Harry Potter e o Legado de Avalon escrita por JMFlamel


Capítulo 20
MEMÓRias DE Uma Serpente - Parte 3




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CAPÍTULO 19

MEMÓRIAS DE UMA SERPENTE – PARTE 3: O LORDE DAS TREVAS




NOTA DO AUTOR: Este capítulo conclui a trilogia do passado de Voldemort, sob uma abordagem diferente, valorizando o ponto de vista do próprio Voldemort. A Autora diz que Voldemort jamais foi amado nem amou ninguém, com o que não concordo inteiramente pois, por mais maligno que seja, Voldemort não deve ser desprovido de emoções. Esta é a época pós-Hogwarts, na qual ele viajou pelo mundo nos últimos anos da II Guerra Mundial e no princípio da Guerra Fria, iniciando os primeiros Death Eaters e retornando à Inglaterra já como o Lorde das Trevas, dando continuidade aos Dias Negros e pondo em prática seus planos, até ser derrotado por um Harry Potter ainda bebê. Retrata também o seu sofrimento enquanto semimorto e o júbilo que sentiu pelo seu retorno. A fim de dar sentido à narrativa, foram necessárias mais algumas pequenas alterações cronológicas que, novamente, não comprometem a essência dos personagens. Aliás, o romance com Bellatrix é algo que poderia até acontecer nos livros, dada a devoção da bruxa às Trevas e a Voldemort. Creio que a leitura será boa e, novamente, aguardo corujas com os comentários.




J. M. Flamel


Sentado à mesa no terraço da mansão que lhe servia de esconderijo em Chamonix, França, Lord Voldemort acendeu outro Dunhill e serviu-se de mais uma dose de uísque de fogo, enquanto as cenas do filme de sua vida sucediam-se na tela mágica (“Tomamos, realmente, vários destinos depois da formatura”, pensou ele).

Depois de se despedirem na Plataforma 9 ½, cada um seguiu em uma direção. No decorrer de sua trajetória maligna, Voldemort tomou conhecimento do que ocorrera com cada um de seus antigos amigos. E de sua ex-namorada. Mas havia uma coisa que deveria fazer antes de qualquer coisa: passar no Orfanato Stockwell para uma última despedida, antes de correr o mundo. E foi isso que ele fez. Ao chegar, guardou seu malão no seu antigo quarto. Dentro dele estava o livro “Luzes da Trindade”, do qual ele havia arrancado as páginas que continham as explicações para localizar o Olho de Shiva. Foi então despedir-se de seus velhos companheiros. Ao voltar, pegou seu malão, parecendo que ele estava mais leve mas ele não deu importância.
Hospedou-se no Caldeirão Furado e, no quarto, abriu o malão, dando pela falta do livro.
—Maldição! Embora eu esteja com as páginas mais importantes, o livro é imprescindível para que o Olho de Shiva seja encontrado! Ele deve ter sido roubado no orfanato e agora eu preciso, além dos planos que tracei, procurar por ele. Mas isso não me deterá.
No dia seguinte, entrou pela Travessa do Tranco e dirigiu-se à Loja de Artigos Místicos Borgin & Burke’s, oferecendo-se como empregado. O Sr. Burke ficou admirado de que um jovem com tal currículo se sujeitasse a ser um simples funcionário, mas alguma coisa no olhar do jovem Tom Riddle o fez ficar calado. Então ele foi admitido e encarregado de Aquisições. Tal função ajustava-se perfeitamente ao seu perfil, pois ele possuía uma grande capacidade de persuasão que, aliada ao seu objetivo, permitiria concretizar seus planos, pois também queria colecionar, como uma espécie de símbolo, objetos que tivessem pertencido aos Fundadores, principalmente o medalhão de Salazar Slytherin, do qual sua mãe tivera de se desfazer quando em dificuldades financeiras. Antes disso, porém, havia algo a ser feito em Little Hangleton. E deveria ser feito o mais depressa possível.

