Harry Potter e o Círculo Sombrio escrita por JMFlamel


Capítulo 7
O COLAR MUDA DE MÃOS




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CAPÍTULO 6

O COLAR MUDA DE MÃOS







No Ministério, Harry e Neville correram para o Departamento de Pesquisas Farmacológicas. Lá chegando, deram de cara com o Prof. Snape. Apesar de estar com mais de cinqüenta anos, parecia o mesmo da época em que os dois eram alunos, sem um fio branco sequer nos cabelos teimosamente oleosos e seu rosto mostrava apenas algumas linhas de expressão.
_Potter, Longbottom, boa noite. Eu estava acompanhando a programação da WBC e vi a ameaça do Círculo. Entrei em contato com Dumbledore e ele me aconselhou a vir para cá, a fim de ajudá-los. Vocês têm alguma idéia do que dá para fazermos?
_Acho que sim, professor. _ disse Harry _ Alguém, mais especificamente um informante que tenho no Círculo, colocou um pacotinho no bolso de minhas vestes. Quando abri, vi isto:
Harry mostrou aos dois bruxos o frasco e o bilhete, que dizia:
“Harry Potter, sei que não será possível produzi-lo em massa até a data que ‘Escuridão’ fixou como limite, mas vocês poderão prevenir futuros atentados. Este é o antídoto, a vacina que imuniza contra o ‘Inferno 300’. Leve-a ao Departamento de Pesquisas Farmacológicas do Ministério, para que Neville Longbottom possa analisar a fórmula e reproduzi-la, para que ele seja fabricado. É importante que todos os Inseparáveis e suas famílias sejam logo imunizados, principalmente porque ‘Sombra & Escuridão’ podem querer vingança pelo que vocês já fizeram contra o Círculo e, no passado, contra a Ordem das Trevas. Sugiro que também entrem em contato com o Prof. Snape, pois seu conhecimento de Farmacologia bruxa e trouxa poderá ser importante. Manterei contato e estarei por perto quando precisar de mim. Boa sorte, Harry”.

“π”

_Quem é esse tal de “π”, Potter? É uma fonte confiável?
_Sim, Prof. Snape. “π” era quem passava informações para Anya.
_Anastasia Artamonov, aquela loira que era da Sonserina e formou-se um ano antes de vocês?
_Ela mesma. O problema é que o Círculo tem um “Toupeira” infiltrado nos serviços de segurança trouxas e foi ele quem a expôs. Por isso ela acabou sendo assassinada.
_Bem, mãos à obra, gente. _ disse Neville. Os três puseram-se a trabalhar. Embora Harry não tivese um conhecimento tão profundo de Farmacologia, Bioquímica e Microbiologia como o de Snape e Neville, tornara-se um ótimo preparador de poções, já que aquilo era um requisito para os Aurores.
_Interessante, muito interessante. _ disse Snape _ A fórmula estrutural deste antídoto é extremamente complexa, mas lembra bastante as vacinas trouxas contra a gripe e a pneumonia. Vejo também, pelo microscópio, que a vacina é de vírus inativado e que o vírus é híbrido, tendo bastante semelhança com o responsável pela gripe comum, a Influenza, mas que foram magicamente agregadas características dos vírus Ebola e Hanta, bem como da bactéria Streptococcus β-Hemolítico Grupo A de Lancefield, responsável pela amigdalite, a infecção purulenta da garganta. Só que a propriedade hemolítica foi extremamente potencializada por magia, ao ponto dele tornar-se um perigoso microorganismo mio-histofágico, alimentando-se de tecidos moles e músculos, como “Escuridão” disse. Dos pobres animais só sobraram os ossos, como vimos naquela demonstração que a WBC transmitiu.
_Mas dá para realizarmos uma boa produção a partir desta amostra, professor. _ disse Neville _ “π” nos ajudou bastante. Mas é uma abordagem totalmente nova, pois ataques QBN não são tipicamente bruxos e sim de grupos terroristas trouxas.
_Sim, Longbottom. Que diferença da antiga Ordem das Trevas! Mesmo Voldemort não recorreria a um meio desses. Bem, o Círculo age de maneira totalmente atípica, embora aquela aliança de Voldemort com a Al-Qaeda já possa ter sido um prenúncio de novos tempos para os bruxos do mal.
_Concordo com o senhor, Prof. Snape. _ disse Harry _ Voldemort podia ser o que era, cruel, mau, impiedoso e assassino, mas nunca esqueceu completamente os conceitos de honra que aprendeu entre os Ninjas. E, segundo ele mesmo nos disse antes de morrer, ele reforçou esses conceitos ao recebê-los de mim, quando tentou me matar pela primeira vez.
_Que foi quando ele lhe passou algumas habilidades e vocês criaram uma espécie de elo mental. Fico feliz em saber que você tornou-se um bom Oclumente e Legilimente, Potter. Isso significa que levou a sério as primeiras lições que lhe ministrei, quando você estava no quinto ano.
_Muito mais do que isso, Prof. Snape. Muito mais. Mas não vem ao caso falar disso agora. _ disse Harry, trocando um olhar bastante significativo com Severo Snape. A invasão daquela memória, na qual os Marotos haviam zoado com Severo, ajudou Harry a compreender um pouco mais o professor, embora não tivesse percebido na época.
_Mas Voldemort, realmente, preservava a honra e não era desprovido de gratidão, ao contrário do que se pensava dele. _ disse Snape _ Minha família era uma prova disso. Ele foi criado por minha avó, Pandora Snape, como um verdadeiro irmão para meu pai, Arkanius. E depois, mesmo que já fosse o Lorde das Trevas, não consentiu que meu pai se tornasse um Death Eater.
_???
_Meu pai me disse, certa vez, que perguntou a Voldemort por que ele nunca havia consentido que Arkanius Snape recebesse a Marca Negra para ser um Death Eater. E então, Voldemort explicou que não consentia devido à estima por meu pai e por considerá-lo um irmão de sangue, ainda que não o fosse de fato, sendo adotivo. E o Lorde queria preservá-lo de ter de fazer certos sacrifícios, aos quais ele estaria inexoravelmente obrigado se fosse um Death Eater. E mesmo depois que eu me iniciei nos Death Eaters, Voldemort me dizia que procuraria evitar que eu precisasse dar provas de lealdade. E eu era fiel. Matava sem hesitar, com feitiços, venenos, vários métodos. Mas houve uma vez na qual aconteceu algo que me fez repensar tudo o que eu vivera e fizera sob a égide da Marca Negra e passar para o lado de Dumbledore. Foi a noite em que acabei matando... _ e a voz de Severo Snape embargou-se, enquanto uma lágrima descia pelo seu rosto.
_... Nereida, sua irmã. A Auror “Mariposa de Titânio”, dos “Camaleões-Fantasmas”. _ comentou Neville, também emocionado _ Minha mãe me contou.
_Poucas foram as pessoas para quem eu disse o que aconteceu, Longbottom. Dumbledore, Derek e alguns poucos, inclusive seus pais. Maldito Lucius Malfoy! Ele estava comigo naquela noite, na Suíça. Depois, eu e Derek chegamos à conclusão de que o tropeção dele foi proposital, pois arrancou minha capa e fez minha máscara cair. No momento de hesitação de Nereida, Lucius me disse para atacar e eu, instintivamente, disparei, matando minha própria irmã. Peço que não permitam que mais ninguém saiba desses fatos.
_Conte comigo, Prof. Snape. _ disse Neville.
_Nem tenha dúvidas de que manterei segredo, professor. _ Harry prometeu.
_Obrigado. Vocês são ótimos. Sinto por tê-los tratado mal durante anos, mas as circunstâncias eram outras. Bem, vamos continuar nosso trabalho.
_Certo. _ disseram os dois grifinórios.

