Harry Potter e o Círculo Sombrio escrita por JMFlamel


Capítulo 31
O VALOR DAS CRIANÇAS




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CAPÍTULO 30

O VALOR DAS CRIANÇAS







_E agora?! _ perguntou Narcisa.
_Vai depender de nós. _ respondeu Tiago _ Com os adultos fora de combate, competirá a nós onze fazermos algo. E rápido.
_Teremos de estabelecer as prioridades. _ disse Adriano.
_Ou seja, quem vai fazer o quê, quando e como. _ comentou Larissa.
_A primeira coisa a ser feita deverá ser soltarmos nossos pais. O problema é que, com o efeito daquela droga, eles não serão de muita ajuda. _ disse Julius.
_Sem contar que, se eles a queimarem com o Ki, ficarão fracos por algum tempo. _ disse Soraya _ E o tempo não está a nosso favor.
_Recuperar as varinhas e equipamento Ninja de nossos pais é o que temos de fazer, antes de soltá-los. _ disse Lílian _ Quem ficará encarregado dessa parte?
_Eu e Vicenzo. _ disse Nereida _ Nós vimos para onde os caras foram e vamos dar um jeito de abrir a sala.
_OK. Eu e Tia Sabrina...
_... Vá catar besouros, Adriano! _ disse Sabrina, rindo _ Você é mais velho do que eu...
_... Nós vamos dar um jeito de abrir as celas, sem chamarmos a atenção.
_Não me vão usar C-4, em nome de Medéia! _ disse Mafalda, preocupada com os meios a serem usados _ Lembram-se da demonstração que o Tio Derek e o Tio Harry fizeram, lá na Toca?
_Sim. Aquela cratera deu medo. _ disse Cliff.
_Não se preocupem. _ disse Nereida, passando um frasco às mãos de Adriano.
_O que é isso? _ perguntou ele.
_Lembra-se de uma Poção Solvente que meu pai estava desenvolvendo? Aí está ela, prontinha. O que deu mais trabalho foi desenvolver e encomendar um frasco que resistisse a ela.
_Por isso o Prof. Snape fez aquela encomenda detalhadíssima ao vovô Oscar. Era para conter a poção. _ disse Larissa _ É a tal de “Alkaest”?
_Papai batizou com esse nome, embora não seja totalmente apropriado, já que o verdadeiro “Alkaest” é, teoricamente, um solvente universal. Mas chega bem perto. Bastam algumas gotas e o aço mais resistente vira manteiga.
_OK. Os restantes, procurarão pela Sétima Porta de Cronos, tomando cuidado para não serem vistos. Como precisaremos de mobilidade, não usaremos as Capas de Invisibilidade. E desiludir a nós onze iria consumir uma energia mágica da qual precisaremos, caso tenhamos de combater. _ disse Soraya _ Ou seja, será na base das técnicas Ninja.
_Nossas habilidades estão enfrentando seu primeiro teste real, exceto por Larissa e Vicenzo, que já tiveram seu batismo de fogo. _ disse Tiago _ Aquela vez para nós, lá em Genebra, não conta.
_Tem razão, mano. _ disse Lílian _ Lá, bastaram os logros para colocar aqueles bandidos fora de combate. Bem, então, os prisioneiros a serem soltos são nossos pais e mais o casal St. Croix. Vamos nessa, gente.
_OK, gente. _ disse Adriano _ Novos Marotos, prontos!

E onze crianças, poderosos pequenos Ninjas, foram cuidar de suas missões.

Pelo seu lado, Draco e Janine também não estavam parados.
_Ouvi vozes, querido. O que será que houve?
_Vou tentar ver, Jan. _ disse Draco, arriscando uma espiada por uma fresta da porta da cela _ Caracas! Capturaram Harry e os outros! Eles foram incapacitados com algum tipo de narcótico, estão todos meio amolecidos. Foram colocados em uma cela, perto da nossa.
_Por Merlin! Era nossa maior esperança de fuga!
_Mas não a única. _ disse o loiro.
_Como assim, Draco?
_Bem, as algemas inibem nossa magia, mas não as habilidades Ninja. E eu fiz uma coisinha, quando “Escuridão” estava tentando me intimidar.
_O que foi que você fez?
_Bem, querida, na hora em que “Sombra” chegou, ele distraiu-se e eu consegui colocar uma coisa dentro da minha boca, que depois guardei no bolso, esperando pela hora de usar, que é agora.
_???
_Isto aqui. _ e Draco tirou um clip de papel do bolso.
_Um clip de papel! _ disse Janine, sorrindo _ Em mãos Ninjas, é o mesmo que estar com...
_... Um molho de chaves, meu amor. _ disse Draco, desdobrando o clip e logo abrindo as algemas de Janine, a seguir fazendo o mesmo com as suas _ Bem, já está muito melhor. Só de estarmos com as mãos livres, já é uma grande coisa.
_Incrível. As algemas possuem um feitiço que inibe a magia de quem está preso por elas. No entanto, elas são vulneráveis a uma vulgar chave-mestra ou mesmo um arame em mãos habilidosas. _ comentou Janine.
_Mais uma prova de que nada, nem mesmo a magia, é perfeito, Jan. Bem, agora vamos pensar em um jeito de sair desta cela.
_Isso é que vai ser difícil, querido. Não tem como passar pelas paredes, há bloqueios de Aparatação e a porta é tão reforçada que nem mesmo concentrando todo o nosso Ki seria possível passar por ela sem chamar a atenção.
_Mas há aquelas aberturas de ventilação. _ disse Draco, mostrando pequenos buracos, fechados por grades, a uma certa altura da parede.
_Muito pequenos para uma pessoa. Por ali só passaria um cachorro ou então outro animal, tipo... _ e Janine parou de falar, espantada. Naquele instante, já não era mais seu esposo que estava à sua frente, mas sim uma raposa vermelha, de olhos azuis e com uma mecha de pêlo loiro na cabeça. Ela logo passou pela abertura de ventilação e ganhou os corredores.

Em sua forma de Animago-Raposa, Draco Malfoy avançava, ocultando-se nas sombras e procurando pelos pontos estratégicos para uma fuga com contra-ataque. Já havia localizado onde estavam sendo mantidas as varinhas e equipamento Ninja, as celas onde estava o grupo de Dumbledore e Harry e a dos St. Croix. Avançando mais, chegou aos níveis inferiores, onde viu o local da Sétima Porta de Cronos e uma outra coisa, que deixou o bruxo ao mesmo tempo zangado e satisfeito. Naquele momento, constatou que seria melhor retornar para a cela, pois logo estariam fora dela e teriam mais chances.
Dentro da cela, Janine viu a raposa entrar pela abertura de ventilação e logo transformar-se de volta em Draco. Olhando para o marido, a bruxa disse, furiosa:
_Animago? Desde quando? E por que não disse nem a mim?
_Calma, querida. Sou Animago desde o sexto ano, pouco antes da final do Quadribol. Nunca te contei por razões de segurança. Quanto menos gente souber, melhor. Os únicos que sabem são Valérie, que está morta e mais os “Honra & Amizade”, que me viram transformado quando prendemos Valérie, ao final do sétimo ano. Como a Animagia não é detectável pelos Sensores de Atividade Mágica, perambulei por aí e descobri várias coisas.
_Tipo?
_Primeiro, localizei a Sétima Porta de Cronos, as celas de nossos amigos e o local onde guardaram nosso material. E, também, outra coisa. Algo que me fez voltar para cá e ficar esperando. Daqui a pouco vamos sair daqui.
_Como você sabe?
_Calma, querida. Apenas espere.
_Só uma coisa. Por que uma raposa e não uma doninha branca?
_Ia ficar muito na cara, não concorda, meu amor? _ disse o loiro, lembrando-se do quarto ano. Em seguida, deitou-se e procurou concentrar energias, para o momento em que precisasse delas.

