Chapter 12: Letters to Rose

Isabelle Morgenstern se encontrava tendo dificuldades para respirar. As mãos de Scorpius Malfoy envolveram o pescoço dela com força, a sufocando.

A expressão facial do rapaz era de completa indiferença. Ele não parecia se arrepender do que fazia, ou até mesmo gostar. Era como se a sufocar fosse algo banal, como tomar banho ou vestir o uniforme de manhã.

Entretanto antes que Isabelle perdesse a consciência, ele a soltou a fazendo cair no chão. A garota colocou as mão no pescoço, ela estava ocupada demais recuperando o ar para notar a expressão de choque no rosto de Scorpius.

Ele encarou as próprias mãos, sabendo que pela primeira vez em muito tempo estava perdendo o controle.

Isabelle o encarou, ainda no chão, a expressão de indiferença já havia voltado para o rosto de Scorpius, contudo dessa vez ele possuía total controle do que estava falava e fazendo.

— Você não deveria tentar fazer coisas estúpidas — saiu do local logo em seguida, desviando da garota no caminho.

***

Scorpius não se sentia muito bem, queria muito bater em alguém. Queria voltar e acabar com Isabelle, entretanto não podia. E quando entrou na Ala Hospitalar estava mais irritado ainda.

Matthew Zabini o encontrou assim que desceu da torre. Rapidamente contou para o amigo o que havia acontecido, enquanto o mesmo dizia ter visto Catherine sendo levada para a Ala Hospitalar.

Scorpius não pensou duas vezes antes de sair em direção ao local, e Matthew havia ficado para ajudar Isabelle, por mais que houvesse se metido onde não deveria, ela não merecia aquilo.

Quando entrou na Ala Hospitalar, Rose Weasley estava lá, ao lado da cama onde Catherine parecia dormir tranquilamente. Dominique Weasley e um dos gêmeos Scamander também estavam lá, porém Scorpius não prestou muita atenção neles.

— O que aconteceu? — perguntou mesmo que já soubesse a resposta.

Rose não parecia irritado com ele, o que era um alívio, mas sabia que ela só estava ocupada demais estando preocupada com Catherine para ficar com raiva.

— Ela ficou com falta de ar, Lysander teve que a carregar — explicou a ruiva sem sair do lado da outra garota. — Quando chegamos aqui ela desmaiou. Madame Pomfrey acha melhor mandá-la para o St. Mungus.

— Não precisa — Scorpius se apressou em dizer.

Aproximou-se de Catherine do outo lado da cama, contrário de Rose, ele colocou um das mãos no rosto sereno da irmã.

Dominique Weasley logo disse:

—Você tem certeza disso? — questionou. — Ela não estava nada bem quando chegou aqui.

Scorpius já havia esquecido da presença dela e do Scamender.

— Tenho — afirmou ainda olhando para a irmã gêmea. — Isso já aconteceu antes.

A Weasley suspirou aliviada.

— Graças a Merlin. Estava com medo de que ela fosse terminar como o Turner, mas sem a parte do sangue — disse. — Quem seria capaz de fazer algo como aquilo?

Rose olhou Scorpius com o canto do olho, se lembrando das palavras de Isabelle Morgenstern. A sonserina parecia ter tanta certeza do que dizia que até Rose acreditou, também lembrou do seu “sonho” e dos olhos completamente negros do garoto. Contudo vê-lo olhando para irmã com tanto carinho a fazia achar impossível que ele fosse um assassino.

Scorpius Malfoy podia ser tudo, mas não um assassino. Ou talvez ela só quisesse acreditar que ele não fosse.

— Eu não faço ideia de quem poderia ter feito algo assim — respondeu voltando seu olhar para Catherine.

— Será que vai acontecer de novo? — perguntou Lysander nervoso.

— Espero que não — Domi tremeu um pouco. — Imagina se o próximo for um de nós.

— Não fale uma coisa dessa, Dominique — Rose a repreendeu. — Tenho certeza que a pessoa que fez aquilo vai pagar, ninguém pode se esconder para sempre — não tinha muita certeza sobre a última frase, mas queria acalmar a prima.

— Tem razão — concordou Lysander. — Mas até encontrá-lo não deveríamos deixar nada para depois — ele encarou Dominique, confiante. — Dominique, você quer sair comigo?

