Harry Potter e o Círculo Sombrio escrita por JMFlamel


Capítulo 11
ESER HA-MAKOT




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CAPÍTULO 10

ESER HA-MAKOT







A notícia caiu como uma bomba. O Círculo Sombrio estaria atrevendo-se a lançar mão de algo que só havia sido executado uma única vez e, mesmo assim, sob permissão divina direta?
_Mas nem mesmo eles seriam capazes, Harry!
_Seriam sim, Anthony. Se você tivesse visto os olhos de “Escuridão” como eu vi, saberia que eles seriam capazes de invocar as mais profundas forças das Trevas para atingirem seus objetivos.
_Se você diz, eu acredito. Afinal de contas, sete confrontos com Voldemort já são mais do que suficientes para provar que você sabe do que está falando.
_As Dez Pragas do Egito. Eles querem pegar pesado.
_E você não imagina o quanto, Harry. Com isso podemos presumir que o Necronomicon é real e que pelo menos um volume está nas mãos do Círculo Sombrio.
_Creio que sim. _ Harry não podia dizer ao amigo a verdade sobre os livros que eles disputavam com o Círculo _ Eu não imaginava que houvesse um registro escrito de como reproduzi-las.
_Parece que há. Como você sabe e consta da Bíblia cristã e da Torah, Moisés recebeu diretamente de Yahweh a missão de, juntamente com seu irmão Aarão, libertar os Hebreus do cativeiro imposto por Ramsés II, no Egito. Como o Faraó não quis atendê-lo, várias calamidades abateram-se sobre o Egito, porém poupando os escravos Hebreus e seus poucos bens.
_E começou com aquela demonstração frente à corte, com o cajado transformando-se em serpente.
_Aquilo foi somente uma amostra. Depois vieram as verdadeiras calamidades, começando com a transformação das águas do Nilo em sangue, matando os peixes e ocasionando um terrível mau cheiro por todo o país, o דָם, ou seja, “Dam”. Em seguida, veio צְּפַרְדֵּעַ, ou “Tsfardeia”, a Praga das Rãs. A terceira Praga foi כִנִּים, a Praga das Pulgas e Percevejos ou “Kinim”, que atormentou os Egípcios com as picadas dos insetos. Depois veio a Quarta Praga, que foi עָרֹב, a Praga das Moscas ou “Arov”. A Quinta Praga foi uma conseqüência da Quarta. Devido a uma infecção transmitida pelas moscas, os animais contraíram uma peste e morreram, mas os dos Hebreus foram poupados. Isso foi דֶּבֶר, ou “Dever”. Os Egípcios não foram poupados, pois a Sexta Praga lhes provocou uma infecção de pele com horríveis e dolorosas úlceras. Foi שְׁחִין, ou “Shkhin”. Mesmo assim, Ramsés II não cedeu e então veio a Sétima Praga, que foi בָּרָד, ou “Barad”. A Praga do Granizo Flamejante. Ela só terminou quando Moisés orou a Yahweh, pedindo para que parasse. A destruição das lavouras do Egito foi imensa, mas ainda não foi o bastante.
_Sim, eu sei. Depois vieram os Gafanhotos.
_Exato. A Oitava Praga foi a dos Gafanhotos, chamada אַרְבֶּה ou “Arbeh”. Eles devoraram o que restou das plantações e o povo do Egito só não pereceu devido aos grãos estocados nos silos. Novamente os Hebreus foram poupados, pois o Granizo Flamejante e os Gafanhotos não atacaram suas plantações. A Nona Praga foi חֹשֶׁךְ, a Praga dos Três Dias de Trevas, ou “Chosech”. Mas a pior de todas foi a Décima Praga, depois da qual o Faraó viu que não podia contra o poder de Yahweh e acabou por libertar os Hebreus do cativeiro. Foi מַכַּת בְּכוֹרוֹת, ou “Makat Bechorot”.
_A Morte dos Primogênitos. Nem mesmo o príncipe, filho único de Ramsés II escapou. Somente foram poupados aqueles que marcaram os umbrais de suas casas com sangue de cordeiro. _ comentou Harry.
_Sim. _ concordou Goldstein _ Marcar os umbrais simbolizou a aliança com Yahweh. A Páscoa Judaica possui um significado diferente daquele que tem para os cristãos. Para eles, simboliza a Ressurreição de Yeoshua, a Remissão dos Pecados da Humanidade através d’Ele. Para nós, significa uma passagem, do cativeiro para a liberdade. Por isso é que a comemoramos como se estivéssemos para sair em viagem, comemos a carne de cordeiro com ervas amargas e לחם עוני, “Matzot” ou seja, pães ázimos, assados sem fermento, também chamados de “Pão dos Pobres”. Um dos significados é de que logo os Hebreus teriam de sair do Egito, portanto não poderiam aguardar pela fermentação dos pães.
_Percebo, Anthony, que você respeita bastante o Cristianismo. Sei que existem rabinos bem mais radicais, que não aceitam a idéia de Jesus ou, segundo a pronúncia hebraica, Yeoshua, como Redentor.
_O fato de ser bruxo me abriu os olhos para muitas coisas, Harry. Coisas além do alcance da imaginação dos trouxas. Por isso não vejo o menor inconveniente em ser bruxo e ser rabino. Respeito a crença dos cristãos, pois aprendi que Deus é um só. Nós é que damos a Ele diferentes nomes.