Na cela de Harry, a situação era complicada. Sob o efeito do composto de Mescalina e Psilocibina, os bruxos estavam sofrendo alucinações de vários tipos, algumas agradáveis e outras nem tanto, à medida que a droga consumia sua lucidez. As de Harry não eram nada boas.
O bruxo via-se voando com sua velha Firebolt de primeira geração, perseguindo um Rabo-Córneo Húngaro, só que duas vezes maior do que aquele que ele enfrentara no quarto ano, em cujo dorso havia uma plataforma atrelada. Sobre ela, estava o corpo inerte de Gina, em meio a uma poça de sangue e, mergulhados nela até os tornozelos, estavam Voldemort e Lucius Malfoy, brincando de atirar um para o outro um pequeno cérebro, de tamanho compatível com o de um bebê, enquanto obrigavam Snape e Draco, cujos olhos estavam vidrados e desfocados, a maltratarem Dumbledore. Sempre que Harry estava prestes a alcançá-los, eles se afastavam.
Mas, em seguida, pareceu ouvir a voz de Dumbledore, vinda de outro lado. Olhando para lá, viu a figura do velho bruxo e a cena que via desapareceu.
Ele viu-se seguindo Dumbledore até um local quase todo às escuras, exceto por um pequeno ponto de luz, à distância. Conforme avançava, via que o terreno constituía-se de plataformas de rocha flutuantes, que iam sendo consumidas pouco a pouco pelas trevas. Instintivamente, avançou mais depressa, ultrapassando a velocidade da destruição, atrás de Dumbledore. À medida que avançava, via-se novamente como um garotinho, brutalizado pelo seu primo grandalhão. Alcançando Dumbledore, aquelas cenas desapareceram. Finalmente, chegaram ao centro daquela luz, que era um bebê com cerca de um ano, em posição de lótus. Ele emitia uma luminosidade dourada que ia mantendo a escuridão longe dele, mas não por muito tempo, pois ela avançava e consumia mais e mais daquelas ilhas de pedra flutuantes.
_Reconhece este garotinho, Harry? _ disse Dumbledore.
_Mas... mas ele sou eu, Prof. Dumbledore! _ exclamou Harry, vendo que o bebê tinha uma cicatriz na testa, com a forma de um raio.
_Exatamente, Harry. É a sua lucidez, tentando combater os efeitos da substância que havia nos dardos. É o seu poder mágico latente que, somado à energia do seu Ki, ainda está mantendo a droga à distância. Mas, se você não o fizer de forma consciente, a energia não será o bastante.
_Então eu estou, inconscientemente, fazendo o “Kanka”, a “Synthaxis Antikeimenoin”, a fusão de Ki e Magia?
_Exatamente. E, para fazê-lo conscientemente, você deverá agir agora. Sua sanidade está consumindo-se, pouco a pouco e logo nada mais restará. Portanto, você deve concentrar-se e expandir seu Ki e sua magia.
_Como? Não me resta muita energia, pelo que vejo.
_É o suficiente, Harry. Lembra-se de um filme trouxa que assistimos junto com as crianças, chamado “A História Sem Fim”?
_Sim, eu me lembro.
_Pois, se da ínfima fração que havia restado do reino de Fantasia, aquele pontinho brilhante, foi possível reconstituir todo um universo, você também poderá, com sua imaginação e força de vontade, suturar o tecido de sua sanidade e lucidez. Queime essa droga. Desperte sua Terceira Visão, como fez ao utilizar o “Olho de Shiva” pela primeira vez, lá em Azkaban. Expanda seu Ki.
_Prof. Dumbledore, o senhor está fazendo contato com a minha mente ou faz parte dessas alucinações?
_Termine de queimar a droga, retorne ao mundo real e então conversaremos, Harry. _ disse Dumbledore, desaparecendo.

Harry Potter sentou-se, em posição de lótus, no local onde estava o bebê, fundindo-se a ele e começando a brilhar, com a aura dourada do seu Ki ficando cada vez mais forte e luminosa até que, de dourada, passou para um branco cegante, enquanto que, novamente, abria-se o terceiro olho vertical flamejante, no meio de sua testa. Suas mãos começaram a brilhar mais intensamente, a direita com o Ki e a esquerda com a Magia. Estava estabelecida a “Synthaxis Antikeimenoin”, o “Kanka”. A Magia e o Ki estavam unificados no seu corpo, o Guerreiro Ninja e o Mago eram, agora, um só, não mais coexistindo separados. Sua aura expandia-se, enquanto todo e qualquer traço da substância dos dardos era inativado em seu corpo, queimado e expelido, transformado em energia.

“Xian” ou “Hsian” (ou ainda “Kan”, em japonês) é um dos 64 hexagramas do I Ching e representa a influência mútua entre as forças opostas Yin e Yang. No julgamento do hexagrama, temos que “O fraco está acima e o forte abaixo. Deste modo suas forças se atraem e eles se unem”- mas como é dito que “O que flutua e sobe é o Yang e o que desce caindo é o Yin” (‘Kin-Shi-Roku’ Volume I), o Ki “fraco” acima é o Yang e o Ki “forte” abaixo é o Yin.
Segundo a medicina chinesa, o Ki externo ao corpo é Yang e o interno é Yin, o que nos leva a concluir que Magia=Yang e Ki=Yin. Portanto, como a influência dos dois Ki é chamada de “Xian”, a técnica para unir os Ki Yin e Yang (ou a união do Ki e da magia) é conhecida como “Kanka-kô (Método ou técnica do Xiangua)”.
As energias Yin e Yang se opõem por natureza, mas chamamos de “Xian” o fenômeno em que elas se atraem mutuamente e se unem. Além disso, o seu efeito é descrito como “O céu e a terra atraem-se um ao outro e, assim, todos os seres vêm à existência”.
Como imagem do hexagrama, temos: “Um lago situado no topo de uma montanha. Lidando com os homens, o homem superior se mostra totalmente vazio de egoísmo (Tornando-se vazio por vontade própria, pode-se aceitar as pessoas). Essa técnica também é chamada de “Synthaxis Antikeimenoin”, que significa “A União dos Opostos”, em grego arcaico.

Aos poucos, o ambiente foi entrando em foco e Harry começou a ver a cela, seus amigos espalhados por ela, sob o efeito da droga e, à sua frente, o rosto de Alvo Dumbledore.
_Você está de volta, Harry! _ disse Dumbledore.
_Graças ao senhor, Prof. Dumbledore.
_E aos seus próprios poderes de Magid, Harry. Um mago menos poderoso não faria isso, sem precisar de muita ajuda.
Rony aproximou-se, meio desorientado, colocando a mão no ombro de Harry.
_Ei, Harry, vamos jogar uma partida de Xadrez de Br... AAAAHHH!!! Caracas! Queimei minha mão!!
_Não toque em Harry, Rony! O corpo dele está muito quente!
_Só agora que o senhor me avisa, Prof. Dumbledore... Ei, eu estou sentindo a droga mais fraca!
_Então posso queimar a de vocês, como fiz com a minha. _ disse Harry, impondo as mãos sobre Rony. Depois de “Limpar” o cunhado, fez o mesmo com os outros. Ao terminar, eles ficaram semi-inconscientes, enquanto Harry sentia-se fraco.
_Você usou muita energia, Harry. Mesmo sendo um Magid, precisa recarregá-la. Como vai fazê-lo? _ perguntou Dumbledore.
_Já sei como, não se preocupe, professor. O senhor, então, descobriu que sou um Magid. Como?
_Seu nível de poder. E eu estava em sua mente, sim. Percebi que, através de contato telepático, poderia tirá-lo das alucinações e ajudá-lo a despertar e expandir seus poderes.
_E como foi que a droga dos dardos não o afetou?
_Os dardos sequer chegaram a me atingir, Harry. Por sorte, miraram no pescoço e, por eu ter decidido manter cabelo e barba longos, eles ficaram emaranhados nos fios. Então, eu apenas fingi sofrer seus efeitos. Bem, é hora de recuperar suas forças. Como fará?
_Assim. _ Harry sentou-se, tranqüilizou sua mente, através de Meditação e sentiu o Ki, aflorando e circulando. Sentindo-se equilibrado e em harmonia, começou a, enquanto respirava, formar símbolos com as mãos, que Dumbledore ia vendo, à medida que a aura de Harry ficava mais forte. O Kuji-Kiri.

