Harry Potter e o Círculo Sombrio escrita por JMFlamel


Capítulo 9
ECOS DO PASSADO




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_CAPÍTULO 8

ECOS DO PASSADO





No horário de almoço, o refeitório do Ministério da Magia estava cheio. Desde que uma jovem bruxa chamada Susan Irving assumira a chefia das cozinhas, o cardápio havia melhorado bastante. E era justamente nessa hora que Harry e Rony estavam sentados a uma das mesas.
_Hoje teremos... uau! Strogonoff com arroz branco e batata palha! Susan caprichou. _ disse Harry.
_E parece que teremos convidados à nossa mesa, Harry. Veja quem está chegando.
_Jemail! Amanda! Mas há quanto tempo que vocês não aparecem. Sentem-se e almocem conosco, seus sumidos.
_Com prazer, Harry. Bom dia, Rony. _ disse o enteado de Sirius, filho de Ayesha e Osama Bin Laden.
_Pensei que vocês estivessem administrando a exportação dos logros para os EUA. _ disse Harry.
_Nós estávamos, Harry. _ disse Amanda _ Mas surgiu uma oportunidade bastante interessante.
_Hoje viemos, “oficialmente”, renovar junto ao Ministério a licença de comércio dos nossos produtos. Mas o mais importante é o que vai ocorrer extra-oficialmente. _ Jemail explicou.
_Tem a ver com a reunião da primeira hora da tarde com o Departamento de Execução das Leis da Magia? _ Harry perguntou, já antecipando a resposta.
_Sim, Harry. Vamos oficializar o fornecimento de certos produtos para as patrulhas e para os Aurores, em uma versão mais forte do que aquela que vendemos normalmente. _ respondeu o jovem.
_É, os logros do grupo “Gemialidades/Honra & Amizade” já provaram sua utilidade por mais de uma vez. _ disse Rony _ O Novelo Constritor foi testado em Bellatrix, durante a batalha de Azkaban. Vocês usaram as Bombas Black-Out e os Casulos Instantâneos para capturarem Valérie Malfoy, além de que você lançou nela um Novelo Constritor. Os Chicletes de Fuga já vêm sendo utilizados não-oficialmente pelos Aurores, há algum tempo.
_Além disso, ainda há as Orelhas Remotas. _ disse Amanda.
_???
_Aperfeiçoamos as Orelhas Extensíveis Weasley, tornando-as remotas. Basta deixar uma no ambiente que ela é ativada pela voz e a pessoa ouve tudo por um receptor. Uma bela escuta mágica. A versão para uso dos Aurores pode penetrar Feitiços de Privacidade e é à prova de detecção.
_Vocês não deram algumas de presente aos nossos filhos... ou deram? Porque eu acho que elas já andaram sendo usadas. _ perguntou Harry, olhando para Jemail com um olhar maroto.
_Bem, Harry na verdade, demos. _ Jemail confessou, meio sem jeito, diante do Auror _ Conhecemos bem as crianças para termos certeza de que não fariam mau uso delas.
_Então foi assim que Vicenzo e Larissa ficaram sabendo de tudo e foram à destilaria atrás de nós. _ Harry comentou.
_As dele foram um presente de Tetsuken. E parece que foram úteis.
_Bastante. _ Rony concordou _ Não devíamos estar dizendo isso, mas vocês já nos ajudaram tantas vezes... Bem, eles ouviram nossa conversa e acabaram nos ajudando em uma batalha contra bruxos do Círculo. Vicenzo foi ferido mas está bem.
_Que bom. _ disse Amanda _ E, como dizíamos, os logros de defesa aperfeiçoados farão parte do equipamento dos Aurores e policiais.
_Vamos começar a chamar vocês de “Q”. _ Harry brincou.
_É verdade. _ Jemail concordou _ É como se nosso grupo funcionasse como os armeiros do MI-6 trouxa, fornecendo os equipamentos especiais para os agentes 00. Procuraremos fazer o nosso melhor.
Almoçaram e, no início da tarde, tiveram a reunião. Foi então estabelecida a parceria de fornecimento de logros de defesa aperfeiçoados para os Aurores e policiais do Departamento de Execução das Leis da Magia do Ministério. Dificilmente algum bandido pensaria que meros logros e brincadeiras estariam sendo utilizados como equipamento dos Aurores e policiais, o que lhes proporcionaria uma certa vantagem.

