Harry Potter e o Legado de Avalon escrita por JMFlamel


Capítulo 9
O Alvo Duplo




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CAPÍTULO 8

O ALVO DUPLO






Aproximava-se o Dia das Bruxas e, com ele, a primeira visita do ano a Hogsmeade. Na hora do café da manhã, a já conhecida revoada de corujas trouxe o correio matinal. Dois pacotes cilíndricos caíram no colo de Hermione. Eram um exemplar do Profeta Diário e um do London Times. Ela desembrulhou os jornais e, ao olhar para a primeira página, arregalou os olhos e ficou boquiaberta, igual a Draco, na mesa da Sonserina e Luna, na mesa da Corvinal, ao verem as manchetes de seus exemplares. Uma grande agitação era perceptível na mesa dos professores.
—O que houve, Mione? Por que você está assim? _ perguntou Janine.
—É... é terrível, Jan. Vejam todos, com os seus próprios olhos.
Os amigos acotovelaram-se em torno de Hermione, enquanto Draco e Luna vinham das mesas de suas Casas, com seus exemplares do Profeta nas mãos. Com três jornais disponíveis, o grupo se descomprimiu e todos começaram a ler as manchetes:


“MINISTRO DA MAGIA MORRE EM ATENTADO TERRORISTA TROUXA

No dia de ontem, o mundo mágico viu-se, com pesar, privado de seu Ministro em exercício, Cornelius Oswald Fudge, barbaramente morto em um atentado a bomba, praticado por um terrorista trouxa, o qual detonou os explosivos que trazia atados à volta do seu corpo. O hediondo ato foi perpetrado em uma tabacaria de um elegante shopping center da Londres trouxa, na qual o Ministro Fudge costumava comprar seus charutos. Outras nove pessoas morreram, sendo dois bruxos e sete trouxas, além de que mais vinte ficaram feridas, em um raio de cinqüenta metros. Acredita-se que o alvo do atentado era um assessor especial do Primeiro-Ministro trouxa, que também comprava seus charutos nessa mesma tabacaria e estava lá no momento, tendo seu corpo sido identificado como o de Douglas Collingwood o qual, por vezes, realizava a ligação entre o Primeiro-Ministro trouxa e o Ministério da Magia, com acesso Nível 4. Os funerais serão amanhã, às 10:00 h. Nenhum grupo terrorista trouxa reivindicou a autoria do atentado, mas o serviço de segurança antiterrorista trouxa, o SAS, crê na ligação com a rede Al-Qaeda.”

—Por Merlin! _ disse Rony _ Que tragédia, principalmente em um momento de transição como esse.
—Vamos ver o que o Times diz a respeito. _ disse Harry.
A notícia do London Times pouco diferia daquela que estava no Profeta, somente dando mais destaque à morte do assessor Collingwood, classificando Fudge como um outro assessor do Primeiro-Ministro trouxa, já que era essa a sua fachada, também dando a entender que Fudge estava ali por coincidência.
—Jan, esse assessor do Primeiro-Ministro trouxa, Collingwood, não era... _ perguntou Draco, deixando a frase pela metade, no que foi completado por Janine.
—...O pai da Lauren. Acabei de receber uma coruja com uma carta dela, me avisando. Chegou junto com os jornais. Ela deposita suas cartas na caixa vermelha da estação de King’s Cross, como eu fazia antes de vir para Hogwarts. Lauren não sabe das verdadeiras atribuições que seu pai tinha.
—Lauren? _ perguntou Gina.
—Sim, Gina. Lauren Collingwood, uma das garotas com quem eu dividia um apartamento em Londres, quando conheci o Draco. As outras eram Shanna O’Rourke e “Pamela Worthington”. _ respondeu Janine.
—Ou seja, Tonks. _ comentou Draco, baixinho.
—Isso está conveniente demais para o meu gosto. _ comentou Neville _ Um atentado que teve como vítimas o atual Ministro da Magia e um assessor do Primeiro-Ministro trouxa, qua fazia a ligação com o nosso mundo.
—Tem razão, Nev. _ disse Luna _ aí tem o veneno do Voldemort.


O que acontecera no dia anterior.
Após o almoço, Cornelius Fudge resolvera ir à sua tabacaria preferida, pois seus charutos haviam acabado. Embora nem sempre, ele permitia-se um ocasional charuto após as refeições. Vestindo um terno Ricardo Almeida, sua grife trouxa preferida para roupas sociais, aparatou no banheiro masculino do shopping center onde localizava-se a tabacaria. Lá entrando, deu de cara com um assessor do Primeiro-Ministro trouxa, a quem não via há tempos.
—Douglas! Não o vejo há meses. Por onde tem andado?
—Olá, Cornelius. Por todo o país, resolvendo problemas, a maior parte deles relacionados (e completou baixinho) ao seu povo.
O dono da tabacaria, que era um bruxo, executou um Feitiço de Privacidade a fim de que a conversa entre Fudge e Collingwood pudesse transcorrer tranqüilamente. Qual quer outro que escutasse o que diziam ouviria um diálogo inócuo.
—É, eu sei. As coisas desandaram, Douglas. Inclusive, não sei se já é do seu conhecimento, mas eu estou entregando o Ministério. Pedi minha aposentadoria.
—E quem irá sucedê-lo, Cornelius? Já estávamos acostumados com você.
—Arthur Weasley, Douglas. Ele será o meu sucessor. Acho que você já o viu.
