Harry Potter e o Estigma da Serpente escrita por JMFlamel


Capítulo 47
Shicho Parte 1: Iscas


Notas iniciais do capítulo

A batalha decisiva se aproxima e não podem ser cometidos erros. Cada um tem que estar pronto para dar o melhor de si contra o Círculo, seja no Ártico, seja em Hogwarts.



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CAPÍTULO 46

 

SHICHO PARTE 1: ISCAS

Atlântico Norte.

Já fazia cerca de doze horas que o “Audacious II” havia saído da base de Devonport para sua viagem de teste. Na Ponte de Comando, o Capitão Balfour analisava as leituras do sonar, juntamente com um grupo de oficiais graduados, satisfeito com o que via.

—Cavalheiros, as leituras são mais precisas do que eu poderia imaginar. Os atuais equipamentos têm uma sensibilidade que em muito supera a do antigo “Audacious”.

—E seus motores são extremamente silenciosos, Capitão. _ disse o Tenente-Comandante Chesterfield _ Com a sua capacidade de submersão prolongada, só ficamos limitados pela reposição de mantimentos e rodízio da tripulação.

—Ainda não atingimos o nível que Júlio Verne retratou em “Vinte Mil Léguas Submarinas”, Chesterfield. _ comentou a Tenente-Comandante Willowood, Oficial de Navegação _ Não conseguimos tirar todo o sustento do fundo do mar, como faziam o Capitão Nemo e sua tripulação.

Todos riram, divertidos com o comentário dela.

—Mas fico pensando no risco desses equipamentos caírem em mãos erradas, senhores. _ disse o Capitão Balfour _ Esta fantástica belonave poderia romper o equilíbrio de poder de praticamente todo o mundo.

—Não há perigo de navegarmos nas áreas de rotas comerciais, Capitão?

—Mas essa é uma das finalidades do exercício, Sexton. Testar nossos equipamentos de Orientação e Segurança em rotas comuns, navegando próximo às embarcações civis sem que eles sequer percebam a nossa presença.

—Se o senhor está dizendo, tudo bem. Só não me agrada navegar muito próximo aos petroleiros.

—Sim, sei o que você quer dizer, Sexton. Graças aos nossos equipamentos, nossa presença fica disfarçada e qualquer pequena colisão poderia representar uma catástrofe ecológica. _ disse o Capitão.

—Capitão, estou captando uma leitura estranha. _ disse o Suboficial Lewis, um experiente Operador de Sonar.

—Como assim, Lewis? _ perguntou o Capitão.

—Os ecos são compatíveis com um petroleiro de enormes dimensões e ele parece estar seguindo uma rota de interceptação.

—O quê? _ perguntou o Capitão Balfour _ Rota de interceptação?

—Exatamente, Capitão. _ disse o Tenente Rooney, tirando do bolso uma varinha e pressionando-a contra o pescoço do Capitão Balfour _ E se o senhor não quiser descobrir em primeira mão o que é ser atingido por uma “Avada Kedavra”, é melhor permanecer bem comportado e ordenar que parem as máquinas.

—Eu já sabia que você era bruxo, Rooney. Só estou espantado de você estar nos ameaçando. _ disse o Capitão, bem tranquilo _ Deixe-me adivinhar, você se vendeu àquela maldita quadrilha, o tal Círculo Sombrio, não foi?

—Sempre fui do Círculo, desde os tempos de Sandhurst. Depois que “Escuridão” perdeu o seu submarino no incidente da Flórida, Lord Viper arquitetou um plano para que ele recuperasse sua capacidade de chantagear o mundo e a oportunidade surgiu conforme a construção do “Audacious II” avançava. Quando foi marcada esta missão de teste, fui plantado na tripulação.

—Sua missão era facilitar o sequestro do “Audacious II”?

—Exato. E agora basta ficarem bem comportados e deixarem que o “Galactic” faça seu trabalho... _ disse Rooney, parando de falar quando uma dor aguda e a ardência no ombro lhe deram a certeza de que alguma coisa não estava certa.

