado de sua cabeça.

—Nunca mexa com nossas crianças, principalmente com a minha filha, seu cachorro sarnento. _ disse Duda, prendendo o bruxo com um Novelo Constritor que havia tirado do bolso _ E você deveria se sentir honrado, pois estes mesmos punhos já fizeram até mesmo Harry Potter ver estrelas (Ler “Harry Potter e a Ordem da Fênix”).

Cidadela de Bóreas”.

—Onde vocês estão indo? _ perguntou Harry.

—Estamos quase sem munição. _ disse Daniel.

—Então, vamos dar um jeito no arsenal, para equilibrar um pouquinho as coisas, Harry. _ disse Marino.

—Gostei da ideia, acho que vou com vocês. _ disse Claudiomir, após quebrar o pescoço de um pistoleiro trouxa do Círculo _ Um par de braços a mais poderá ser de alguma ajuda.

—Seja bem-vindo, Capitão. _ disse Marino, enquanto os três tomavam o caminho do arsenal.

Seguindo as indicações de Svetlana, os três chegaram perto da entrada do arsenal, guardada por quatro sentinelas. Examinando suas armas, viram que havia somente um projétil em cada carregador.

—Isso é mau. _ disse Daniel _ Não temos munição suficiente para abater os quatro.

—E eu estou sem munição alguma. _ disse Claudiomir _ Mas posso equilibrar as coisas para vocês.

E o Oficial do BOPE tirou duas facas de uma bolsa.

—Fazia tempo que eu não via uma dessas. _ comentou Marino _ Até dá para se sentir em uma sequência de ação de “Comando Para Matar”.

—Eu cuido de dois deles. _ disse Claudiomir _ Depois vocês acabam com os dois restantes.

Esticando os dois braços, Claudiomir fez uma rápida pontaria e apertou um botão no cabo de cada faca. Potentes molas ejetaram as lâminas, que cruzaram o ar e foram se cravar, precisamente, no peito de um sentinela e na têmpora de outro. Os outros dois foram abatidos com certeiros disparos das armas dos dois militares.

—Facas balísticas. _ disse Daniel _ O difícil é recolocar a lâmina, depois. Vamos ver o que podemos fazer por aqui.

—OK. _ disse Marino, pegando uma mochila e alguns carregadores, enquanto os outros dois faziam o mesmo e retiravam caixas de munição de uma pilha de cunhetes que estavam em cima de um pallet. _ Acho que dá para equilibrar a situação por algum tempo.

—Sim, com isso poderemos sustentar o combate, até que a munição do outro lado também termine. _ disse Claudiomir _ E dando um jeito no arsenal, a fonte deles vai secar e vamos todos partir para o corpo-a-corpo.

Depois de abastecerem as mochilas com munição e granadas, nossos amigos iniciaram os preparativos para destruir o arsenal. Em um cunhete, encontraram tabletes de C-4 e em outro encontraram espoletas e estopins. Escorvaram as espoletas com alicates de uma bancada e espetaram-nas nos tabletes, posicionando-os em pontos estratégicos das instalações.

—Acho que reposicionando esses obuses, os petardos de morteiro e as granadas de bocal, poderemos maximizar os efeitos da explosão. _ disse Marino.

—Pode crer. _ disse Daniel _ apontem esses “ovinhos” para as bases das colunas de sustentação. O estrago vai ser grande.

—Também seria bom minarmos os dois lados do corredor, para criarmos uma barreira e contermos a expansão, criando uma câmara de pressão que vai aumentar a onda de choque. _ disse Claudiomir.

—Então as explosões terão que ser em uma sequência programada, unindo estopins e detonação eletrônica. _ disse Marino _ E não podem ser antes da hora, para que Harry possa pegar o que precisa, na sala do próprio “Escuridão”, no Centro de Comando. Não podemos botar tudo abaixo precipitadamente, portanto os estopins terão que estar com o comprimento exato.

Depois de minarem todos os pontos previamente escolhidos, os três subiram e foram se encontrar com Harry. Distribuíram a munição, para que pudessem sustentar o tiroteio um pouco mais, planejaram as ações e sincronizaram os relógios. Harry, Draco, Luna e Janine seguiram pelo corredor por onde Mariana havia desaparecido anteriormente (“Será que o que “Escuridão” disse sobre o estado de Mariana significa o que eu estou imaginando?”, pensou Harry). “Escuridão” seguiu atrás deles, acompanhado por “Sombra” e alguns capangas.

