Fogo e Gelo escrita por Reira


Capítulo 30
Com açúcar, por favor.


Notas iniciais do capítulo

"I'm not afraid to cry
Every once in a while even though going on with you gone still upsets me
There are days
Every now and again I pretend I'm okay but that's not what gets me
What hurts the most, was being so close
And having so much to say
And watching you walk away
And never knowing, what could have been
And not seeing that loving you
Is what I was trying to do".
(What hurts the most, Rascal Flatts)



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Ambre POV



Cada minuto parecia uma eternidade. Quando ele finalmente chegou, engoli em seco. Ele nem sonhava com a situação... quando ele me perguntou o que era, demorei alguns minutos para me recuperar e conseguir dizer.

–- Eu... - Olhando nos seus olhos verdes, eu simplesmente não conseguia dizer. Morria de medo de sua reação.

–- Diga logo Ambre.

–- Eu estou grávida Lysandre, e você com certeza é o pai. - Os olhos dele se arregalaram. Pude sentir a tensão caindo sobre nós como se fosse uma enorme placa de concreto. Olhei para o chão, com medo. Ele deu uma risada sarcástica.

–- Você vai abortar né ?

–- É claro que não ! - Ele colocou as mãos no rosto e se mexeu, inquieto. Me encolhi.

–- Sim você vai ! Tem noção do que esse escândalo vai provocar em minha família ?

–- Porque você só pensa em você ? É capaz de tirar uma vida para preservar a imagem da sua família ? - Ele ficou quieto, mas seus olhos estavam furiosos. Ele se aproximou e eu me encolhi mais ainda.

–- E a sua carreira ? Vai jogá-la no lixo ?

–- Não, eu...

–- Não se iluda Ambre, sua imagem também vai ficar manchada. - Ele tem razão. Mas mesmo assim contiuei firme na decisão.

–- Você é um monstro – Sussurrei. Ele me olhou com mais raiva ainda e me deu um tapa, que me fez cair no chão. Olhei para ele assustada, colocando a mão no meu rosto, chorando. O que ele está fazendo ?

–- Cala a boca, sua hipócrita. Como se você tivesse moral pra falar de mim. Você não sabe nada sobre minha vida. E eu vou embora daqui alguns dias. Se quer ter esse bebê, vai cuidar dele sozinha. - Ele estava visivelmente abalado. Nervoso, saiu andando de volta para o carro e foi embora, me deixando ali. Uma dor imensa me invadiu, ao perceber que eu estava sozinha nessa. Comecei a chorar descontroladamente, e abracei meus joelhos, me encolhendo na calçada. Ninguém passava por ali, então não tive receio de me entregar á dor. Como eu iria enfrentar o preconceito, os julgamentos ? Tá certo que eu poderia ter evitado tudo isso. Eu escolhi isso e estou sofrendo as consequências, não sou burra. Todo mundo sabe que os erros tem consequências. Mas já aconteceu, e abortar com certeza é pior. Agora tenho que erguer a cabeça, e enfrentar tudo. Afinal as pessoas são hipócritas, elas só sabem apontar o dedo, ao invés de ajudar. Eu, sozinha, já sofro o suficiente, não precisam piorar. Não precisam aprovar minha condição, apenas... não apontar o dedo com tanta frieza.






Shizuka POV







Castiel parecia ansioso. Eu ia falar com ele, mas Nathaniel o chamou de canto. Era visível a tensão entre eles, mas estavam conseguindo conversar normalmente. Ouvi Nathaniel dizer “você leva ela, eu vou falar com os pais” e fiquei sem entender nada. Castiel assentiu e segundos depois, Nath foi em direção ao corredor, e Cast me pegou pela mão.

–- Vamos, eu vou te levar pra ver a Helena. - Ver a Helena ? Em um hospital... ? Mas.... fiquei confusa, e franzi o cenho, pensando no que levaria ela a estar aqui. O que tem a ver com a briga entre eles ? Acho que ele percebeu minha confusão e enquanto andávamos no corredor, ele começou a contar.

