Fogo e Gelo escrita por Reira


Capítulo 12
Diga que não é verdade


Notas iniciais do capítulo

"All the right friends in all the right places
So yeah, we're going down
They've got all the right moves in all the right faces
So yeah, we're going down..."
(All the right moves, One Republic)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/221826/chapter/12

Minha cabeça doía demais e isso tornava impossível pensar. Eu só queria ir embora dali, e nunca mais ver a cara dele, nunca mais. Virei-me e corri em direção ao salão, pronta para chamar um táxi e ir embora. Mas ele, persistente como é, veio atrás de mim e segurou meu braço.

–- Lysandre, me solta...

–- Shizu, me deixa explicar...

–- Explicar ? – Dei outra risada irônica. Olhei para o lado, para o chão, procurando palavras certas para dizer o que eu queria sem fazer escândalo e chamar a atenção das pessoas ali. – Eu vi claramente que você a estava beijando porque queria. Não adianta, nada vai me fazer mudar de idéia, não te quero mais. Sua máscara caiu, Lysandre. – Olhei para a máscara dele que ainda estava em minha mão, e a joguei em cima dele. – Literalmente. Ele riu. ELE RIU.

–- É, vejo que não tem mais jeito... ah, que ótimo. Estraguei tudo.

–- Porque ? – Perguntei, tentando não fraquejar mais , segurando minhas lágrimas com todas as minhas forças. Ele deu de ombros.

–- Você sabe, Shizuka, eu sou o filho do dono de uma das corporações mais poderosas dos EUA. E o seu pai, além de ser um ótimo engenheiro, é dono de uma das empresas do ramo alimentício que anda crescendo num ritmo impressionante. E o que eu e meus pai queremos ? Nos autopromover. Queremos nos juntar com as maiores empresas de todos os ramos existentes e ser a corporação mais poderosa do mundo. Acha impossível ? Estamos caminhando para isso... nós já temos vários acordos com diversas empresas e compramos ações das maiorias marcas mundiais. Parte da economia dos EUA é movida por nós, docinho. Ah, temos um acordo com a família da Ambre também, que como você deve saber, é dona de uma marca francesa que esqueci o nome agora... ah tanto faz. Nos EUA não é tão conhecida ainda, mas na França... é uma das mais consumidas pela alta sociedade. Seu pai e eu já fizemos um acordo, mas ele preferiu assina-lo só depois que nos casássemos, ou pelo menos do noivado. Então tive que prolongar o namoro, e você, queridinha, tão puritana... – Ele segurou meu rosto pelo queixo e deu um sorriso cínico – Nunca quis passar uma noite comigo... querendo esperar a hora certa, não é...

–- Agradeço imensamente por isso agora – Eu disse, soltando a mão dele do meu queixo. Ele apenas riu.

–- Eu tinha que achar outra forma de ter o que eu queria, não é ? E não tenho culpa, eu e Ambre somos parceiros, tanto nos negócios como na vida. E sabe como é, nós temos benefícios... – Cansei de ouvir aquilo. Então ele estava comigo apenas por ambição, por ganância... meu pai foi imensamente sábio em não assinar o acordo logo de cara. – Você nunca percebeu, Shizu ? Sempre que fazíamos nossos personagens favoritos, eu era o vilão. Lembra, quando você me perguntou porque eu preferia o Hyde ao invés do Dr. Jekyll ? Dorian Gray, o Corvo em seu umbral dizendo: nevermore ! É isso que eu sou, Shizuka. Amor não faz nenhum sentido, é perda de tempo. – Pensei em inúmero argumentos para mostrar que ele estava errado, mas não valia a pena discutir, e eu estava em um estado horrível, e precisava sair dali o mais rápido possível. Me virei e voltei a andar em direção ao salão, mas novamente ele me segurou, e dessa vez me jogou na parede, e colocou seus braços em volta de mim, me impossibilitando de fugir.

–- Você sabe o que acontece com Dorian Gray no final não é ? – Perguntei, encarando-o friamente. Ele deu de ombros.