Draco, Janine e as crianças aproveitaram o final de semana e foram a Paris. Era próximo da data na qual há treze anos atrás Narcisa Malfoy sacrificara-se para salvar o casal da Avada Kedavra de Lucius, em Azkaban. Os Malfoy chegaram ao Cemitério Pére-Lachaise e logo foram recepcionados pelos fantasmas dos famosos lá sepultados, amigos do seu tio-avô, Jean-Marc Malfoy D’Alembert. Nem houve a necessidade de lançar um Feitiço de Privacidade, pois o cemitério era conhecido por ser freqüentado por fãs das celebridades que lá jaziam e, inclusive, conversavam com eles. Grande parte dos fãs possuía um certo grau de mediunidade e realmente conseguia comunicar-se. Junto ao mausoléu da família Malfoy, estavam Draco, Janine, Narcisa e Adriano, sentados em um dos bancos. Em outro estava Jean-Marc, sempre com a aparência, roupas e equipamentos do seu tempo de Maqui, na Resistência Francesa.
_Alors, mes chéres, cá estamos novamente. Adriano, petite Narcisse, vocês estão cada vez mais crescidos e bonitos. São e serão motivo de orgulho para seus pais.
_Obrigado, Tio Jean-Marc. _ respondeu Adriano _ Depois da primeira vez em que viemos aqui, papai nos contou coisas a respeito de sua vida e feitos. O senhor foi um herói, durante a II Guerra Mundial.
_Merci beaucoup, mon petit. Não fui um herói, apenas fiz o que devia fazer. Como um bruxo de bem, não poderia ter feito outra coisa depois de Hogwarts, a não ser me unir aos Maquis. Foi lá que eu vivi grandes aventuras, cumpri missões para os Aliados, inclusive junto a Dumbledore e também tive minha maior joie et tristesse.
_Como assim, tio? _ Narcisa perguntou.
_Bien, ma chérie, foi entre os Maquis que conheci aquela que tornou-se minha esposa, Valentine D’Alembert, cem por cento trouxa. Ela cumpriu várias missões comigo e acabamos nos apaixonando. Jamais se importou com o fato de eu ter sido um bruxo. Era o homem que ela amava e isso era o bastante. Mas, um dia, fomos traídos. Um bruxo do nosso grupo era um informante de les Nazis e fazia parte da tropa de Grindelwald. Ela foi capturada e levada para um castelo no campo, às margens do Sena. Lá ela foi submetida a interrogatórios e torturada pela Gestapo. Durante uma das sessões de tortura ela não resistiu e acabou morrendo. _ e a voz de Jean-Marc entristeceu _ Estava enceinte, grávida de quatro meses. Havíamos combinado de nos escondermos no interior, até que a nossa criança nascesse. Isso foi trois jours antes do Dia-D. Depois daquilo, meus companheiros não me reconheciam mais. Agia de maneira trés sauvage e não tinha a menor piedade dos Nazistas. No dia em que a França foi libertada e o povo comemorou, foi como se um peso tivesse sido tirado de minhas costas. Passei a trabalhar para o Ministério da Magia da França e acrescentei oficialmente o sobrenome dela ao meu, como uma maneira de tê-la sempre comigo, passando a me chamar “Jean-Marc Malfoy D’Alembert”. A família me olhava meio torto, pois eu me associara a trouxas. Mas não me importei nem um pouco, pois fiz o que deveria ser feito. O problema é que passei a fumar demais e acabei desenvolvendo um enfisema pulmonar, que me matou bien léntement. Morri pouco tempo depois do casamento de seus avós, Lucius e Narcisa.
_E quanto a Valentine, Tio Jean-Marc? _ perguntou Adriano.
_Elle prosseguiu, mon petit. A família me nomeou Le Fantôme Ancestral, guardião do mausoléu e dos livros da linhagem Malfoy. Por essa razão eu não pude prosseguir e não poderei até que cumpra minha missão, podendo então ser substituído. Valentine ainda tentou insistir em ficar comigo, comme une belle fantômette, mas eu insisti que prosseguisse. Bien, um dia estaremos juntos.
_E qual é essa missão, Jean-Marc? _ Janine perguntou, curiosa.
_Eu preciso ajudar a fazer com que os descendentes do bruxo que nos traiu acertem suas contas com a justiça, quero dizer, aqueles que se voltaram para o mal. Atualmente há apenas um, le dernier. Mas eu não consigo saber nada dele, é como se tivesse evaporado. Porém, sei que conseguirei. Então, um substituto será nomeado e eu poderei fazer companhia à minha amada Violette. Esse era o codinome que ela usava, no tempo de La Résistence. O meu era “Sebastian” e o de Dumbledore era “Manoel”. Falando em prosseguir, creio que Lucius e Valérie devem ter prosseguido, pois não voltaram como fantasmas. Talvez os anos em Azkaban tenham melhorado o perfil de ambos e o sacrifício de Lucius, tentando proteger Valérie tenha contribuído para a evolução de seu espírito. Pena não podermos manter contato com os espíritos que prosseguiram. Inclusive, Narcisa esperou até poder me pedir para dar aquele recado para, só então, prosseguir. Ainda vai demorar um pouco para que eu os veja. Bien, tempo é o que menos me preocupa.
_Eu e as crianças vamos voltar para o hotel, Draco. Você vai ficar um pouco mais por aqui? _ perguntou Janine.
_Sim, querida. Uma última prece pelos Malfoy que já se foram e irei embora.
Janine, Narcisa e Adriano saíram do Cemitério Pére-Lachaise e foram para o hotel. Jean-Marc desmaterializou-se e Draco permaneceu, fazendo uma última oração pela evolução dos espíritos dos Malfoy já falecidos. Ao terminar, viu que havia uma figura encapuzada ao seu lado. Instintivamente, sua mão procurou pela varinha.
_Calma, Sr. Malfoy. _ disse a outra pessoa _ Não represento perigo e, inclusive, vim para alertá-lo de que você está em perigo, bem como sua família.
_Como assim? Quem é você?
_Pode me chamar de “π”, Sr. Malfoy. Harry Potter me conhece e eu passo para ele informações sobre o Círculo Sombrio. _ disse “π”, acendendo um cigarro. Como Draco não gostava de cheiro de fumo, afastou-se um pouco _ Oh, me desculpe. Esqueci que você não gosta do cheiro de cigarros.
O informante conhecido como “π” jogou fora o cigarro e pisou nele, apagando-o com sua bota. Draco disse:
_Não só cigarros, mas de fumo em geral. Por que você acha que estou em perigo, “π”?
_Os líderes do Círculo Sombrio, principalmente “Escuridão”, querem vingar-se de todos aqueles que já os prejudicaram no passado, principalmente Harry Potter e também você, Sr. Malfoy, pelas vezes em que ajudou nas investigações do Ministério e pelo trabalho de apoio a organizações humanitárias, o que prejudica as atividades do Círculo. O veneno no Champagne daquele Natal foi um ataque aleatório, pois qualquer um dos convidados estava na mira do Círculo. Calhou de apenas dois terem bebido da garrafa envenenada: Nigel Lovegood que, com “O Pasquim”, publica artigos contra o Círculo e Elaine Granger, apenas por ser mãe de Hermione, outra pessoa contra quem o Círculo jurou vingança.
_E eu sou um alvo preferencial para eles?
_Sim, Sr. Malfoy. O fato de você haver rompido com as Trevas ainda provoca ressentimentos entre antigos Death Eaters que não foram capturados ou mortos e como o Círculo pretende reerguer a Ordem das Trevas, isso coloca sua cabeça a prêmio para eles. E parece que “Escuridão” está levando para o lado pessoal.
_O que nos leva a crer que “Escuridão” deve ser um ex-Death Eater, pois isso explicaria sua fixação quanto a mim e a Harry.
_Creio que sim, Sr. Malfoy.
_Pode me chamar de “Draco”. Harry me disse que havia um informante em quem ele confiava bastante. É você, “π”?