A última coisa que viu, antes de soltar a varinha e a rigidez fazê-lo cair, foi um dos Oficiais comissionados encará-lo com um par de olhos azuis e o sorriso mais sacana que ele podia se lembrar. Na mão direita, um anel especial com uma agulha, com o qual havia sido inoculado o paralisante neuromuscular que o fez cair como uma tábua.

—Cavalheiros, damas, creio que seremos abordados. _ disse o Capitão Balfour, olhando para o operativo do Círculo, atingido por Claudiomir _ Sr. Potter, torço para que o senhor esteja certo e que todos os detalhes do plano corram como esperado. Agora, vamos desempenhar nossos papéis.

Sala Precisa, Hogwarts.

O grupo de alunos liderado por Daphne Cornwall chegou a um ponto da parede do sétimo andar, em frente à tapeçaria que mostrava Barnabás, o Amalucado, tentando ensinar balé aos trasgos. Dali a pouco, uma porta surgiu na parede e eles entraram.

—Mas o que é que estamos fazendo na Sala Precisa, Daphne? Você está atrás de alguma arma?

—Eu posso responder a essa pergunta, jovem Sr. St. John. _ ouviu-se a voz já conhecida dos jovens, sibilante e com um tom de abafamento metálico. A voz do seu mentor, o “Avatar das Trevas” _ Na verdade podemos até considerar uma arma, embora seja mais mesmo um facilitador.

—Continuamos não entendendo, mestre. _ Fenelon, um aluno do quarto ano, estava intrigado _ Como assim um “facilitador”?

—É melhor que eu mostre a eles, mestre. _ disse Daphne, abrindo a porta e franqueando a entrada dos outros _ Como sabem, esta sala se manifesta de acordo com nossas necessidades. Certa vez, precisei esconder umas coisas meio particulares e ela apareceu como este enorme depósito, no qual os mais variados objetos estavam guardados.

As luminárias mágicas se acenderam e permitiram que todos vissem a grande quantidade de coisas ali armazenadas, até quase a se perder de vista. Vassouras, estátuas, móveis, uma gaiola cheia de Diabretes da Cornualha, que Gilderoy Lockhart havia soltado em uma aula e que Hermione Granger havia paralisado, para que pudessem ser recolhidos. Então, pararam à frente de um armário alto.

—Esse aí não é o tal “Armário Sumidouro”, que estava em um dos corredores? Eu soube que ele havia sido recolhido porque alguns alunos desapareceram por ele e demoraram para reaparecer. Então ele está aqui? _ perguntou Fenelon.

—Exatamente, Fenelon. _ disse Daphne _ Certa vez, há alguns anos, um dos alunos desapareceu por ele e acabou surgindo em Londres, meio desorientado. Logicamente, o caso foi abafado e o aluno foi trazido de volta, sem que ninguém tivesse dado muito crédito à sua história.

—Eu soube de algo a respeito, parece que foi uma aprontada de Fred e Jorge Weasley. _ disse McMurdo, um aluno do terceiro ano, da Corvinal.

—Algum tempo depois, descobriram que o armário era na verdade uma ponte, capaz de conectar pontos distantes, cujas duas peças do par eram os pontos de entrada e saída, em via de mão dupla. _ continuou Daphne _ A peça que estava em Londres mudou de mãos várias vezes, inclusive tendo passado por uma loja de artigos de Artes das Trevas, na Travessa do Tranco, a “Borgin & Burke’s”, creio eu. Então, depois de passar por outros proprietários, acabou indo parar em minha casa.

—E como você descobriu que era uma ponte? _ perguntou Portman.

—Um dia, entrei nele e vim parar em Hogwarts. Assustada, retornei para casa, depois de passar por um lugar tipo um limbo que me deixou tonta, acho que foi o que aconteceu com o outro. Eu já tinha alguma inclinação para as Trevas, então pensei que seria possível utilizá-lo para uma eventual invasão.