–- Não sou tão burro como ele. Mas pense bem, Shizuka... eu sei que você gosta de mim, e você é linda, formamos um perfeito casal... e nossas famílias vão ganhar muito com isso. Porque não esquecemos e continuamos a ser o casal fofo e feliz...

–- Me solta – eu tentei me desvencilhar dele de todas as formas, mas ele é forte demais.

–- Vamos, Shizu... eu sei que você não resiste – Ele aproximou o rosto até ficar a centímetros do meu e me encarou, com um sorriso malicioso. Eu virei o rosto antes que ele me beijasse, e continuei lutando contra. Haviam tantas pessoas ali, será que nenhuma iria me ajudar ? – Alguém me ajude ! – Gritei. Mas aparentemente ninguém se foi compassivo o suficiente para me ajudar.

–- Não adianta resis...

–- Solta ela desgraçado – A fala dele foi interrompida por alguém, mas não reconheci a voz. Olhei para o lado e ali estava Castiel.

–- Isso não tem nada a ver com você...

–- Você não muda... dá pra ver que ela não quer. Solta ela.

–- Não se mete, eu sou o namorado dela... - Dava para ver que Castiel estava chegando no limite da raiva.

–- Solta ela. - Lysandre ainda teimou. Tudo aconteceu muito rápido; em um instante ele estava no chão, com o nariz sangrando, e na minha frente estava Castiel, com os punhos cerrados e encarando Lysandre com um olhar de profunda raiva. Antes que ele se levantasse, Castiel me puxou pela mão até dentro do salão, em um canto mais reservado, perto da entrada da cozinha, onde não havia quase ninguém, apenas alguns garçons indo e vindo.

–- Obrigada – Eu disse, quando ele se virou pra mim.

–- O que aconteceu ? Eu passei pelo jardim e vi que ele estava tentando te forçar... apesar de ser seu namorado, você estava claramente lutando contra.

–- Eu flagrei ele com a Ambre. – Ele não reagiu, não parecia surpreso. – E ele queria que eu continuasse com ele apesar disso.

–- Não o suporto... e isso não me surpreende. – Eu queria perguntar o porque, mas deixaria para depois. Já havia escutado coisas demais a respeito de Lysandre por hoje. - Mas você está bem ? – Ele me encarou por alguns segundos, e deve ter notado meus olhos vermelhos, tanto que olhou para o lado um tanto constrangido. – Claro que não, que pergunta não é...

–- Me desculpe por duvidar de você...

–- Não, eu no seu lugar também não acreditaria. – Ficamos alguns segundos em silêncio, e eu sequei algumas lágrimas que estavam em meu rosto com as mãos.

–- É, então... você não gostaria de dançar ? – Na realidade, minha vontade era ir pra casa. Minha cabeça doía, estava confusa e tudo aquilo era muito doloroso. Mas por algum motivo, não estava sendo tanto quanto eu pensei que seria, talvez pela presença do ruivo um tanto embaraçado á minha frente. Era engraçado vê-lo assim, ele não tinha muito jeito em consolar garotas. E ele estava sendo gentil, coisa rara. Tentei sorrir, apesar de estar em cacos por dentro.

–- Tudo bem. – Ele se curvou, estendendo a mão, como um cavalheiro faria. Coloquei minha mão sobre a dele, que me guiou até a pista de dança. A música que tocava era lenta, mas acabou logo que chegamos. Uma moça ruiva, que estava fazendo os anúncios da festa, subiu até o palco e a banda que estava tocando saiu.

–- Queridos, chegou a hora da surpresa ! Não vou enrolar. Temos um convidado especial, com vocês, One Republic ! – As garotas começaram a gritar, umas até choraram. Consegui ficar um pouco feliz, era uma banda ótima e sempre quis ir á um show deles ! Eles subiram ao palco, ajeitaram os equipamentos e depois de um pequeno discurso de agradecimento de Ryan Tedder, começaram a tocar. Iniciaram com All the right moves, uma de minhas favoritas. Castiel me puxou gentilmente para perto dele, e nos ajeitamos para dançar. E ele dançava bem ! Sabia todos os passos das danças típicas de bailes. Como somos da elite, participamos muito em bailes como esses, e saber dançar era imprescindível. E a música tinha um ritmo ótimo para dançar. Quando nossos olhares se encontravam, era impossível não sorrir. Ele sabia como levar uma garota, fazia a dança parecer leve e fácil. Por um momento, consegui esquecer de tudo. Lysandre, o baile, Ambre, as pessoas... só havia eu e ele, dançando sem se importar se estava perfeito ou não. Eu me sentia confortável e calma com a presença dele, com suas mãos me guiando. Mas logo a música acabou. Ryan agradeceu e logo eles começaram a música seguinte: Secrets.