Harry despediu-se de Anthony, Romilda, Moishe, Jerusha e Esther e tratou de desaparatar para o Ministério. Logo estaria na hora de terminar o expediente e naquele dia era a vez dele pegar as crianças na escola, antes de ir para seu apartamento.

À noite, depois que as crianças haviam ido dormir, Harry e Gina estavam no canto da lareira, em frente ao quadro de Tiago e Lílian. O bruxo contou à esposa sobre os perigos que novamente rondavam os bruxos da Luz e ela ficou bastante apreensiva.
_Por Merlin, Harry! Mas nem mesmo Voldemort faria algo assim!
_Mais uma prova de que “Sombra & Escuridão” não passam de reles criminosos. Voldemort julgaria indigna essa linha de ação. _ concordou Harry.
Do quadro, a imagem de Tiago deu sua opinião:
_Avisem aos seus amigos, meu filho. É bom que vocês se reúnam para poderem traçar um plano.
_Tem razão, pai. E acho que sei como fazer isso da maneira mais discreta possível.
_Como, Harry? _ perguntou a imagem de Lílian.
_Depois da formatura de Gina e Luna, encantamos os anéis das Casas para que funcionassem da mesma maneira que os galeões falsos dos tempos da AD, mãe. Assim todos os Inseparáveis saberão que algo de muito grave está acontecendo. Eles sabem que, quando convocados, devemos nos reunir em Hogsmeade. E terá de ser amanhã mesmo, portanto vou convocá-los. _ disse Harry, ativando o seu anel.
_Só espero que eles não fiquem muito alarmados. _ disse Gina _ Nós combinamos que a convocação pelos anéis só seria feita em caso de grande necessidade.
_Se isso não é uma grande necessidade, Gina, eu não sei o que mais poderia ser.

Hogsmeade.
Clifford estava em Hogwarts e Mafalda já havia ido dormir. Hermione havia terminado de revisar os deveres de Transfiguração para a semana seguinte. Naquele momento, Rony aproximou-se com duas taças de Malbec.
_Cansada, meu amor? _ perguntou o ruivo, colocando as taças sobre a mesa e abraçando sua esposa.
_Não tão cansada que não possa saborear uma taça de vinho com você, meu querido.
_E...?
_...E... também, é claro! _ disse a bruxa, beijando-o. Naquele instante, ambos sentiram um calor no dedo anular da mão esquerda, onde o anel da Grifinória dividia espaço com a aliança de casamento. Ao olharem para as mãos, viam que os anéis brilhavam e que a data do dia seguinte aparecia, à volta do brasão da Casa.
_Harry? – perguntou Rony.
_Harry. _ concordou Hermione.
_Amanhã será um dia pesado. _ disse Rony _ Harry não nos chamaria pelos anéis se não fosse muito grave.
_Sim, mas isso ficará para amanhã. _ disse Hermione _ Ainda não amanheceu e esta noite nos pertence.
Abraçaram-se e foram para o quarto. Preocupar-se-iam com o dia seguinte... no dia seguinte.

Wiltshire.
Draco e Janine não utilizavam o quarto que havia pertencido a Lucius e Narcisa, por uma questão de respeito a esta última. O quarto permanecia trancado, sendo aberto apenas para que os elfos realizassem a limpeza e era mantido intocado, como Narcisa o havia deixado antes de ir para Azkaban, naquela que foi sua última viagem. No quarto do bruxo, a cama de solteiro havia sido substituída por uma de casal, onde os dois dormiam abraçados. De repente, acordaram sentindo o sinal dos anéis. Draco olhou para sua mão e viu o anel de prata em forma de serpente com o brasão da Sonserina brilhando. Janine viu a mesma coisa em seu anel da Grifinória.
_Problemas à vista, Draco. _ disse Janine.
_E dos grandes, para que os anéis sejam usados. Vamos ver a data.
_Amanhã. Bem, já vi que um passeio a Hogsmeade estará na agenda do dia. Ziggy, poderia vir aqui, por favor?
_Sim, senhora. Do que precisam? _ disse o elfo, aparatando junto ao casal.
_Ziggy, precisamos que você remaneje toda a nossa agenda de amanhã. Poderia fazer isso, sim? _ perguntou Draco para o elfo, seu criado particular desde que era criança.
_Sem problemas, Mestre Draco. Boa noite.
_Boa noite, Ziggy. _ despediram-se Draco e Janine e o elfo desaparatou.
_Bem, minha querida, agora é esperar e ver o que vai acontecer. Pelo menos poderemos aproveitar...
_... E fazer uma visita a Adriano. Dizem que ele e Nereida estão revolucionando a Sonserina.
_O que mais podia se esperar do primogênito de Janine e Draco Malfoy?
_Convencido. _ brincou Janine, beijando o esposo e aninhando-se entre seus braços, para retomarem o sono interrompido.

Ottery St. Catchpole.
Como não haveria expediente no Ministério no dia seguinte, Luna e Neville estavam acordados até um pouco mais tarde, assistindo a um filme que ela havia pego na locadora. Julius já havia ido para a cama há horas. O calor nos dedos fez com que quase dessem um pulo no sofá e eles olharam para os anéis, que exibiam a data do dia seguinte.
_Parece que teremos de ir a Hogsmeade amanhã, Nev. _ disse Luna.