—Mas por que não foi feito antes? _ perguntou Waverly;

—Havia um defeito, que fazia com que o usuário passasse por aquele limbo que desorientava e alterava o lapso de tempo. Por exemplo, a pessoa parecia passar apenas minutos, quando na verdade tinham se passado horas ou mesmo dias e vice-versa. Meus pais nunca souberam o que aconteceu comigo e eu aproveitei para, aos poucos e disfarçadamente, corrigir o defeito.

—Ou seja, agora a ponte funciona a contento. _ disse o “Avatar das Trevas”, com uma risadinha baixa _ Portanto, vamos receber nossos amigos do Círculo Sombrio e reforçar suas fileiras, pois vocês são o escalão de ataque. O escalão de apoio irá nos guiar pelos corredores até os pontos sensíveis, através dos quais será possível estabelecer uma cabeça-de-ponte e dominarmos Hogwarts.

—Mas o armário não estava em sua casa, Daphne? _ perguntou St. John, meio intrigado _ Os seus pais não têm ligação nenhuma com as Trevas, então como é que os operativos do Círculo virão para Hogwarts, a partir de sua casa?

—Ah, sim. Eu me esqueci de dizer, St. John. Há algumas semanas, ladrões entraram em minha casa e levaram vários objetos e móveis. Entre eles, estava... a peça do par dos armários. _ disse Daphne, com um sorriso perverso _ Meus pais estavam no teatro e só chegaram depois, quando a Polícia do Ministério já estava fazendo a perícia. Por sorte, ninguém nunca soube da importância do armário.

—Ou seja, era somente mais uma peça de mobiliário. _ disse Fenelon.

—Exatamente. Agora, vamos recepcionar os nossos amigos, que devem estar prontos para chegar, daqui a pouco. _ disse o “Avatar das Trevas”.

Daphne Cornwall aproximou-se do armário e bateu de leve na porta, de acordo com um sinal preestabelecido. Poucos segundos depois, a porta se abriu e deu passagem a um bruxo alto e de cabelos castanhos, com um tapa-olho no olho direito. Assim que ele saiu, Daphne o abraçou e o beijou.

—Sabia que você seria o líder do grupo de invasão, Ralph. Quantos vieram com você? _ perguntou Daphne.

—Estamos em vinte e cinco. Creio que deve bastar. _ disse Ralph Croydon, correspondendo ao beijo da namorada _ E neste pergaminho está uma missão especial para você, mandada por “Escuridão” em pessoa.

—Ainda mais com o contingente de alunos fiéis ao “Avatar das Trevas”, aqui em Hogwarts. _ disse Lyla Peters, saindo pela porta do armário, enquanto outros se aproximavam _ Oi, Daphne. O roubo do armário foi muito conveniente.

—Obrigada, Lyla. Estes colegas constituem o escalão de assalto, para reforçar vocês. O escalão de apoio está disperso pelos locais do nosso trajeto, para nos guiar e facilitar o deslocamento. _ disse Daphne _ Não haverá problema algum.

—Então, vamos logo. Perder tempo para quê? _ perguntou Croydon.

O grupo saiu da Sala Precisa e seguiu pelo corredor, da forma mais silenciosa possível. Na primeira curva, encontraram um dos membros do escalão de apoio, Vernard, aluno do sexto ano da Grifinória. Três operativos e três alunos do escalão de assalto ficaram com ele, para serem guiados até o hospital escolar.

Mas, sem que percebessem, um dos alunos foi sedado e arrastado para as sombras, enquanto se deslocavam pelo corredor. De qualquer forma, não perceberiam mesmo que Coltrane foi primorosamente substituído por um dos Novos Marotos. Afinal de contas, de que adiantava para Randolph Harry Tonks Lupin ser um Metamorfomago se não utilizasse essa habilidade de vez em quando?

Submarino “Audacious II”, Atlântico Norte.

—O que faremos com esse calhorda? _ perguntou o Capitão Balfour.