Dois dias depois, o primeiro lote da vacina contra o “Inferno 300” estava pronto. Uma quantidade mais do que suficiente para imunizar os Inseparáveis e suas famílias. A produção continuava, para obter a maior quantidade possível. Os familiares dos Inseparáveis compareceram ao Departamento de Pesquisas Farmacológicas para receberem suas doses, mesmo que não fosse algo muito agradável, pois a administração teria de ser pela maneira tradicional e nenhum deles, principalmente os bruxos, era chegado a injeções. Mas as imagens transmitidas pela WBC falavam mais alto do que qualquer medo de agulhas.
O prazo estabelecido por “Escuridão” aproximava-se do seu limite e, na noite do dia 4 de novembro, Harry Potter entrou em uma das cabines da London’s Eye, a enorme roda-gigante de Londres. Quando estava no alto, sacou sua varinha e disparou fagulhas verdes para o céu. Em resposta, a Marca Negra foi projetada nos céus, novamente levando à Bruxidade a preocupação quanto a um novo conflito bruxo entre Luz e Trevas. Abaixo dela, um número, para que ele ligasse. Harry pegou seu celular e ligou para o número que logo desapareceu, deixando no céu apenas a pavorosa lembrança dos tempos de Lord Voldemort. Após três toques, atenderam.
_Muito inteligente, Sr. Potter. O senhor sabe o que é o melhor para a Bruxidade e para todos os habitantes de Londres. _ disse o co-líder do Círculo Sombrio.
_Não precisa me bajular, “Escuridão”. Tudo o que quero é evitar uma tragédia. As imagens das cobaias se desfazendo já foram suficientes. Onde deverei fazer a entrega do colar?
_No alto de uma das torres das cabeceiras da Tower Bridge. Sei que, mesmo que você vá sozinho, alguém poderá querer estar por perto. Lá em cima ficaremos tranqüilos, mesmo que apareça alguém, não poderá aproximar-se sem que vejamos. Quaisquer elementos do Ministério não deverão passar da rua. Se um só deles subir, o acordo estará desfeito e o vírus será lançado sobre Londres.
_Que garantias teremos de que vocês não tentarão uma nova chantagem biológica?
_Nenhuma. Mas somente o colar nos interessa, Sr. Potter. Além do mais, sei que vocês logo vão pesquisar uma vacina (“Escuridão” sequer imaginava que a vacina já estava sendo produzida em massa). Quando você me mostrar o colar e comprovarmos sua autenticidade, eu darei ordens para que a bomba biológica seja entregue aos Aurores, ao mesmo tempo em que você me entrega o colar. Assim a coisa será justa para ambas as partes. Aceita, Sr. Potter?
_Não tenho alternativa, “Escuridão”. Amanhã à noite nos encontraremos, na Tower Bridge.
_Até lá. _ e “Escuridão” encerrou o contato.
_E então? _ perguntou Rony.
_Amanhã à noite, no alto da Tower Bridge, às 20:00 h. E recebi instruções para que ninguém se aproximasse demais. Quaisquer pessoas deverão ficar na rua. Uma equipe de Aurores deverá estar de prontidão para ir buscar a bomba de vírus, assim que “Escuridão” comprovar a autenticidade do colar.

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"Tower Bridge"

Na noite seguinte, às 20:00 h, Harry aparatou no topo de uma das cabeceiras da Tower Bridge, levando o colar de ouro branco e esmeraldas em uma caixa. “Escuridão” já estava lá e estava sozinho, como o Auror pôde comprovar pela ausência de qualquer outro Ki no local.
_Você veio, Harry Potter. _ disse o criminoso bruxo, envolto em uma capa com um capuz que lhe ocultava a face _ Trouxe o colar?
_E eu teria vindo aqui sem ele? Não podemos jogar com as vidas de todos os habitantes de Londres. Veja, “Escuridão”, aqui está o colar. _ e Harry abriu a caixa, mostrando ao bruxo mau o seu conteúdo.
_Não é uma réplica, como vocês fizeram para enganar aquelas antas que invadiram o aniversário de casamento do seu primo?
_Fique tranqüilo, “Escuridão”. Este é o colar autêntico. Só não entendo por que vocês o querem, juntamente com outros objetos que parecem não possuir nenhuma relação entre eles. _ disse Harry, fingindo ignorância.
_Tá bom, eu acredito. Mas, se você não sabe para que o queremos, não sou eu que vou lhe dizer. _ e colocou os sete objetos juntos, que logo se transfiguraram no mapa, que ele rapidamente guardou no bolso das vestes. Em seguida, tirou um celular do bolso e fez um comentário, enquanto teclava um número _ Eu não gosto de muitas das coisas dos trouxas, Harry Potter, mas devo confessar que os telefones celulares são bastante práticos e eficientes. Alô, “Sombra”?... Sim, sou eu, “Escuridão”... Isso. Harry Potter acabou de me entregar o colar e ele é autêntico. Cancele o lançamento do “Inferno 300” e prepare-se para entregar o vírus aos Aurores... Isso, eles cumpriram a parte deles e nós cumpriremos a nossa... Certo, “Sombra”, apenas aguarde. Quando você fizer a entrega, me ligue de volta... Certo, certo. Até mais. _ desligou e guardou o telefone _ Mande aos Aurores ao Complexo Westminster, Harry Potter. No telhado do prédio do Parlamento encontrarão “Sombra”, que já estará à espera deles. Assim que o vírus for entregue aos Aurores, irá me ligar de volta.