—Aquele ruivo, que dirige o Departamento de Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas? Sim, eu o conheço. Ele gosta muito dos aspectos não-mágicos da sociedade. Lembro-me de tê-lo visto em uma visita ao Ministério da Magia. Imaginei que seria Rufus Scrimgeour, Chefe da Seção de Aurores do Departamento de Execução das Leis da Magia.
—Não, ele assumirá a chefia do Departamento, pois Amélia Bones será a Vice-Ministra. E o que é que Tony está achando dos acontecimentos recentes, atentados, acidentes, desaparecimentos, etc? _ perguntou Fudge.
—Ele está de cabelos em pé, pois sabe que não pode ser apenas coincidência.
—Tem razão, Douglas. Tanta coisa acontecendo, principalmente os atentados terroristas ao redor do mundo, com vítimas trouxas e bruxas... parece até planejado para atingir a ambas as comunidades.
—Uma coisa assim, Cornelius, ultrapassa os limites do imaginável. Dá até a impressão que o tal do Voldemort...
—Por favor, evite falar o nome dele, Douglas. _ disse Fudge, tremendo.
—OK, Cornelius. Não entendo o medo que vocês têm de pronunciar o nome do cara. Até parece que vai trazer algum azar, tipo minha língua cair.
—Não brinque, Douglas. O cara é perigosíssimo. Somente há pouco tempo eu comecei a perder o medo de dizer o nome dele, mas ainda me dá calafrios. Mas, o que você estava dizendo?
—Que dá a impressão que ele e seus bruxos das Trevas estão agindo juntamente com terroristas trouxas, direcionando os atentados para atingir aos mundos não-mágico e mágico, ao mesmo tempo.
—Pelas fórmulas de Paracelsus, Douglas! V-Voldemort associado a facínoras trouxas! Isso vai contra os princípios dele. É praticamente impossível mas, se essa possibilidade se concretizar, os dois mundos correm perigo. Os Aurores e o Departamento de Execução das Leis da Magia deverão ser avisados, as investigações deverão ser redirecionadas para trabalharem com essa hipótese (Fudge não sabia que Dumbledore e a Ordem da Fênix já estavam em ação no caso). Bem, acho que vou indo. Preciso retornar ao Ministério, a fim de avisá-los. _ e foi na direção do banheiro.
—Vai, como é mesmo... desaparatar? _ Collingwood perguntou.
—Sim, Douglas.
—Às vezes gostaria de ser um bruxo. Principalmente quando vejo o quanto eu gasto de gasolina por mês. Aparatar e desaparatar seria uma economia substancial.
—Com certeza, Douglas. Um abraço no Tony e diga que ele e a Rainha são nossos convidados para a posse de Arthur, no dia do Equinócio de Primavera, ao meio-dia. Depois enviaremos os convites oficiais. Até mais.
Naquele momento, um homem de traços mouros irrompeu pela tabacaria a dentro, agarrando Fudge e Collingwood. Gritou: “Allah akbar”!! e sussurrou ao ouvido de Fudge: “Lembre-se”.
O último pensamento de Fudge, quando os explosivos que o suicida trazia à volta do corpo foram detonados e sua vida se esvaía no clarão e no estrondo da explosão foi a lembrança de uma frase que lhe havia sido dita: “Você tomou sua decisão e, de agora em diante, conviverá com as conseqüências dela”.


Em Hogwarts...
—Fudge e Collingwood. _ comentou Harry _ Não pode ser apenas coincidência.
—Até parece que alguém no Ministério anda vigiando os passos dos funcionários de alto escalão, principalmente os que têm algum tipo de ligação com Dumbledore. _ disse Rony.
—Quem será que foi o alvo? _ perguntou Luna.
—É difícil dizer, Luna. _ respondeu Janine _ Fudge era o Ministro em exercício e Collingwood era um elemento de ligação entre os mundos trouxa e bruxo. Não dá para dizer, com certeza, qual deles era o alvo principal e qual morreu como bônus, a não ser que... _ e, assim como Draco, deixou a frase na metade.
—O que, Jan? _ perguntou Hermione _ Será que coincide com o que eu estou pensando? Que o alvo era duplo?
—Exato, Mione. Esse atentado é um golpe nos dois mundos. Se Voldemort ainda possui espiões no Ministério, os passos de Fudge deviam estar sendo vigiados, mesmo que ele estivesse apenas aguardando para passar o cargo. Quanto a Collingwood, quem pode garantir que ele não estivesse sendo vigiado ou mesmo que não tivesse sido induzido por magia a ir à tabacaria naquela hora, para que ele e Fudge fossem vitimados pelo mesmo terrorista suicida?
—É possível, Jan. Não só possível como bastante provável. Mas pode haver, ainda, um terceiro fator nesse crime, que envolve você. _ comentou Draco.
—Como assim, Draco? _ perguntou Janine, curiosa.
—Voldemort sabe que Lauren é sua amiga, tanto que houve uma tentativa de seqüestro contra ela e Shanna, há alguns meses, que foi frustrada pelos Feitiços de Segurança que Lupin e Tonks lançaram sobre elas, lembra-se?
—Sim, me lembro. Mas, onde quer chegar?
—Creio que, na mente distorcida daquele psicopata, a morte do pai de uma amiga chegada, ex-companheira de apartamento, poderia ser interpretada como um recado, tipo: “Não me esqueci da senhorita, Srta. Sandoval, nem do ridículo que me fez passar em Azkaban. Isso também é uma amostra do que espera pela senhorita”.
—Não é de todo absurdo pensar assim. _ comentou Janine _ Eu ainda me lembro da cara dele, quando eu disse que não era mais virgem.