—Não se preocupe, senhor. _ disse Claudiomir _ Já temos tudo planejado.

—Só teremos que esperar o efeito do neuroparalisante passar e aí vamos colocar o plano em prática. _ disse Harry, com outra aparência e um uniforme de Tenente.

—E o que faremos? _ perguntou o Capitão.

—Vamos ser capturados pelo “Galactic”, ora. _ disse Sirius, com um uniforme de Sargento _ De outra forma, não será possível atingirmos o Círculo Sombrio no seu coração, no interior de sua própria casa.

—Então vocês planejaram que fossemos capturados? _ perguntou a Tenente-Comandante Willowood _ Mas como agiremos lá? Só se... mas é claro! Teremos ajuda de dentro! Só mesmo assim para que nos colocássemos na boca do lobo.

—Isso mesmo. _ disse Harry _ E vai ser logo, pois o efeito do neuroparalisante já vai passar.

Rooney já dava mostras de estar se mexendo, então Rony apontou a varinha para ele, tomando as providências para apagar sua memória.

— “OBLIVIATE!” Você vai cumprir a missão que lhe foi designada. Continue apontando a varinha para o Capitão Balfour e aguarde o contato de seus superiores do Círculo, com as suas instruções. _ e Rony Weasley devolveu a varinha a Rooney, ainda meio abobado.

Passado o período de confusão mental que se sucedia à aplicação do Feitiço de Memória, Rooney permaneceu com a varinha apontada para o Capitão Balfour. Para ele, aqueles momentos de paralisia não haviam ocorrido.

—Muito bem, não façam nada, como eu já recomendei. Daqui a pouco, saberemos o que o Círculo tem para vocês, embora eu já faça uma ideia. “Rooney para ‘Galactic’, câmbio”.

— “Aqui ‘Galactic’. Tudo certo? Câmbio”. _ ouviu-se a voz de Svetlana Dolohov, que estava substituindo McKenzie no comando do superpetroleiro.

— “Afirmativo, Comandante Dolohov. O Capitão Balfour está sob a mira da minha varinha e a tripulação já parou as máquinas. Agora é com a senhora, câmbio”.

— “Entendido, Rooney. Iniciando ‘Operação Fagocitose’. Dolohov desliga, câmbio final”.

— “Fagocitose”? _ perguntou o Capitão Balfour _ O que vocês vão fazer?

—Espere e verá, Capitão. _ respondeu Rooney.

O “Audacious II” estava parado na superfície, com seus motores desligados, à mercê das operações do Círculo Sombrio. Então, por trás da belonave, surgiu o superpetroleiro do Círculo Sombrio. A parte inferior de sua proa abriu-se, de forma semelhante à porta do nariz de uma aeronave cargueira “Galaxy”, inclusive abaixo da linha dágua. Lentamente, o “Galactic” avançou, envolvendo o submarino britânico. Quando o “Audacious II” havia sido totalmente “fagocitado” pelo “Galactic”, as portas da proa se fecharam e o submarino foi aprisionado.

—Então era isso. _ disse o Capitão Balfour _ O interior do “Galactic” não possui reservatórios de petróleo cru.

—O senhor está certo, Capitão. _ disse Rooney _ Na verdade, ele é um petroleiro somente por fora. Por dentro, é uma doca gigantesca e uma base de operações móvel, com a vantagem que ele pode desaparatar, algo que o “Leviathan” não fazia. Por isso acabou sendo sacrificado no incidente da Flórida.

Rooney conduziu o Capitão Balfour até a escotilha. Ele a abriu e deu passagem a quatro operativos do Círculo Sombrio, dois bruxos e dois trouxas, todos armados. Eles supervisionaram a saída da tripulação do “Audacious II”, que ficou em forma por quatro no ancoradouro, com o Capitão à frente da tropa. Svetlana Dolohov aproximou-se e ele comandou “Sentido”.

—A senhora é a Oficial de mais alta patente aqui? _ perguntou o Capitão Balfour.