O Kuji-Kiri é um método de concentração de energia, moldando o Ki através de símbolos executados com as mãos, que foi distorcido por escolas Ninja do lado escuro, que utilizavam essa energia para o mal, tais como a do Sensei Kobayashi, da qual Voldemort fora discípulo e que utilizava aquele nome. Então, Harry foi atingindo os nove níveis de conhecimento.
RIN: A força da mente e do corpo.
KYO: Direcionar o Ki.
THO: Harmonia com o Universo.
SHA: Curar a si e aos outros.
KAI: Precognição.
JIN: Conhecer os pensamentos dos outros.
RETSU: Domínio do Tempo e do Espaço.
ZAI: Controle dos Elementos da Natureza.
ZEN: Iluminação.

Ao término daquilo, Harry levantou-se, totalmente refeito, com seus olhos verdes brilhando e a aura dourada do Ki envolvendo seu corpo. As energias do Magid estavam totalmente recarregadas. Agora, era só esperar pela hora de agir. E, pelo que Harry sentira da movimentação nos corredores, o momento não se faria esperar muito tempo.

Ocultos pelas sombras, Nereida e Vicenzo aproximaram-se da porta da sala onde o equipamento dos Bruxos-Ninjas era mantido sob guarda. Dois bandidos do Círculo guarneciam sua entrada e, enquanto Nereida preparava-se para surpreendê-los e adormecê-los com um golpe, Vicenzo fez sinal para que ela não fizesse nada. O garoto sacou a varinha capturada e apontou-a na direção dos bandidos.
_ “Nebula Hypnotica”! _ disse o bruxinho e uma suave bruma formou-se à volta dos dois bandidos. Envolvidos por ela, foram deslizando pela parede, até que estavam no chão, adormecidos.
_Que feitiço foi esse, Vicenzo? _ perguntou Nereida.
_Eu vi uma coisa assim em um Mangá e tive a idéia de criar um feitiço baseado naquilo. E a Tia Janine me ajudou a desenvolvê-lo. Agora é com você.
Nereida tirou um frasco de um compartimento em seu cinto. Pingou algumas gotas na grossa corrente que fechava a porta. Ela e o cadeado dissolveram-se, como gelo ao sol.
_Uau! Que solvente poderoso! _ disse Vicenzo, entrando na sala com Nereida e recolhendo o material dos adultos. Em seguida, dirigiram-se de volta para a área das celas.

Tiago e os outros estavam descendo aos níveis inferiores em busca da Sétima Porta de Cronos e parecia que estavam chegando perto, pois eram capazes de sentir a energia do local e também ouviam as vozes dos bandidos bruxos e trouxas do Círculo Sombrio. Em um corredor, mal tiveram tempo de subirem pelas paredes e ficarem no teto, utilizando equipamento Ninja e Bukujutsu, enquanto uma patrulha passava por ali.
_Estamos no caminho certo. _ sussurrou ele para Narcisa.
_Com certeza. _ respondeu a loirinha _ Acho que deve estar depois da próxima curva.
Com efeito. Logo adiante, o corredor abria-se em um salão, em cujo centro havia uma plataforma de pedra e, sobre ela, um arco com batentes ricamente entalhados, com símbolos anteriores a qualquer idioma conhecido pelo homem. Ali estava a Sétima Porta de Cronos, pronta para ser usada por “Escuridão” em seus planos malignos.
A menos que eles pudessem fazer algo para impedi-los.
Vendo que haviam poucos guardas à volta do portal, Tiago teve uma idéia e tratou de colocá-la em prática.
_Vou precisar da Capa de Invisibilidade. Devo aproveitar esta chance e tem de ser agora. _ desceram do teto e Tiago pegou a Capa de Invisibilidade “emprestada” de seu pai e, com todo o cuidado, aproximou-se dos batentes da Sétima Porta de Cronos, evitando esbarrar nos guardas. Pegou o tablete de vinte gramas de C-4, magicamente atenuado, que a Sala Precisa havia fornecido e dividiu-o ao meio. Aplicou cada uma das metades na base de um dos batentes, moldando-a e inserindo uma espoleta eletrônica em cada uma delas. Como a concentração de energia mágica ali não tinha intensidade suficiente para causar pane em aparelhos eletroeletrônicos, não haveria inconveniente em usar um detonador remoto. Após minar o portal, revisou seu trabalho e saiu, satisfeito e sem chamar a atenção de ninguém.
Sabrina e Adriano aguardavam por Nereida e Vicenzo, que traziam o equipamento dos bruxos. Quando eles chegaram, o material foi separado e colocado à frente das portas das celas. Pouco depois, os outros bruxinhos juntaram-se a eles e todos começaram a abrir as portas, gotejando sobre os cadeados, fechaduras e correntes o Super Solvente Snape. O metal dissolveu-se, imediatamente. As portas foram abertas e as bolsas Shinobi foram jogadas para dentro das celas.
_Mas o que foi isso? _ perguntou Hermione, já recuperada.
_Creio que temos amigos aqui dentro, Mione. _ disse Harry, procurando pela sua bolsa e revisando o conteúdo. Satisfeito, ajustou a bolsa ao corpo e pegou suas armas, varinha e anel _ Bem, é hora de chutarmos alguns traseiros. O que acham?
_Se os traseiros forem do Círculo, melhor ainda. _ disse Draco, entrando na cela, com Janine _ Que bom revê-los.
_Suas palavras são nossas. _ disse Dumbledore, enquanto os amigos abraçavam-se _ Vocês têm alguma idéia de onde está a Sétima Porta de Cronos?
_Eu sei, Prof. Dumbledore. _ disse Draco, apenas não dizendo que descobrira aquilo em sua forma de Animago-Raposa _ Teremos de destruir o portal, isto é um fato. Mas, com o quê?
_Cada um de nós trouxe um tablete de vinte gramas de C-4, Draco. O primeiro que tiver a oportunidade, coloca um no portal e detona. _ disse Harry, jogando um tablete para Draco Malfoy _ Tome, fique com o meu e leve o detonador. No princípio, iríamos trazer detonadores não-eletrônicos, mas descobrimos que a concentração de energia mágica aqui ainda permite o uso de detonadores eletrônicos.
_OK. E você?
_Eu me viro. Aliás, já vou saindo. Preciso ir antes, para criar alguma distração.
_Sirius e Ayesha, escoltem os St. Croix para fora do templo e deixem-nos com os Aurores e o pessoal da InterSec que nós chamamos. Depois, voltem para cá, a fim de pegar os bandidos pela retaguarda. _ disse Dumbledore.
_Certo, Prof. Dumbledore. Boa sorte e até logo. _ e os Black saíram, acompanhados pelos St. Croix.