_Sim, sou eu. E não tente sondar minha mente ou meu Ki, pois aprendi a baixá-lo e manter a mente bloqueada. Sua prima me ensinou.
_Valérie? Você a conheceu?
_Sim. Eu a conheci em Azkaban. Naquela rebelião em que ela e Lucius morreram, eu consegui fugir.
_Se você conseguiu aprender a controlar e dominar o Ki, isso significa que não estava totalmente entregue às Trevas.
_Há várias razões pelas quais alguém torna-se um Death Eater, Draco. Por vontade própria, ameaça, obrigação, desilusão, desespero, etc. Eu tive as minhas e agora agradeço pelo fato daquela maldita Marca Negra haver desaparecido.
_E por que você faz parte do Círculo, “π”?
_Uma forma de compensar certas coisas que fiz no passado, Draco. Primeiro comecei a passar informações para Anya.
_Anastasia Artamonov, que era da Sonserina e formou-se um ano antes de mim?
_Isso mesmo. Um “Toupeira” do Círculo, infiltrado em um serviço de segurança trouxa, expôs sua posição e ela foi assassinada.
_Eu soube. Embora eu não seja um Auror, colaboro com eles no que posso, portanto tenho acesso a algumas informações. Mas creio que você ainda não me disse a principal razão para ter me procurado.
_Sim, Draco. Harry tem um plano para expor esse agente infiltrado, que tem o codinome “Mantis”. Não posso lhe dar detalhes para que você continue agindo de maneira espontânea, com naturalidade. Qualquer impressão que o Círculo possa ter de que você está sabendo de algo poderá estragar o plano.
_E alguma idéia de quem são “Sombra & Escuridão”? _ Draco perguntou.
_Não, Draco. Mas descobri algumas coisas sobre eles, informações que você poderá repassar para Harry.
_Por que não fazê-lo diretamente?
_Harry está muito visado ultimamente, Draco. Parece que até mesmo no Ministério seus passos devem estar sendo vigiados. Alguém poderia perceber se nos encontrássemos para que eu passasse as informações diretamente e isso poderia alertar o Círculo, comprometendo todo o nosso trabalho.
_E por isso você veio me procurar, para que eu o avise e também para me dizer que vou virar isca viva? Não que eu me importe, é lógico, pois quero ajudar no que eu puder para dar um jeito em “Sombra & Escuridão”. Mas minha família deverá ser preservada, na medida do possível.
_Sei que as crianças são feras em artes marciais, têm Feitiços de Proteção e que Janine é uma Mestra Ninja, assim como você. Não precisa se preocupar, embora ela também esteja na mira de “Escuridão”, eu não sei por que motivo.
_E o que mais você descobriu sobre eles, “π”?
_Algumas coisas. Tanto “Sombra” quanto ‘Escuridão” sabem bloquear o Ki.
_Mas “Escuridão” não era um bruxo das Trevas? Até onde sei, bruxos das Trevas não conseguem dominar o Ki. Nem mesmo Voldemort conseguiu, quando foi aluno do Ryu Ninja de Kuji-Kiri.
_Sim, mas acredito que Azkaban deve tê-lo modificado um pouco e eu soube que ele é bastante persistente. Além disso, ele também fez Reformatação Facial Mágica e somente “Sombra” sabe como é sua atual aparência. E eles são muito bons em Transfiguração Pessoal Completa.
_Inimigos perigosos. _ comentou Draco.
_Sim. Quanto a “Sombra” eu não sei, mas “Escuridão” protege o segredo de sua real identidade sob Feitiço Fidelius, sendo ele mesmo o Fiel do Segredo.
_O que equivale a dizer que ninguém saberá quem ele realmente é, a não ser que ele diga ou escreva de próprio punho. É, será bem difícil descobrir quem é o cara.
_Só posso dizer que ele é homem. Isso é algo que mesmo a Transfiguração Pessoal Completa ou o Feitiço Fidelius não podem disfarçar.
_A vibração basal do Ki? _ perguntou Draco.
_Exatamente, Draco. Ainda que a Transfiguração Pessoal Completa possa dar a aparência do sexo oposto a uma pessoa, com todos os detalhes e que o Ki possa ser baixado ao ponto de não ser possível identificar a pessoa, sua vibração basal apresenta sutis diferenças entre o masculino e o feminino. E eu descobri que “Escuridão” é homem. “Sombra” eu ainda não sei o que é.
_E você está passando as informações de forma gradual, para não alertá-los?
_Isso mesmo. Se eles desconfiarem de algo, o plano de Harry vai melar e poderá demorar muito para que descubramos quem é “Mantis”. Isso, com certeza, custará mais vidas inocentes.
_E por que você veio me procurar aqui em Paris?
_Eu poderia tê-lo procurado em Londres, mas lá talvez não tivéssemos a privacidade necessária. Além disso, também vim render minhas homenagens a uma pessoa que me ajudou bastante em Azkaban.
_Quem? Não me diga que é...
_... Sim, Draco. Sua prima, Valérie St. Clair Malfoy. Alguns meses antes daquela tentativa de fuga, na qual ela e Lucius morreram, uma decisão tomada por ela me salvou a vida. Desde então, sempre que posso vir a Paris, venho ao Pére-Lachaise e faço uma prece pela elevação e redenção de sua alma, para tentar ajudá-la a prosseguir.
_E meu pai, você chegou a conhecê-lo em Azkaban?
_Sim, eu o conheci. Um cavalheiro, orgulhoso ao extremo, gentil e educado, mas muito perigoso pois sabia, como ninguém, ocultar suas reais intenções. Um mestre na Oclumência, talvez superado apenas por Severo Snape ou pelo próprio Voldemort. Mas andava bem comportado e solidário com os outros presos, tanto que o seu gesto final foi tentar proteger a sobrinha de um feitiço letal.
_Só que não tiveram sorte. Eu e Jan fomos reconhecer os corpos e providenciar seu traslado para Londres e depois para Paris, a fim de sepultá-los.
_Me acompanha em uma prece pelos Malfoy, Draco?
_Sem dúvida, “π. Vamos.
Baixaram as cabeças. “π” descobriu-se, revelando o disfarce que usava: sua aparência era a da cantora Kylie Minogue. Fizeram uma prece pelos Malfoy já falecidos e, quando “π” novamente colocou o capuz das vestes, Draco olhou para o informante e disse:
_Excelente disfarce, “π”. Só que há certos detalhes de uma pessoa que ela mesma não consegue disfarçar e que são quase impossíveis de outros imitarem. Eu sei quem você é, “π”.
_Se sabe, diga-o ao meu ouvido, Draco.
Draco chegou perto e sussurrou um nome ao ouvido de “π”. O informante deu uma pequena e sincera risada de alegria.
_Sim, Draco Malfoy. Você acertou e descobriu quem sou eu. Mas não poderá levar essa lembrança consigo, sob pena de poder comprometer minha posição e fazer com que todos os nossos planos para derrotar o Círculo e seus líderes acabem indo por água abaixo. _ Nesse meio tempo, “π” escorregou a varinha para sua mão e Draco olhou para o informante, acenando em concordância _ “Obliviate”!! Você esquecerá qualquer coisa sobre a minha real identidade, até que chegue a hora certa. Saiba apenas que eu estou do seu lado e que, quando o Círculo der o seu golpe para atingi-lo, você deverá primeiro entrar em contato com Harry Potter. _ disse “π”, apagando a lembrança de Draco Malfoy sobre sua verdadeira identidade.
Os olhos de Draco Malfoy desfocaram-se, em virtude do Feitiço de Memória. Quando voltaram ao normal e a ordem de “π” já estava em seu subconsciente, apertaram as mãos em despedida e “π” desaparatou. Draco saiu do Cemitério Pére-Lachaise a pé, em direção ao hotel, antes cumprimentando Mata Hari, Isadora Duncan e Edith Piaf, que haviam conhecido Narcisa antes dela prosseguir e gostaram muito dela. Pensava nas informações que “π” lhe dera e em como faria para que Harry tomasse conhecimento delas. Também imaginava o que o Círculo poderia fazer para atingi-los.