Da. Sou Svetlana Dolohov, Capitão do “Galactic”. O senhor deve ser o Capitão Balfour, acertei?

—Afirmativo. Apresento a tripulação do “Audacious II”. Posso saber o que a senhora pretende?

—Conduzi-los à nossa base, onde os senhores instruirão nossos homens na operação deste submarino. Depois, permanecerão prisioneiros, até que seu país pague um resgate pelo seu retorno.

—Não vai eliminá-los? _ perguntou Rooney _ Para mim essas foram as ordens de “Escuridão”.

—As novas ordens são estas, que eu estou lhe dando. _ disse Svetlana, com voz firme _ E eu acho bom que obedeça.

—Isso não está de acordo com o plano original. _ questionou Rooney.

—Estou alterando o plano que você conhecia. Reze para que eu não precise alterá-lo ainda mais, Sr. Rooney. _ disse Svetlana.

— “Escuridão” me disse pessoalmente que...

— “AVADA KEDAVRA!!” _ Rooney não concluiu a frase. Atingido no peito pelo raio verde da Maldição da Morte, caiu duro no mesmo instante.

Todos arregalaram os olhos, então Svetlana guardou a varinha e explicou os motivos pelos quais matara Rooney. Estranhamente, Harry era o único que estava tranquilo.

—Um aviso a todos que tentarem questionar a minha condução das operações. Este plano de captura do submarino “Audacious II” foi arquitetado por Lord “Viper” e por mim, sendo que “Escuridão” prometeu não interferir e nos deu liberdade total para alterar os planos de acordo com as circunstâncias. Portanto, qualquer questionamento de minhas atitudes não será tolerado. Recolham a tripulação ao brigue e vamos nos preparar para desaparatar. Depois receberão novas instruções. Coloquem Rooney em uma Bolha de Estase, para que seu corpo não se deteriore. Quando chegarmos à base, daremos um funeral digno a ele.

Os prisioneiros foram conduzidos ao brigue e Svetlana retornou para sua cabine. Lá chegando, executou um Feitiço Detector e, constatando que não havia escuta de espécie alguma, quer trouxa, quer mágica, lançou um Feitiço de Privacidade, só por garantia. Então, apertou um botão no seu relógio Omega Seamaster, uma Joia de Comunicação disfarçada. Logo surgiu no mostrador o rosto de Draco Malfoy.

—E então, deu certo? _ perguntou Draco.

—Sim, mas foi por pouco. _ respondeu Svetlana _ Você estava com toda a razão, Rooney estava muito intrometido, só faltou dizer que “Escuridão” o havia plantado para nos vigiar.

—E o que você fez? _ perguntou Draco.

—Usei o feitiço que você me ensinou, o mesmo utilizado em Janine, em Londres. _ Aos olhos de todos, eu o atingi com uma “Avada Kedavra”, mas na verdade, eu o transportei para um Centro de Detenção, aos cuidados dos Aurores. E o corpo falso conjurado vai ficar em uma Bolha de Estase, por enquanto. Assim ninguém vai desconfiar.

—Ótimo. E quanto à tripulação?

—Recolhida ao brigue. No momento certo, serão soltos. Tem certeza de que vai dar certo, Draco?

Не волнуйся, Света (“Não se preocupe, Sveta”). Eu irei recepcioná-los pessoalmente, no Portal. E depois, a coisa vai acabar prosseguindo sozinha.

—Assim espero, Draco. O risco de dar ДЕРЬМО é muito grande.

—Credo, Svetlana! Não esperava ouvir isso de você. _ brincou Draco, ao ouvir o que a amiga dissera _ Que boca mais suja!

О, поиграй в другой раз (“Ah, vá brincar outra hora”)! A gente se vê no ponto de encontro. Então, до свидания (“até logo, tchau”).

До свидания, Светлана (“Tchau, Svetlana”). _ e a conversa foi encerrada.

Corredores da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

O segundo grupo do escalão de assalto estava sendo liderado por Lyla Peters e conduzido até a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas por Dylan Maxwell, do quarto ano, Casa Lufa-Lufa.