Em um dos corredores, Harry avançava cautelosamente, mas não o bastante para que um bruxo do Círculo não o tivesse visto e disparado seu feitiço.
_ “Estupefaça”!! _ o raio vermelho de estuporamento atingiu Harry em cheio. O bruxo foi direto até onde ele havia caído, admirado por ter atingido Harry Potter com tanta facilidade. Chegando ao lugar, nada encontrou, a não ser um objeto que o deixou confuso por um segundo, até que uma dor aguda nos seus pés o informou que havia pisado em alguns Tetsubishi, cujo sedativo logo fez efeito. O bruxo ficou caído no chão da caverna.

Um pistoleiro trouxa viu Harry, através de seus óculos de visão noturna e não perdeu a oportunidade, atirando com sua FN Browning Hi-Power, munida de silenciador. Atingido na coxa direita, o bruxo caiu e o pistoleiro foi tentar capturá-lo. Um Feitiço Morpheus tirou-o de combate.

Uma das câmaras da caverna era utilizada como depósito de armas e munições dos pistoleiros trouxas. Harry e Rony haviam acabado de plantar um dos tabletes de C-4, para criarem um pouco de confusão. Ao saírem da sala, uma voz ouviu-se:
_Ora pois, não sei como escaparam das celas e nem como neutralizaram a droga, mas é para mim um pedaço de sorte, ter em minha mira dois dos que eu quero que sofram minha vingança. Harry Potter e Rony Weasley, preparem-se para sofrerem o diabo. Pena que “Escuridão” quer divertir-se contigo, Harry Potter, dando-lhe o golpe final. Mas Rony Weasley será meu, do princípio ao fim.
_Mariana Lugoma. _ disse Rony _ A aura de maldade é perceptível a milhas de distância. Como combinado, Harry?
_Isso mesmo, Rony. _ Harry e Rony saltaram para lados diferentes e, enquanto Mariana hesitava quanto a qual dos dois receberia seu feitiço, Rony foi mais rápido.
_ “Incarcerous”! _ Mariana caiu ao solo, amarrada. E, ao olhar para Harry, seu queixo quase caiu.
_Admirada? _ perguntou Rony _ Pois eu também fiquei.
_Vocês são dois demônios, “Cenoura Sardenta”.
_Obrigado. _ disse Rony _ Agora, fique por aí, sim?

O salão da caverna, no qual encontrava-se a Sétima Porta de Cronos, era bastante amplo e nele encontrava-se “Escuridão”, acompanhado de vários membros do Círculo, entre eles “Sombra” e “π”, todos atentos para o momento em que o portal estaria ativo. Mas alguma coisa ainda estava deixando o bruxo meio incomodado. Ele não sabia muito bem o que era, mas aquela sensação não o abandonava. Tanto que, momentos antes, tivera uma precordialgia por pura ansiedade e fora preciso retirar-se da presença dos outros para, disfarçadamente, colocar um comprimido do seu remédio antianginoso debaixo da língua.
_ “Sombra”, pode levar parte do nosso pessoal daqui. Creio que nada mais poderá nos deter neste plano. Peguem os prisioneiros e levem-nos para a Base Número 10, para darmos prosseguimento à operação de chantagem contra o Ministério da Magia da França. Quanto aos Inseparáveis e a Ordem da Fênix, teremos bastante tempo para nos divertirmos com eles, mais tarde.

Naquele instante, vários bandidos entraram, agitados.
_Chefe, os prisioneiros fugiram!
_COMO É POSSÍVEL QUE TENHAM FUGIDO?!?!?! Aquelas celas eram bem fechadas e eles estavam todos drogados! _ gritou “Escuridão”, furioso, quase tendo uma nova crise anginosa.
_E isso não é tudo, “Escuridão”. _ disse Mariana, que havia sido libertada por outro bruxo _ Harry Potter está atacando...
_Ei, mas Harry Potter foi visto em outro ponto das cavernas, bem longe de onde você estava, Mariana! Berkowitz o viu e o atingiu.
_Mas alguém me nocauteou. E havia algo de estranho com ele. _ disse o bruxo de nome Berkowitz.
_Era o que eu estava a tentar lhes dizer, ora pois! Ele está...
_... Eu estou o quê, bruxa do mal? _ perguntou Harry, saindo de uma caverna secundária.
_ “Avada Kedavra”! _ bradou um bruxo, instintivamente. O raio disparado atingiu Harry em cheio e ele caiu.
_CRETINO!! _ gritou “Escuridão” _ Ele era meu!
_Calma, bruxo mau. Não precisa ficar tristinho. _ disse Harry, saindo por outra abertura.
_Então toma,desgraçado! “Sectumsempra”! _ bradou o falso chinês, lançando seu feitiço. Harry foi dividido ao meio.
_Uau, cara! Essa até eu senti a dor. _ disse Harry, saindo de uma caverna, do outro lado.
_Como é que você ainda está vivo? “Diffindo”! _ o Feitiço de Corte dividiu Harry em tiras. Mas, bem ao lado de “Escuridão”...
_Sua pontaria está cada vez melhor. “Iaiken”! _ disse Harry, rapidamente tirando as mãos dos bolsos e atingindo “Escuridão” com seus punhos, jogando-o longe. Em seguida, já não estava mais no mesmo lugar. O “Iaiken” era uma técnica análoga ao “Iaijutsu”, o Golpe do Saque da Espada, onde os bolsos representavam o papel da bainha e as mãos o da espada.
_Maldito! _ sibilou o bandido, um filete de sangue correndo do canto de sua boca _ Peguem-no!
_Mas qual deles, chefe?
_Como assim, “Qual deles”? _ perguntou “Escuridão” _ O que você quer dizer?
_Aquilo lá, chefe! _ e o bandido apontou para uns dez “Harry Potter”, que surgiam de várias entradas.
_Magia de Multiplicação? Mas isso é magia antiga e avançada!
_Mais ou menos. _ disse Harry, ao seu lado, atingindo-o com um bem aplicado golpe _ “Zanganken” (Punho Cortador de Rochas)! Sinta isto, maldito assassino de bebês não-nascidos!
O bruxo foi, novamente, lançado longe.
_Você está usando Kempo Chinês?
_Exato. Principalmente Ba-Ji-Quan, combinado com algumas técnicas de Wushu, Shundojutsu, Pa-Kua-Kung, Tô-Ate e Aiki-Jiu-Jitsu. _ disse Harry, antes que um feitiço o atingisse e ele sumisse de vista.
E foi aí que “Escuridão” viu que estava em desvantagem. Principalmente com a chegada dos outros Inseparáveis e da Ordem da Fênix. A batalha começara.

“Escuridão” ficou admirado, pois os dez “Harry Potter” já eram quinze e um deles estava bem ao seu lado. Atingindo-o com um “Zanretsuken”, espantou-se ao ver o corpo do bruxo explodir e sobrar apenas um pequeno pedaço de papel, na forma de um boneco com braços e pernas, no qual haviam caracteres escritos em Katakana e que formavam a expressão “ハリー・ポッター”: “Harry Potter”

Era um “Shikigami”. Na mitologia japonesa, “Shikigami” são espíritos invocados para proteção, em forma de aves, animais ou pessoas, recortados em papel.

_Quatro-Olhos do Inferno! _ vociferou “Escuridão” _ Você está utilizando “Shikigami”, para substituí-lo?
_O que é que você acha, “China-de-Araque”? Você pensa que pode alguma coisa contra isso? _ perguntaram doze “Harry Potter”, ao mesmo tempo.
_Desgraçado! Vou explodir todos esses “Shikigami”, até encontrar o verdadeiro Harry Potter e matá-lo. Seu suprimento de bonecos tem de acabar, mais cedo ou mais tarde (“Isso se eu não estivesse conjurando os bonecos de papel, seu idiota”, pensou Harry, escondido e mandando mais e mais “Shikigami”, até que julgou serem em número suficiente para deixarem “Escuridão” bem nervoso.
Naquele momento, o bruxo de óculos resolveu aparecer e tomar parte no combate. Suas cópias combatiam quase tão bem quanto ele, mas iam sendo explodidas uma a uma, até que restaram apenas três, além dele próprio.
Enquanto isso, os outros também iam engajando-se em vários combates.
Mariana Lugoma duelava contra Neville, que esquivava-se com tranqüilidade dos feitiços da bruxa angolana, que ia perdendo a paciência. Até que uma pessoa chegou perto e disse:
_Neville, vamos trocar de adversários? Preciso ter uma conversinha com essa vaca.
_Ela é toda sua, Jan. _ disse Neville, passando a duelar com um bruxo alto, chamado Selden.