_E deve ser bem importante. Quem será que está convocando? Eu acho mais provável que seja Harry.
_Por que?
_Os acontecimentos dos últimos dias, quando estive na África e acabei encontrando Harry. Talvez o Círculo esteja planejando uma nova operação que pode afetar os Inseparáveis.
_Bem, só saberemos amanhã. Então é melhor irmos logo para a cama.
_Mal-intencionada, Sra. Longbottom?
_Não, Sr. Longbottom. Sempre cheia de excelentes intenções. _ Luna desligou o DVD, após remover o disco. Guardou-o e abraçou Neville, ambos recolhendo-se aos seus aposentos.

Hogsmeade, no dia seguinte.
Madame Rosmerta estava tomando o café da manhã, juntamente com Severo Snape, quando a porta do Três Vassouras se abriu.
_Harry! Gina! Mas há quanto tempo, meus queridos! _ disse Rosmerta.
_Bom dia, Potter. Vieram fazer uma visita a Dumbledore? _ perguntou Severo.
_Também, Prof. Snape. _ disse Harry _ Os Inseparáveis resolveram fazer uma pequena reunião. Vamos usar a sala reservada 2.
_Está bem. _ disse Rosmerta _ Avisarei os outros, à medida que forem chegando. Oh, aí estão Hermione e Rony.
Os quatro foram para a sala reservada 2 e não ficaram nada admirados quando, ao entrarem, viram que Dumbledore, Minerva, Ayesha e Sirius já estavam lá dentro.
_Profª McGonnagall, Prof. Dumbledore, Sirius, Ayesha. Eu ia dar um jeito de avisá-los, mas parece que não foi preciso. _ disse Harry _ Quem fez isso?
_Tiago e Lílian, através dos quadros. _ respondeu Dumbledore _ As imagens guardam parte da essência dos retratados, como vocês sabem. Eles podem aconselhar e conversar, mas possuem uma capacidade de ação limitada, exceto por poderem viajar entre quadros, como você deve lembrar-se que Phinneas Nigellus fazia antes. Assim, eles me avisaram ontem à noite, depois que vocês foram dormir.
_Parece que a coisa é grave e não podemos nos furtar de darmos nossa ajuda. _ disse Sirius.
_Pode nos dar detalhes, Harry? _ perguntou Ayesha.
_Assim que os outros chegarem... ah, aí estão eles. _ disse Harry, sorrindo ao ver que Luna e Neville chegavam, acompanhados por Janine e Draco.
Após os cumprimentos, Harry começou a expor os fatos.
_Bem, devemos algumas explicações àqueles que ainda não estão a par de tudo. A chantagem biológica do Círculo Sombrio, há cerca de três anos atrás, tinha a finalidade de obter aquele colar que vocês viram no aniversário de casamento de Duda e Lilá. Tivemos de entregá-lo a “Escuridão” para evitar uma epidemia de “Inferno 300” em Londres. Eles precisavam do colar para poderem encontrar uma bússola mágica que lhes possibilitaria irem atrás dos sete volumes do Necronomicon.
_Espere, Harry. _ disse Draco _ Quer dizer que o Necronomicon é real? Todos pensam que ele é uma lenda.
_Quase todos, Draco. _ disse Luna _ Papai sempre desconfiou que esses livros realmente existissem, mas nunca pôde provar.
_Bem, Luna, agora você já sabe. _ disse Rony _ Mesmo sem ser Auror, eu estive ajudando Harry na recuperação dos volumes, pois ele tem uma bússola, graças à ajuda do Prof. Dumbledore.
_Temos três volumes, enquanto o Círculo tem dois. Eu estive ajudando na tradução e interpretação dos textos e constatamos que há magia antiga, fortíssima e perigosa, bem como conhecimentos muito secretos contidos nos livros e que deveriam continuar secretos. _ disse Hermione _ Não dissemos nada a mais ninguém, por segurança. Mas eu também estou curiosa para saber por que Harry nos convocou.
_Recebi informações de que o Círculo iria utilizar um feitiço fortíssimo e proibido contra aqueles que já prejudicaram seus planos no passado. Algo que só foi usado uma vez em toda a História da Humanidade e, mesmo assim, sob permissão divina direta: “Eser Ha-Makot”. _ disse Harry.
_As Dez Pragas do Egito! _ exclamou Hermione, espantada _ Mas somente Moisés recebeu autorização d’Ele para utilizá-las!
_Pois é. Como meu conhecimento de Hebraico é limitado, fui atrás de alguém que, além de conhecer o idioma, também conhece as Pragas.
_Anthony Goldstein? _ perguntou Neville _ Sei que ele é rabino em Londres. Casou-se com Romilda Vane e têm três filhos.
_Ele mesmo. _ respondeu Harry _ Anthony me deu todos os detalhes sobre o que eu precisava saber. Ele, Romilda e as crianças mandaram um grande abraço a todos.
_Romilda. _ comentou Janine _ ela parecia ter uma queda por você quando estávamos no sexto ano, o ano em que vim para Hogwarts.
_Sim. Mas depois que eu e Gina começamos a namorar naquele ano e ficamos noivos no ano seguinte, ela viu que eu sentia por ela apenas uma grande amizade. Aí começou a namorar Goldstein.
_Eles formam um belo casal. _ disse Gina.