No momento combinado, Claudiomir, Marino e Daniel acionaram os detonadores eletrônicos e acenderam os estopins, provocando as explosões na sequência planejada, fechando o corredor do arsenal e criando uma câmara de pressão que aumentou a onda de choque, fazendo com que toda a “Cidadela de Bóreas” estremecesse.

Hogwarts, Gabinete do Diretor.

Repetindo a mesma senha, Daphne Cornwall liderou o grupo pela escada em espiral, assim que a gárgula liberou a passagem. Os invasores subiram e passaram pela porta, adentrando o gabinete outrora ocupado por Alvo Dumbledore e Minerva McGonnagall. O Feitiço do “Transporte de Convergência” já havia cumprido com sua finalidade e perdido o seu efeito.

—Parece que estamos com sorte. _ disse Lyla Peters.

—Sim, Lyla. _ concordou Daphne _ Fawkes está em estado de filhote e não detectamos armadilhas ou defesas. Lembro-me de ter visto alguns aparelhos mágicos naquele armário, que poderão neutralizar os defensores de Hogwarts...

Foi então que uma brisa dolorosamente gelada pôde ser sentida na sala. Os espelhos e as superfícies metálicas começaram a apresentar cristais de gelo e até mesmo os ex-diretores retratados nos quadros começaram a tremer.

—Mas o que está acontecendo aqui? _ perguntou Daphne, enquanto começava a nevar.

—Ora, crianças, o inverno chegou mais cedo. _ ouviu-se uma voz e uma figura surgiu em meio à cortina de neve _ E neste Natal não haverá presente para vocês, crianças más. Preparem-se para receber carvão nas meias.

—Você? _ espantou-se Daphne.

—Mas por que o espanto, Srta. Cornwall? Vocês acharam que o Gabinete do Diretor ficaria descoberto? _ e, enquanto ela falava, a neve parou de cair, sendo substituída por uma chuva tropical que logo passou, seguida por uma onda de calor que logo secou o gabinete e fez os bruxos transpirarem. Uma nova frente fria fez com que todos tiritassem.

—Então a senhora é... _ Lyla deixou a frase pela metade.

—Quanto a você, Srta. Peters, talvez não me conheça, mas eu estou certo de que seu pai, Declan Peters, deve se lembrar de mim. Quando encontrar-se com ele, em Azkaban, pergunte por que ele, mesmo sendo relativamente jovem, sofre de um reumatismo tão intenso.

—Então foi você? _ perguntou Lyla, os olhos faiscando de raiva.

—Exato. Vocês me obrigaram a fazer uma coisa que eu não gosto muito, utilizar meus poderes elementais com intensidade de combate. Diga-me você, quem sou eu? _ disse a bruxa.

—Ayesha. Ayesha Zaidan-Black, a “Maga do Clima”. A “Tempestade Humana”, a “Rainha do Fogo e do Gelo”. _ disse Lyla Peters, o queixo batendo devido ao frio.

—Você se esqueceu de “Senhora da Terra e do Ar” e de “Luz da Profecia”.

FUJA, DAPHNE!— exclamou Lyla, enquanto Daphne Cornwall escapava pela porta, pois estava mais perto dela, fugindo do alcance dos feitiços de Ayesha, que conjurou vários raios, os quais incendiaram as varinhas dos bruxos invasores. A jovem da Lufa-Lufa não podia arriscar-se a ser capturada, pois precisava cumprir a missão para a qual “Escuridão” a designara.

Cidadela de Bóreas.

O fortíssimo estrondo resultante da explosão fez com que a fortaleza do Círculo Sombrio estremecesse e algumas fissuras surgessem nas colunas. Certamente aquilo havia abalado a base da imponente construção.

—Maldição! _ exclamou “Escuridão” _ Mas o que foi isso?

—Uma explosão muito forte, certamente. _ disse “Sombra”, escorando-se em uma parede, pois tropeçara com o tremor _ Você acha que...