_Pensas que podes comigo, ó índia? Conheço feitiços negros que te deixariam de cabelos brancos! _ disse Mariana.
_Falando em cabelos, sua ordinária, tome! “Calvus”! _ o feitiço de Janine atingiu Mariana em cheio, deixando-a totalmente careca.
_Maldita índia de olhos azuis! Vou matar-te.
_Não pense que terminei. “Expelliarmus”! _ a varinha de Mariana voou longe. Janine aproximou-se da bruxa negra, filha do Ministro da Magia de Angola, guardando sua varinha, agarrando-a pela gola das vestes e, em seguida, arremessando-a a uma certa distância. Quando a angolana tentou reagir, o golpe de Janine em sua direção foi fulminante _ “Shikkû Koku-Rôga” (Presas do Lobo Negro que Percorre os Céus)!!! Toma isto, perua desgraçada! O tapa que você me deu está sendo devolvido, com juros!
_Acho bom o Draco nunca te tirar do sério, Jan. _ disse Hermione, que duelava perto da brasileira _ Eu não sabia que você era tão boa nessas técnicas menos conhecidas.
_Eu estava devendo isto a essa pilantra, pelo tapa que ela me deu, lá em Xangai. E, como gosto de pagar bem as minhas dívidas, teve juros e correção.
_Bem, vamos tratar de pôr em prática algo do que eu aprendi. Lá vai, bruxo malvado. “Mati-Pong-Tyuan” (Punho do Cavalo Destruidor)!!! _ Hermione golpeou o bruxo com fúria, lançando-o longe e, em seguida, amarrando-o _ “Incarcerous”!!
_Você também não fica atrás, Mione. _ disse Janine.
_Obrigada, Jan. _ e as bruxas foram ajudar os amigos.

Rony tinha a varinha na mão direita e uma de suas adagas Saï na esquerda. De um lado, vinha um bruxo do Círculo, pronto para amaldiçoá-lo e, do outro, um bandido trouxa com uma espada. Sem pestanejar, o ruivo saltou, lançando a adaga contra o bruxo, que foi atingido no meio da testa pelo pomo do cabo, caindo inconsciente ao solo. O trouxa foi atingido por um Feitiço Morpheus, enquanto Rony descia.
_Não é preciso matar para incapacitar alguém, cretinos. “Incarcerous”!!

Strevchenko, um bruxo grandalhão, suava em bicas, tentando atingir Luna. A loira apenas esquivava-se e já estava começando a ficar entediada com aquilo.
_Aah, me cansei de você, cara. Pense rápido! _ e jogou algo nas mãos dele. O Casulo Instantâneo estourou, com o conhecido som “BLUORCHT”!! Strevchenko ficou totalmente preso. _ E vá ficando por aí, cara. “Petrificus Totalus”!

Uma outra coisa ocorria, que era percebida apenas por Harry, Draco e Dumbledore: Quando, eventualmente, um membro do Círculo passava por uma sombra, ele acabava tropeçando ou sendo atingido por algum feitiço, vindo não se sabe de onde. Foi quando “Escuridão” começou a perder a paciência.
_Para mim chega! Vou acabar com todos vocês de uma vez por todas! “Infernus Ignis Serpens”!! _ uma enorme serpente de fogo infernal elevou-se de sua varinha e preparou-se para dar o bote. Dumbledore preparou-se para detê-la, como fizera com uma semelhante, invocada por Grindelwald durante os dias da II Guerra Mundial, mas Harry foi mais rápido.
Nas mãos do bruxo de óculos surgiu um pedaço de pergaminho, no qual haviam caracteres japoneses escritos. Um Ofuda. Então, Harry invocou seus poderes, em japonês fluente:
_ “私のいとしいかわいいOfudaz89;水の精神の力でz89;私が私たちの全てを保護するのを手伝ってください” (Meu querido e belo Ofuda, ajude-me a proteger a todos nós, com o poder do espírito da água)! “聖なる津波マンタ光線” (Sagrada Arraia-Manta Tsunami)!! _ o Ofuda tornou-se uma enorme arraia-manta, totalmente feita de água, que envolveu a serpente de fogo infernal, ambas neutralizando-se em uma enorme e densa nuvem de vapor. Enquanto o vapor não se dissipava, ouviam-se vozes infantis sussurradas e ruídos abafados, como o de pessoas caindo.
_ “Zephir”! _ “Escuridão” invocou uma brisa, que logo levou embora o vapor. A cena que ele viu ao seu redor não era das mais animadoras para ele. Vários dos bruxos e trouxas do Círculo estavam fora de combate ou sendo reanimados por outros. Enquanto isso, Harry aproximava-se dele.
_Sua derrota é certa, “Escuridão”. Por que não desiste?
_Nem morto, maldito! Não cheguei até aqui para desistir de tudo, a esta altura. “Herba Vorax”! _ Uma enorme planta carnívora estendeu sua abertura, pronta para sugar e dissolver Harry, mas ele nem se abalou. Tirou outro Ofuda de dentro do traje Ninja e defendeu-se.
_ “私のいとしいかわいいOfudaz89;火〔火災〕の精神の力でのこの危険を負かしてください” (Meu querido e belo Ofuda, derrote este perigo com o poder do espírito do fogo). “素晴らしい火山サンショウウオ〔火の精〕” (Grande Salamandra dos Vulcões).
Um enorme lagarto flamejante levantou-se do Ofuda, engolindo e incinerando a planta. Foi aí que a ficha caiu para “Escuridão”.
_Testa Rachada dos infernos! Você está utilizando Magia Japonesa Onmiyô! Primeiro usou aquele monte de Shikigami com a sua aparência e agora usa esses Ofuda elementais!
_Demorou, hein, cara! Eu soube que você não é nada bom em Magia Onmiyô e julguei que teria uma vantagem.