_E ela se converteu para poder casar com Goldstein? _ perguntou Draco.
_Não, Draco. Romilda é Judia. _ disse Luna e todos fizeram cara de espanto. Era algo que parecia uma das antigas excentricidades da loirinha.
_Como é? _ perguntou Hermione.
_Ela me disse, uma vez. Lembram-se de que seu nome de solteira era “Vane”, não é?
_Sim. _ disse Minerva.
_Bem, ela me disse que seus ancestrais eram Judeus Poloneses e que o sobrenome deles era “Vaneszkievczyc”. Eles mudaram para “Vane”, quando vieram para a Inglaterra.
_Eu não sabia. _ disse Harry _ Bem, como eu estava dizendo, meu informante me disse que “Escuridão” pretende lançar as Pragas em nós e em outros. E que, para mim e para Draco ainda haveria algo pior reservado.
Draco Malfoy lembrou-se da conversa que tivera com “ π ” no Cemitério Pére-Lachaise, da qual o informante apagara a lembrança do loiro sobre sua identidade. Trocou um breve e quase imperceptível olhar com Harry e fez seu comentário.
_Bem, as Pragas são: Sangue, Rãs, Pulgas, Moscas, Peste, Úlceras, Granizo Flamejante, Gafanhotos, Trevas e Morte dos Primogênitos. Resta saber como, quando e contra quem o Círculo lançará ataques relacionados às Pragas.
_Creio que eles já começaram a se movimentar, Draco. _ comentou o Prof. Dumbledore _ A Profª Sprout está internada no St. Mungus, vítima de um estranho acidente com uma flor raríssima. Uma Rosa-Vampira.
_Mas elas não estavam extintas, Prof. Dumbledore? _ perguntou Hermione.
_Era o que pensávamos, Hermione. As Rosas-Vampiras são originalmente de cor branca. Possuem espinhos retráteis que cravam-se na pele de quem as segura e sugam seu sangue, tornando-se vermelhas. Encontramos Pomona caída na Estufa nº 1 hoje pela manhã, com uma delas em um vaso, ao seu lado e este cartão. _ e o Prof. Dumbledore mostrou um cartão, com algo escrito: “דָם” _ Ela está tomando Poção de Repor Sangue, mas não está adiantando muito. Como a fisiologia das Rosas-Vampiras assemelha-se bastante à dos Vampiros de carne e osso, o Barão Skorzeny ofereceu-se para prestar algum tipo de consultoria. Hoje à noite ele irá ao St. Mungus para ajudar.
_Lembro-me de já ter ouvido falar dele. _ disse Janine _ Quando Voldemort formou a Conspiração do Terror, ele foi o portador da mensagem de que os Clãs Vampiros permaneceriam neutros. Mas, por que Pomona Sprout?
_Uma fatalidade, Janine. _ disse a Profª McGonnagall _ O alvo não era ela.
_E quem era? _ perguntou Hermione.
_Você, Hermione. _ disse o Prof. Dumbledore _ Pomona recebeu o vaso endereçado a você, sem o nome do remetente e achou que a flor não estava muito bonita. Pensou que você gostaria de receber uma flor mais viçosa e começou a tratar dela. Inadvertidamente, segurou-a pelo caule e os espinhos cravaram-se em sua mão que, infelizmente, não estava enluvada. Ela sequer cogitou a possibilidade de ser uma Rosa-Vampira, pois toda a Bruxidade acredita que elas estejam extintas.
_Acho que eles devem tê-las recriado com o auxílio do Necronomicon. Creio que, com isso, deveremos colocar nossas defesas pessoais em nível máximo, a fim de podermos pressentir o perigo. _ disse Luna.
_Professor, precisamos avisar minha mãe e o Prof. Mason, além de Remus e Tonks. _ disse Janine.
_Eu já avisei Derek e Marilise, Janine. E a família Lupin recebeu a visita das imagens de Tiago e Lílian. Estão todos avisados e os Feitiços de Proteção de todas as crianças já foram reforçados. A Ordem da Fênix está alerta.
_E quanto a outros bruxos de fora da Ordem que já prejudicaram o Círculo, Prof. Dumbledore? Não seriam potenciais alvos?
_Sim, Neville. _ quem respondeu foi Minerva _ Mas esses também estão sob vigilância. Procuraremos por indícios de possíveis ataques e tentaremos evitá-los antes que ocorram.
_Uma vez mais a Bruxidade tem uma espada sobre a cabeça. _ Rony observou.
_Não será a primeira e nem a última, Rony. _ disse Draco, bastante sério _ Procuraremos sair vitoriosos, novamente.
_Isso mesmo, amigos. _ disse Dumbledore _ E, como diz Moody, “Vigilância Constante”.
Discutido o assunto principal, ocuparam-se de coisas mais amenas. Afinal de contas, era um fim de semana e há algum tempo eles não tinham oportunidade de reunir todo o grupo.
Mas o Círculo continuava a se mexer.