—A quinta Pedra de Sankhara, na qual ele estava prestes a pôr as mãos, simplesmente sumiu do alcance dele para sempre. _ disse Luna _ Ele deve estar pensando em alguma vingança bem dolorosa para você.
—É, gente. Talvez começando por me dar uma camisa do Grêmio de presente.
—Fala sério, Jan. Só mesmo você para fazer brincadeira com uma coisa dessas. _ disse Gina.
—Me encolher de medo , me michar para o cara é que eu não vou, Gina. Melhor enfrentar com bom humor.
—Onde foi que já ouvi isso antes? _ perguntou Gina, olhando para Harry. Os dois riram. _ Você está certa, Jan. Não devemos demonstrar medo, pois ele utiliza isso como arma.
Foram para as suas aulas. Janine responderia à carta de Lauren na primeira hora livre que tivesse.

Ao final da aula de Feitiços os alunos saíram, embolando-se ao passarem pela porta. Aproveitando-se da confusão Blaise aproximou-se de Harry e sussurrou ao ouvido dele:
—Encontre-se comigo na sala desocupada ao lado da sala de Transfiguração. Preciso falar com você.
Harry piscou disfarçadamente, concordando. No corredor, encontrou-se com Draco. O sonserino disse:
—Notei que Blaise quer falar com você e acho que faço uma idéia do motivo. Blasius tem agido de forma meio estranha, ultimamente.
—O irmão gêmeo dela? Blasius é o cara mais discreto e sossegado que eu já vi. Se ele não tivesse sido selecionado conosco, acho que nem saberíamos que Blaise tem um irmão. Só quer saber de estudar e nunca mostrou tendência às Trevas.
—Pode crer. É um dos poucos que freqüentam a Biblioteca tanto quanto a Mione. _ comentou Draco.
—Bem, vamos ver o que ela quer. Temos um período livre antes da aula de Transfiguração. Por falar nisso, Draco, você já notou como é grande a freqüência de gêmeos entre os bruxos?
—É verdade. Podemos citar vários exemplos, idênticos e não-idênticos.
—Fred e Jorge Weasley, Heiko e Tetsuken Musashi, Parvati e Padma Patil...
—...Alvo e Aberforth Dumbledore, Tio Rudy e Rabastan Lestrange, Blaise e Blasius Zabini e ainda mais dois pares na minha família.
—Quem? _ perguntou Harry, curioso.
—Meu avô, Abraxas, era gêmeo com meu tio-avô Jean-Marc e ainda havia outro par de gêmeos, seus irmãos Gryphus e Gérard.
—Impressionante. Bem, já vou indo. Estou curioso para saber o que ela tem a dizer. Por via das dúvidas, vou invisível. _ e cobriu-se com a Capa de Invisibilidade.
—Harry, não sei se foi você que cresceu ou a capa que encolheu, mas seus pés estão facilmente visíveis.
—Acho que posso dar um jeito nisso, Draco. _ Harry tirou a capa, apontou sua varinha para ela e disse: “Enlargio”! Imediatamente a capa cresceu, alargando-se o suficiente para cobrir seus pés _ Agora está melhor. Acredito que meu pai também deva ter passado por situações assim.
Harry seguiu para a sala, avisando Gina por telepatia, para que ela não estranhasse sua ausência no período livre que tinham planejado passar juntos antes da aula seguinte.
Chegando à sala, viu que Milly estava parada à frente da porta.
—Oi, Milly. _ sussurrou ao passar por ela.
—Oi, Harry. _ respondeu Milly, depois de um pequeno instante de surpresa _ Blaise está dentro da sala. Vou ficar aqui fora, vigiando.
—OK, obrigado, Milly. _ e Harry entrou na sala. Foi até onde Blaise estava sentada, com um ar triste no rosto.
—Blaise, estou aqui. O que houve?
A jovem sonserina olhou para Harry, que acabara de tirar a capa. Seus olhos castanhos estavam úmidos e vermelhos. Abraçou Harry e começou a chorar. Harry conjurou um lenço e ela enxugou os olhos.
—Grazie, bello. Harry, estou preocupada com il mio fratello, Blasius. Há algum tempo que ele não é mais o mesmo.
—Draco chegou a comentar que seria esse o problema. Conte tudo para mim, Blaise.
—Ele tem agido de modo estranho, freqüentado menos a Biblioteca e também anda a parlare molto sobre coisas das Trevas, algo para o que ele nem ligava antes. Está até se parecendo com o Draco dos velhos tempos, todo cheio de preconceitos e com aquela arrogância típica dos piores sonserinos. Notei que isso começou há umas três semanas, depois que ele começou a namorar V-Val... _ e voltou a chorar, no ombro de Harry.
—Valérie Malfoy. Acho que a harpia está, aos poucos, mostrando suas garras. O problema é que não dá para usar isso como prova contra ela. No máximo vão dizer que ela apenas despertou uma tendência que ele já possuía e não que ela está doutrinando novos potenciais trevosos.
—Martinette Montségur me disse que ela fazia a mesma coisa em Beauxbatons e que colecionava namorados.
Naquele momento Milly entrou na sala.
—Blasius vem vindo aí e está com um olhar capaz de matar um basilisco. Não vai dar tempo de você sair, Harry. Cubra-se com a Capa de Invisibilidade e fique em silêncio.
Mal Harry cobriu-se com a capa, a porta abriu-se e Blasius entrou, pisando duro e com uma expressão furiosa nos olhos. Olhou para Millicent e disse:
—Milly, poderia nos dar licença por alguns instantes, per favore?