A magia Onmiyô ou Onmyojitsu é a arte mística nascida dos estudos do Onmyodo. Também conhecida como magia do Yin e Yang, ela utiliza especificamente a energia da polaridade positiva e negativa, da dualidade das energias do mundo para a alteração da realidade, buscando um efeito desejado. O Onmyojitsu utiliza os cinco elementos orientais (fogo, água, terra, metal e madeira), juntamente com seus ciclos criativos e destrutivos. É através deles e do Yin e Yang existente nas coisas que eles manifestam sua energia, alterando a realidade. O praticante do Onmyojitsu é chamado de Onmyoji. Os Onmyojis do Japão reunem-se, em sua maioria, em um único grupo de tradição familiar e de estudos conhecidas como Onmyoryo, responsável também pela realização de diversos ofícios burocráticos, como a atualização de calendário e organização de festas mundanas ou religiosas. Abe-no-Seimei é conhecido como o Onmyoji mais poderoso da história do Japão, sendo tratado na cultura do Onmyodo como Merlin na cultura ocidental.
O Onmyoryo, apesar de ser uma única ordem era composto por diversas famílias, responsável por templos da ordem em determinadas regiões. O Onmyoryo transmite o estudo do Onmyodo aos candidatos, em grande parte membros das famílias que compunham tradicionalmente a ordem. Os candidatos a Onmyojis iniciam seu treinamento desde pequenos, para que no futuro os poderes e habilidades tenham alcançado um alto nível de aprendizagem, não somente baseado nos fundamentos de encantamentos, mas também no desenvolvimento espiritual necessária para controlar e canalizar o poder que possuem. Devido ao treinamento ser iniciado quando jovem, grande parte dos candidatos eram compostos por crianças das famílias da ordem, devido à dificuldade em se procurar alguém com potencial místico em uma idade tenra como a infância. Candidatos de outras famílias são bastante analisados antes de serem aceitos na ordem, principalmente em referência à sua espiritualidade.
Devido à forte tradição espiritualista do Oriente, os Onmyojis não aprendem somente a realizarem feitiços, mas também a exorcizar espíritos e realizar projeções astrais. Grande parte dos poderes de um Onmyoji é vinculada ao mundo espiritual, chegando a se acreditar que eles utilizam-se de espíritos para realizarem seus efeitos. Os Onmyojis são treinados nas técnicas do Hadouken, do Mantra, do Ofuda e de Rituais:
Hadouken: Também conhecida como espontânea, é a magia baseada na manipulação direta da energia. São realizadas através de Mitsu-in, que são sinais ou gestos esotéricos executados. Somente através dos Mitsu-in um Onmyoji pode concentrar e canalizar sua energia. É de vital importância que a posição dos dedos, o tempo e sinais executados por eles estejam absolutamente corretos, ou péssimas conseqüências poderão acontecer.
Mantra: Também conhecido como Encanto, é uma magia baseada na série de palavras ditas corretamente e na ordem certa. As palavras de um encanto seguem um padrão definido: A palavra de ativação Aum (pronuncia-se Om), seguida de um mantra que definirá o propósito e ação da magia e um sufixo executante que pode variar de acordo com a natureza do comando. É a magia mais comum utilizada pelos Onmyoji, porém é de vital importância que a entonação e as palavras sejam pronunciadas de forma correta, ou péssimas conseqüências poderão acontecer.
Ofuda: Magia escrita, geralmente em uma tira de papel de seda com a tinta devida. É a segunda forma mais comum de magia entre os Onmyoji. Pode ser utilizado para infinitas utilidades e é a marca registrada de um Onmyoji. Apesar de ser preparado com antecedência, um Ofuda precisa de um selo de ativação, seja uma palavra simples enquanto o mago canaliza sua energia para o Ofuda ou até mesmo uma gota de seu sangue, geralmente tirada do polegar com uma mordida e passada na tira de papel. Ofudas são consumidos após terem seu efeito realizado.
Rituais: Magia baseada numa receita mística já existente, que utiliza ingredientes escolhidos de forma específica para o efeito realizado. Devido às fortes conseqüências do uso de uma magia Onmyojitsu grande parte dos rituais são realizados da mesma maneira pelos Onmyoji, sendo passado de tradições antigas e ensinamentos antigos.

_Vamos ver se você continua contando vantagem depois que for fatiado por minha lâmina! _ disse “Escuridão”, sacando uma espada.
_Então vamos ver! _ respondeu Harry, sacando sua Ninja-To.
_Só que esta lâmina também é Murasama, como a de Lord Voldemort!
_E você acha que eu viria com outra espada que não fosse a “Espírito do Artífice”, a lâmina Masamune de Godric Gryffindor? _ disse Harry, furiosamente golpeando “Escuridão” com sua espada e vendo que ele defendia-se muito bem de seus golpes, de uma forma que lhe chamou a atenção _ Ora, você também maneja a espada no Estilo Shinmei, isso para mim é novidade.
_E não é só isso, Harry Potter. _ disse “Escuridão” _ Esta lâmina, além de ter sido forjada por Murasama, foi submetida aos rituais de sangue das espadas damascenas, nos oásis secretos dos desertos do Oriente Médio, tendo sido batizada de “Visão dos Sete Infernos” e mudou de mãos várias vezes, desde a Idade Média, sempre em situações onde o sangue correu fartamente.
_Então é hora de frear a sede de sangue de mais uma amaldiçoada lâmina Murasama. _ disse Harry, enquanto golpeava, defendia-se e preparava a estratégia para sua investida final, que logo foi feita _ “Kyoku Dai Raimeiken” (Suprema Espada do Trovão)!!!
O golpe supremo do Estilo Shinmei, desferido por Harry Potter, atingiu a “Visão dos Sete Infernos” com toda a força, simplesmente explodindo a lâmina Murasama. Uma vez mais confirmava-se a promessa feita pela deusa do Sol, Amaterasu Omikami, protetora do Japão, ao mestre Masamune, de que somente suas lâminas seriam capazes de vencer as malignas e sanguinárias espadas Murasama em combate.
_VOU MATÁ-LO, DESGRAÇADO! ESTA LÂMINA ME CUSTOU UMA FORTUNA! _ o bruxo mau gritou, desesperado.
_E agora está pulverizada. Mais uma espada do mal destruída. O que você vai fazer quanto a isso? _ perguntou Harry.
_Vou apertar seu pescoço até ver os seus olhos saltarem da cara, seu maldito! _ disse “Escuridão”, avançando com a varinha em punho, pronto para atacar. Harry embainhou a espada e foi mais rápido do que o bruxo com a aparência do diabólico Dr. Fu-Manchu.
_ “Gaimon Chouchu”!! _ Harry avançou para “Escuridão” e atacou com o seu cotovelo, tirando o ar do bruxo e atacando de novo _ “Fûka Hôken” (Punho do Vento Gracioso)!!!
“Escuridão” foi lançado longe e, naquele instante, logrou alguma sorte, pois esbarrou em algo ao passar por uma sombra. Instintivamente, segurou aquele “algo” com sua mão e acabou arrastando uma criança de dentro dela.

Nereida McTaggert Snape.

_Ora, se não é a filha do traidor Severo Snape! _ disse “Escuridão”, segurando a garota pela manga do traje Ninja e apontando-lhe a varinha _ Vai deixar que uma criança sofra por você, Harry Potter?
Ao mesmo tempo, os batentes da Sétima Porta de Cronos começaram a brilhar. O alinhamento planetário atingira o zênite e o portal do tempo estava pronto para ser ativado.
_Duplo golpe de sorte. _ “Escuridão” estava contente _ Um trunfo contra você e a oportunidade de usar o portal do tempo. Vamos, agora, fazer a invocação para que a Sétima Porta de Cronos fique permanentemente ativa e sob o meu comando.
“Escuridão” deixou Nereida sob a vigilância de outro bruxo e caminhou em direção à Sétima Porta de Cronos, entoando um cântico em várias línguas extintas, inclusive o Atlante, o Sumério e o Thuriano. O brilho do portal aumentou e, excitado, ele distraiu-se um pouco, bem como o outro bruxo que segurava Nereida. Foi esse o seu erro.
O bruxo estava próximo de uma sombra, da qual saiu um braço de garota, cuja mão pressionou, certeira, um nervo de seu pescoço. Ao mesmo tempo em que ele caía, Nereida era puxada de volta para dentro da sombra. Naquele mesmo instante, outro braço, desta vez o de um garoto, saiu de dentro de outra sombra, ao lado de Harry, ouvindo-se um sussurro (“Pegue, papai”). O bruxo de óculos sentiu que algo cuja forma ele logo reconheceu era colocado em sua mão (“Em casa a gente conversa, seu pestinha”, sussurrou Harry de volta).
Quando “Escuridão” estava prestes a concluir o cântico de posse, Harry olhou para ele e riu.
_Não precisa nem dar-se ao trabalho de concluir seu cântico, “Escuridão”. Você jamais utilizará esse portal do tempo.
_Posso saber por que? _ perguntou “Escuridão”, momentaneamente interrompendo seu cântico.
_Por causa disto aqui. _ disse Harry, levantando a mão esquerda, que segurava um pequeno objeto com dois LEDs e um botão, que ele logo apertou.
O LED vermelho piscou, logo apagando-se, enquanto o LED verde acendia-se. Quando Harry soltou o botão, duas pequenas explosões fizeram-se ouvir, vindas da base dos batentes da Sétima Porta de Cronos, que desabou lentamente, à semelhança de um prédio implodido. As cargas magicamente atenuadas de C-4, colocadas por Tiago Potter fizeram seu serviço. Aquele último Portal do Tempo jamais poderia ser utilizado, novamente.