Na semana seguinte, no seu escritório, às 21:00 h, Harry estava sentado à frente do seu potente computador, melhorado com Feitiços Tecnomágicos. Tinha na tela a ficha de Masayoshi Tagara, o “Demônio”, na qual havia a palavra “Falecido” sobreposta aos dados. Mas depois do que ocorrera em Paraty, com a morte de Katie Bell e as características daquele dardo, o bruxo já não tinha tanta certeza assim. Mesmo sabendo que seria praticamente impossível que o Ninja assassino tivesse sobrevivido àquela queda de cima do Monte Rushmore, Harry tinha consciência de que era perigoso deixar passar tal possibilidade. Lembrava-se de como, anos atrás, o próprio Ministério havia negado o retorno de Voldemort e de como aquilo havia contribuído para que ocorresse a Segunda Ascenção do bruxo com cara de serpente e uma nova Guerra Bruxa.
Saiu do dossiê do Ninja e acessou a Internet. Na página do Google digitou “Curare” e aguardou que surgisse a lista de páginas relacionadas ao veneno. Escolheu a Wikipédia e leu as informações sobre a substância, sua fórmula estrutural, a capacidade de paralisação neuromuscular, seu uso pelos Jivaro e Hovito e suas aplicações na Medicina trouxa. Em uma nova janela, acessou o noticiário on-line da BBC e procurou por casos de atentados nos quais houvesse a possibilidade do uso de Curare em dardos. Não achou nada referente a dardos, mas uma notícia chamou sua atenção:

“Sidney, Austrália.
O repórter-investigador Wilbert Carruthers foi encontrado morto na manhã do último sábado, boiando no mar, próximo a uma das marinas da baía. Carruthers era conhecido por suas reportagens arriscadas, que levaram às grades muitas pessoas consideradas idôneas mas que, com provas contundentes, ficou claro que pertenciam a sindicatos criminosos. Em sua última investigação, Carruthers estava prestes a apresentar provas de que o político Adam Stratton tinha íntimas ligações com uma misteriosa quadrilha internacional, conhecida apenas como “Círculo Sombrio”. Com sua morte, perderam-se as possibilidades de que tais provas venham a público, embora as suspeitas sobre o Senador Stratton persistam. Aparentemente, a morte foi por afogamento, embora o corpo estivesse estranhamente rígido, como que paralisado. Havia um pequeno ferimento no pescoço, mas não foi encontrado nada que pudesse tê-lo provocado.”

Vendo aquela notícia Harry enxergou uma conexão, pois lembrou-se de uma situação na qual Tagara havia sido responsável por um assassinato, no qual a vítima havia sido envenenada com Curare, mas não havia sido encontrado dardo algum, somente um pequeno ferimento no pescoço. Ainda pensando naquilo, o bruxo acionou sua lareira secreta e lançou nela um punhado de pó de Flu.
_Mafalda Weasley, Escola de Magia Ayers Rock, Austrália.
Em instantes a cabeça da prima de Rony surgia em meio às chamas verdes. Embora fosse de manhã bem cedo na Austrália, com uma diferença de dez horas para mais tarde em relação a Londres, ela já estava de pé e pronta para as aulas.
_Harry! Há quanto tempo! O que aconteceu, cara? Alguma coisa com a família?
_Não, Mafalda. Todos estão bem. Você soube de algo sobre a morte daquele repórter, o tal de Carruthers?
_Só o que li nos jornais trouxas, Harry. Inclusive, parece que Stratton poderá dar adeus às suas pretensões de reeleição. Se ele conseguir se reeleger depois de tudo isso, com tantas suspeitas pesando sobre ele, ficará evidente a influência do Círculo na política australiana.
_Foi divulgado algum laudo de necropsia? _ Harry perguntou.
_Não, Harry, nada veio a público até o momento. Mas tenho conhecidos no IML. Um técnico de enfermagem, que é auxiliar de necropsia. Ele pode saber de algo. Gostaria de falar com ele? Podemos ir a Sidney e encontrá-lo.
_Estou indo para aí, agora mesmo. _ e Harry entrou na lareira. Alguns instantes e muitos rodopios depois, saiu por uma das lareiras da Escola de Magia Ayers Rock e abraçou a amiga.
_Que saudades, Harry. Pena que só poderei ir à Inglaterra nas próximas férias. Estou louca para ver as crianças, que já devem estar enormes.
_Tiago e Lílian vão para oito anos, assim como Mafalda, Randolph, Julius e Narcisa. Cliff, Nereida e Adriano já receberam as cartas de Hogwarts.Irão ao início do próximo ano letivo.
_Grande Merlin! Como o tempo passa! Até parece que foi ontem que estive naquela comemoração na Toca, da qual você teve de sair de repente e ir para a Holanda.
_Foi o que iniciou as investigações.
_E a caçada ao Necronomicon. _ disse Mafalda. A bruxa era agente da Ordem da Fênix na Austrália e grande colaboradora de Dumbledore _ Bem, vamos ao IML. Troque de roupas, Harry. Está um baita calor lá fora.
_OK, Mafalda. “Indumentaria Cambio”!! _ em um instante, Harry estava vestido com roupas trouxas alto-esporte bem leves: calças de sarja cáqui Makenji, uma camisa verde-clara Tommy Hilfiger, Docksides e cinto marrons, um relógio Omega Seamaster Professional igual ao de Mason no pulso (sua Jóia de Comunicação, disfarçada), sendo o conjunto complementado por óculos HB Secret, também marrons e com lentes polarizadas. Saíram da Escola de Magia Ayers Rock e chegaram a uma lareira, em um restaurante bruxo de Sidney, com vista para a Opera House. Dali, foram caminhando. O sol estava forte e o dia estava quente, mas um feiticinho bem lançado fazia com que não sentissem muito calor. Logo estavam chegando ao IML e Harry foi apresentado ao amigo de Mafalda, Ernest Warren.
_Ernie, este é Harry Potter, um grande amigo. Você sabe qual o legista encarregado da necropsia de Carruthers?
_Claro que sim, Mafalda. É o Dr. Elliott, Caius Elliott. Inclusive, ele está em sala, no momento.
_Preciso muito vê-lo, Ernest.
_É para já, Sr. Potter. Vou levá-los até ele. Só não se espantem com o cheiro de certas salas. IML, vocês sabem como é.
Ernest foi à frente. Harry e Mafalda executaram, disfarçadamente, feitiços que impediriam que o cheiro dos cadáveres os incomodasse. Em uma das salas de necropsia, encontraram o Dr. Elliott. Ele estava, justamente, trabalhando no corpo de Carruthers.
_Dr. Elliott, Agente Especial Potter, InterSec. _ e Harry mostrou sua identidade bruxa, que transfigurou-se em sua credencial do serviço de segurança trouxa do qual fazia parte _ Vejo que o senhor está trabalhando no corpo daquele repórter, Wilbert Carruthers. Algo de novo?
_Não, Sr. Potter. Nada além do que já sabem e que eu já disse ao outro agente da InterSec. Parece que a Segurança Internacional tem um interesse especial neste caso, não é?
_Outro? Alguém da InterSec já esteve aqui?
_Sim, um cara um pouco mais velho do que o senhor, meio antipático e que falava o Inglês com um sotaque holandês.
_Holandês? _ Harry estava surpreso _ E qual o nome dele?
_Pieterzoon. Nikolas Pieterzoon.
_Ora, ora, então o “Rabugento” conseguiu ser selecionado para a InterSec. Ele vivia magoado por não ter sido aprovado, por seis anos seguidos. Dr. Elliott, alguma idéia da causa mortis?
_Paralisia respiratória, provocada por algum tipo de substância paralisante neuromuscular. As características batem com o Curare, mas não conseguimos identificar o objeto que pode ter sido responsável pela inoculação. Veja, Sr. Potter, há um pequeno ferimento no pescoço, provavelmente feito por um dardo. Mas, cadê o dardo? Deveria estar cravado no pescoço da vítima.
_Ou talvez não, Dr. Elliott. _ observou Harry.
_Como assim?
_E se o dardo desaparecesse por si?
_Só se ele... espere! Dardos de gelo?
_Exatamente. Solução de Curare congelada. O veneno faz seu serviço e o dardo simplesmente derrete.
_Isso explica a razão da morte não ter ocorrido por afogamento.
_O senhor executou a Docimasia de Galeno? A manobra para verificar se ele morreu afogado ou se já estava morto?
_Sim, Sr. Potter. E os pulmões flutuaram.
_Isso significa que eles ainda tinham ar e que Carruthers já estava morto quando caiu ou foi jogado na baía de Sidney. Muito obrigado, Dr. Elliott. O senhor forneceu as respostas para todas as minhas perguntas. Pieterzoon lhe perguntou sobre a Docimasia de Galeno?
_Não, Sr. Potter. E o senhor também forneceu as respostas para as perguntas que eu tinha. Dardos de gelo. Tão na nossa cara e não percebíamos.
_Muitas vezes o mais importante está diante dos nossos olhos e justamente por isso não notamos, até que seja tarde demais. _ disse Harry _ Bom dia, Dr. Elliott.
_Bom dia, Agente Potter.