—Sem problemas, Blasius. Assunto de família é sagrado. Até mais.
—Grazie, Milly. Até mais. _ e, depois que ela saiu da sala, voltou-se para a irmã _ É verdade aquilo que eu soube? Você andou falando coisas a respeito de Valérie que chegaram ao meu conhecimento e eu não gostei nadinha.
—Pansy me perguntou sobre coisas que Martinette Montségur, da Corvinal, havia me dito e eu apenas repeti.
—Martinette, aquela francesa que namora aquele crioulinho sangue-ruim da Grifinória, Dean Thomas? Aquele que namorava aquela traidora do sangue, Gina Weasley, que agora é noiva de Harry Potter?
—Blasius, mesmo bruxos das Trevas, embora possam chamar alguém de “sangue-ruim”, jamais discriminam alguém pela cor da pele. Estou abismada com a sua mudança. _ disse Blaise, com uma expressão de censura no olhar.
—Scusami, sorella mia. Acho que me excedi. Mas o que foi que a “Baguete Insegura” lhe disse?
—Promete que não vai ficar com raiva de mim, fratello mio? Só vou lhe repetir o que ela me disse. Que Valérie é partidária do Lorde nós sabemos. Mas Martinette me disse que ela no prestava por ser uma verdadeira devoradora de rapazes, uma colecionadora de namorados que depois que se cansava de um deles descartava-o, sem a menor preocupação sobre se o estava magoando ou não. Eu apenas fiquei preocupada, fratello. Gosto molto di te e não quero que sofra por alguém que não vale a pena.
—Tem certeza de que é só por isso, sorella?
—Sim. Você é meu irmão gêmeo e é muito importante para mim. Io ti amo, caro mio. De verdade.
—Valérie me disse que haveriam falatórios. Ela realmente possuía essa fama em Beauxbatons, mas deixou isso para trás. Sinto que, comigo, ela é sincera e está dizendo a verdade. Sabe, sorella, ela abriu meus olhos para muitas coisas e eu cheguei à conclusão de que devo tomar partido em relação ao Lorde e aos assuntos da Ordem das Trevas. Não se preocupe, Blaise, pois eu não sofrerei. _ e abraçou a irmã, beijando seu rosto _ Lembre-se, cara mia, de que eu fui o primeiro a compreendê-la e apoiá-la quando você disse à nossa família que era homossexual e que namorava Millicent Bulstrode. Fiz de tudo para que nossos pais e irmãos entendessem e aceitassem sua opção até que, hoje, toda a família é bem resolvida quanto a isso e ninguém nos incomoda com piadinhas de mau gosto. Só lhe peço que também me compreenda e não me censure. Até mais, sorella mia. _ beijou-a novamente e saiu da sala.
Quando ele virou em um corredor, Harry saiu de baixo da Capa de Invisibilidade e Milly entrou na sala.
—Você viu tutto, Harry? _ perguntou Blaise.
—Sim, Blaise. Seu irmão está sendo sincero no que diz, principalmente em relação às Trevas. Senti o Ki dele e vi que não está entregue, embora a freqüência vibracional tenha se alterado. É bom ficarmos de olho nele mas, por enquanto, não poderemos fazer nada.
—É melhor sairmos daqui e nos misturarmos com o pessoal que está vindo para a aula, para que não desconfiem de niente.
—De acordo. _ disse Harry, novamente cobrindo-se com a capa e saindo da sala _ Depois a gente se vê. Até mais, meninas.
—Até mais, Harry. _ Milly e Blaise saíram e juntaram-se aos outros alunos. Harry avançou até o final do grupo, tomando cuidado para não esbarrar em ninguém, até chegar aos últimos. No final do grupo estavam Draco e Janine, acompanhados por Pansy, os dois sonserinos cumprindo suas funções de monitores. Emparelhando com eles, tirou a capa. Draco, que já havia sentido o Ki de Harry, apenas perguntou:
—E então, Harry?
—Na mosca, Draco. Era sobre Blasius que ela queria falar. E o assunto era importante. _ e contou aos amigos o que se passara, mesmo na presença de Pansy, pois ela já era uma aliada do lado da Luz há tempos.
—Quer dizer que Blasius está sendo influenciado por sua prima, Draco? Já me disseram várias coisas sobre ela. _ comentou Pansy _ E poucas delas eram boas.
—Você acha que ele pode estar sendo dominado por algo tipo Poção de Amor ou Maldição Imperius? _ perguntou Draco.
—É uma possibilidade, sendo que também temos de pensar em Saiminjutsu.
—Ou pior. _ disse Janine _ Eu acho que ele está realmente apaixonado por Valérie.
—Como pior? _ perguntou Harry.
—Maldições, Poções e Saiminjutsu possuem antídotos ou podem ser neutralizados mas um sentimento verdadeiro não termina assim tão simplesmente.
—Tem razão. _ disseram os rapazes. Juntaram-se ao restante dos alunos e foram para a aula de Transfiguração. Depois da aula contaram o ocorrido aos outros Inseparáveis.