Filius Flitwick era o Vice-Diretor de Hogwarts e Diretor da Casa Corvinal. Um bruxo poderoso e de grande inteligência, como convinha a um membro da Casa das Águias. Sua baixa estatura era uma herança genética, descendendo de uma longa linhagem de portadores de uma alteração que somente manifestara-se nos membros do sexo masculino da família: “Acondroplasia”, uma situação na qual os ossos soldavam-se prematuramente, permanecendo a pessoa como uma proporcional miniatura de um adulto. Mas ele nem ligava para isso, pois seu temperamento gentil e seu perfil divertido granjeavam a admiração e a amizade de quase todos na Bruxidade. Era professor da disciplina de Feitiços e também o Regente do Coral de Hogwarts. Já de idade madura, embora não transparecesse, era solteiro. Mas isso não significava que não tivesse tido seus relacionamentos no decorrer de sua vida, há anos namorando uma mulher que já havia sido sua aluna. Nenhum dos dois pensava em casamento, portanto estava bom daquele jeito, mesmo. Ela era inteligente, mas não havia ido para a Corvinal. Astuta e determinada, mas não havia sido selecionada para a Sonserina. Tinha a coragem para ir atrás de seus objetivos, mas não tinha ido para a Grifinória. Em essência, era uma pessoa de bom coração e grande paciência, acabando por ser selecionada para a Lufa-Lufa a pedido, embora o Chapéu Seletor quisesse mandá-la para a Corvinal. Apaixonara-se por ele ao final do sexto ano e, cerca de três anos depois de sua formatura, iniciaram um relacionamento que já durava décadas e do qual poucos sabiam, embora ela fosse uma pessoa de certo destaque na Bruxidade, por sua carreira como repórter de colunas sociais e, fato menos conhecido, reportagens investigativas que escrevia sob o pseudônimo de “Scarab”, muitas delas expondo atividades e frustrando operações do Círculo Sombrio.
Nem mesmo Flitwick sabia disso. Se alguém do Círculo descobrisse, a cabeça de Rita Skeeter estaria mais a prêmio do que já estava.

Naquela noite, chegando ao apartamento de Rita, foi recebido pela bruxa loira, que conservava bastante da beleza de sua juventude, embora já fosse madura. Ela o abraçou e abriram um Champagne. Naquele dia o relacionamento dos dois completava mais um ano de duração. Brindaram e depois foi servido o jantar. Assistiram depois a um filme que ela já havia previamente locado, um romance clássico intitulado “Em Algum Lugar do Passado”. Recolheram-se para o quarto, despindo-se ainda no corredor, Rita saboreando antecipadamente o prazer que aquela noite iria lhe proporcionar. A pouca estatura não impedia que Filius Flitwick fosse um amante carinhoso e capaz de proporcionar momentos inigualáveis a uma mulher. Seminus, adentraram o quarto e Rita admirou-se da novidade na decoração. O quarto estava coalhado de pequenos pontos coloridos e brilhantes.
_Filius, querido. Enfeitou o quarto com jóias? _ e não entendeu quando Flitwick ficou parado e sussurrou:
_Rita, meu amor. Não faça nenhum movimento brusco. Vamos tentar sair do quarto agora.
_???
_Aquilo de que o quarto está cheio não são jóias.
Rita compreendeu do que ele falava ao ver que os pontos coloridos, vermelhos, azuis, amarelos, pretos, alaranjados, arroxeados e mesclados, em vários matizes, começaram a mover-se.
Não eram jóias e sim diminutas e venenosíssimas rãs da família Dendrobatidae, em seus vários gêneros, Dendrobates, Phyllobates, Epipedobates, Myniobates, Colosthetus e Aromobates, cujo riquíssimo colorido servia como um sinal de alerta para que não se aproximassem, pois a fortíssima toxina em sua pele podia matar em questão de minutos quem as manipulasse sem luvas.
E o quarto estava repleto delas.
Movendo-se lentamente, procurando evitar de pisar ou tocar os animais, Rita e Filius dirigiam-se para a porta do quarto, que nunca lhes parecera tão distante. Rezavam para que nenhum deles resolvesse saltar em cima deles, mas parecia que não iria adiantar. Uma delas, justamente uma Phyllobates terribilis, das mais venenosas de todas elas, saltou na direção de Rita e Filius agiu instintivamente, colocando-se à frente dela. O pequeno batráquio atingiu o peito do bruxo.
_Saia daqui, Rita! _ disse ele, enquanto as rãs, assustadas, saltavam em todas as direções. Logo o corpo de Filius Flitwick estava coberto pelos pequenos animais.
No corredor, Rita tratou de se proteger, pegando seu vestido e enrolando-se nele, sem tempo para vesti-lo ou para pegar suas varinhas, que haviam ficado na sala. Entrou no quarto e viu que as rãs haviam desaparecido, deixando o pequeno bruxo em trajes menores, já sentindo o efeito da toxina da pele dos animais.
_St.... Mungus, d-depressa! _ gemeu Flitwick.
Rita Skeeter envolveu Filius Flitwick em um lençol e desaparatou com ele para o Hospital St. Mungus, surgindo diante de uma equipe atônita por ver aquilo, um casal de bruxos em roupas íntimas surgindo no saguão do hospital.
_Contato com rãs venenosas! _ gritou ela, enquanto uma equipe de Medi-Bruxos de plantão colocava o pequeno bruxo em uma maca flutuante e corria para o setor de Emergência.
Rita aproveitou para colocar seu vestido de maneira satisfatória, enquanto aguardava que alguém lhe desse notícias do estado de saúde do seu querido Filius.
Cerca de vinte minutos depois, um Medi-Bruxo veio pelo corredor e disse a ela:
_Srta. Skeeter?
_Sim. Como está Filius?