Do lado de fora do IML, Harry e Mafalda comentavam sobre a provável causa mortis do repórter.
_Então ele foi envenenado por um dardo de solução de Curare congelada e depois jogado na baía?
_É o que as circunstâncias levam a crer.
_E o tal Pieterzoon, que você chamou de “Rabugento”? Quem é ele?
_Nikolas Pieterzoon é uns dois anos mais velho do que eu e era agente da Interpol. Por seis anos seguidos, tentou ser selecionado para a InterSec, até que agora conseguiu. Mas ele é muito mal-humorado e convencido, além de que sempre acaba tirando conclusões precipitadas e deixando passar algum detalhe.
_Tipo?
_Nenhum agente atento deixaria de perguntar sobre a Docimasia de Galeno, pois ela é fundamental para saber se ele já estava morto ou se morreu afogado. O Dr. Elliott disse que os pulmões flutuaram quando colocados em água, o que significa que continham ar. Ele foi morto antes e Pieterzoon deixou passar esse detalhe. Além de que o cara parece não gostar de mim, já há algum tempo. Bem, está certo que eu já o fiz passar por algumas situações meio embaraçosas, como quando ele afirmava que Anya havia se viciado em heroína e tomado uma Overdose quando, na verdade, os bandidos do Círculo é que haviam aplicado a droga e a mataram. Sem contar que ele é apaixonado pela Mi e ela nunca quis nada com ele.
_Considerando que a linha que separa o amor do ódio é muito tênue, eu acho que a Miep tem de se cuidar. _ Mafalda comentou. Corações partidos podem prejudicar a capacidade de julgamento. Você já vai, Harry?
_Sim, Mafalda. Muito obrigado pela sua ajuda.
_Almoça comigo antes de ir?
_Sim. Faz um tempão que não vou ao Outback.
_Eu também. Vamos nessa?
_Vamos.
Em um local discreto, desaparataram em direção ao restaurante. Após almoçarem, foram a uma Estação de Transportes Bruxos, de onde Harry tomou uma Chave de Portal para a Inglaterra e Mafalda uma lareira para a Escola de Magia Ayers Rock.

Com a guarda baixa, Harry não percebeu uma figura que após vê-los saírem do restaurante, contou até três e desapareceu, empunhando um cachimbo de boquilha recurva, que também era uma Chave de Portal.