Finalmente chegou o feriado do Dia das Bruxas e a primeira visita do ano a Hogsmeade. Os Inseparáveis dirigiam-se para o Saguão, a fim de passarem pela liberação de Filch. Janine contava aos amigos coisas sobre bandas de Pop Rock gaúcho da atualidade, tais como Cachorro Grande, Papas da Língua, Ultramen, Comunidade Nin-Jitsu, Tequila Baby, Nenhum de Nós e várias outras. Também falava sobre grupos de música tradicionalista e suas canções que evocavam o espírito guerreiro dos antigos colonizadores e grandes vultos do estado, bem como os valores de respeito à família, às tradições e também falavam da alegria e espírito festivo do gaúcho. Ao virarem em um corredor, deram de cara com Dumbledore e Mason, que lhes fizeram sinal para que ficassem em silêncio. Os Inseparáveis juntaram-se aos professores e espiaram o que estava acontecendo no corredor.
—Será que ele vem, Te-chan? _ perguntou Heiko.
—Ele não perderia uma oportunidade dessas, He-chan. Se envolver confusão, ele vai aparecer. _ respondeu Tetsuken _ Mas, por via das dúvidas, vou chamá-lo. PIRRAÇA!!! APAREÇA, PIRRAÇA!!!
Em menos de dois segundos o Poltergeist desordeiro materializou-se na frente dos gêmeos Musashi.
—Chamaram o velho Pirraça e ele veio. Mas o que os sushizinhos querem com o rei da confusão de Hogwarts?
—Depois te mostro onde está o sushizinho, seu abusado. _ disse Tetsuken _ Avisaram você que temos algo que pode lhe interessar?
—Avisaram, mas não sei não, crianças. O velho Pirraça está desconfiado. Vocês não estão querendo me pregar uma peça?
—E quem conseguiria ludibriar Pirraça-san, o senhor do caos? Até onde eu sei, ninguém conseguiu essa proeza. _ disse Heiko _ Não seríamos nós, dois meros alunos do primeiro ano que conseguiriam.
—Mas, se você não estiver interessado... _ disse Tetsuken, dando as costas para o Poltergeist.
—... A gente vai, simplesmente, voltar para a Torre da Grifinória e ninguém fala mais nisso. _ completou Heiko.
—Esperem, também não é assim. _ disse Pirraça, agora curioso com a surpresa prometida pelos gêmeos _ Vocês têm certeza de que isso vai garantir boas risadas?
—Com certeza, boas risadas. _ disse Heiko.
—Isso nós garantimos, Pirraça-san. _ reforçou Tetsuken.
—Então me mostrem. _ pediu Pirraça, ávido por uma nova brincadeira de mau gosto ou pegadinha para os estudantes.
—OK. Pegue! _ e lançaram, cada um, uma pequena esfera perolada no ar, as quais Pirraça pegou nas mãos, apertando-as e perguntando:
—Mas é só isso?
—Claro que não. _ responderam os gêmeos _ 5..., 4..., 3..., 2..., 1..., ZERO!!!
BLUORCHT!!! As duas esferas explodiram nas mãos de Pirraça com um barulho úmido, envolvendo-o em uma espécie de espuma, sem deixar nenhuma parte do corpo do Poltergeist à mostra. Pirraça debatia-se e, quanto mais ele se mexia, mais aquela pasta endurecia, até deixá-lo totalmente envolvido em um tipo de casulo, completamente imobilizado e xingando os gêmeos Musashi com todos os palavrões existentes e mais alguns de sua própria autoria, prometendo retribuir a peça na primeira oportunidade.
—Vocês vão ver, sushizinhos! Isso não vai ficar assim! O velho Pirraça vai se vingar!
—Já disse que depois te mostro onde está o sushizinho. Agora fique quieto que daqui a pouco essa espuma vai ficar quebradiça e você vai poder se libertar com qualquer movimento. _ disse Tetsuken, consultando um cronômetro e fazendo outra contagem regressiva _ 5..., 4..., 3..., 2..., 1..., ZERO! Já pode se mexer, Pirraça.
Com um pequeno movimento, o casulo se rompeu e Pirraça saiu de dentro dele, com uma cara de dar medo no Sinistro, sendo tranqüilizado pelos gêmeos:
—Calma, Pirraça-san. _ disse Heiko _ Precisávamos testar o nosso Casulo Instantâneo em um ser incorpóreo, tal como um fantasma...
—... Ou um Poltergeist. _ completou Tetsuken _ Se isso funcionou com você, é capaz de funcionar com qualquer um. As esferas são ativadas por pressão. Você as acionou ao apertá-las.
—Mas vocês disseram que isso iria garantir boas risadas!
—Com certeza, Pirraça-san. _ disse Tetsuken, começando a rir, gostosamente _ Mas nós não dissemos para quem.
—Para nós certamente garantiu. _ disse Heiko, acompanhando o irmão nas risadas.
—Mas não há risco de asfixiar a vítima? _ perguntou Pirraça. Por mais desordeiro e malcriado que fosse, o Poltergeist jamais faria uma brincadeira letal com algum aluno.
—Não se preocupe, Pirraça-san. _ disseram os gêmeos _ Testamos em nós mesmos, antes de usarmos em você. A espuma permanece porosa e permite a respiração, mesmo quando se solidifica.
Pirraça despediu-se dos gêmeos, agora rindo tanto quanto eles, ganhando alguns Casulos Instantâneos de presente. Heiko e Tetsuken Musashi foram para a Torre da Grifinória, felizes porque sua experiência dera certo.

Também rindo com a cena que presenciaram, Dumbledore, Mason e os Inseparáveis retomaram o caminho para o Saguão, a fim de irem para Hogsmeade.
—Fantástico. _ disse Dumbledore _ Pirraça já estava aqui quando eu era estudante e olha que isso faz tempo. Jamais alguém tinha conseguido pregar uma peça nele desde aquele tempo... até hoje. Creio que poderemos esperar grandes coisas daquele casal. Foi realmente uma grande idéia, Derek, solicitar ao Ministério da Magia do Japão que eles fossem educados em Hogwarts.