–- O quarto dela é no segundo andar, é meio longe, eu vou contando a história enquanto isso. - Me preparei para ouvir, atentamente. - Eu a conheci na escola. Nathaniel já a conhecia e estava gostando dela. Ele me apresentou num dia que saímos depois de um ensaio meu, e a achei linda. Cabelos lisos, pretos, compridos. E olhos azuis, idênticos aos seus. - Ela parou um pouco, era vísivel seu desconforto e a dor das lembranças. O abracei pela cintura numa tentativa fraca de confortá-lo. - Tinha personalidade forte, porém era bondosa, meiga. O tipo de garota que eu ainda não conhecia. Eu a chamei para sair mas ela não quis, e fiquei indignado com aquilo. - Ele riu. - Fiquei uma semana pensando nela, pensando no porque de ela ter recusado... e me dei conta que ela era diferente das outras garotas fúteis com quem eu saía. Isso me fez sentir mais atraído ainda... e meu caráter não era dos melhores. Eu estava querendo a garota que meu amigo gostava... com o tempo, fomos nos envolvendo. Nathaniel percebeu nossa aproximação. E discutimos, mas eu não estava disposto a desistir dela. Desde que nos aproximamos, eu fui melhorando aos poucos. Ela me ajudou a ser quem eu sou hoje. Ela me fez descobrir o que é amar apenas uma pessoa e querer realmente ficar com essa pessoa. Eu devo muito á ela. - Sua voz fraquejou e percebi que ela estava segurando as lágrimas. Eu estava fazendo o mesmo, e queria confortá-lo, mas naquele momento não parecia propício dizer nada. - Ela sabia que ambos gostávamos dela mas um beijo acidental revelou que ela gostava de mim. A pedi em namoro, e nessa época eu tinha dois shows seguidos para fazer. No primeiro foi quando conheci o Lysandre, lembra ? Que ele deu em cima dela. E foi o mesmo show que o Nathaniel descobriu que estávamos namorando. Íamos contar mas estávamos esperando o momento certo, mas ele descobriu. Uma semana depois, no segundo show, foi quando eu cantei Always pra ela. Ela estava frente ao palco, os olhos azuis fixos em mim. Assim como os seus naquele show que você foi. - Ele sorriu pra mim apesar da dor no olhar e eu retribuí o sorriso. - Depois que acabou, nós estávamos lá fora conversando. Ela quis tomar um milk-shake, e eu tinha que esperar os outros saírem de dentro da casa de shows pra guardarmos os equipamentos e irmos pra casa do Armin comer pizza e comemorar nosso terceiro show. E nessa festinha particular eu iria dar as alianças pra ela. - Nessa hora uma lágrima escorreu, mas ele secou rapidamente, com medo de que eu visse. Se ele soubesse, não há nada vergonhoso em um homem chorar. Apertei meu abraço. - Ela queria muito, então disse pra ela ir comprar pra nós do outro lado da rua enquanto eu esperava. Logo que ela saiu, Nathaniel chegou. Ele tinha vindo pra conversar comigo, mas estava nervoso, dizendo que não iria desistir dela. Que ela não merecia alguém decadente como eu, que não tinha futuro. Justo ele, que sempre me apoiou a seguir meu sonho, mas não conseguiu me mudar como ela conseguiu. Fiquei nervoso, rebati dizendo que ele deveria se conformar que ela me quis e não á ele, e quando percebemos a discussão evoluiu pra uma briga. Eu sou mais forte que o Nathaniel, então ele estava bem acabado quando Helena viu nossa briga, quando saiu de dentro da lanchonete. Ela gritou “Castiel, não!”, então soltei o Nathaniel e olhei pra ela, que vinha apressada sem ner olhar para a rua. Tinha um carro vindo, estava correndo, e num lapso eu gritei pra ela voltar, mas não ia dar tempo. Eu corri pra tirá-la da rua, mas por um erro de segundos, o carro passou rente á mim e a atropelou. Se eu a tivesse alcançado... - Eu não sabia o que dizer. Tudo aquilo era doloroso demais, e eu não ficava feliz por ter o Castiel ás custas dela. Não era minha culpa, mas mesmo assim, eu sentia por ela. Chegamos ao quarto, e Castiel abriu a porta. Ela estava deitada na cama, imóvel. Me aproximei dela, deixando uma lágrima escorrer. Era óbvio que seu acidente tinha provocado um coma. Porque motivo ela estaria no hospital até agora ? - Você já percebeu não é ? Ela entrou em coma desde então. E eu venho me sentindo culpado. Parei de viver, não tinha mais motivação. Por isso repeti o segundo ano. Não é justo que eu viva e ela não... - Ele a olhava com remorso e dor. Eu o entendia, e me aproximei dele e acariciei seu rosto.