–- Eu amo essa música ! – Ele sorriu e me puxou para dançar, apesar de não ser tão dançante como a outra. Era mais lenta e dançamos com mais calma, como um valsa suave. A combinação perfeita da sua presença e a música me fazia bem e toda a dor havia ido embora, mas eu sabia que ela voltaria. Então queria aproveitar aquele momento ao máximo. Deitei minha cabeça sobre o ombro dele, enquanto dançávamos, e ele não reclamou, apenas apoiou seu queixo sobre minha cabeça e continuamos dançando, fingindo que nada de ruim havia acontecido. Fechei meus olhos, deixando apenas que meus outros sentidos operassem. O tato, sentindo sua pele quente, meu olfato sentindo seu perfume marcante e minha audição ouvindo a música maravilhosa. Eu nunca imaginei Castiel sendo tão gentil, e também nunca imaginei que a presença dele pudesse ser tão calmante pra mim. Mas aquela noite estava sendo tão cheia de surpresas, que não me importei. Afinal, a maioria das coisas boas não fazem sentido.





Mas tudo que é bom acaba. Quando Secrets terminou e paramos de dançar, a realidade voltou com tudo, sem piedade, como um furacão arrasando tudo pelo caminho. Não poderia continuar ignorando por muito tempo. Precisava ir para casa, deixar as lágrimas escorrerem, organizar minha mente confusa.

–- Preciso ir pra casa...

–- Tudo bem. Mas como você vai ?

–- Vou chamar um táxi... – Meu pai avisou que ia sair com minha mãe, e voltaria tarde, provavelmente na hora de me buscar, então não estará em casa.

–- Mas você tem dinheiro ?

–- Eu pago quando chegar.

–- Bom, então... eu te acompanho até lá fora. – Assenti, e fomos caminhando em silêncio até a saída do salão. Por algum motivo, o silêncio com ele não incomodava. Eu me sentia bem, mesmo sem dizer nada. Olhei para ele, que caminhava sério. Nunca o imaginei assim, com trajes inspirados na época vitoriana, que o faziam parecer um lord inglês. Ele deu sua mão direita para que eu apoiasse a minha, para me ajudar a descer a enorme escadaria. Logo saímos da escola, e estávamos na calçada.

–- Obrigada. – Tentei dar um sorriso bonito, mas não deve ter saído grande coisa. Era difícil sorrir. – Dançar com você me fez bem.

–- Fico feliz. – E sorriu. Um sorriso lindo, devo admitir. Um sorriso diferente, sincero.

–- Vou tirar essa máscara... – Com um pouco de esforço, tirei a minha. Ele quis fazer o mesmo, mas não conseguiu. – Deixa que eu te ajudo – O virei e tente desatar o nó, mas quando estava quase conseguindo, enroscou no cabelo dele. Tentei desenroscar delicadamente, mas acabei puxando sem querer.

–- Ai ! – E se virou pra mim, com uma expressão de dor.

–- Desculpa ! – Acabei rindo sem querer. – Falta pouco... – Coloquei meus braços em volta dele e tirei a máscara com ele de frente mesmo. Não me dei conta de que com esse ato, nossos rostos ficaram próximos demais. Só percebi depois de tira-la e olha-lo nos olhos.