Rose arregalou os olhos, incrédula e se virou para encarar os dois. Lembrava-se vagamente de Lysander contando sobre uma garota, mas nunca imaginaria que essa garota seria Dominique.

A loira parecia tão chocada quanto Rose, mas acabou sorrindo no final.

— Eu adoraria — disse por fim, fazendo com que Lysander abrisse o maior sorriso do mundo. — Eu estou um pouco cansada agora, por que não me leva até o meu salão comunal?

— Claro! — respondeu sem pensar duas vezes.

Rose encarou os dois boquiaberta, Dominique era tão rápida.

— Te vejo depois, Rose — disse antes de sair. — Me avise se ela acordar.

— Isso foi algo que eu nunca pensei que veria — comentou sem perceber que falava aquilo para o Malfoy, ou que ele estava presente.

Scorpius sorriu sincero e Rose não pode deixar de notar como aquele sorriso era lindo, ele tinha covinhas, a garota percebeu rapidamente que uma parecia ser mais funda que a outra.

— É uma coisa boa, pelo menos — disse descontraído. Ele não ligava para o Dominique e Lysander, mas era bom ver que aquilo havia tirado a mente de Rose dos acontecimentos recentes, e ela não parecia estar se lembrando da conversa na biblioteca, ou se se lembrou estava ignorando o assunto.

— Eu posso ficar aqui com ela — a ruiva disse enquanto observava Catherine dormir.

Scorpius negou com a cabeça, mesmo sabendo que ela não havia visto o gesto.

— Não precisa — falou. — Minha irmã, minha responsabilidade.

Por um momento, Rose se esqueceu de tudo. Scorpius Malfoy era apenas um garoto preocupado com a irmã.

— Tudo bem — suspirou — Te vejo no jantar.

Assim que Rose saiu ele notou que não estava mais irritado.

***

Catherine apareceu na hora do jantar, junto com seu irmão.

A mesa da Grifinória estava uma completa bagunça, muitos pareciam tristes com a morte de Chris Turner e também pareciam preocupados com a Malfoy, que assegurou estar bem. Ainda disse a James que estava bem o bastante para ir ao encontro deles, James sorriu mas logo em seguida corou quando Fred II começou a fazer piadinhas, aquilo animou um pouco o clima.

A diretora McGonagall fez um discurso dizendo que a morte de Chris Turner poderia ter sido causada por um animal, mas aquilo não parecia verdade para Rose, e o corpo ainda seria analisado. Contudo ainda disse que se houvesse sido uma pessoa que ela seria descoberta, então ninguém precisava ter medo.

Rose sabia que a diretora só havia dito aquilo para acalmar os alunos, mas ela desejou poder acreditar.

Demorou para cair no sono naquela noite, até Catherine que havia dormido o dia todo parecia ser capaz de dormir por mais várias horas. A Weasley desejou poder ter uma poção para dormir.

Havia mandando uma carta para os pais, mas tinha certeza que seu pai soube da morte assim que descobriram o corpo. Tinha medo que seus pais a resolvessem tirar de Hogwarts, sabia o quando eles eram paranoicos com isso.

No sábado todos pareciam querer acabar com o estresse indo para Hogsmead, todas as suas amigas iriam sair, todavia Rose preferiu ficar em Hogwarts. O castelo iria estar praticamente vazio e seria o momento perfeito para colocar todos os seus pensamentos em ordem.

Pegou um dos livros que havia trazido, “As Brumas de Avalon”, e o levou para o jardim. Nada a deixava mais relaxada do que ler um livro do lado de fora. Escolheu o lugar mais longe possível de onde Chris Turner havia sido morto, todos os alunos começaram a evitar passar por ali.

Rose não havia nem chegado na metade no livro quando uma carta caiu no seu colo. Ela olhou para cima e para os lados procurando por alguém ou por alguma coruja, mas estava sozinha.

Não havia nada escrito no envelope da carta, ficou com medo de abri-la, porém era curiosa demais para não abrir.

A carta era breve, não reconheceu a letra contudo era bonita demais para pertencer a um garoto, falava sobre um feitiço, um feitiço horrível demais para estar nos livros da escola. No final havia apenas dois nomes.

Scorpius e Catherine Malfoy.

— Então Rose — ouviu a voz que a fez se levantar o mais rápido possível, deixando o livro cair no chão. Ainda segurava a carta quando encarou Scorpius Malfoy. — Por que não me conta o que está escrito nessa carta?