—Obrigado, Diretor. _ respondeu Mason _ Meu avô adotivo, Ryusaku Komori, era amigo da família Musashi e isso facilitou nosso contato. Mudando de assunto, viram o Profeta de hoje? Mais um desaparecimento misterioso.
—Eu vi. _ respondeu Hermione. _ Horatio Slughorn. Quem é ele?
—Era diretor da Sonserina quando meus pais eram estudantes e lecionava Poções. _ respondeu Draco.
—Exatamente. _ disse Mason _ Era um sujeito muito esperto, sempre reunindo ao seu redor pessoas que ele sabia serem destaques ou que seriam importantes no futuro. Ele possuía um excelente faro para isso e poucas vezes se enganou. Em troca, sempre tecia uma teia de influências e vantagens de vários níveis, desde o seu doce preferido até interferir na nomeação de alguém para algum cargo. Mas nunca foi um mau sujeito e sempre foi contra as Trevas. Na verdade só queria levar uma vida confortável. Não creio que tenha passado para o lado de Voldemort, acredito antes que deva ter fugido para não ser localizado pelos Death Eaters.
—Concordo com você, Derek. _ disse Dumbledore _ Bem, acho que desta vez irei ao Cabeça de Javali, pois soube que eles receberam uma partida de um excelente hidromel. Até mais, jovens. Derek, você vem comigo?
—Com certeza, Diretor. Até mais, jovens.
—Até mais, Diretor. Até mais, Prof. Mason. _ os Inseparáveis despediram-se e foram para a fila de alunos que passavam por Argus Filch, que conferia as listas. Após a liberação, seguiram pela estrada até Hogsmeade. Embora pudessem desaparatar até o povoado, preferiam caminhar e apreciar a paisagem outonal.

Chegando a Hogsmeade, notaram que o povoado permanecia tranqüilo, como que alheio à guerra entre a Luz e as Trevas que era travada no restante do mundo.
—Incrível como Hogsmeade parece não haver sido afetada pela guerra. _ comentou Luna.
—A proteção foi triplicada e o Departamento de Execução das Leis da Magia aumentou o efetivo de Aurores no destacamento. _ disse Hermione, olhando ao redor _ O Death Eater que entrar aqui não sai... vivo.
—Vejam! _ disse Harry _ Tem loja nova no povoado.
Bem à frente dos Inseparáveis estava uma livraria, tendo na fachada a seguinte inscrição: “MAGIA DAS LETRAS – LIVROS BRUXOS E TROUXAS”. Eles entraram e logo Hermione ficou fascinada com a variedade de livros nas estantes. Livros didáticos no mesmo nível da Floreios e Borrões, romances bruxos, livros infantis e Best-Sellers trouxas.
—Vejam, “O Código Da Vinci”, “Anjos e Demônios”, “Ponto de Impacto”... Realmente, os livros de Dan Brown estão fazendo sucesso. _ disse Janine.
—E aqui temos todos os de Sidney Sheldon. _ comentou Hermione.
—Nesta estante estão os clássicos. _ disse Rony _ Shakespeare, Dickens, James Joyce e vários outros. Creio que esta livraria irá agradar a todo mundo.
Naquele momento, um senhor aproximou-se, cumprimentando os casais:
—Bom dia, jovens. Posso ajudá-los?
—Bom dia, senhor. _ disse Gina _ A livraria é sua?
—Não, senhorita. Sou apenas um funcionário... ei, a senhorita é Virgínia Weasley, filha do Ministro eleito, não é?
—Sim, sou. Aqueles são meu irmão, Ronald e meu noivo, Harry Potter.
—Então os outros só podem ser Hermione Granger, Luna Lovegood, Neville Longbottom, Draco Malfoy e Janine Sandoval, “A-Trouxa-Que-Virou-Bruxa”.
—Exatamente. _ disse Hermione _ Mas como o senhor sabe sobre nós?
—Ora, Srta. Granger, vocês estão no mais recente volume de “Hogwarts, Uma História”. Meu nome é Donald Grammercy e é um prazer conhecê-los. A sua batalha em Azkaban passou para a história. Só lamento pela morte da Sra. Malfoy, não precisava terminar assim. Conheci Lucius quando ele era garoto. Muito inteligente mas, infelizmente, fascinado demais pelas Artes das Trevas.
—É verdade, Sr. Grammercy, infelizmente ele seguiu um caminho muito errado. _ comentou Draco _ E ele queria me arrastar junto. Ainda bem que acordei a tempo de não afundar como ele. A principal responsável por isso ter ocorrido foi Janine. _ e abraçou a noiva _ Mas o senhor disse que era um funcionário desta livraria. Quem é o proprietário? Gostaria de cumprimentá-lo pelo excelente estabelecimento.
—A proprietária é a Srta. Ayesha Zaidan (“Onde foi que eu já ouvi esse nome, Ayesha?”, pensou Harry) e ela deve estar no Três Vassouras, pois é amiga de Madame Rosmerta e não a via há tempos. Talvez a encontrem se forem até lá.
—Está certo, Sr. Grammercy. _ disse Neville _ Muito obrigado e até mais.
—Até mais, jovens. _ Donald Grammercy despediu-se e os Inseparáveis saíram, em direção à Dedosdemel. Depois de reabastecerem o seu estoque de doces, foram para o Três Vassouras, pois o dia estava pedindo uma boa cerveja amanteigada.