–- Tenho certeza que, pela bondade que você diz que ela tem, ela não iria gostar de te ver assim. - Por um momento passou pela minha cabeça que se ela estivesse acordada agora, eu não estaria com o Castiel. Me doía pensar nisso mas era um sentimento egoísta. Eu sabia que ele estaria feliz e eu também seria, com outra pessoa. O ser humano é naturalmente egoísta, mas tem aqueles que resistem e aqueles que se entregam. Eu decidi não me entregar e por mais que tivesse esses pensamentos, eu os ignoraria. Ela não merece isso só pra que eu seja feliz. Me enraivece quando vejo garotas passando por cima de outras para conseguir homem. Justificando que no amor vale tudo. Mas então elas merecem mais do que as outras ? Na hora que todos sabem do erro todo mundo é igual, ninguém deve julgar ninguém, ninguém pode falar nada porque é hipocrisia, porque ninguém é melhor do que ninguém. Mas na hora de se aproveitar das coisas pensando em si mesmo é certo. Nojo disso.

–- É, eu também acho, mas mesmo assim...

–- Isso mostra que você é bom, Cast. Eu te admiro. - Ele sorriu e me abraçou pela cintura.

–- Agora, eles querem desligar os aparelhos. Os pais dela ligaram para o Nathaniel para contar e ele quis vir pra cá correndo, e como eu também estou envolvido, pediu pra me chamar. Ele deve estar com os pais dela agora, conversando com o médico. Faz um ano e alguns meses que ela está assim.

–- Mas não é justo ! Já vi casos de ficarem cinco anos ou mais !

–- Mas o hospital não suporta, Shizu. Eles precisam de leitos...

–- Isso não está certo... eles querem mais dinheiro, isso sim.

–- Mas não vamos deixar assim. Os pais dela são contra, nós também. Vamos esperar mais, não acho que tenha sido tempo suficiente.

–- Com certeza não ! - Ele olhou para ela e segurou nas mãos dela que descansavam sobre seu corpo.

–- Ela merece ser tão ou mais feliz do que eu. Com o apoio do pessoal da banda, eu consegui me reeerguer consideralvelmente parar tocar e passar de ano. Mas eu estava praticamente morto. Não tinha ânimo pra nada, achava que nunca mais amaria. E a culpa me deixou amargo e grosso. Mas você me ressucitou. Mas ainda me sinto culpado, não terei paz mental até vê-la sorrindo e vivendo a vida...

–- Eu tenho esperanças que isso vai acontecer. - Um medo de que Castiel me largasse por ela se ela acordasse me acometeu. Mas eu confiava nele. Será que isso abalaria nossa relação ?

–- Eu estou pensando em me mudar no fim do ano. Morar sozinho em uma cidade vizinha, sabe. Pro caso de ela acordar... vai ser ruim ficar convivendo com ela, na mesma cidade. Temos amigos em comum... pode ser doloroso pra ela no começo, me ver com você, e eu também tenho medo do que pode acontecer. - Assenti.