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"Parlamento, no Complexo Westminster"

Harry pegou seu celular e ligou para Shacklebolt, indicando o local onde os Aurores deveriam encontrar o co-líder do Círculo Sombrio. Pouco depois, o celular de “Escuridão” tocou, espalhando no ar os acordes iniciais da “Marcha Imperial” de Star Wars. Uma música bem de acordo com aquela figura maligna e misteriosa. Após atender e falar com “Sombra”, desligou e guardou o telefone no bolso. Então, foi a vez do telefone de Harry tocar, com os acordes do “Celeiro de Ases”, o hino do Sport Club Internacional. Era Shacklebolt, avisando que já estava de posse do vírus.
_Simpatizante daquele timeco brasileiro, igual àquele traidor do sangue, Draco Malfoy e sua esposa de sangue ruim. Eu deveria saber. _ comentou “Escuridão”
_Dobre a língua, “Escuridão”, quando for falar mal do Colorado! Eles foram campeões brasileiros de Quadribol, no ano passado e já foram Campeões Mundiais no Futebol trouxa. _ disse Harry (“Como é que esse cara sabe para qual time do Brasil Draco e Jan torcem?”, pensou o bruxo).
_Bem, isso encerra as nossas negociações, Harry Potter. Creio já ser hora de me retirar. Não se preocupe, pois cumprirei minha palavra.
_Prédio do Parlamento, noite do dia 5 de novembro..., mas por que evocar a memória de Guy Fawkes e a “Conspiração da Pólvora”?
_De certa forma nós somos revolucionários, Harry Potter. Embora usemos métodos que podem fazer a Bruxidade comparar-nos a criminosos comuns, nosso objetivo é substituir a ordem vigente por uma nova.
_Que nova, que nada. A velha Ordem das Trevas sempre vencida pela Ordem da Fênix, desde antes dos tempos de Grindelwald. Por que insistir nos mesmos erros? Ainda mais porque não há nenhum bruxo conhecido que possua o poder e o perfil de líder de Lord Voldemort.
_Por enquanto, Harry Potter. Por enquanto. E isso é tudo o que você precisa saber, pelo menos no momento. Boa noite, Harry Potter. _ e com um estalido “Escuridão” desaparatou, deixando um Harry cheio de perguntas e teorias na mente.
Harry Potter desaparatou, logo em seguida. Aparatou aos pés da torre da cabeceira da ponte, que se encontrava vazia, exceto pela presença de Tonks.
_Mas que cara, Harry. _ disse a Metamorfomaga _ Até parece que você viu um fantasma malvado.
_Talvez, Tonks. Talvez. Acontece que “Escuridão” parecia saber muito bem do que estava falando e aparentava ter certeza de que logo surgiria um bruxo que poderia ser um líder para uma possível nova Ordem das Trevas.
_Teríamos tomado conhecimento de rumores nesse sentido. Os serviços de informações de todo o mundo mantêm-se alertas para qualquer manifestação de um novo Lorde das Trevas e nada nos foi comunicado.
_Não sei não, Tonks. Estou com uma pulga atrás da orelha e, normalmente, minhas pulgas atrás da orelha costumam picar bem doído. Bem, não há mais nada a fazer por hoje. Já é tarde, Gina e as crianças devem estar à minha espera em casa. Boa noite, Tonks. Dê um abraço no Prof. Lupin.
_Está bem, Harry. E ele continua insistindo para que você o chame apenas de “Remus”.
_Não consigo, Tonks. Eu sempre verei Remus John Lupin como meu professor. Um dos melhores que eu já tive, aliás.
_Caracas, nem parece que passou tanto tempo assim. Nossos filhos já estão a caminho dos sete anos. Estamos envelhecendo, Harry.
_De minha parte, prefiro dizer que estamos mais experientes. É melhor guardarmos nossas preocupações para daqui a quatro anos.
_É mesmo, não havia me lembrado disso! Daqui a quatro anos eles estarão indo para Hogwarts! Tiago, Lílian, Mafalda, Narcisa, Randolph, Sabrina, Julius...
_... Fernanda, Simone e outros mais, que já estarão em Hogwarts, tipo...
_... Francine, que já estará quase se formando, Soraya, Adriano, Nereida, Cliff, Larissa, Vicenzo, Steve, Whitney, Daryl, etc. E, no ano seguinte, será a vez de Cassandra. É, será um time capaz de levar McGonnagall e os outros à loucura.
_Sim, vários deles são descendentes dos Marotos e outros são parentes de Fred e Jorge. É a terceira geração de Criadores de Confusão, quase pronta para virar Hogwarts de ponta-cabeça. Bem, vamos nos preparar para quando esse dia chegar. Boa noite, Tonks.
_OK, Harry. Boa noite.
E ambos desaparataram para seus respectivos destinos.