De volta a Londres, Harry consultou seu relógio: Eram 04:00 h da manhã. (“Caracas, a Gina vai ficar uma fera”, pensou o bruxo). Desaparatou para o apartamento, onde Gina o esperava, preocupada.
_Isso são horas, Sr. Potter?
_Tive meus motivos, Sra. Potter. _ disse ele, estendendo para a esposa o buquê de flores que, oportunamente, havia conjurado _ Acabo de chegar da Austrália.
_Austrália? Alguma investigação? _ Gina perguntou, curiosa.
_Sim. E é tudo o que posso dizer, por enquanto. Minto, não tudo. Mafalda me ajudou e acabamos almoçando juntos.
_Almoçando? Ah, sim. Me esqueci da diferença de fuso horário. Como ela está?
_Mandou um beijo para você, Rony, Mione e as crianças.
_E onde almoçaram?
_Outback. Fazia tempo que eu não ia a um restaurante da rede.
_A comida do Outback é tão pesada...
_Nada que uns 10 Km não possam resolver. _ disse Harry, abraçando a esposa _ O Hyde Park nos espera, Sra. Potter.
_OK, Sr. Potter. Ainda bem que amanhã é sábado e não haverá expediente no Ministério. Dará para acordarmos um pouco mais tarde, para corrermos.
_E até lá? _ perguntou Harry.
_Pensaremos em alguma coisa. _ Gina respondeu, abraçando Harry e indo com ele para a suíte do apartamento. Com certeza, eles não iriam levantar-se muito cedo naquele dia.

Harry e Gina levantaram-se meio tarde, mas não negligenciaram uma boa corrida no Hyde Park. As crianças permaneceram em casa, com Dobby. Após correrem 10 Km, ainda com o mesmo vigor dos seus tempos de Hogwarts, pararam e iniciaram seu alongamento. De repente, Harry sentiu uma alteração vibracional no seu Ki e empurrou Gina para o lado, bem a tempo de evitar que um dardo envenenado a atingisse. A mortífera farpa cravou-se no tronco de uma árvore. Em guarda e com as varinhas em punho, localizaram de onde veio o dardo, de trás de uma moita.
_ “Arbusto Evanesco”! _ Gina bradou e a moita desapareceu, revelando quem estava atrás dela, novamente levando uma Fukiya à boca. Mas não conseguiu usá-la.
_ “Expelliarmus”! _ a zarabatana voou das mãos do assassino assim que Harry, após uma fração de segundo de surpresa, executou o Feitiço para Desarmar. O rosto do agressor não lhe era desconhecido _ Você deveria estar morto, maldito assassino!
_Ora, ora! Não sei a razão de tamanha surpresa, Harry Potter. Eu jurei que não morreria antes de me vingar de você. Quando caí da cabeça de Lincoln, havia um bruxo de vassoura ali em baixo, que me agarrou e nós saímos dali com uma Chave de Portal. Eu permaneci na moita por quatro anos e agora devo cumprir minha Giri, minha missão de honra, que é matar você, maldito Auror.
_Então eu sinto muito, mas você irá para o Grande Vazio sem conseguir seu intento! _ Harry embainhou a varinha e, usando o Bukujutsu, cobriu a distância que o separava do outro, começando a trocar golpes com ele. Gina olhava aquilo, espantada. Já havia visto aquela cara antes, só não se lembrava onde.
Harry e o outro continuavam a trocar golpes no bosque, meio fora das vistas dos freqüentadores do parque. De repente, o outro desembainhou uma Ninja-To e avançou. Harry saltou, afastando-se o suficiente para poder sacar a varinha e dizendo: “Katana”! conjurar uma espada, ficando ambos em pé de igualdade. Certa hora, Harry conseguiu desarmar o adversário, cuja espada cravou-se no tronco de uma árvore mais fina, atravessando-o e ficando com mais de metade da lâmina exposta, do outro lado.
Jogando para o lado sua espada, Harry Potter avançou para o outro, mas teve de se esquivar de três Shuriken lançadas contra ele. Com o Bukujutsu, correu pelo tronco de uma árvore e saltou, arremessando dois pinhões de aço durante o salto, os quais atingiram os pulsos do adversário, fraturando os ossos escafóides.
O misterioso oponente estava parcialmente incapacitado, porém não indefeso. Batendo os calcanhares, fez com que uma pequena lâmina saísse da frente de cada uma de suas botas e atacou com chutes. Harry desviava-se como podia, pois sabia que aquelas lâminas certamente estavam envenenadas. Notando uma brecha na defesa de seu inimigo, desferiu um potente Mawashi-tobi Geri, que fez o bandido recuar. E aquilo lhe foi fatal.
No recuo, ele tropeçou em uma pedra e desequilibrou-se, indo bater de costas, com violência, no tronco fino de uma árvore. Por azar, a mesma onde a sua própria espada encontrava-se cravada. A lâmina penetrou pelas suas costas, indo sair pela frente do seu corpo, atravessando o coração e matando-o, na hora.
_Por Merlin, Harry! Ele está morto! _ Gina exclamou.
_E eu acho que agora é permanente. _ disse Harry, examinando o corpo imóvel, trespassado pela lâmina de sua própria arma.
_Quem era ele, Harry? Acho que já vi essa cara antes.
_Alguém que deveria estar morto há quatro anos e que, agora, está. Um Ninja trouxa, assassino do Círculo Sombrio, contra o qual já lutei antes: Masayoshi Tagara, o “Demônio”.
_O tal que matou Katie?
_Ele mesmo. _ pegou o celular e fez uma ligação _ Alô? Williamson, é você que está no plantão hoje? Sim, sou eu, Potter. Sei que é sábado, mas poderia mandar uma equipe de limpeza ao Hyde Park? Sim, há um assassino do Círculo que não vai mais matar ninguém, nunca mais. Na segunda-feira eu faço um relatório para Shacklebolt. OK, valeu, cara. Até mais.
No mesmo instante, uma equipe de Aurores aparatou, a comando de Stivers.
_Bom dia, Potter. Caracas! O “Demônio” Tagara! Mas esse cara não havia morrido em um confronto contra você, no Monte Rushmore?
_Era o que eu pensava, Stivers. Mas agora ele está definitivamente morto. Bem, agora é com vocês. Até mais.
_Até mais, Potter.