Ao entrarem, viram que o balcão estava sendo dirigido por Doncaster, enquanto Taylor providenciava as bebidas e a jovem Srta. Sanders servia as mesas. Madame Rosmerta estava sentada a uma mesa, em companhia de Severo Snape, com várias folhas de pergaminho à sua frente, os dois bastante entretidos mas sem que ela perdesse um detalhe do que ocorria no seu bar.
—Olá, Madame Rosmerta. Olá, Prof. Snape. _ e, vendo as folhas de pergaminho _ Planos? _ perguntou Draco.
—Sim, Sr. Malfoy. _ disse Madame Rosmerta _ Eu e Severo estamos finalizando os planos...
—... Para o nosso casamento. _ disse Snape, sorrindo levemente e olhando para os Inseparáveis _ Já temos quase tudo pronto e só falta a data.
—Já têm alguma em vista? _ perguntou Hermione.
—Estávamos pensando em um dia no início de março. _ respondeu Snape _ A temperatura estará amena e contaremos com todos aqui, pois não haverão feriados importantes perto. Teremos tempo antes da Páscoa.
—Contem conosco. _ disse Harry.
—Obrigado, Sr. Potter. _ disse Madame Rosmerta _ Aliás, gostaríamos muito que fossem nossos padrinhos, juntamente com Mason, Sirius e seus pares.
—Pode contar que estaremos lá de pé e à ordem, como diz o Prof. Mason. _ disseram os Inseparáveis.
Os jovens foram procurar por uma mesa livre, sendo cumprimentados pelos colegas, exceto pela turma do mal, que encontrava-se em uma mesa mais afastada, com Gram Pritchard e Malcolm Baddock fazendo comentários desagradáveis em voz baixa, o que não passou despercebido a Harry. Encontrando uma mesa, dirigiram-se a ela, sendo educadamente cumprimentados por Valérie Malfoy e Blasius Zabini, que estavam de saída rumo à casa de chá de Madame Puddifoot. Em uma mesa próxima, Milly Bulstrode e Blaise Zabini deram um discreto aceno de cabeça e Milly fez, disfarçadamente, um sinal de “estamos de olho”. Sentaram-se e logo foram servidos. Após terminarem a primeira rodada de cerveja amanteigada, Harry viu que Baddock chamava por ele.
—O que será que aquele cretino pode querer com você, amor? Será que é mais alguma gracinha sem-graça? _ perguntou Gina
—Bem, se eu não for lá não vou saber. _ disse Harry, levantando-se e indo na direção da mesa dos sonserinos do mal.
Chegando lá, Harry disse a Baddock, com um olhar gelado:
—Espero, Baddock, que o que você tem a me dizer valha a pena e justifique o fato de eu ter me levantado de lá e vindo até aqui. Se eu tiver feito isso à toa, você vai se arrepender.
—Calma, Potter. Acho que você vai achar bem interessante. Formulei uma teoria sobre o que os “Insuportáveis Inseparáveis” têm em comum.
—E o que essa sua inteligência privilegiada concluiu, meu caro “Ancoradouro Ruim”? _ disse Harry, fazendo um trocadilho com o sobrenome de Malcolm.
Ficando vermelho, pois mesmo os sonserinos disfarçavam sorrisos, Malcolm Baddock disse a Harry, em um tom de voz audível nas outras mesas:
—Para cada um dos “Insuportáveis Inseparáveis” falta pelo menos uma coisa. Você, por exemplo. Para você, faltam os pais, assim como para o Longbottom. Para o Longbottom, faltam miolos, assim como para a Lovegood. Para a Granger e para a Sandoval, falta Pedigree, pois são duas sangues-ruins.
—Incrível. _ ironizou Harry.
—Acha incrível a minha teoria, Potter?
—Acho incrível, Baddock, que você tenha conseguido formular mais do que dois pensamentos coerentes em seguida. Eu pensava que você tivesse dificuldades para mascar um Chicle de Baba e Bola e caminhar ao mesmo tempo. Estou realmente admirado. _ disse Harry, alto o suficiente para ser ouvido na mesa dos Inseparáveis, que começaram a rir. Baddock ficou vermelho novamente, mas não parou de falar, enquanto Harry começou a ficar irritado, pois sabia o que viria a seguir, mas não demonstrou o quanto aquilo o desagradava:
—Bem, Potter, continuando a minha teoria, temos Draco Malfoy e os Weasley. Para eles falta a honra, pois são todos traidores do sangue, além de que para os Weasley ainda falta outra coisa: classe. Não importa que Arthur Weasley tenha sido eleito Ministro da Magia ou que a situação financeira da família tenha melhorado, jamais deixarão de ser uns camponeses grossos e sem finesse _ continuou dizendo Malcolm Baddock, ainda alto o suficiente para ser ouvido nas outras mesas, inclusive na dos Inseparáveis _ Oops... me esqueci, Potter. Gina Weasley é sua noiva, não é mesmo? Me desculpe, não tive a intenção de ofender.
—Não, Baddock, você teve a intenção. _ disse Harry, também de modo audível nas mesas vizinhas _ Mas não se preocupe, pois você precisará evoluir muito para chegar ao nível de conseguir me ofender. Desejo que tenha melhor sorte da próxima vez. _ Harry procurava controlar a vontade de transfigurar Baddock em uma barata e pisar nele, mas tinha maneiras mais refinadas de dar uma lição naquele cretino, das quais ele não se esqueceria. Através de telecinese, fez com que sua varinha escorregasse da bainha do antebraço esquerdo e flutuasse até sua mão direita, fora do campo de visão da gangue do mal, mas de forma perceptível para os Inseparáveis e que também não passou despercebido para Madame Rosmerta e para o Prof. Snape. Em seguida, fez um pequeno gesto e depois reembainhou a varinha, telecineticamente. Então retornou para a sua mesa, deixando Baddock com cara de idiota ( não que tivesse havido uma grande mudança).