Pelo menos era o que eles pensavam.

Maxwell entrou por uma passagem secreta com o grupo atrás dele, seguindo a luz de sua varinha. Oculta por um Feitiço de Desilusão e com o Ki baixo, Hermione Granger aguardou que todos passassem e, sem que ninguém percebesse, pressionou um centro nervoso no pescoço da última pessoa do grupo, St. John, amparando-o para que não fizesse barulho ao cair. Com um fio de seu cabelo em uma dose de Poção Polissuco, logo um “St. John” completava o grupo que entrava e saía de uma passagem após a outra. Em pouco tempo estavam todos desorientados, exceto Hermione e Maxwell, que levavam os partidários das Trevas bem para onde queriam.

Na sala de Poções, Severo Snape dava as últimas instruções ao grupo dos Novos Marotos, liderado por Tiago e orientado por Ayesha, no qual Nereida estava incluída.

—Nem preciso dizer que esta será uma das mais perigosas situações nas quais vocês vão se envolver. _ disse Snape _ Sei que vocês têm treinamento Ninja, alguma experiência de combate como já provaram na Suíça, no México e em Garopaba, mas o que vai acontecer aqui é muito maior, trata-se de defendermos nossa casa contra um mal pior até mesmo do que Lord Voldemort, pois ele tinha algo que falta ao Círculo Sombrio, que é a honra.

—Sabemos disso, papai. _ disse Nereida _ Eles não hesitariam nem por um instante em pregar nossas cabeças na parede.

—Exatamente, jovens. _ disse Ayesha _ O futuro dessa batalha está obscuro e incerto, mas tenham certeza de uma coisa: Se mantiverem o foco, venceremos. Apenas se lembrem de não hesitar em combate, pois pode ser fatal.

Pode deixar, Tia Ayesha. _ disse Tiago _ Temos plena consciência do que está em jogo e não é só a escola. Se o Círculo tiver acesso aos segredos de Hogwarts, toda a Bruxidade ao redor do mundo estará em perigo.

—Temos motivos de sobra para não deixar que aqueles sujos consigam o que querem. _ disse Julius _ E não se preocupem, não deixarei que as emoções me dominem.

—Mantenham a cabeça fria e não deem chance para que eles os atinjam. Vocês não podem e nem têm energia mágica suficiente para lançar Maldições Imperdoáveis com força total, mas se for necessário, utilizem-nas o mais forte que puderem. Ao menos conseguirão machucá-los em maior ou menor grau. _ disse Snape, revisando seu material _ Tenham sempre Chicletes de Fuga e, de preferência, mantenham-nos na boca. Ao primeiro sinal de que um deles vá lançar um feitiço que possa ferir vocês seriamente ou matá-los, estourem uma bola e façam as desaparatações de curta distância. No mínimo isso irá desorientá-los.

—Também usaremos a Magia de Ocultamento nas Sombras, pois sabemos que eles são fracos em técnicas Ninja. _ disse Sun-Li, ajustando seu cinto.

—Nós nos preparamos bastante para essa situação. _ disse Gina, revisando as armas Ninja que levava em um talabarte especialmente adaptado para sua gravidez _ Enquanto isso, Harry e os outros estão fazendo a parte deles, no submarino. Duda, aqui há algo especial para você. Sendo trouxa, vai precisar de uma proteção extra contra os bandidos. Esta veste, que Claudiomir, Marino e Daniel também têm, protege contra quase todos os feitiços, exceto “Cruciatus” e “Avada Kedavra”. Você conhece o movimento que um bruxo faz antes de lançá-las, portanto deverá estar sempre com um Chiclete de Fuga na boca e outros de reserva, para sempre estourar bolas. Ataque e use o chiclete, ininterruptamente. Isso os confundirá. Como você é com espadas?

—Quando troquei o boxe pelo atletismo em Smeltings, também pratiquei esgrima e arqueirismo. Além disso, também tenho alguns “bônus”. Por quê?