–- Pode ser melhor mesmo... sendo perto, você vai poder vir sempre...

–- Com certeza... - Ele se sentou e eu me sentei ao lado dele, deitando em seu ombro. Ficamos em silêncio, olhando para a menina adormecida. Cada um com seus pensamentos, ansiando e temendo o momento em que ela acordasse.







Lysandre POV






Ótimo.

Pensei, quando estava a caminho do hotel. Lá no fundo, em algum lugar adormecido, eu sentia uma ponta de culpa. Mas minha imagem estava em jogo, e essa não era uma coisa que eu tinha escolha.

Subi as escadas em direção ao quarto, não quis usar os elevadores. Não queria ver ninguém e hoje em dia não se vê uma alma sequer nas escadas. Geração preguiçosa.

Quando cheguei, Nina estava sentada no sofá, vendo TV, mas pela sua expressão ela não estava prestando o mínimo de atenção ao programa. Ao me ver, acho que percebeu a tensão na minha expressão.

–- Parece que agora eu não sou a única transtornada – Eu dei uma risada irônica, mas ela continuou séria. Não foi mesmo apropriado rir agora.

–- Ambre ficou grávida. - Ela pulou do sofá e até derrubou o controle no chão.

–- E você vai assumir ?

–- Não, tenho uma imagem a zelar – Dizendo isso, fui caminhando em direção ao banheiro. Tranquei a porta e lavei o rosto, e depois me olhei no espelho. Não me reconheço mais. Nos últimos anos minha consciência endureceu. Eu nunca soube o que é amor. Eu nunca senti isso. Eu já tive a bondade, porque nunca vi criatura mais bondosa que a Shizuka, mas algo em minha mente doente não processava nada daquilo. Não se sensibilizava. E nem agora. Me tornei um homem oco, sem sentimentos. Me lembrei do homem de lata, da história do Mágico de Oz. Mas ao contrário dele, eu desisti da busca por um coração. Me conformei. Eu sei que sou fraco por isso, mas a minha forma de disfarçar a frustração é vestindo uma máscara que me faz parecer feliz comigo mesmo. Como se eu não me importasse de nenhuma forma com o sofrimento que já causei. Mas não sou tão diferente da maioria, sou ? Que ignora os notíciários, os números alarmantes de mortes, de tragédias, de suicídios; que vê a desordem á sua volta e não move um dedo para mudar ? Que vê a humanidade se autodestruindo, viu na história homens como Hitler no poder e não sentir absolutamente nada, mais preocupados com suas distrações ? Eu parti corações, eu me aproveito das pessoas. Mas será mesmo que sou tão diferente de quem vê a maldade e se cala ?

Como isso foi acontecer ? O mundo me fez egoísta, e meu pai só ajudou. Mas não quero pensar nisso agora.

Tirei as lentes e minha camisa, a tensão me fez sentir um calor insuportável. A íris cor-de-mel de meu olho direito me tranquilizava um pouco. Era a única lembrança do antigo Lysandre em mim.

Saí do banheiro e fui para a miniatura de cozinha. Bebi um pouco de café que entupi de açúcar, para neutralizar um pouco da amargura. E pelo canto do olho vi Nina se aproximar.

–- Você tem asas nas costas ? - Ela perguntou, surpresa, se referindo á minha tatuagem.

–- Fiz isso num ataque de rebeldia. Pra mostrar que eu era livre. Mas elas foram cortadas á algum tempo – Eu disse, olhando para o café na xícara. Ela ainda não sabia que eu ia embora, então resolvi dizer. Me virei e antes de qualquer coisa, ela arregalou os olhos.

–- Você só me surpreende ! Você é heterocromático ! - Sorri.