—... O maldito Testa Rachada mandou algum de seus aliados explodirem o arsenal. _ disse “Escuridão” _ E, pelas fissuras que estou vendo nas paredes, a estrutura de toda a “Cidadela de Bóreas” foi comprometida.

—Ele seguiu naquela direção. _ disse Yaxley _ Acha que podem estar indo para o Centro de Comando?

—Se for isso, temos que alcançá-los antes que cheguem lá (“Não posso colocar Mariana em risco”, pensou “Escuridão”).

O corredor terminou em um átrio,com uma decoração diferente do restante da fortaleza. Era o acesso à ala residencial de “Sombra”, Escuridão” e do Conselho dos Sete, bem como do Centro de Comando. Quando Harry e os outros chegaram à entrada deste último...

—Parem! Não deixarei que entrem no Centro de Comando, ora pois.

—Saia da frente, Mariana! _ exclamou Harry _ Você não nos impedirá de entrar (e Harry “jogou verde”, para provar o que estava pensando), mesmo que esteja grávida.

O olhar de surpresa de Mariana (“Mas como o gajo soube? Harry Potter é muito poderoso e inteligente e isso o torna extremanente perigoso”, pensou ela) e sua hesitação confirmaram as suspeitas de Harry. Mas o bruxo de óculos não teve tempo para pensar muito naquilo.

— “AVADA KEDAVRA!” _ Mariana disparou uma Maldição da Morte na direção de Harry.

— “AGNI CHAKSHU SHIVA, BHASMASAYA ANDHAS AGHA SARPAH!” _ a Maldição Imperdoável atingiu o escudo do “Olho de Shiva” e literalmente se estilhaçou em fagulhas verdes inócuas. Naquele momento, “Escuridão” chegou com “Sombra” e seus capangas.

—Mariana, saia daqui! _ exclamou o bruxo _ Não comprometa o nosso filho!

—Não te preocupes, querido. _ disse Mariana, com uma indisfarçável tristeza no olhar e lágrimas no rosto _ Eu não estou mais grávida, tive um abortamento espontâneo há umas duas semanas e perdi a criança.

Naquele momento, uma grande fenda se abriu no átrio e o ar começou a ficar mais frio.

—Malditos! _ exclamou “Escuridão” _ A estabilidade deste espaço mágico está ligada à integridade da fortaleza! Agora é uma questão de tempo até que tudo venha abaixo.

—Temos que chegar ao Centro de Comando e nos apossarmos do que precisamos. _ disse Luna.

—Está certa, Luna. _ disse Draco _ O caminho é por ali, vamos!

—Jamais chegarão lá. _ disse Mariana, enquanto a fenda se alargava e o chão tremia _ Como matei teu esposo, hei de matar-te, Luna Longbottom!

—Chega! _ exclamou “Escuridão”, furioso com a perda de seu herdeiro e com a sorte da batalha virando. _ Não importa quem os mate, contanto que morram. “MAGNUM IMPACTO!

Escuridão” disparou o Feitiço de Onda de Choque com potência máxima, na direção de Luna e dos outros. A bruxa loira tratou de se defender, seus poderes potencializados pelo desejo de ver o Círculo pagar por seus crimes.

— “PROTEGO HORRIBILIS!” “DEFLEXIO!” _ Luna invocou o Feitiço Escudo Ultramáximo, assim como Percy o fizera, mas acrescido de um Feitiço Defletor, sem visar um ângulo específico de desvio.

A terrível onda de choque desviada atingiu Mariana Lugoma e, embora um pouco atenuada, foi suficiente para lançar a bruxa angolana longe e, por coincidência ou não, diretamente para dentro da fenda aberta no chão do átrio. Ela caiu, em direção ao fundo distante, o som do seu grito de pura agonia perdendo-se na profundidade.

MAAAARIIIIAAAANAAAAAAA!!!— o grito de desespero de “Escuridão” também foi de gelar o sangue _ VOCÊS JAMAIS COLOCARÃO AS MÃOS NO QUE ESTÃO PROCURANDO, MALDITOS!

—Ele está entrando em uma passagem secreta! _ exclamou Harry.

—A porta já se fechou. _ disse Draco _ Mas se corrermos, poderemos chegar antes dele.

Eu cuido desses capangas... Mas não vejo “Sombra” por aqui. Mas  onde é que ela se enfiou? _ perguntou Luna, estuporando os outros capangas do Círculo.

