Chapter 11: Living dead (only alive)

Havia sangue por todo o lado, Rose não precisou ver o corpo para se sentir enjoada.

Parecia que todos os alunos de Hogwats estavam nos jardins, em volta do corpo. Alguns se afastavam rapidamente como se estivessem passando mal.

A diretora e os outros funcionários tentavam tirar os alunos do local. O que não dava muito certo, pois assim que um aluno saía outro aparecia. Todos queriam saber a mesma coisa, de quem era o corpo.

Rose ficou com medo de que fosse alguém que conhecesse, e já havia perdido as amigas no meio da multidão. Segurou a respiração ao se aproximar do corpo, sem ter certeza se queria ou não ver. Contudo assim que conseguiu ver soltou a respiração. Conhecia o garoto, mas não sabia mais do que o seu sobrenome. Turner.

O Turner tinha cortes por todo o corpo, quase não reconheceu seu rosto, o uniforme da Grifinória estava tão ensopado de sangue que era impossível imaginar que a blusa já havia sido branca. Rose virou o rosto, sentia vontade de vomitar, não conseguia mais olhar para a cena.

— Foi ele — ouviu uma voz dizer do lado dela. Isabelle Morgenstern estava com o rosto vermelho devido as lágrimas. Ela não parecia falar com Rose e sim consigo mesmo, seu olhar estava distante, não encarava o corpo.

Rose seguiu o seu olhar e viu Scorpius Malfoy de longe. Ele a encarou de volta, e a garota se sentiu desconfortável com aquilo. Desviou o olhar e saiu da vista do Malfoy o mis rápido possível.

Ela conseguia sentir o olhar de Scorpius nas suas costas enquanto se afastava do corpo, entrando no meio da multidão.

Foi difícil encontrar um canto no jardim com menos gente, porém quando o encontrou logo percebeu que pode respirar melhor. Mas seu coração ainda estava acelerado, ela colocou a mão no peito tentando se acalmar.

Alguém a cutucou.

— Rose! — Dominique a chamou parecendo estar desesperada.

— Que? — perguntou tentando se concentrar na voz da prima. Entretanto sua cabeça estava uma verdadeira bagunça naquele momento.

— É a Catherine!

Rose logo ficou preocupada e seguiu a prima na hora. Ela teria outra hora para organizar seus pensamentos sobre Scorpius Malfoy.

Encontrou Catherine sentada na grama, ela parecia não conseguir respirar direito. Havia um garoto do lado dela, era Lysander ou Lorcan Scamander, Rose não tinha tempo para diferenciar.

— Eu estava com ela no meio da multidão quando do nada ela começou a ficar sem ar — explicou Dominique. — Lysander me ajudou a tirá-la de lá, mas nos perdemos os professores de vista.

Rose olhou em volta rapidamente, era para ela estar procurando por professores, contudo procurava pelo Malfoy, aquela era sua irmã afinal, entretanto o loiro também estava fora de vista.

— Nós precisamos levá-la para a enfermaria — ordenou.

Os dois loiros logo concordaram. Lysander pegou Catherine no colo com facilidade.

— Na-não — a Malfoy teve dificuldade para falar. — E-eu... eu só pre-preciso descansar.

— E você vai descasar — assegurou Rose. — Na enfermaria.

***

Isabelle Morgenstern demorou mais do que esperava para encontrar Scorpius Malfoy depois que saiu de perto do corpo.

Ela não gostava de Chris Turner. Sinceramente, Izzy sempre o achou um completo babaca, mas ninguém merecia morrer por ser um completo babaca. Não daquele jeito, e não por culpa dela.

Não precisava de um bilhete, ou algo do tipo, para saber que aquilo foi um aviso. O assassino também sabia disso, e ele era Scorpius Malfoy.

Agora Isabelle sabia tudo sobre o segredo sujo da família Malfoy. Não começo não sabia o que fazer com aquela informação, estava apavorada demais para fazer algo, contudo agora estava apavorada demais para não fazer nada.

O mundo deveria saber a verdade. Scorpius Malfoy era perigoso demais para estar solto por ai.

Medo foi a única coisa que sentiu quando encontrou o garoto na torre de astronomia. Ele não parecia ter notado sua presença, mas ela sabia que foi notada.

Reunião toda a sua coragem, e só naquele momento desejou ser uma Grifinória.

— Eu sei que foi você — o acusou rapidamente, antes que pudesse se arrepender e saísse correndo daquele lugar.

Scorpius se virou para encará-la, com um olhar frio e um sorriso maligno nos olhos. O oposto do garoto reservado que conheceu quando tinha onze anos.

— O que eu fiz? — perguntou fingindo não saber do que ela se referia. Isabelle o observou o rapaz, cada detalhe, e assim que pousou os olhos nas mãos viu que ele segurava a grade com força, tenta força que Isabelle não duvidou que Scorpius conseguisse a quebrar.

Ele estava nervoso, escondia algo, e ela sentia que não era relacionado ao assassinato.

— Chris Turner — respondeu sem dar mais detalhes.

— Você acha que eu matei aquele cara? — questionou fingindo estar ofendido. Isabelle engoliu a seco mas não respondeu. Scorpius tomou aquele gesto como um sim. — A verdade é que eu não matei — parecia estar sendo sincero, contudo a garota sabia que ele era um ótimo mentiroso. — Porque se você eu não teria o matado, teria matado você.

Isabelle deu uma passo para trás, com medo. Quase caiu da escada e teve que colocar a mão na parede para se equilibrar.

O Malfoy soltou uma risada. Isabelle imaginou que a risada de Voldemort deveria ter um som parecido.

— É melhor você ir embora — disse por fim.

Ela realmente pensou em sair daquele lugar, quis correr até o seu dormitório e se trancar lá pelo resto do dia. Contudo já havia chegado tão longe, não podia recuar naquele momento.

Fechou os olhos e tentou se acalmar. Pensou em coisas felizes, na sua irmã e nos pais, e em memórias bobas da infância. Conseguiu se acalmar e esquecer que estava cara a cara com um verdadeiro monstro.

Scorpius pareceu surpreso ao vê-la se aproximar.

— Pensei que era mais inteligente que isso, Izzy.

— Essa sou eu sendo inteligente — falou com sinceridade. Assim que estavam bem próximos disse de maneira desafiadora: — Se você não contar a verdade sobre o assassinato do Chris, eu mesma irei contar a verdade sobre você para Rose Weasley — ele realmente pareceu surpreso, não conseguia entender por que ela não havia fugido ainda. Isabelle sorriu vitoriosa. — Eu também sei a verdade sobre Rose.