—Harry, seu autocontrole é mesmo admirável. _ disse Draco.
—Pensei que você fosse arrebentá-lo, depois que ele falou aquelas coisas sobre nós. _ comentou Gina _ Está certo que não foi nada agradável ouvir aquilo, mas nada justificaria uma cena aqui no bar, meu amor.
—Não se preocupe, minha querida. _ disse Harry, sorrindo de um jeito bastante travesso, que lembrava Draco nos velhos tempos, quando aprontava com alguém _ Eu poderia partir a espinha daquele boçal em dois segundos com um Noi Cun, mas não queria me igualar a ele. Mas não podia deixar passar em branco, então resolvi dar o meu recado de uma maneira mais sutil.
—Sim, nós vimos que você fez alguma coisa, mas não sabemos o que. Poderia nos dizer? _ perguntou Luna.
—Calma, Inseparáveis. Na hora certa verão e reconhecerão o “Estilo Potter”. Garanto que não vão se arrepender.
Naquele momento, Madame Rosmerta fez um sinal para os Inseparáveis, chamando-os à sua mesa. Logo os oito estavam lá.
—Harry, querido, muito obrigado por não ter brigado com Baddock. Sei que ele foi extremamente desagradável, mas...
—... Mas não seria nada legal uma cena aqui no bar. Eu sei, Madame Rosmerta. Ainda me lembro do que a Jan disse no Dia dos Namorados, sobre o Três Vassouras ser solo sagrado para os alunos. Nenhum de nós se atreveria a duelar aqui.
—Mas você fez alguma coisa, Potter. Gostaria de saber o que foi, pois não reconheci aquele gesto. _ disse o Prof. Snape, curioso _ Só vi que foi um feitiço não-verbal.
—Não se preocupe, professor. _ disse Harry, com um sorriso moleque no rosto _ Não precisarão esperar muito tempo.
Como que em resposta às palavras de Harry, uma coisa começou a acontecer na mesa da gangue do mal. Malcolm Baddock remexia-se, inquieto. Em seguida, seu rosto passou a apresentar uma expressão de desconforto, logo substituída por uma cara de dor, que transformou-se em um esgar de agonia. Ele se levantou e saiu na direção dos banheiros, não sem antes passar pela mesa onde estava Harry e dizer:
—Quatro-olhos... desgraçado! Mestiço... filho de... um Grindylow! Quando ... quando eu descobrir... como você fez isso... eu v-vou me vingar... à altura, pode... esperar! _ e correu para os banheiros.
—O que você fez, Harry Potter? _ perguntou Madame Rosmerta, admirada _ Aquilo não pareceu com o Feitiço de Diarréia Instantânea do Sr. Draco Malfoy.
—Tampouco com a variante potencializada e com retardo da Srta. Janine Sandoval. _ comentou o Prof. Snape, cada vez mais curioso.
—Não, gente. Isso foi totalmente de minha autoria. É uma azaração para uso preferencial em homens, que faz as cuecas encolherem progressivamente alguns números, até que a vítima fica com uma dor insuportável nas... bem, vocês viram o resultado. A fórmula é “Reducio Indumentaria Intima”.
—Potter, você está ficando cada vez mais parecido com o seu pai. E olha que isso eu sei de cadeira, pois fui zoado por ele e pelos Marotos durante quase todo o curso. Sei muito bem do que estou falando. _ disse o Prof. Snape, entre sério e divertido.
—Obrigado, professor. Vou tomar isso como um elogio. _ disse Harry, rindo acompanhado por todos, enquanto ouvia-se um grito que veio do banheiro e ecoou por todo o interior do Três Vassouras: “OUÇA, HARRY POTTER, SEU MALDITO {[(*&%$#+-?/!#$*!!!)]}!!!! EU JURO QUE VOU MATAR VOCÊÊÊ!!!!!”
—Harry, eu me esqueci de avisar que Sirius queria falar com todos vocês, na Sala Reservada 2. _ disse Madame Rosmerta.
—OK, Madame Rosmerta. Estamos indo para lá. Muito obrigado.
Dirigiram-se para as salas reservadas e, ao passarem pela entrada dos banheiros, tiveram uma rápida visão de Malcolm Baddock jogando, em uma lixeira, uma cuequinha minúscula.
—Xii, acho que exagerei na dose. _ disse Harry, fazendo uma cara de inocente.
—Alguém mencionou omelete? _ perguntou Gina, divertida.
Bateram à porta e ouviram a voz de Sirius:
—Entrem. Eu estava esperando por vocês.
Entraram na sala e viram, sentado à mesa, Sirius Black acompanhado de uma bela mulher de traços árabes, aparentando uns vinte e poucos anos. Ambos sorriram e a mulher disse:
—É um grande prazer conhecê-los, jovens. Permitam que eu me apresente. Meu nome é Ayesha Zaidan e sou noiva de Sirius. Além disso, preciso agradecer por terem demonstrado uma grande afeição e prestado apoio ao meu filho.
—Seu filho? _ perguntou Rony.
—Sim, Rony Weasley. Eu sou a mãe de Jemail Bin Laden.


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