No dia seguinte, no Departamento de Pesquisas Farmacológicas do Ministério, Snape e Neville analisavam o vírus “Inferno 300”. Pareciam ter encontrado uma maneira de destruí-lo. Chamaram Harry e Rony e, quando eles chegaram, os dois explicaram:
_O vírus é terrível e mortal, porém espantosamente frágil. Se livre no ar e sem contaminar ninguém, ele se decompõe em questão de horas e o calor intenso o destrói completamente. _ disse Snape.
_Acho que o Círculo não contava com o fato de que pudéssemos ter acesso ao antídoto. Isso facilitou bastante a análise, quando recebemos a bomba viral. Bem, isso diminui a nossa desvantagem. _ comentou Rony.
_Sim. Bem, agora vamos cuidar de uma outra coisa. Muito obrigado, Neville, muito obrigado mesmo, Prof. Snape, pois o senhor se desviou dos seus afazeres em Hogwarts para vir nos ajudar.
_Precisavam de mim e eu não podia me negar a vir. Eu seria incapaz de não atender a um pedido de Dumbledore. _ disse Snape.
Harry e Rony despediram-se e foram para o escritório de Harry. Ele trancou a porta e lançou um punhado de Pó de Flu na lareira.
_Sirius Black, precisamos conversar. _ na mesma hora, a cabeça do padrinho apareceu.
_Beleza, cara. Vocês conseguiram impedir uma terrível epidemia e ainda analisaram o vírus. Ótimo. O problema é que “Escuridão” agora tem o mapa e pode localizar a bússola.
_O que significa que agora estamos empatados. Eles não sabem que nós temos a nossa própria bússola. _ disse Harry _ Mas acho que precisaremos iniciar logo a nossa busca aos volumes do Necronomicon para impedi-los de levarem a cabo quaisquer planos que tiverem.
_Mas há uma coisa que não me sai da cabeça e que me preocupa bastante, Sirius. _ disse Rony _ Quando estava com Harry, na ponte, “Escuridão” deu a entender que haveria um bruxo que poderia despontar como um novo líder das Trevas. Mas não temos notícias de nenhum. Muito estranho.
_Mas têm havido alguns rumores ainda em confirmação de crianças bruxas com manifestações bem fortes de magia, emissões mágicas involuntárias bastante intensas, na região dos Bálcãs. _ disse Sirius.
_Como sabe? _ perguntou Harry.
_Viktor me disse.
_E como estão ele e Elisabeta? _ Rony perguntou.
_Muito bem. _ respondeu Sirius _ O filho deles, Mikhail, já iniciou seus estudos em Durmstrang, onde Viktor é professor de Vôo. Elisabeta trabalha no Departamento de Cooperação Internacional em Magia do Ministério Romeno. Divide seu tempo entre Bucareste e Sighisoara, onde eles estão morando. Viktor sempre consegue dar um jeitinho de passar quase todos os finais de semana em casa. Bem, acho que é isso, amigos. Entrem em contato, quando tiverem mais novidades. Deverei estar dando uma passada aí, nos próximos dias. Até mais.
_Até mais, Sirius. _ com um estalido, a cabeça de Sirius Black desapareceu da lareira.
_Bom, agora é pegarmos a bússola e começarmos a procurar os sete volumes do Necronomicon. _ disse Rony, indo em direção ao cofre de segurança de Harry.
_Rony, não! Espere! Você está se esquecendo... _ Harry mal teve tempo de sacar a varinha, antes que Rony tentasse abrir o cofre e, mais uma vez, sofresse os efeitos do Feitiço de Segurança, voando pela sala _ ... “ARESTO MOMENTUM”!!
A trajetória de Rony foi interrompida antes que ele aterrissasse em cima do computador, do outro lado do escritório.
_Mas você não tem jeito mesmo, Rony. Sempre se esquece do Feitiço de Segurança do meu cofre. Só eu posso retirar qualquer coisa de dentro dele. Desse jeito eu vou pensar que você gosta de voar pela minha sala. _ disse Harry, rindo para o amigo.
_Sempre me esqueço desse detalhe. Bem, pelo menos sabemos que o feitiço funciona e muito bem. _ respondeu Rony, rindo tanto quanto Harry.
_OK. Bem, vamos ver o que a bússola nos mostra. _ Harry abriu o cofre e tirou de dentro dele a bússola mágica. Ela não se parecia com uma bússola, tendo mais a aparência de um enorme cronômetro, com um mapa-mundi no mostrador e um botão. Harry apertou o botão e o mapa começou a ampliar-se e a ficar mais detalhado, enquanto viam-se sete pontos brilhantes, espalhados por vários países.
_Alguém andou lendo “Dragon Ball”. _ comentou Rony.
_Quem garante que Akira Toriyama não tenha conhecido Dumbledore e possa ter aproveitado essa idéia para criar o tal “Radar do Dragão”? Bem, vamos lá. A temporada de caça ao Necronomicon está iniciada. _ disse Harry, olhando para o local mais próximo onde havia uma luz piscante,que indicava a localização de um dos volumes.
_Próxima parada, Florença. _ disse Rony, olhando para o mapa da Itália, no mostrador da bússola.