_Sinto muito, Srta. Skeeter. Tentamos de tudo, mas não foi possível. A quantidade de toxina absorvida foi muito grande para sua compleição física e não houveram poções ou feitiços que dessem jeito. A senhorita ajudou muito, trazendo-o para cá rapidamente. Mas não havia nada que pudéssemos fazer.
_Então ele... ele... _ balbuciou a bruxa, os olhos marejados de lágrimas.
_O Prof. Filius Flitwick não resistiu. Sinto muito, pois eu também fui aluno dele em Hogwarts e gostava bastante dele. Srta. Skeeter, o que houve?
_Eu... eu não estou m-me sentindo muito... bem... _ e Rita desmaiou no saguão, em frente ao Medi-Bruxo.
_Emergência, rápido! _ gritou o Medi-Bruxo e a equipe tratou de conduzir Rita para o atendimento.
Mesmo que ela tivesse envolvido Filius Flitwick em um lençol, sua pele absorvera uma certa quantidade da toxina que impregnava a pele do bruxo. Não o suficiente para matá-la, mas ela entrara em uma espécie de coma, com seu corpo paralisado. Antes de ficar completamente imóvel, ainda conseguiu pedir:
_Chame... chame Dumbledore ou Snape! _ e seu corpo ficou paralisado, com os olhos abertos. Foi levada para um apartamento e colocada em um leito.
Dez minutos depois, Dumbledore chegava ao hospital, acompanhado por Harry e Snape.
_O que aconteceu? _ Dumbledore perguntou ao Medi-Bruxo que chefiava o plantão.
_Rita Skeeter pediu para chamá-los, Prof. Dumbledore. Ela e Filius Flitwick tiveram um grave acidente.
_E o que foi? _ perguntou Snape.
_Contato com rãs venenosas, Prof. Snape. A pele do Prof. Flitwick estava impregnada de toxina de “Rã-Ponta-De-Flecha”.
_ “Dendrobates”. _ comentou Harry _ As mais venenosas rãs de todo o planeta. Mas como isso é possível? Elas vivem em florestas tropicais, a Inglaterra não é o seu habitat natural.
_Eles chegaram aqui em roupas íntimas, o que sugere que estavam em casa.
_Mais estranho ainda, encontrar essas rãs em uma residência e em tal quantidade. _ comentou Snape.
_E Rita Skeeter teve um contato menor e indireto, pois trouxe o Prof. Flitwick nos braços, envolto em um lençol. Mas foi o suficiente para paralisá-la e fazê-la entrar em uma espécie de coma. Ela está em um dos apartamentos. O Prof. Flitwick não resistiu e morreu.
_E não houveram meios de reverter?
_Não, Harry. Tentamos todos os antídotos, poções e feitiços disponíveis, mas não houve jeito. Tentamos até mesmo o Antídoto Universal Granger/Snape. Parece até que a toxina das rãs estava potencializada por uma magia muito antiga e forte. O Antidoto Universal Granger/Snape até surtiu algum efeito, mas a concentração de toxina era muito grande para o corpo pequeno do Prof. Flitwick e seus órgãos já estavam muito comprometidos.

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"Algumas rãs da família Dendrobatidae"


_Vamos ver Rita Skeeter. _ disse Dumbledore.
Foram até o apartamento e viram Rita deitada no leito, paralisada. Apenas seus olhos davam mostras de que estava viva. Com um pequeno esforço, a loira conseguia piscar e Dumbledore percebeu que ela estava consciente.
_Coma vigil. _ disse Snape e Dumbledore concordou.
_Ela consegue piscar. _ disse Harry _ Rita, se consegue me entender, pisque uma vez para “Sim” e duas para “Não”, OK?
Rita piscou uma vez. Os bruxos ficaram satisfeitos em ver que ela os entendia.
_Rita, teremos de penetrar na sua mente, para sabermos o que aconteceu. Há algum problema nisso? _ perguntou Dumbledore.
Ela piscou duas vezes. Não, não haveria problema.
_Severo, Harry, vamos lá. _ os três bruxos postaram-se junto ao leito de Rita Skeeter e prepararam-se.
_Prontos? _ perguntou Harry _ Um, dois, três... “Legilimens”!!
As memórias de Rita foram acessadas pelos três e eles viram, através do ponto de vista da bruxa, as cenas de uma noite de amor que terminara em tragédia. O mais estranho era que as rãs haviam desaparecido sem deixar vestígio algum. Suspenderam a Legilimência.
_Rãs que desaparecem, mesmo o quarto estando repleto delas. Muito estranho. _ disse Snape.
_A Segunda Praga. _ murmurou Harry.
_Sim. _ Dumbledore concordou _ Primeiro uma Rosa-Vampira, endereçada a Hermione e que vitimou a Profª Sprout, que ainda está internada.
_ “Dam”, a Praga do Sangue. _ disse Snape.
_Exato, Severo. _ confirmou Dumbledore.
_E agora Rita Skeeter e o Prof. Flitwick. _ disse Harry _ Um casal de namorados envenenados por toxina de rãs venenosas. “Tsfardeia”, a Praga das Rãs. Mas isso é uma perversão do “Eser Ha-Makot”.
_Exatamente, Potter. _ disse Snape _ Moisés recebeu a permissão divina para lançar as Pragas como um aviso, somente a última delas envolveu a morte de alguém.