–- Sim, mas as pessoas estranham demais então uso lentes para os dois ficarem verdes. - Ela continuava olhando com admiração. Ela era uma boa garota. O antigo Lysandre clamava, deixe-a ir, assim como clamou pra eu deixar Shizuka ir e acabar com a mentira mas a pressão para continuar era muito maior. Se meu pai soubesse da Nina, a acharia um ótimo negócio e seria difícil deixá-la, então ele nunca saberá dela. Vendo seus olhos brilhantes ao ver meus dois olhos de cores diferentes – me fazendo parecer um Husky com esses cabelos platinados emoldurando meu rosto – algo em mim me fez pensar em quanto ela estava desperdiçando sua vida comigo. Aquilo tinha que acabar, apesar de ela estar virando quase que um vício. Ela me trazia calma, e tirava uma parte da culpa pela morte de Johnny de mim. Eu sabia que era o culpado mas se a convencesse disso, ela poderia ir embora. Mas ao menos uma vez na vida vou esmagar meu egoísmo e deixá-la ir. Minha intenção não era ver Johnny morrer, era apenas uma provocação. Não sabia o tamanho da dor que aquele garoto estava sentindo, e até agora não sei. Mas foi ruim, foi muito ruim.

Sei o que tenho de fazer.

–- Eu vou embora – Disse, quebrando o encanto dela. Ela franziu o cenho e me olhou incrédula.

–- O-o quê ?

–- Isso que ouviu, vou embora. Vou voltar pra casa. - Busquei minha camiseta no banheiro e a vesti novamente. Ela me seguiu.

–- Não, você não pode me deixar aqui !

–- Claro que posso. - Ela ficou em silêncio.

–- Lysandre o que eu vou fazer sem você ?

–- Você não precisava de mim. Eu fui o culpado por tudo Nina. Eu. Você não tem culpa de nada. Vá embora, vá viver a vida. Eu me aproveitei de você, está feliz agora ? - Ao olhar para ela, ela estava chorando. Mas meu coração de pedra nada sentiu.

–- Lysandre...

–- Isso não me comove. Vou sair por duas horas, quando voltar não quero te ver aqui. - Fui em direação á porta, mas quando a abri ela segurou minha camisa.

–- Lysandre, não... como vou viver com essa culpa, como...

–- JÁ TE DISSE ! - Gritei, com os olhos tão frios como gelo – A culpa é toda minha ! Vá embora Nina, volte para o seu Ken, acorde ! Se liberte desse inferno que se sujeitou ! - Ela me soltou e eu bati a porta cm força. Fiquei alguns segundos encostado na porta, e podia ouvi-la soluçar. Eu a fiz acordar num choque, jogando a realidade que ela estava ignorando desde que caiu nesse buraco profundo. Ela não merece isso. A verdade nua e crua é que sim, me aproveitei dela mas quem se sujeitou foi ela. Mas minha ação dura foi para o bem dela, mas não precisa saber disso. Saí andando no corredor, pensativo. Não é você que não tem salvação Nina, sou eu.








Ken POV






Passei em um café na volta para casa. Pedi um capuccino e me sentei em uma das mesas ao ar livre.

Enquanto esperava, fiquei pensando na Nina. O que poderia trazê-la de volta ? Que palavras eu deveria usar, como agir ?

Nunca enfrentei algo parecido. De fato, a mente humana é complexa demais. Se não nos protegermos, fazemos coisas que nunca imaginaríamos...

–- Com açúcar, por favor – E ela colocou dois bloquinhos de açúcar na minha bebida, e me entregou. É uma pergunta óbvia, colocar açúcar ou não. A vida é tão amarga, imagine se o café também fosse.

Por mais difícil de compreender que tudo isto fosse, eu a amava e estava disposto a perdoá-la. Mas o mais difícil seria fazer ela acreditar que a culpa não é dela...



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Notas finais do capítulo

Gente to muito triste. Meu último capítulo postado só teve dois comentários ! Cadê vocês leitoras ? 3
Gente, se não comentarem mais eu vou parar de postar... :/