O grito de fúria e frustração de “Escuridão” reboou pela caverna. Seus planos haviam sido frustrados e, em grande parte, por uma criança que ainda nem havia ido para Hogwarts.
_MALDIÇÃO!! TODOS OS MEUS ESFORÇOS DOS ÚLTIMOS ANOS FORAM INÚTEIS! QUEM PODERIA TER MINADO ESTE PORTAL? ELE FICOU SOB VIGILÂNCIA PERMANENTE!
_Creio que não foi o bastante! _ ouviu-se uma voz infantil e várias risadas vieram de dentro das sombras, acompanhadas de Feitiços Estuporantes e de Desarmamento. Vários bandidos bruxos e trouxas do Círculo caíram ou foram desarmados, sendo rapidamente incapacitados. A vantagem novamente virara a favor dos Inseparáveis.
_Sei que vocês estão por aqui, em algum lugar, suas pestes! São iguaizinhos a seus pais. _ disse “Escuridão” _ Saiam de onde estiverem ou destruirei toda esta caverna, com vocês dentro.
_Creeeedo, mas que mau humor, bruxo nervosinho! _ disse Adriano, saindo de dentro das sombras, com a varinha em punho, apontada para os bandidos. Todas as outras crianças fizeram o mesmo e dispararam, incapacitando mais bandidos.
_Magia de Ocultamento nas Sombras? _ perguntou “Escuridão”, espantado com a capacidade das crianças _ Mas isso é avançado demais para vocês!
_Talvez fosse, se nós já não dominássemos o Kobudera, bruxo mau. Para nós é fácil fazermos parte das sombras.
_OK, crianças, vocês já nos ajudaram bastante. Agora, saiam daqui e deixem conosco. “Escuridão” já perdeu esta parada. _ disse Harry _ Draco, Prof. Dumbledore, fiquem comigo. Os restantes levem as crianças para fora.
Vendo que havia sido derrotado naquele lance, “Escuridão” tratou de fugir para o fundo da caverna, onde tinha preparado uma rota de fuga. No caminho, pegou o sétimo volume do Necronomicon, guardando-o em uma bolsa com Feitiços de Ampliação Interna (“Nem tudo está perdido. Ainda dá para seguir com o plano anterior, só que vai demorar um pouco mais. Maldito Harry Potter! Quando é que vou tirar aquela pedra do meu sapato?”, pensava o bruxo, enquanto corria). “Sombra” e Mariana já haviam desaparecido, seguindo suas ordens.
A galeria desembocava em um outro salão, no qual havia um grande poço, que havia servido para antigos rituais de sacrifício humano, pelos sacerdotes dos povos que, antigamente, habitavam a região. Uma caverna secundária levava a um rio subterrâneo, que ele sabia levar a um local distante e seguro, de onde poderia desaparatar sem ser rastreado.
O que ele não contava era com os três que o perseguiam. Alvo Dumbledore, Draco Malfoy e Harry Potter.
Alcançando o salão, a primeira coisa que Draco viu foi a caverna secundária. Imaginando que “Escuridão” poderia tentar fugir por ali, tratou de fechar aquela passagem.
_ “Desanguio”!! _ o Feitiço de Desabamento foi disparado pelo loiro e aquela caverna foi selada.
_Maldito seja, Draco Malfoy! _ exclamou “Escuridão” _ Quero ter o prazer de proporcionar a você a morte mais dolorosa possível!
_Você pode até tentar, como já tentou outras vezes e nunca conseguiu. Renda-se, pois não poderá fazer mais nada. _ disse Draco, com a varinha apontada para o bandido.
_É o que você pensa, Draco Malfoy! Você me deu uma idéia, com esse seu feitiço. “Desanguio”!! _ “Escuridão” disparou seu feitiço em direção ao teto da caverna, provocando um desabamento de grandes proporções. Para escaparem das pedras que caíam, os três bruxos lançaram-se para os lados.
Quando as pedras pararam de cair e a poeira baixou, Harry viu que Draco havia ficado separado deles por uma sólida barreira, provocada pelo bandido. Harry estava coberto de poeira e Dumbledore estava caído, com a perna esquerda dobrada em um ângulo estranho.
_Harry! Prof. Dumbledore! _ gritou Draco, do outro lado _ Vocês estão bem?
_Estamos vivos e inteiros, Draco! _ disse Harry _ Quer dizer, o Prof. Dumbledore nem tanto. Parece que ele fraturou a perna esquerda.
_Vou tentar remover as pedras. Mas vai demorar.
_Então chame os outros para que te ajudem, Draco. Os Aurores e a InterSec darão conta dos bandidos. Só venha logo, pois eu acho que o feitiço de “Escuridão” desestabilizou o terreno.

Com efeito, ligeiros tremores podiam ser sentidos e pequenas fissuras surgiam no chão da caverna, por onde infiltravam-se tênues emissões de vapor.