_E mesmo assim Ramsés II foi suficientemente alertado. A Morte dos Primogênitos ocorreu devido à sua teimosia e à dureza de seu coração. Mas agora o Círculo Sombrio está distorcendo a finalidade do “Eser Ha-Makot” e utilizando o que era para ser uma advertência como um instrumento de morte. Assassinato, puro e simples. “Escuridão” está atrevendo-se a desafiar as Leis Divinas.
_Ele parece estar disposto a tudo para atingir o poder, Harry. Mesmo a recorrer às mais baixas Forças das Trevas. _ comentou Dumbledore _ Nem mesmo Voldemort agia dessa forma. _ e dirigiu-se ao Medi-Bruxo _ Doutor, precisamos manter Rita Skeeter sob a mais forte proteção possível. Somente pessoal autorizado poderá entrar no apartamento dela.
_Vou designar um Auror para manter um posto de sentinela à porta do apartamento. _ disse Harry, pegando seu celular enfeitiçado e ligando para Shacklebolt. Momentos depois um Auror aparatava junto a eles, postando-se à porta.
Nos dias que se seguiram, Harry sempre dava uma passada no St. Mungus para ver se houvera alguma mudança no estado de Rita. Mas a paralisia continuava. Certa noite, encontrou-se com o Barão Skorzeny e ficou contente quando o vampiro disse que a Profª Sprout já estava fora de perigo e que poderia retornar a Hogwarts na próxima semana. O Barão despediu-se e tomou o rumo de seu castelo, nos Cárpatos. Harry também tratou de ir para casa.
Os outros Inseparáveis também iam ver Rita, sempre que podiam. Mas, uma noite, tudo desandou.
O Auror de guarda barrou uma enfermeira, cujo nome não estava na lista de pessoal autorizado. Ela reclamou:
_Houve uma mudança de última hora na escala de serviço, Sr. McCain. Pode confirmar com o Departamento de Pessoal. _ o Auror entrou em contato e, depois de obter a resposta, desculpou-se com a enfermeira.
_Está tudo bem, Srta. Kersey. Pode entrar.
A enfermeira entrou, com a bandeja da poção medicinal noturna de Rita nas mãos. Repousou a bandeja sobre a mesinha de cabeceira e, em seguida, sua expressão mudou. Olhou para Rita com um olhar maligno e disse:
_Ora, boa noite, Rita Skeeter. Vamos ter uma conversinha.
Ante o olhar apavorado da bruxa paralisada, a “Enfermeira” continuou.
_Acho que você já percebeu que essa nossa conversa será a última. Você escapou por pura sorte. O heroísmo do pequeno Flitwick lhe garantiu mais algum tempo de permanência entre os vivos, mas isso está para acabar. Sim, Rita Skeeter. Você entendeu. Sou “Escuridão”, co-líder do Círculo Sombrio. Aqueles tolos bruxos da Ordem da Fênix pensam que Filius Flitwick era o alvo principal, mas não era. VOCÊ era o nosso alvo, desde o início.
Rita arregalou os olhos. Será que “Escuridão” conhecia o seu segredo? Uma pequena risada confirmou seus temores.
_Sim, Rita Skeeter. Acha que eu não sei que você era “Scarab”, o autor das reportagens investigativas que tanto atrapalharam as nossas operações? Quem iria desconfiar de Rita Skeeter, repórter de fofocas do Profeta Diário e do Semanário dos Bruxos? Somente alguém que já a conhecesse e soubesse dos seus dons de Animagia.
A bruxa continuava olhando para ele, assustada. O bruxo assumiu a aparência que usava atualmente.
_Não espere me reconhecer, Rita. Eu fiz uma Reformatação Facial Mágica com um bom Medi-Bruxo. Infelizmente, ele teve de morrer para preservar meu segredo. Além disso, o segredo de minha identidade está sob Feitiço Fidelius. Mas você me conhece, Rita, pois nós fomos contemporâneos em Hogwarts. De outro modo, como eu poderia saber que você transfigura-se em escaravelho? Por isso foi fácil saber que você era “Scarab”. Afinal de contas, fui eu que lhe coloquei o apelido e nunca disse a ninguém a razão. Todos pensavam que era porque você era fascinada pelos mistérios do Egito. Tolos. Somente eu conhecia a verdade. Oh, desculpe. Devido ao Feitiço Fidelius você somente saberá quem sou se eu lhe disser. Chegaremos lá, não se preocupe. Eu poderia lhe mostrar minha aparência original, mas gosto muito desta que estou usando agora. Eu lhe direi, Rita. E essa será a informação de sua vida, a identidade de “Escuridão”. Pena que você não poderá publicá-la em uma reportagem pois, mesmo que consiga quebrar o Feitiço Fidelius, não estará mais viva para isso. Eu lhe direi, minha querida. _ e, aproximando a boca do ouvido de Rita, disse em um sussurro quem realmente era _ Eu sou.........
Rita Skeeter arregalou os olhos e quase conseguiu se mexer, devido ao choque da revelação. Mas não pôde fazer mais nada, pois “Escuridão” pressionou um travesseiro contra seu rosto, sufocando a repórter até que ela parasse de respirar. Certificando-se da morte de Rita, “Escuridão” reassumiu a aparência da enfermeira e apontou sua varinha para o peito de Rita, tatuando magicamente um pouco acima dos seios, na parte exposta do colo, os caracteres Hebraicos “צְּפַרְדֵּעַ”. Em seguida, vasculhou rapidamente o apartamento, encontrando alguns Cristais de Armazenagem, verdadeiras Caixas-Pretas Bruxas. Recolheu-os e guardou-os nos bolsos das vestes.