Hogwarts, Salão Principal.

Na escola, a vantagem do combate virou a favor dos defensores, já que a passagem do Armário Sumidouro não mais existia e o aporte de reforços fora interrompido. Mas nem por isso as coisas estavam sendo fáceis. Mesmo que não fosse possível aparatar, os bruxos moviam-se com grande rapidez, fruto do seu treinamento. Com isso, aqueles que não consideravam as artes marciais como “bobagens de trouxas” acabavam por se dar melhor, graças ao treinamento Ninja.

Mesmo grávida, Gina estava longe de ser uma bruxa indefesa, uma presa fácil para o Círculo. Apesar disso, vários outros combatiam ao seu lado, por segurança. Um deles era o “Avatar das Trevas”, resultado da fusão de Mirela e Mariel. Lílian e Tiago também estavam apoiando sua mãe, bem como Narcisa e Sabrina. O Ninjutsu-Bruxo, ensinado por Derek Mason, provava seu valor naquela situação de combate real.

No pátio, Albert Pettigrew e Leilane Jordan davam conta de um grupo de uns dez invasores, tendo a ajuda de Adriano Malfoy, Nereida Snape e mais dois casais: Julius e Sun-Li e mais os irmãos Whitney e Daryl, filhos de Percy. Um pouco mais longe, Mafalda e Clifford faziam com que meia dúzia de bruxos tivessem uma coceira insuportável. Mas um bandido lançou um “Expelliarmus”, fazendo com que a varinha do garoto saltasse para longe. Julgando-o indefeso, Rotwang preparou-se para estuporar ou mesmo matar Albert. Mas o jovem bruxo sabia o que fazer.

O pensamento corrente entre a maioria dos bruxos era de que o Ki e a magia eram incompatíveis, sendo uma das razões pelas quais a maioria dos bruxos das Trevas tinha dificuldades para dominar o Ki. Porém aquilo não era verdade, eles somente não conseguiam atingir o ponto de equilíbrio entre ambos. E era o que primeiro Derek Mason e depois Harry Potter haviam ensinado a eles. E Albert Trelawney Pettigrew aprendera, com a ajuda de Tiago Potter.

Cerrando os punhos, concentrando a Magia na mão esquerda e o Ki na direita, ambas brilhando intensamente, Albert Pettigrew estabeleceu a “Synthaxis Antikeimenoin”, o equilíbrio entre o Ki e a Magia, o “Kanka”. Então, abrindo as mãos na direção dos agressores, bateu palmas e lançou uma onda de energia com intensidade suficiente para derrubar todos eles.

— “ACCIO VARINHA!” “MORPHEUS!” _ convocando sua varinha, Albert colocou os invasores para dormir e deixou-os à disposição dos Aurores, que logo os manietaram com algemas inibidoras de magia, acionando Chaves de Portal e levando-os para Azkaban, onde eram “acomodados”.

Cidadela de Bóreas.

Rumo ao Centro de Comando, os quatro bruxos torciam para que conseguissem alcançar “Escuridão” antes que ele fizesse alguma besteira.

—Estamos no caminho certo, Draco? _ perguntou Harry.

—Sim, Harry _ respondeu Draco _ Depois da próxima curva...

CUIDADO!— um grito e um Feitiço Escudo protegeu o grupo, lançado por uma bruxa coma aparência de Audrey Hepburn.

—Ficamos te devendo essa, “π”. _ disse Janine. A informante infiltrada havia salvo a vida do grupo.

—Não por isso, Sra. Malfoy. _ disse ela _ Ele entrou no Centro de Comando e parecia bem nervoso.

Chegaram ao Centro de Comando e entraram, tomando bastante cuidado com feitiços e armadilhas. Mas, falando em armadilhas...

A força-tarefa de bruxos e soldados estava fazendo com que os operativos do Círculo Sombrio ficassem cada vez mais acuados, limitando-se a uma área do pátio. A vantagem da batalha estava favorecendo à Ordem da Fênix e seus aliados.

—Eles estão recuando! _ exclamou Mason _ Logo nós poderemos contê-los.

—Excelente. _ disse Claudiomir, cuja munição havia acabado e agora nocauteava um bandido do Círculo com um bastão _ Então poderemos terminar com isso e apoiar Harry.