No mesmo dia, lá estavam Harry e Rony, transfigurados, esquadrinhando a cidade, atrás do livro. Consultavam a tela da bússola, ampliada até formar o mapa da bela cidade italiana de mais de trezentos e cinqüenta mil habitantes, localizada na região da Toscana, conhecida como o berço do Renascimento. Sentados a uma mesa de um restaurante com vista para a Piazza Santa Maria Novella, pareciam dois turistas comuns, excetuando-se o fato de estarem de olho em possíveis bandidos do Círculo, que também pudessem estar em busca do volume do Necronomicon.
_Que cidade linda. _ comentou Rony _ Preciso trazer a Mione aqui, qualquer dia.
_Planejando uma segunda lua-de-mel? _ perguntou Harry.
_Terceira, cara. Ela adora essas viagens românticas. Engraçado eu estava pensando, Matt (Rony tratava Harry pelo codinome para aquela missão), em como a vida nos leva para cada lugar. Você imaginava que iria acontecer tanta coisa conosco depois daquela tarde, no Expresso de Hogwarts?
_Achava que ocorreria uma virada na minha vida, mas não que seria tão grande, Sam. _ respondeu Harry, também tratando Rony pelo codinome _ Mas minha vida só fez melhorar, depois que os conheci. Não posso conceber melhores amigos do que vocês e nem uma mulher que eu ame mais do que Gina.
Naquele momento, o sinal do livro se estabilizou e Harry o localizou.
_Veja! Ele está ali. _ e apontou para o sinal luminoso.
_Onde é esse lugar? _ perguntou Rony.
_Na Universidade. Talvez na Biblioteca do campus.
_Vamos lá, então. Qual a localização?
_Piazza San Marco, perto do Palácio dos Médici. Vamos desaparatar para lá. Vejamos o caminho... seis ou sete quadras, indo pela Via del Giglio e depois passando para a Via Cavour, até chegarmos à Galleria dell’Academia. Vamos nessa?
_É para já. _ pagaram a conta e saíram. Em um banheiro público, desaparataram, aparatando em frente à Universitá di Fiorenza. Ali, misturaram-se com os jovens universitários e seguiram a pista do livro, até a Biblioteca.
_Eu estava certo. _ disse Harry _ Que melhor lugar para um livro do que uma biblioteca?
Com a tela da bússola em ampliação máxima, foram esquadrinhando o interior do recinto, tomando cuidado para não chamarem a atenção dos estudantes, que eram poucos àquela hora. Naquele momento, Harry localizou a estante onde estava o volume do Necronomicon. Já estava indo pegá-lo, quando descobriu que não eram os únicos. Quatro bruxos do Círculo haviam aparatado, sem que os universitários percebessem e dirigiam-se para a estante. Quando eles viram que o livro estava prestes a ser pego por Rony, sacaram as varinhas e prepararam-se para disparar seus feitiços. Mas...
_Il Circolo dell’Umbra!!! Scendi, subito!!! _ a voz de um dos jovens universitários deu o alarme e Rony pôde invocar um Feitiço Escudo para defletir o Estuporamento que o outro havia disparado e, em seguida, contra-atacar:
_ “Expelliarmus”!! _ as varinhas de dois dos bruxos voaram de suas mãos. Os bandidos correram para tentar recuperá-las, mas não conseguiram. Quando estavam prestes a pôr as mãos nelas...
_ “Accio”!! _ as varinhas voaram do chão para as mãos do jovem que dera o alarme e que empunhava a sua própria.
Os outros dois prepararam-se para darem um jeito no jovem intrometido, mas não tiveram tempo.
_ “Estupefaça”!! _ bradou ele, disparando seu feitiço em um dos bruxos do Círculo.
_ “Morpheus”!! _ disse Rony, logo em seguida, fazendo o outro adversário cair adormecido.
Com dois adversários incapacitados, ficou mais fácil cuidar dos outros dois desarmados mesmo que, sem as varinhas, eles tivessem sacado punhais e avançassem. Não foi um problema dos maiores.
_ “Reducto”!! _ Harry bradou e o punhal se desfez na mão do bruxo. O outro ainda levantou a mão para atacar, mas Rony foi mais rápido.
_ “Expelliarmus”!! _ o punhal voou para longe.
_ “Estupefaça”!! “Incarcerous”!! _ Harry incapacitou os dois e tratou de amarrar os quatro. Em seguida, pegou na estante o livro que estavam procurando. Olhando para o jovem, que acabara de guardar a varinha, o Auror achou aquele rosto familiar. Estava a perguntar-se onde já o havia visto, quando o jovem falou:
_Tu sei um Auror, não é? Somente I Aurori utilizam questi varinhas de metal.
_Sim, somos Aurores. _ disse Harry _ E você não me é estranho. Você é...?
_... Marco. Marco Zabini di Franco.
A dúvida havia sido esclarecida. Aquele jovem era sobrinho de Blaise, filho de sua irmã mais velha, Sophia Zabini di Franco, que já havia concluído a escola quando eles haviam entrado. Ele havia concluído o curso na Scola di Magia Stella D’Oro e, como gostasse bastante de Arte Renascentista, fazia um curso na Universitá di Fiorenza. Sem revelar suas verdadeiras identidades, Harry disse:
_Sim, eu conheço sua mãe e também seus tios, Blaise e Blasius, que foram nossos contemporâneos em Hogwarts. E agora, acho que teremos de apagar algumas memórias.
_Não precisa. Quase todos nesse grupo são bruxos e os trouxas têm acesso Nível 3.
_Muito obrigado pela ajuda. _ disse Rony.
_Imagine, não por isso. Foi um prazer ajudar.
Os Aurores italianos levaram os bandidos e, em seguida, nossos amigos desaparataram, levando consigo um dos volumes do Necronomicon, que foi guardado em segurança, na biblioteca particular de Alvo Dumbledore, em Hogwarts. Uma pequena vitória da Ordem da Fênix, mas os bruxos do Círculo Sombrio não ficaram inativos.
Ao mesmo tempo em que Harry e Rony recuperavam o volume que estava em Florença, um grupo de três elementos do Círculo afastava um monte de pedras no pátio de um templo em Katmandu, no Nepal. Depois que as pedras foram afastadas, revelou-se um nicho no solo, dentro do qual estava outro dos volumes do Necronomicon. “Sombra”, que era um dos membros desse grupo e tinha nas mãos a bússola mágica sorriu, debaixo do capuz que lhe ocultava o rosto. As forças da Luz e das Trevas estavam empatadas.