_Você precisava usar um Feitiço de Desabamento tão forte em um local de terreno vulcânico, não é? _ perguntou Harry, furioso _ Agora o terreno está instável e a caverna poderá acabar desmoronando de vez. Está bom para você?
_Se eu puder levar vocês comigo, Harry Potter, morrer terá sido um grande lucro. _ disse “Escuridão” _ Só sinto de Draco Malfoy não estar aqui, conosco. Prepare-se para levar o que merece, maldito.
_Pare, “Escuridão”! Não seja idiota! Se você executar feitiços muito potentes, a onda de choque poderá... _ Mas Harry não terminou a frase, pois “Escuridão” já avançava para ele, disposto a matá-lo com as próprias mãos.
_Vou liquidá-lo, Harry Potter! Você não é o único a dominar artes marciais pouco conhecidas. Eu também tenho prática nelas, como você pôde ver pelo duelo em estilo Shinmei. E, além disso, aprendi a dominar o Ki.
_Como você, bruxo das Trevas, conseguiu dominar o Ki?
_Ora, Harry Potter, é preciso um coração puro, como você sabe. E o meu é puro mal. Não tenho tanto poder quanto vocês, Inseparáveis, mas dá para o gasto. Afinal, mesmo Voldemort nunca conseguiu dominar o Ki, embora fosse um grande guerreiro, tendo sido discípulo de Isamu Kobayashi, por três anos. Prepare-se para morrer, desgraçado! “Zanganken” (Punho Cortador de Rochas)!! _ o golpe de “Escuridão” foi violentíssimo, mas Harry conseguiu bloqueá-lo e contra-atacar.
_ “Zankuùshousan” (Palma Cortadora Aérea Dissipada)!! Você gostou mesmo desse golpe, hein? _ Harry e “Escuridão” continuavam a trocar golpes fortíssimos, no Estilo Shinmei, executando-os como se suas mãos e braços fossem espadas. Sequer sentiam as contusões e ferimentos que iam recebendo.
Enquanto isso, o terreno ficava mais instável e as fissuras no chão da caverna abriam-se mais e mais. Pela maior delas, era possível ver um fluxo de lava, dezenas de metros abaixo. O calor também aumentava. Harry julgou já ser hora de terminar com aquilo e desferiu um golpe extremamente poderoso, visando incapacitar seu adversário. Mas “Escuridão” estava atento e contra-atacou.
_ “Rôga Shôshôda” (Soco Duplo das Presas do Lobo)!! Engula isto, maldito Quatro-Olhos!! _ mas Harry revidou, decidido a finalizar o combate.
_ “Ukigumo Tsumuji Issen” (Lampejo Circular da Nuvem Solitária)!! Muito obrigado, mas não me apetece! _ “Escuridão” foi jogado longe, e sua bolsa, na qual encontrava-se o sétimo volume do Necronomicon, foi parar perto da borda do poço de sacrifícios. Ele correu, pegou a bolsa e sacou a varinha.
_Agora será o seu fim, Harry Potter! “AVADA KEDAVRA”!! _ aquela Maldição da Morte foi lançada e parecia conter todo o ódio e rancor do bruxo das Trevas, aumentando sua força letal. Mas Harry estava atento e sabia o que fazer.
_ “AGNI CHAKSHU SHIVA, BHASMASAYA ANDHAS AGHA SARPAH”!! _ a “Avada Kedavra” foi defletida e o raio verde subiu, até o teto da caverna, provocando outro desmoronamento _ Seu idiota! Vai matar a nós todos!
Como que sublinhando as palavras de Harry Potter, um tremor acompanhou o desmoronamento e aquela fissura maior tornou-se uma fenda, pela qual uma nuvem de vapor assobiava. Junto à borda do poço de sacrifícios, “Escuridão” brandiu a varinha, pronto para lançar outro feitiço letal.
_ “Magnum Impacto”!!
_ “Protego, Reversortia”!! _ instintivamente, Harry utilizou a Devolução do Feitiço, técnica que aprendera com Janine, fazendo com que a onda de choque retornasse para “Escuridão”.
Harry gritou, tentando avisá-lo, mas era tarde. Um pedaço da borda do poço de sacrifícios cedeu e o bruxo caiu pelo buraco escuro, bradando maldições contra Harry Potter e seus amigos, agarrado à bolsa do Necronomicon.
_ “ESCURIDÃO”!!! _ Ouvia-se apenas o grito do bruxo das Trevas, diminuindo com a distância, até silenciar completamente _ Praga! Ele se foi. Prof. Dumbledore, como o senhor está?
_Está doendo, mas vou sobreviver. Aliás, a dor vai diminuir agora, pois vou imobilizar a fratura. “Ferula”!! _ ao comando de Alvo Dumbledore, talas e ataduras foram conjuradas, imobilizando e estabilizando a fratura em sua perna esquerda e até permitindo que o bruxo se levantasse e capengasse em direção ao local do deslizamento de pedras, amparado por Harry _ Não havia nada que você pudesse fazer, Harry. “Escuridão” estava cego de ódio e cobiça. Agora, devemos tentar sair daqui antes que essas fendas aumentem e caiamos de uma vez.
_Tem razão, professor. Será que Draco e os outros estão tentando tirar as pedras, do outro lado? _ e uma voz pôde ouvir-se, na mente de Harry.
_ “Harry, como é que vocês estão?” _ Gina comunicava-se, pelo elo telepático.
_É Gina, pelo elo telepático, Prof. Dumbledore. _ disse Harry, concentrando seus pensamentos na esposa _ “Estamos bem, Gina. O Prof. Dumbledore fraturou a perna esquerda, mas já imobilizou a fratura.”
_ “E o que houve com ‘Escuridão’, Harry? Vocês lutaram?”
_ “Sim. E ele acabou caindo pelo poço de sacrifícios. Provavelmente está morto. Estão tentando tirar as pedras?”
_ “Sim, mas está difícil. Não podemos arriscar um feitiço, pois poderá ocorrer um novo deslizamento. Não há outra saída?”
_ “Sim, mas está bloqueada. Era por onde ‘Escuridão’ iria fugir. Draco teve de bloqueá-la. Talvez dê para...”
_ “O quê, Harry?”
_ “Tive uma idéia. Espere um pouquinho, pois vou ter de expandir o Ki... Sim, vai dar para fazer. Podem parar de tentar tirar as pedras.”

Alguns instantes depois, Harry e Dumbledore aparatavam diante dos amigos. Os Bloqueios de Aparatação já não mais existiam.

_Vamos sair daqui rápido, gente! _ disse Harry _ O perigo ainda não acabou, pois há o risco de mais desabamentos ou extravasamento de lava.
Houve um último tremor e, depois, tudo acalmou-se.
_O que houve? _ perguntou Luna.
_Creio que um último deslizamento deve ter selado as fendas. _ disse Sirius, aliviado _ Acho que não precisaremos temer um extravasamento de lava.
_Ainda bem. _ comentou Rony _ Os vulcões que existiam por aqui ficaram inativos por milhares, talvez milhões de anos. Podem muito bem continuar assim por igual tempo.
_Então, vamos embora daqui. _ disse Harry, conduzindo os amigos para fora das cavernas. Alcançaram o nível do Templo de Quetzalcoatl, saindo pela mesma câmara. Do lado de fora do templo, Aurores e agentes da InterSec conduziam os bandidos do Círculo até as viaturas. Feitiços especiais mantinham os civis à distância.

À luz do dia era possível perceber que todos haviam saído meio prejudicados daquela operação. Os adultos apresentavam contusões e ferimentos em vários graus e as crianças estavam sujíssimas.
_Agora, crianças espertinhas, vocês vão nos explicar como foi que participaram desta operação, sem que percebêssemos. _ disse Ayesha, olhando severamente para Soraya.
_Orelhas Remotas para ouvirmos suas conversas... _ disse ela, sorrindo para sua mãe.
_... Um rastreador mágico, para sabermos de seus movimentos a todo instante, lá em Hogwarts... _ disse Tiago, angelicalmente, sem se abalar diante do olhar severíssimo de Gina e Harry, parte furiosos e parte orgulhosos de seus filhos.
_... Um pouco de Poção de Sono no chimarrão, na hora em que vovó Marilise estava tomando... _ disseram Adriano e Narcisa. Draco e Janine olharam feio para o casal de bruxinhos.
_... Capas de Invisibilidade “emprestadas”... _ disseram Larissa e Vicenzo, fazendo carinhas de inocentes, que não convenciam ninguém. Quando Milly, Daniel, Marino e Blaise descobrissem, os dois estariam em grandes apuros.
_... E uma carona nas Chaves de Portal. _ disse Lílian _ Aliás, houve um momento em que vocês quase nos pegaram.
_Bem que eu julguei ter percebido algo diferente... _ disse Harry, enquanto suas pernas cediam e sua visão escurecia. Aquela missão havia exigido dele mais do que imaginavam. Aliás, todos sentiam-se fracos e meio debilitados.

Miguel Ortiz, chefe daquela patrulha de Aurores, tratou de providenciar macas flutuantes para todos, conduzindo-os até uma tenda na qual receberam os primeiros socorros.

Menos de meia hora depois, Chaves de Portal transportavam todos eles para Londres, com destino ao Hospital St. Mungus.

Aquele desaparecimento, talvez o fim de “Escuridão”, iria proporcionar a todos um período de tranqüilidade, era o que esperavam.

O problema era que “Sombra” e Mariana Lugoma haviam conseguido escapar e seu destino era ignorado.

Mas, no momento, o mais importante era que todos eles se esforçassem em sua recuperação, que era o que estavam fazendo.

Mais uma batalha contra as Trevas havia sido travada e vencida. Agora era hora do descanso geral. E eles iriam aproveitá-lo o mais que pudessem.


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