—Cuidado! Lá em cima há um... _ e Alastor “Olho-Tonto” Moody não completou a frase. Um orifício vermelho apareceu em sua testa, enquanto a parte de trás do seu crânio explodia, espalhando seu cérebro e fragmentos de osso no pátio. Mesmo com seu olho mágico não conseguiu avisar os amigos a tempo.

SNIPER!!!— exclamou o Capitão Balfour, enquanto todos buscavam algum abrigo. Só que ninguém sabia onde o franco-atirador estava entocado e os projéteis do fuzil de precisão continuavam a derrubar seus alvos.

—Praga! Temos que desalojar esse desgraçado! _ exclamou Jorge.

—Não há muitas posições de disparo por aqui. _ disse Daniel _ Parece que os tiros vêm dali, pelo ângulo.

—Talvez eu possa fazer alguma coisa quanto a isso. _ disse Sirius, picando o dedo com uma agulha e pingando uma gota de seu sangue sobre um Shikigami, recitando a invocação _ “私の愛する美しい息、私たちが敵を見つけるのを助けます” (“Watashi no aisuru utsukushī iki, watashitachi ga teki o mitsukeru no o tasukemasu”, “Meu querido e belo Ofuda, nos ajude a localizar nosso inimigo”).

O Shikigami saiu correndo pelo pátio e, quando estava no meio, foi atingido por um projétil.

—É ali! “REDUCTO!” _ exclamou Rony, apontando a varinha para o local, juntamente com Fred, Jorge e Mason. O disparo dos três feitiços pulverizou a sacada onde o atirador de elite se encontrava, fazendo com que ele caísse. Mas algo havia acontecido, sem que eles percebessem.

Sirius Orion Black estava caído, uma mancha de sangue se espalhando nas costas de seu traje de combate, na altura da coluna lombar. A munição havia recebido um feitiço muito potente, para torná-la capaz de atravessar a proteção mágica colocada nos trajes.

—Gente, não quero alarmar ninguém, mas eu acho que não estou sentindo as minhas pernas. _ disse Sirius,com um gemido.

Hogwarts.

Pouco a pouco, os invasores iam sendo capturados e imobilizados, até restarem apenas uns trinta, entre eles Daphne Cornwall. Tendo cumprido sua missão, Hermione Weasley e Dora Tonks Lupin já haviam retornado às suas verdadeiras aparências e incapacitavam mais e mais inimigos. Mesmo Duda, não precisando mais usar o fuzil, fazia bom uso das duas Kodachi e ajudava a aumentar as baixas adversárias. Cerca de meia hora depois, o contingente invasor já não oferecia risco algum e os defensores, a comando de Severo Snape, terminavam de neutralizar os bandidos. Quase todos eles já estavam manietados com as algemas inibidoras de magia, mas quando aproximaram-se de Daphne Cornwall para algemá-la...

—A tentativa de conquistar Hogwarts falhou. Não me importo de ser presa e ir para Azkaban. _ disse Daphne.

—E não pensa em seus pais, Srta. Cornwall? _ perguntou Snape, aproximando-se da garota, com um par de algemas na mão _ Eles jamais tiveram ligação alguma com as Trevas e a senhorita os desonrou.

—Para mim a causa é mais importante do que tudo, Prof. Snape.

—Tão jovem e tão fanática. _ disse Gina _ Já vimos muitos jovens como vocês, corrompidos pela devoção a uma causa totalmente errada.

—Questão de ponto de vista, Dra. Potter. _ disse Daphne, empunhando sua varinha e apontando-a rapidamente para o alvo _ Só sei que eu recebi uma missão pessoal de “Escuridão” e não sairei daqui sem cumpri-la. “AVADA KEDAVRA!

PAPAI!!!— o grito desesperado de Nereida McTaggert Snape chegou a soar mais alto que a gargalhada insana de Daphne Cornwall, que deixou a varinha cair no chão e estendeu os braços para que os Aurores a algemassem.

Atingido em cheio pela Maldição da Morte, Severo Snape desabou sem uma única palavra, uma solitária lágrima escorrendo de um de seus olhos. Um dos bruxos mais brilhantes, herói de duas guerras bruxas jazia, irremediavelmente morto.


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