Em Hogwarts, no gabinete da Diretora, Harry e Dumbledore examinavam o livro, juntamente com Sirius e Rony. Embora parecesse um livro comum, era possível sentir que era diferente.
_Dá para perceber a energia que emana deste livro, Prof. Dumbledore. E o mais interessante é que não se define como boa nem maligna. _ comentou Rony.
_Sim, Rony. A magia, essencialmente, não é boa nem má. O uso que se faz dela é que pode ser. _ disse Dumbledore _ Vejam vocês que há feitiços e informações suficientes nessas páginas para elevar a Bruxidade e ajudar a alcançar a harmonia com os trouxas ou para lançar ambos os mundos, tanto o não-mágico quanto o mágico, nos abismos de sua destruição. Tudo depende de como eles são utilizados.
_Qualquer um desses feitiços poderia ser uma arma poderosa nas mãos do Círculo Sinistro. Mas estou preocupado com algo que “Escuridão” me disse, quando entreguei o colar. _ disse Harry.
_Sobre o surgimento de um novo líder, em torno do qual a Ordem das Trevas iria agregar-se, no futuro? _ perguntou Sirius.
_Exatamente. E você me disse que surgiram emissões mágicas involuntárias bastante fortes na Europa Oriental, principalmente nos Bálcãs, não foi, Sirius?
_Sim. Uma na Romênia, na cidade de Cluj-Napoca. Um garoto chamado Darien Comaneci. Ele é parente meio afastado daquela famosa ginasta dos anos 70 e 80, Nadia Comaneci.
_Aquela que conseguiu fugir da Romênia para o Canadá, quando aquele louco do Nicolae Ceaucescu era o Presidente? _ perguntou Harry.
_Ela mesma. Bem, houve uma em Budapeste, na Hungria. Uma garota chamada Yonara Karádi, nascida trouxa. Essa dificilmente seria a figura de líder que a Ordem das Trevas esperaria. Uma outra em Varna, na Bulgária, que Viktor investigou pessoalmente. É um garoto chamado Alexander Golytzin, neto do Vice-Ministro da Magia de lá. Uma menina em Dniepopetrovsk, na Ucrânia, chamada Juliana Kurylenko e duas em Chisinau, capital da Moldávia. Um casal de gêmeos, chamados Mirela e Mariel Nero.
_Nero? Um sobrenome italiano na Moldávia? _ perguntou Rony, curioso com aquilo _ Parece meio estranho.
_Filhos de uma mistura interessante, pais descendentes de italianos, austríacos e bucovinos. _ Sirius esclareceu _ O pai já havia falecido, a mãe morreu após o parto e eles foram criados por amigos da família, na Moldávia, são as informações que Viktor obteve e me repassou. Creio que só nos resta esperar para ver como irão se desenvolver.
_E que tipo de feitiços o Círculo pode estar procurando no Necronomicon? _ Harry estava intrigado _ Está certo que são poderosíssimos, como podemos ver por apenas este volume, mas não consigo ver nada que dê para estabelecer uma relação com um novo líder das Trevas. Mais um motivo para que procuremos por todos os outros volumes.
_Sim. _ respondeu Sirius _ Falando de coisas mais agradáveis, gente, como vai ser para o Natal?
_Até o momento, tudo certo para uma reunião geral na Toca. É o único local onde dá para reunirmos todo mundo. _ disse Harry _ As famílias Weasley, Potter, Longbottom, Malfoy, Black & Cia, além de outros convidados.
_Não sei como a Molly não enlouquece. _ comentou Sirius.
_Minha mãe gosta de reunir a família e sempre teve aquele perfil de “Mãezona”, acalentando a todos sob suas asas. _ disse Rony _ Quando mais jovem eu me irritava um pouco, pois achava que era uma mania de superproteção mas, depois, entendi que era a maneira pela qual ela nos demonstrava o seu amor. E não me consta que aquilo tenha feito nenhum mal aos filhos de Arthur e Molly Weasley, quer fossem os naturais quer fossem os honorários _ e apontou para Harry.
_Com certeza, Rony. Eu, que perdi meus pais ainda com um ano de idade, antes dos Dursley integrarem-se ao mundo mágico só sabia o que era uma família de verdade quando estava com vocês. Talvez essa tenha sido uma das razões para que eu tivesse demorado tanto tempo para me tocar de que o que eu sentia por Gina era amor de verdade. Eu passei anos considerando-a como uma irmã e reprimindo meus sentimentos, por medo de desrespeitar a família que sempre me havia acolhido como um filho. Como eu costumo dizer, não acredito totalmente em destino, mas acho que meu casamento e minha vida em comum com Gina é algo que sempre esteve escrito. E não digo isso somente por estar na sua presença. É a pura verdade.
_Conheço você o suficiente para saber que sim, Harry. _ disse Rony, dando um tapinha nas costas do cunhado. Naquele momento, a porta do gabinete da Direção abriu-se e Hermione entrou, carregada de livros, como sempre.
_Me diseram que você estava aqui com Harry, meu querido. Que surpresa é essa? _ a professora de Transfiguração abraçou e beijou o marido _ Esta era a semana em que eu iria para Londres. Boa tarde, Prof. Dumbledore. Boa tarde Harry.
_Hoje foi meio-expediente no Ministério e, já que Harry viria para cá, pensei em fazer uma surpresa. _ disse o ruivo.
Hermione Weasley colocou as mãos na cintura e fixou no marido aquele seu famoso olhar de perfurar rochas:
_Ronald Bilius Weasley, eu sei muito bem que, como um dos Inseparáveis, você está colaborando não-oficialmente com Harry nas investigações sobre o Círculo Sombrio principalmente agora, na caçada aos volumes do Necronomicon, assim como eu mesma também estou, ajudando o Prof. Dumbledore na decifração e estudo dos textos desse volume que está conosco pois, assim como você, eu também não consigo negar o espírito dos Inseparáveis. _ e Hermione corou, enquanto abraçava Rony _ O que eu quero dizer, Rony, é que não quero que você se exponha demais, afinal de contas você não é um Auror e eu nem quero pensar nos perigos que essa investigação pode envolver. E conto com você, Harry, para evitar que esse cara comece a ficar muito animadinho (Dumbledore, Rony, Harry e Sirius riam-se por dentro, pois sabiam que a preocupação de Hermione era infundada). Já o conheço mais do que o suficiente para saber que ele é capaz de entrar de cabeça nas aventuras mais perigosas. Além de ser casada com ele há vários anos, ninguém melhor do que um Inseparável para conhecer outro.
_Pode deixar comigo, Tia Mione. _ respondeu Harry, imitando a voz de seu filho, Tiago.
_Fala sério! Só mesmo você, Sr. Harry Tiago Potter, para levar isso na brincadeira. _ disse Hermione, rindo junto com ele.
_Melhor do que me encolher de medo. _ respondeu o bruxo, abraçando a amiga e sorrindo para ela _ Bem, já terminei o que vim fazer. Vamos dar uma volta pela escola? Quero aproveitar para matar as saudades.
_Excelente idéia. Vamos lá. _ e saíram do gabinete, para um passeio pela escola, encontrando com Francine no caminho e cumprimentando a sobrinha. Os alunos olhavam, boquiabertos, para os três bruxos, facilmente reconhecidos como três dos Inseparáveis, os Bruxos-Ninjas que combateram os Death Eaters: Harry Potter, que enviou Lord Voldemort para sua última viagem; Rony Weasley, que amputou a mão de prata de Wormtail e, por fim, Hermione Granger Weasley, sua professora, a primeira pessoa que conseguira atingir Lord Voldemort em um ponto muito sensível de seu corpo.
Do lado de fora da escola, encontraram-se com Hagrid, que levava um grande pinheiro para a escola, a fim de fazer a árvore principal. Quando ele voltou, os três desceram com ele até a cabana do Guarda-Caça e professor. Hagrid era outro que não havia mudado nada naqueles dez anos, principalmente devido à longevidade dos gigantes. Sendo meio-gigante, seus mais de setenta anos nada significavam. Depois que seu nome fora limpo (grande mérito de Cornelius Fudge), tivera sua condição de bruxo reabilitada e recuperara o direito de portar uma varinha (quase do tamanho de um cabo de vassoura), tendo feito um curso intensivo para obter a graduação de bruxo, saindo-se muito bem. Com xícaras de chá à sua frente e olhando a neve a cair lá fora, parecia que haviam voltado aos dias do primeiro ano, quando três bruxinhos de onze anos tornaram-se os primeiros Inseparáveis, lutando para impedir que a Pedra Filosofal caísse nas mãos de Lord Voldemort e o mais importante, conseguindo.
_Você não mudou nada, Hagrid. _ disse Harry.
_Vocês também não. Apenas cresceram um pouco, em vários sentidos. Mas, para mim, continuarão sempre sendo aquelas crianças metidas a detetives. E ainda bem que eram assim, pois foi graças a vocês que (e Hagrid começou a contar nos dedos), primeiro, Lord Voldemort não conseguiu obter a Pedra Filosofal, não pôde voltar através da lembrança do seu diário...
_... E Harry ainda salvou a vida de Gina e esclareceu os fatos que resultaram na sua reabilitação. _ disse Rony.
_Isso. Bem, continuando, vocês revelaram o disfarce de Pettigrew e limparam o nome de Sirius, Harry lutou contra um Voldemort renascido, vocês expuseram Crouch, seu espião em Hogwarts, lutaram contra os Death Eaters no Ministério, impedindo que Voldemort obtivesse o registro da Profecia, expuseram Sibila, seu outro espião, trouxeram Draco Malfoy para o lado certo, enfrentaram Voldemort mais duas vezes, uma em Azkaban e a outra em Avalon e ainda descobriram quem era Venom, além de que foi revelada a verdade sobre Scrimgeour. A Bruxidade deve muito a vocês três e também a Gina, Neville, Luna, Draco e Janine. Sem contar o papel dos “Honra & Amizade” na captura de Valérie.
_Apenas fizemos o que era certo, Hagrid. _ disse Hermione, corando. Os amigos concordaram.
_Vai para a Toca conosco no Natal, Hagrid? _ perguntou Rony.
_Não, Rony. Eu e Olímpia vamos para Cancún, fugir um pouco do frio. Aliás, pretendemos nos casar, no próximo ano (Harry ficou imaginando o casal de meios-gigantes em trajes de banho no México e depois com vestes a rigor, bronzeados e se casando).
_Estaremos lá. _ disse Harry, sorrindo _ E vocês continuarão com suas funções?
_Com certeza. Dá para conciliar. Há lareiras em Hogwarts e Beauxbatons grandes o suficiente para mim e Olímpia e também não é tão difícil desaparatar daqui para a França e de lá para cá.
_Você reaprendeu depressa o uso da magia, Hagrid. _ disse Harry.
_Não é difícil quando ela já é manifesta. Se Arabella, que era uma bruxa abortada, obteve sucesso com aquele curso por correspondência, para mim foi mais fácil. Mesmo o Filch conseguiu alguma coisa.
_Ele ainda está por aqui? _ perguntou Harry _ Eu não o vi durante todo o ano passado. Nem a ele e nem... Espere aí! Madame Pince também ficou fora um tempão.
_Sim. Eles tinham férias e licenças acumuladas e resolveram viajar um pouco, depois que tornaram público o seu relacionamento. Os alunos é que gostaram, pois tiveram uma folga da rabugice dele. Voltaram há umas duas semanas, casados.
_Casados? _ admirou-se Rony _ E Madame Nor-ra, não ficou com ciúmes?
_Depois que ela conheceu Bichento, há dez anos atrás, a última coisa com que ela se preocupa é com quem Filch está. _ disse Hermione _ Aliás, ela está com uma bela ninhada, finalmente.
Como que respondendo ao comentário de Hermione, o casal de gatos passou, seguido por meia dúzia de filhotes. Harry sorriu, lembrando-se de quando ele e Gina viram os bichanos no Mapa do Maroto, quando estavam no banheiro dos Monitores. Nem parecia que já haviam passado dez anos.