_Muito esperto, Dumbledore, mas não o suficiente. _ disse o bandido bruxo, com a aparência da enfermeira. Ajeitou o travesseiro sob a cabeça do cadáver e saiu do apartamento, cumprimentando o Auror e logo virando em uma curva do corredor, cruzando com Dumbledore, Harry, Gina, Draco e Janine, que vinham em sentido contrário. Depois de passar por eles, foi até um armário de vassouras, onde a verdadeira Milena Kersey estava estuporada e amarrada. Reanimou-a e submeteu-a a um Feitiço de Memória. Depois desaparatou, com um sorriso nos lábios, escapando de ser pego por Harry Potter e Draco Malfoy, por uma fração de segundo.
Por que foi que Draco Malfoy e Harry Potter quase conseguiram pegar “Escuridão”? Graças a um pequeno detalhe e à percepção de todos, principalmente de Janine.
Quando “Escuridão” cruzou com nossos amigos no corredor, utilizando a aparência da enfermeira Milena Kersey, cumprimentou Gina, pois ficaria estranho se uma enfermeira não demonstrasse conhecer uma Medi-Bruxa.
_Boa noite, Dra. Potter.
_Boa noite, Srta. Kersey. _ respondeu Gina.
Depois que a falsa enfermeira virou na curva do corredor, Janine comentou:
_Engraçado, Gina. Parecia haver algo de estranho com aquela enfermeira.
_Realmente havia. _ comentou Harry _ Mas não consigo me tocar do que era.
_Bem, ela era jovem, bonita... ai, Jan! não precisa me dar uma cotovelada! _ disse Draco _ Compleição delicada, mas...
_... Andava de um jeito... _ Dumbledore comentou.
_... Masculino demais para uma garota! _ exclamou Janine.
_Harry, Draco! Vão atrás daquela enfermeira! Janine, Gina! Venham comigo ao apartamento de Rita Skeeter! _ disse Dumbledore, começando a correr e as duas acompanhando-o.
_Acha que pode ser um assassino do Círculo disfarçado de enfermeira do St. Mungus, Harry? _ perguntou Draco, ambos correndo o mais que o Bukujutsu lhes permitia.
_Sim, Draco. Ou pior, pode ser “Sombra”ou até mesmo “Escuridão”, disfarçado. Talvez ele tenha resolvido sujar as mãos pessoalmente, em vez de mandar um capanga.
Quando chegaram perto do armário de vassouras, viram a verdadeira Milena Kersey, ainda desorientada pelo Feitiço de Memória e a falsa enfermeira, na verdade “Escuridão”, desaparatando com um sorriso nos lábios.
_Chegamos tarde, Draco! _ exclamou Harry.
_Vamos avisar o Prof. Dumbledore, Harry. Acho que Rita deve estar morta.
Chegaram ao apartamento e confirmaram: Rita Skeeter estava morta, asfixiada. E o assassino colocara o travesseiro no lugar, sob a cabeça da bruxa.
_Não conseguimos pegar o assassino, Prof. Dumbledore. _ disse Draco.
_Eu não esperava que conseguisem, Draco. Ele tinha uma grande vantagem em relação a vocês. Mas eu acho que temos alguma chance de sabermos o que aconteceu. _ disse Dumbledore, procurando coisas em vários pontos do apartamento. Voltou à cabeceira da cama, com uma cara desapontada _ Não. O assassino nos passou a perna. Eu havia deixado vários Cristais de Armazenagem escondidos no apartamento, pois eles poderiam funcionar como escutas bruxas, gravando conversas e imagens. Mas ele antecipou essa possibilidade e vasculhou o apartamento à procura deles, encontrando-os e recolhendo-os todos. Voltamos à estaca zero. Poucos sabiam do romance entre Rita e Filius. Eu mesmo só fiquei sabendo há pouco tempo atrás. E agora ambos estão mortos. Mas qual dos dois poderia ser o alvo do Círculo? Filius ou Rita?
_Veja, Prof. Dumbledore! _ disse Janine _ O peito de Rita!
_Há algo escrito, tatuado na pele. _ Gina apontou para os sinais.
No peito de Rita Skeeter viam-se, magicamente tatuados, os caracteres Hebraicos “צְּפַרְדֵּעַ”. Harry olhou para aquilo, admirado.
_ “Tsfardeia”. _ disse o bruxo de óculos.
_A Praga das Rãs. _ disse Draco _ Isso foi a Segunda Praga do “Eser Ha-Makot”.
_Não sei não, mas estou formulando uma hipótese sobre isso, Prof. Dumbledore. _ disse Janine.
_Seria a mesma que tenho, Janine? _ perguntou o velho bruxo.
_Acho que sim, professor.
_Qual, Jan? _ perguntou Gina _ Você acha que...
_... Exatamente, Gina. O alvo não era o Prof. Flitwick.
_Era... _ Draco deixou a frase no ar.
_... Rita Skeeter era o alvo do Círculo Sombrio. _ disse Janine Malfoy, completando a frase do esposo e confirmando os temores de todos.


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