–- Pronto... – Sussurrei. Estava estática, perdida naqueles profundos olhos acizentados. Minha mente ficou vazia, não processei nada do que estava acontecendo. Ele continuou me encarando sem dizer nada, e logo seu rosto foi ficando cada vez mais perto. Eu devia me afastar, aquilo não fazia sentido, eu havia acabado de ser traída, mas tudo escapou de minha mente como quando estávamos dançando. Ele tocou meus lábios com suavidade, e eu correspondi. Meu coração não estava curado, mas era como se estivesse anestesiado da dor. Ele aprofundou um pouco o beijo, e eu pude sentir o calor, uma sensação diferente que percorreu todo o meu corpo. Nunca havia sentido aquilo, era... era bom. Era uma coisa que ao mesmo tempo que tinha calma de uma chama queimando em uma vela, tinha a ferocidade com que o fogo consumia um objeto inflamável. E eu era totalmente inflamável.

Mas não durou para sempre, como eu gostaria. Logo nos separamos e então que me dei conta de tudo que aconteceu. Olhei para o chão, envergonhada.

–- Desculpe – Ele disse, passando uma das mãos no rosto, também um tanto envergonhado. – Não sei o que deu em mim...

–- Tudo bem... – Ficamos os dois em silêncio, um tanto constrangidos. Mas ele sorriu pra mim, um sorriso que demonstrava que no fundo ele não se arrependeu nem um pouco. Minha cabeça voltou a doer de tanto que eu pensava, de tão confuso que tudo isso era. Eu devo admitir que ele sempre mexeu comigo, mas nunca imaginei que chegaria a esse ponto. Eu não gostava dele, mas... eu gostei de estar com ele, eu gostei de beija-lo. E essa era a parte mais confusa, eu devia estar sofrendo por causa do Lysandre – bem, eu estava – mas bem mais.

Logo um táxi se aproximou e eu fiz um gesto para que ele parasse. Ele encostou na guia e Castiel abriu a porta para mim. Olhei para ele e sorri.

–- Tenta conseguir um autógrafo do Ryan pra mim ? – Ele riu.

–- Farei o possível e mais um pouco. – Agradeci e entrei no táxi. Ele fechou a

porta e falei o endereço para o motorista, depois encostei a cabeça no banco e fechei os olhos.

Então me dei conta que no velho rádio do senhor tocava Golden Slumbers.“sleep

pretty darling, do not cry, and I will sing to you a lullaby...” A voz suave de Paul McCartney e a melodia em forma de canção de ninar me acalmaram, mas ao mesmo tempo traziam todas as memórias á tona. Me lembrei de quando Lysandre cantava Baby, it’s you enquanto mexia no meu cabelo, e me fazia dormir. De quando ele me pediu em namoro, das nossas idiotices, que me fizeram rir mas logo meu sorriso se transformou em lágrimas, que tentei disfarçar o máximo possível, não queria que o motorista percebesse. Eu sempre contava á ele os acontecimentos de meu dia, era tão essencial quando tomar café de manhã... e agora, pra quem vou contar ? A dor que eu não senti enquanto estava com Castiel tomou conta de mim aos poucos, e meu coração se tornava cada vez mais pesado. Me lembrei de uma vez que brigamos, e ele foi até minha casa, esperou por mim na chuva, com um buquê de rosas azuis, para pedir desculpas.

Mas esse esforço em manter nosso relacionamento não era amor.

Era interesse.

Era tudo mentira. Tudo...

Agradeci por ter chegado em casa, não estava mais agüentando. Corri até o portão e apertei o interfone. Meu pai havia contratado uma empregada, uma mulher morena e muito doce. Enquanto a pequena casa que meu pai planejava construir para ela no quintal – que era enorme, cabia pelo menos mais uma casa do tamanho da nossa – ele dormiria no quarto de hóspedes. Era minha salvação, se ela não estivesse lá, não teria como entrar e teria que esperar meu pai. Ela atendeu rápido, devia estar acordada vendo algum filme no DVD que meu pai deu pra ela. Quando disse que não estava bem e precisava entrar, ela veio correndo abrir o portão pra mim. Pedi para que ela esperasse enquanto eu ia correndo pegar o dinheiro do táxi. Voltei, entreguei para o motorista e agradeci. Quando entrei em casa novamente, Rita me olhou com uma expressão preocupada.