Depois de uma ótima tarde, cheia de reminiscências, Harry, Rony e Hermione tomaram uma lareira para Londres. Reuniram-se no apartamento de Harry, para combinarem os detalhes da festa de Natal, na Toca. As crianças estavam entusiasmadas, pois adoravam aquelas reuniões festivas, onde os herdeiros dos Marotos e Inseparáveis começavam a ensaiar suas primeiras traquinagens. Recebiam alguns olhares feios e, às vezes, uma ou outra reprimenda, mas ninguém ia dormir “quente”.

Enfim, havia chegado o Natal de mais um ano e as famílias reuniram-se na Toca. Gui, Fleur e Francine; Sirius, Ayesha, Soraya, Jemail e Amanda; Rony, Hermione, Cliff e Mafalda; Percy, Penélope, Whitney e Daryl; Fred, Alícia e Cassandra; Jorge, Angelina e Steve; Harry, Gina, Tiago e Lílian; Neville, Luna e Julius; Nigel Lovegood; Frank, Alice e Augusta; Draco, Janine, Adriano e Narcisa; Remus, Tonks e Randolph; Derek, Marilise e Sabrina. Enfim, grande parte dos nossos amigos preparava-se para confraternizar e agradecer por mais um ano de realizações. Os Dursley haviam ido para a Mansão Brown e os pais de Hermione também estavam na Toca.
As crianças estavam em uma das salas, experimentando novos logros das Gemialidades Weasley, sob a supervisão de Jemail e Amanda, dois dos sucessores dos Criadores de Confusão e que haviam deixado muitos dos professores de Hogwarts, bem como Argus Filch, de cabelos em pé. A última criação de Fred e Jorge era o Chiclete de Fuga. A cada bola estourada, a pessoa devia concentrar-se no lugar para onde queria ir. Quando a bola estourava, a pessoa era teletransportada para lá. Funcionava muito bem para pequenas distâncias e, por não utilizar os mesmos princípios da Aparatação, podia ser usado em Hogwarts, mas não transportava para fora dos terrenos da escola. Até mesmo os Aurores gostavam de utilizá-los.
Um mensageiro chegou, trazendo uma grande caixa. Arthur viu que ela era acompanhada de uma Bolha de Mensagem, que logo rompeu-se e surgiu a figura de René Malfoy.
_ “Joyeux Noel, mes amis. Não posso deixar de agradecer a vocês, que tanto lutaram para que ma petite Valérie pudesse ter sua pena em Azkaban reduzida. Infelizmente os fatos desenrolaram-se daquela forma. Bien, vamos falar de choses plus alegres. Faço questão de que vocês brindem neste Natal com este produto da Cave Malfoy, originário de uma das nossas melhores vindimas. Pelo ano vocês verão que é de uma excelente safra. Estaremos en Marseille, na casa de Danielle. Que o próximo ano traga mais avanços na harmonia com os trouxas. Au revoir.”