—Nós, bruxos, não usamos armas de fogo, mas alguns daqueles bandidos sem honra podem tê-las em seu poder, além dos operativos trouxas. Será bom você usar isto aqui. _ e Gina estendeu para ele um par de espadas Kodachi e uma pequena besta com empunhadura de pistola _ Não hesite em usá-las.

—Não se preocupe, Gina, pois sei manejá-las. _ disse Duda _ E eu disse que tinha um “bônus”, veja.

Abrindo a bolsa que levava, Duda tirou um fuzil de assalto com silenciador e duas pistolas.

Trouxe um arsenal daqueles, hein, Tio Duda? _ comentou Lílian.

—Armas de “Airsoft”, semelhantes ao “Paintball”, com a diferença que as armas são réplicas fiéis das originais, inclusive no peso. _ disse Duda, tirando o restante do equipamento da bolsa _ Disparam esferas plásticas maciças ou esferas de gel que se rompem e liberam seu conteúdo líquido. Lilá enfeitiçou a munição para que ela adormeça instantaneamente aquele que for atingido. Como só eu estarei usando esse tipo de arma, não precisarei do “Face Shield”, o que me deixará até mais à vontade para usar os Chicletes de Fuga, O capacete, o traje de combate e os óculos de visão noturna também estão enfeitiçados.

Em Hogwarts, haviam permanecido Snape, Gina, Ayesha, Hermione, Dora, Remus, Hsiao, Pendergast, Milly, Blaise, Lilá, Duda, Cho, Luke, Angelina, Alícia, Hagrid e os Novos Marotos, além de outros professores. Para o submarino, Harry, Rony, Sirius, Mason, Luna, Miep, Claudiomir, “Guise” (Janine), Marino, Daniel, Fred, Jorge e alguns outros bruxos da Marinha Real. As equipes estavam formadas e a sorte estava lançada.

—Tem certeza de que estamos indo pelo caminho certo? Não me lembro deste corredor fazer parte do caminho para a sala de Defesa Contra as Artes das Trevas. _ perguntou Daphne.

—Calma, Cornwall. _ disse Maxwell _ Estudei as passagens e vi que esta nos colocará bem em frente à sala, com menos riscos de encontrarmos alguém da escola.

Com efeito, logo estavam no corredor da sala de aula do departamento de Defesa Contra as Artes das Trevas, mas com uma particularidade da qual somente Maxwell e Randolph tinham conhecimento e que eles descobririam, assim que passassem pela porta da sala.

Da mesma forma, o grupo guiado por Vernard aproximava-se do hospital escolar, depois de terem passado por mais caminhos secretos e atalhos que podiam se lembrar, inclusive com a nítida impressão de terem passado mais de uma vez pelas mesmas passagens.

Se bem que, em uma escola onde as escadas tinham o costume de mudar de lugar, não dava para estranhar muito.

Um terceiro grupo rumava para o Gabinete do Diretor, conduzido pelo próprio “Avatar das Trevas” e tendo como guia do Escalão de Apoio o jovem Gary Steadman. Logo estavam chegando à gárgula que guarnecia a passagem para o local do Gabinete do Diretor e seus aposentos. Steadman havia descoberto a senha e eles logo subiriam.

— “Uluwatu, Padang e Kuta”. _ disse Steadman, enquanto a gárgula dava passagem a eles.

—Tendo Sirius Black como Diretor, a senha só podia ser relacionada a Surf ou outros esportes radicais. _ comentou Glenda Irons, do grupo de bruxos do Círculo.

Todos postaram-se em frente às portas dos locais que seriam seus alvos, apenas aguardando o momento de adentrarem e surpreenderem quem quer que estivesse lá dentro.

Superpetroleiro “Galactic”, próximo ao Círculo Polar Ártico.

Após o gigantesco navio desaparatar de sua posição e aparatar bem mais ao Norte, a tripulação deu início aos preparativos para levar o “Audacious II” à “Cidadela de Bóreas”. Svetlana deixou o “Galactic” a comando do Primeiro Imediato, Nesmith.