–- Quer que faça algo para você ? Um chá, ou precisa de algum remédio ? – Rita era sempre muito amável. Já havíamos criado uma afeição por ela, apesar de ela estar á três dias , apenas.

–- Obrigada, é só uma dor de cabeça forte. Vou tomar um vicodin e vou dormir.

–- Tudo bem, qualquer coisa me chame. Boa noite, bambina. – Rita tem descendência Italiana e é muito tradicional, do tipo que reúne a família aos domingos para comer macarronada e dançar a tarantella, e me chamava de Bambina, que significava “criança” em Italiano. E como nós duas gostamos de Beatles, também dei um “apelido” para ela.

–- Boa noite, lovely Rita. – Ela sorriu e voltou para o quarto. Eu corri para o meu e finalmente desabei. Encostei na porta depois de fechá-la e sentei no chão, deixando que todas as lágrimas escorressem, os soluços que segurei, a raiva, tudo. Depois de alguns minutos chorando, fui até minha cômoda e tirei uma foto dele de um porta retrato, rasguei e joguei no lixo, descontando toda minha raiva nisso. Me deitei na cama e preenchi minha mente com dolorosas memórias até cair no sono.

Por favor, alguém me diga que não é verdade.





O outro dia é ainda pior. Parece que você acabou de acordar de um pesadelo. Olhei para o meu celular, pra ver que horas eram, haviam duas mensagens. As duas enviadas ontem. Uma do Ken, perguntando onde eu estava, que queria dançar comigo, e outra da Mel, perguntando o que tinha acontecido que eu sumi. Mas nem levei o celular... que dó, eu saí do salão sem me despedir de ninguém. Mas não estava em condições. Respondi as duas, pedindo desculpas e justificando que não estava bem.

Depois que me levantei, o rosto de Castiel me veio á mente. Evitei de pensar nos sentimentos confusos relacionados á ele... deixa estar, pensei, deixa estar.

Minha sorte é que era domingo. Poderia descansar e organizar minha mente para voltar á escola na segunda.




Castiel POV


Acordei e a primeira coisa que me veio á mente foi o rosto dela.

Me lembrei da noite anterior. Mas o que eu fiz ?! Passei dos limites. Eu estou me envolvendo. Eu, que tinha prometido á mim mesmo que não me envolveria com mais ninguém dessa forma...

Mas aqueles olhos... aquele jeito, sorriso... ela. Ela não é do bem, não pode ser, ela mexe comigo de uma forma inexplicável.

Eu desisto, levanto bandeira branca. É, Castiel. Você perdeu. Mas era a coisa certa a se fazer ?

E se Helena voltasse... ?

Não queria pensar nisso agora. Eu sentia como se a estivesse traindo... aquele velho machucado não estava totalmente cicatrizado. E eu não queria novos.

Droga, Castiel, o que você foi fazer...


Shizuka POV


Passei o domingo me entupindo de brigadeiro e ouvindo músicas de fossa. Lovely Rita fez um bolo de morango pra mim, e comi até dizer chega.

Na segunda, estava melhor. Levei minha pasta de partituras de piano para tocar um pouco. Quando estava na sala de aula, Castiel entrou e sorriu pra mim. Retribuí e senti meu rosto esquentar ao me lembrar da noite de sábado.

No intervalo, demorei um pouco para sair porque quis terminar uma dissertação que a professora de português passou. Vi que Castiel havia saído, e fiquei mais tranqüila, estava morrendo de vergonha de conversar com ele. Precisava me preparar primeiro. Depois que terminei a redação, peguei minha pasta na mochila e fui até a sala de música. E quanto entrei, o ruivo estava lá, dedilhando em seu violão. Ele ergueu os olhos do instrumento e ao me ver sorriu. Pensei em sair, de tão envergonhada, mas já era tarde demais.

–- Oi – Ele disse, com um sorriso que claramente estava tirando uma com a minha cara vermelha.

–- Oi. – Respondi, tentando não transparecer meu nervosismo e embaraço.















Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Geeente vejam o clipe de all the right moves, é um baile de máscaras *w* desculpem pelo capítulo enorme, só vi quando tinha terminado DDD:
*O*