A caixa trazia duas dúzias de garrafas de um dos mais finos Champagnes da vinícola de René Malfoy. Imediatamente Arthur escreveu uma mensagem de agradecimento e enviou, na perna de uma coruja. Ao aproximar-se a meia-noite, as garrafas foram abertas e as taças foram abastecidas. Nigel Lovegood era o responsável pelo discurso e o primeiro brinde daquele Natal e começou a fazer uso da palavra. Naquele momento, uma coruja começou a bicar a vidraça da sala onde as crianças estavam. Randolph abriu a janela e pegou o bilhete que a ave trazia, lendo-o e arregalando os olhos. O pergaminho dizia:
_ “Não bebam o Champagne.
Ass: π”
Os adultos estavam com a guarda baixa, descontraídos. Não estavam esperando ameaças de espécie alguma. As crianças, embora não tivessem um controle do Ki igual ao de seus pais, experimentaram uma forte sensação de perigo e então o garoto correu para a sala de jantar, gritando para alertar a todos;
_Parem! Não bebam o Champagne! _ mas Nigel Lovegood e Elaine Granger já haviam tomado um gole cada um.
_Estou me sentindo meio estranha. _ disse Elaine.
_Eu também. _ Nigel falou _ Meu rosto e minhas mãos parecem estar formigando.
_Sinto-me meio leve. _ disse Elaine Granger, com a fala meio alterada. Ambos estavam com as faces avermelhadas. Caíram ao solo, paralisados.
Desconfiando do que pudesse ser, Harry e Derek pegaram seus Identificadores de Substâncias e os introduziram nas bocas de Nigel Lovegood e Elaine Granger. Ao olharem no mostrador, gritaram ao mesmo tempo:
_TETRODOTOXINA!!! _ e prepararam-se para desaparatarem para o St. Mungus, levando os dois. Porém, nem foi preciso. Tiago e Lílian saltaram por cima dos adultos, usando o que haviam aprendido de Bukujutsu e rapidamente enfiaram uma pequena cápsula na boca de cada um, pegando copos dágua e forçando-os a engolirem. Em menos de um minuto, Elaine e Nigel estavam de volta ao estado normal, apenas bastante assustados.
Harry Potter e Derek Mason testaram as garrafas de Champagne, descobrindo que apenas uma delas continha a Tetrodotoxina. Todas as outras estavam seguras.
_Por Merlin! _ disse Luna _ Quem poderia ter feito isso?
_Eu vou procurar saber. _ disse Draco, indo até a lareira e pegando um punhado de pó de Flu. Lançou-o e chamou _ Tio René, apareça! Precisamos conversar.
A cabeça de René Malfoy surgiu na lareira, perguntando:
_Oui? Qu’est ce que c’est? Draco?! Mas o que houve?
_Tio René, havia um poderoso veneno em uma das garrafas do Champagne que recebemos.
_N’est ce pas possible! Eu supervisionei pessoalmente a escolha e a embalagem... espere! Eu me ausentei uns cinco minutos, para atender um telefonema! Já estou indo aí. _ e menos de um segundo depois, René Malfoy adentrava a Toca, vindo de Marselha, onde comemorava o Natal com seus irmãos _ Bon soir. Sim, eu me ausentei uns cinco minutos e, quando voltei, a caixa já estava embrulhada para presente.
_Alguém ficou na sala, naquela hora, Sr. Malfoy? _ Janine perguntou para o tio de seu esposo.
_Oui, ma petite Janine. Um funcionário novo, ansioso para mostrar serviço. Era bastante dedicado e trabalhava por dois ou três. O que havia no Champagne?
_Tetrodotoxina, René. Também conhecida como Fugu-no-Doku ou Toxina de Baiacu. _ disse Derek.
_Sacré bleu! Se ma petite Valérie ainda estivesse viva, poderia ser ela. Isso tem o estilo de Venom. _ René comentou.
_Como é a aparência desse funcionário, Sr. Malfoy? Qual o nome dele? Talvez possamos identificá-lo. _ perguntou Harry.
_Ele se chama Armand Lacombe. Vou lhes mostrar como é a aparência dele. “Cineskopia”! _ René Malfoy conjurou a tela mágica e nela projetou a imagem do funcionário.
_Eu sei quem é ele! _ exclamou Derek _ E o nome dele não é Armand Lacombe coisa nenhuma!
_Sim, Prof. Mason. _ disse Harry _ Eu também já o identifiquei. Seu nome verdadeiro é Lucien Giraud, um envenenador do Círculo Sombrio. Já foi identificado usando vários nomes falsos, entre eles: Robert Mathieu, Eugéne Morel, Julian Dantés e outros mais. Nos arquivos dos Aurores ele é conhecido como “La Renard Noire”.
_ “A Raposa Negra”. _ disse Neville _ Mais um personagem misterioso. E como pegá-lo?
_Fácil. _ disse Harry, pegando o celular e fazendo uma ligação internacional, falando em francês com um colega no Vale do Loire, instruindo-o para capturar “La Renard Noire”. Em seguida, desligou e guardou o telefone _ Esse cara já era. Daqui a pouco estará na Nouvelle Bastille, cantando como um rouxinol. Obrigado, Sr. Malfoy. O senhor nos ajudou bastante.
_Era o mínimo que eu podia fazer por aqueles que tanto fizeram pour ma fille. Bem, devo retornar para Marselha.
_Diga aos Malfoy que desejamos um feliz Natal. _ disse Arthur.
_Trés bien. Au revoir. _ René entrou na lareira e retornou para a França.
_E como é que vocês dois tinham cápsulas de Antídoto Universal Granger/Snape nos bolsos, seus espertinhos? _ Harry perguntou aos seus filhos, olhando firme para eles.
_Acho que foi pura sorte, papai. _ disse Lílian _ Devido a vocês serem visados pelo Círculo, todos nós recebemos Feitiços de Proteção.
_Resolvemos aumentar a margem de segurança e então eu “escorreguei” duas cápsulas de Antídoto Universal Granger/Snape do seu Kit de Segurança. Ainda sobraram várias outras. _ Tiago continuou a explicação de sua irmã, com aquele sorriso angelical que todos conheciam muito bem _ Lílian e eu as carregamos sempre conosco e parece que hoje elas provaram sua utilidade.
_E como! _ disse Elaine Granger _ Ainda bem, filha, que você e Severo Snape criaram esse Antídoto Universal. Bom, depois desse susto, temos de continuar a festa, para que nos descontraiamos.
_Apoiado, apoiado! _ todos concordaram e prosseguiram com as comemorações natalinas. Dali a pouco, as corujas com os cartões dos amigos e conhecidos começaram a chegar.

Naquele exato momento, “La Renard Noire” estava sendo capturado em Chaumont e conduzido para interrogatório até a prisão bruxa da França, chamada Nouvelle Bastille e cuja localização era desconhecida, mesmo para a maioria dos Aurores.


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