—Confio em você para comandar o “Galactic”, Sr. Nesmith. Irei no submarino, pois devo fazer meu relatório a “Escuridão” e a Lord “Viper”. Alguns me acompanharão, para manter a tripulação do “Audacious II” sob controle. Eles já saíram do brigue?

—Sim, Capitão. Todos já estão no submarino.

—Excelente. _ disse Svetlana, embarcando _ Abram a porta dianteira.

A porta foi aberta e o submarino abandonou a doca, logo submergindo e dirigindo-se às coordenadas indicadas por Svetlana e inseridas nos computadores dos sistemas de navegação.

—Por que essas coordenadas, Cap. Dolohov? _ perguntou o Capitão Balfour.

—Tudo a seu tempo, Cap. Balfour. Olhe para a câmera de visualização externa e veja a fenda submarina pela qual vamos entrar.

—A senhorita tem certeza de que conseguiremos passar?

—Bem, o “Leviathan” passava.

—OK. Se um submarino russo Classe “Typhoon” passava, um britânico Classe “Astute” também passa.

O “Audacious II” seguiu pela fenda, até que Svetlana disse para que parassem as máquinas. Com o poderoso vaso de guerra totalmente parado, ela conferiu as coordenadas e sorriu, satisfeita.

—Pode mandar emergir, Cap. Balfour, com velocidade suficiente para romper o gelo. Estamos no lugar certo.

—Emergir, força total. _ ordenou o Capitão Balfour.

Dali a pouco, o submarino rompia o gelo e atingia a superfície. A escotilha foi aberta e a bruxa saiu por ela, acompanhada pelo Cap. Balfour. Em uma base de patrulha, “Escuridão” e “Viper” esperavam por eles.

—Parabéns, Svetlana. _ disse Draco _ Eu tinha certeza de que você seria bem-sucedida.

—Soube que você precisou matar Rooney. _ disse “Escuridão” _ Por que fez isso?

—Ele extrapolou a autonomia e a autoridade que o senhor deu a ele e tentou me desautorizar, na frente da tripulação. Eu precisava manter o respeito e não tive outro jeito senão lançar uma “Avada Kedavra” nele. _ disse Svetlana.

—Bem, ele era dispensável. _ disse “Escuridão” _ Eu e “Viper” iremos com vocês no submarino, pois teremos que abrir a passagem dimensional. Chocolate quente?

—Aceito, “Escuridão”. Muito obrigada. _ disse Svetlana, servindo-se de uma xícara.

A base de patrulha foi desmontada e o seu efetivo embarcou no “Audacious II”. Antes de embarcar, Draco Malfoy ajoelhou-se sobre a neve e o gelo polar, para ajustar os fechos de uma de suas botas. Em seguida, levantou-se e entrou no submarino. Logo o portal foi aberto e a embarcação passou por ele

Ninguém percebeu que Draco havia deixado um pergaminho dobrado, com instruções para realizar o feitiço de abertura do portal. Dentro dele, para facilitar a localização, uma moeda sinalizadora, mas uma moeda especial. A mesma que havia sido utilizada para localizar Janine em Azkaban.

Em Hogwarts, os grupos do Círculo estavam posicionados em frente às portas, aguardando o sinal combinado para invadirem. Quando ele foi transmitido através de um ponto eletrônico tecnomagizado, eles atravessaram as portas. Mas nada poderia prepará-los para a surpresa que tiveram.

Ao mesmo tempo, o brilho de Chaves de Portal no Ártico indicava que havia chegado ao local da moeda uma formidável força-tarefa de bruxos e trouxas, liderada por “Olho-Tonto” Moody e formada pelos melhores dos efetivos dos Aurores, Rangers, Equipe 6 dos SEALs, GSG-9, SAS, Forças Especiais do Exército Brasileiro, COMANF e uma Companhia do BOPE, todos prontos para a grande batalha que se aproximava.


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