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" Isso termina hoje, seu demônio"

Harry e Gina desaparataram de volta para casa, ainda meio impressionados com o ocorrido. Mesmo que ambos já tivessem visto a morte de perto por várias vezes (principalmente Harry, por ser Auror), a visão de Masayoshi Tagara, o “Demônio”, assassino Ninja do Clã Morte Púrpura sendo trespassado pela própria espada havia sido bem chocante. Tentando não pensar muito naquilo, pois nada mais havia que pudesse ser feito, tomaram um banho e, depois de prepararem tudo, despediram-se de Dobby, carregaram a Volvo e foram para a Toca.
Chegando à casa dos Weasley, guardaram a Volvo na garagem e encontraram-se com Molly, que os esperava. Rony, Hermione e as crianças também estavam lá. Assim que entraram na casa, Gina foi ajudar Hermione e a mãe com o almoço, enquanto Rony e Harry ficaram na varanda.
_O que houve, Harry? _ perguntou Rony.
_Não lhe contaram? Tentaram matar Gina e a mim hoje.
_Não, ninguém me contou. Quem foi?
_Quem já era, é melhor dizer. Masayoshi Tagara, o “Demônio”.
_Então ele não estava morto? E foi ele mesmo quem matou Katie Bell?
_Sim, foi ele mesmo. Não estava morto, mas agora está. Acabou sendo trespassado pela própria espada, durante uma luta que tivemos esta manhã, no Hyde Park. Estávamos nos alongando depois de uma corrida e o maldito soprou um dardo envenenado em nossa direção. Tirei Gina da mira e lutamos. O final, bem, é o que você já sabe. Ah, também estive na Austrália e conversei com Mafalda. O Círculo estava envolvido na morte de um repórter trouxa, que estava investigando um político, um tal Adam Stratton.
_Stratton? Já ouvi falar dele, Harry. Parece que há várias suspeitas de corrupção pesando sobre ele, inclusive uma possível ligação com o Círculo. Um Auror que esteve na Austrália me contou que o cara estabeleceu uma rede de influências no Senado do país.
_Pois descobri que foi Tagara quem matou Carruthers, com um dardo de solução de Curare congelada. Lembrei que ele já havia feito isso uma outra vez.
_E agora não vai mais fazer.
_Nunca mais, Rony. Nunca mais. Agora o selo de “Falecido” no dossiê de Tagara corresponde à verdade.
_Restam só mais uns milhares de assassinos e mais “Sombra & Escuridão”.
_Falando de coisas mais alegres, e aí, orgulhoso por mais uma geração Weasley em Hogwarts?
_Com certeza, Harry. Mione está que não cabe em si de contente. E Mafalda está contando os meses para que chegue a vez dela.
_E também de Tiago, Lílian e vários outros. Este ano serão Cliff, Adriano e Nereida. Um provável grifinório e dois prováveis sonserinos. Ou possíveis, pois Jan e Madame Rosmerta são oriundas da Grifinória. A coisa está equilibrada.
_Agora que a Sonserina perdeu aquela mística de “Casa de Bruxos das Trevas”, já não significa tanto assim. _ Rony comentou _ Serão as qualidades pessoais que irão pesar.
_Se bem que o pessoal com mais tendências trevosas...
_... Acabará por ir para a Sonserina. E é até melhor, pois poderemos ficar de olho neles.
_Falando das Casas de novo, papai? _ Cliff aproximou-se e perguntou para seu pai _ As rixas continuam?
_Agora tem sido mais para manter a tradição, Cliff. No nosso tempo era muito pior. _ disse Harry _ Era praticamente guerra declarada.
_Se bem que sempre há alguns mais radicais em todas as Casas, meu filho. _ comentou Rony _ Mione me disse outro dia que Soraya rebateu uma azaração de uma garota da Sonserina, Annellise Carrow, se não me engano. O feitiço voltou e Annellise ficou falando ao contrário durante umas duas horas, até que Madame Pomfrey deu um jeito.
_Madame Pomfrey vai direto para o Paraíso. _ disse Harry _ Ela já era enfermeira na época dos meus pais e ainda está em atividade, consertando todo mundo que se estropia em Hogwarts.
_Um brinde a Papoula Pomfrey! _ disse Cliff, erguendo sua taça de suco.
_Apoiado! _ disseram juntos Harry e Rony, erguendo suas taças de cerveja amanteigada.
Naquele exato momento, Rony sentiu algo vibrar no bolso das vestes e ouviu um “bip”. Enfiou a mão no bolso e de lá trouxe a bússola mágica. Um novo volume do Necronomicon havia se manifestado. O ponto luminoso brilhava sobre a África. Rony calibrou a bússola, ampliando a imagem e então ele e Harry disseram, ao mesmo tempo:
_Angola, lá vamos nós!


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