Dois dias depois um jovem alto e pálido, de revoltos cabelos negros, tocava a campainha da Mansão Riddle, em Little Hangleton. Foi atendido por Cecília Westwood-Riddle, que o conduziu à sala de refeições, onde a família estava reunida. Ele notou que não havia nada que indicasse a presença de crianças na casa, com o que presumia que Cecília não tivera filhos. Lá chegando, o velho Thomas Riddle perguntou, com arrogância:
—O que o traz à mansão e às terras dos Riddle, meu jovem? Seja rápido, pois somos bastante ocupados.
—O que me traz aqui, Sr. Riddle, é uma aquisição. Pretendo adquirir as terras e bens dos Riddle.
Os três riram-se das palavras do jovem, achando que ele estava louco.
—O que o faz pensar que nosso patrimônio está à venda, meu jovem? _ perguntou Tom Riddle pai.
—O senhor não me compreendeu, Sr. Riddle. Não pretendo comprar. _ disse o jovem, sequer olhando para seu pai _ O senhor irá, generosamente, me oferecer tudo.
—Deve estar doido, garoto! _ exclamou Cecília, acompanhando os risos do marido e dos sogros.
—Creio que não me fiz compreender. Ou vocês precisam prestar mais atenção às minhas palavras. _ e sacando a varinha _ “Inmobulus”!
A família Riddle foi atingida pelo Feitiço Imobilizador, ficando apenas ali parada, assustada com o que acontecia.
—Acho que agora estão começando a entender o que está havendo e me reconhecendo, não é? _ o jovem Tom olhou para eles e viu um sinal de reconhecimento no olhar do pai _ Podem falar, o Feitiço Imobilizador não inibe a fala. Sim, meu pai. Eu voltei para reclamar o que é meu de direito. Vejo que não tiveram filhos. Você é estéril, Cecília, minha madrasta?
—S-sim. Não p-posso ter filhos. _ Cecília respondeu, apavorada.
—Meus avós, que tanto carinho me dispensaram, até que eu manifestei magia e então todos me descartaram, como meu pai já havia feito com minha mãe, Merope Gaunt. Sim, família Riddle. Sou o membro mais jovem, Tom Marvolo Riddle. E logo serei o único.
—C-como assim? _ Tom perguntou ao filho.
—Ora, meu pai, vocês vão assinar os documentos que estão nesta pasta que trago, os quais constituirão um testamento, transferindo para mim a posse de todas as terras e bens dos Riddle como herança. Afinal de contas, minha cruzada para a purificação da Bruxidade exigirá investimentos e eu precisarei de fundos para tal.
—E depois? _ Thomas Riddle perguntou.
—Ora, meu avô, não lhes parece óbvio? Depois eu vou matar vocês.
—Como é? _ perguntou a avó.
—Minha avó, como último dos Riddle, tudo será meu por direito, depois que vocês morrerem. Eu só estou adiantando um pouquinho as coisas.
—E vamos assinar esses documentos com a maior das generosidades? Ainda mais sabendo que você pretende nos matar depois? Você não conhece sua própria família, meu filho. _ Tom Riddle pai caçoou.
—Não precisa ser de vontade própria, meu pai. Basta que assinem os documentos, é tudo de que eu preciso. “Finite Incantatem! Imperio” _ livres do Feitiço Imobilizador, os Riddle foram atingidos pela Maldição Imperius, ficando à mercê das ordens de Tom Marvolo Riddle _ Meu avô, assine os documentos. Minha avó, meu pai e minha madrasta, assinem como testemunhas.
Os Riddle obedeceram às ordens e entregaram ao jovem os documentos assinados.
Muito obrigado, família Riddle. O oficial do cartório já está esperando por esses papéis. Obviamente que ele também está sob o meu domínio, assim como vocês. Bem, agora é hora de me tornar o único herdeiro dos bens e também o único Riddle vivo. Se lhes serve de consolo, saibam que estão sendo as primeiras vítimas diretas do futuro Lorde das Trevas e que suas mortes servirão a um nobre propósito, que é o de manter a minha própria cada vez mais distante. Não estarão sendo vítimas de Tom Marvolo Riddle, mas sim de Lord Voldemort. Pena que não viverão para ouvirem novamente esse nome. AVADA KEDAVRA!!!
Em meio a um ofuscante lampejo de luz verde, os Riddle caíram mortos à volta da mesa de jantar, cada um em sua cadeira de costume. Em seguida, Voldemort retirou de um bolso de seu casaco um objeto e executou o ritual, da maneira como lhe havia sido dito que deveria fazer. Em seguida olhou para o seu diário dos tempos de estudante, o qual parecia ser o mesmo de sempre, sem a menor indicação de que ali encontrava-se oculto um fragmento de sua alma. Lord Voldemort acabara de fazer sua primeira Horcrux e iniciara sua longa trilha de mortes.
Depois de fazer o que fizera na Mansão Riddle, foi a uma cabana na orla da floresta e lá teve seu primeiro e último encontro com seu tio materno, Morfino Gaunt. Ao sair da cabana, deixou lá um Morfino sob efeito de um Feitiço de Memória e com uma falsa recordação implantada em sua mente, a de que ele assassinara os Riddle por vingança pela morte de sua irmã, Merope. Isso deveria satisfazer a justiça bruxa, já que para os trouxas o principal suspeito acabaria sendo o jardineiro, Frank Bryce. Ele retornara para casa devido a ferimentos sofridos durante a guerra. Também levava no bolso uma recordação de família, um anel de ouro com uma pedra de ônix engastada e nela um brasão. O brasão dos Pevereel.
De volta a Londres apresentou-se na Borgin & Burke’s, pronto para assumir sua função como encarregado das aquisições da loja. Suas atribuições consistiam em procurar bruxos possuidores de objetos que pudessem interessar à loja, fazendo propostas de compra que favorecessem a ambas as partes mas, principalmente, à Borgin & Burke’s. Os objetos não eram todos dotados de poderes nem necessariamente ligados às Artes das Trevas. Era suficiente que interessassem a outros compradores, servindo a loja como intermediária e recebendo uma generosa comissão. O jovem Tom ficou satisfeito, pois tal trabalho lhe possibilitaria procurar os objetos que interessavam pessoalmente a ele. O Sr. Burke estranhou que as faces de Tom Marvolo Riddle pareciam estar mais encovadas do que há alguns dias atrás. Este justificou o fato com a desculpa de uma forte gastroenterite, explicação aceita pelo patrão que achou melhor e mais seguro não especular as verdadeiras razões, pois alguma coisa lhe dizia que aquele jovem era mais do que aparentava. Na verdade, eram os primeiros sinais resultantes da Horcrux.

Instalado em um pequeno apartamento no próprio Beco Diagonal, Tom ocupava-se em ler os jornais. Tanto o Profeta Diário quanto o London Times continuavam a trazer notícias da guerra. Ele viu que, mesmo com o avanço aliado sobre a Itália, Mussolini conseguira restabelecer o governo fascista, com o apoio dos alemães. Aquele período ficaria conhecido como “A República de Saló”, a qual duraria até 28 de abril de 1945, com a captura do Duce e sua execução pelos Partigiani. Ele viu que a Itália havia rompido com o Eixo e declarado guerra à Alemanha, em 13 de outubro e que, em 18 de novembro, houvera um grande ataque aéreo britânico a Berlim (“Realmente, o panorama dessa guerra está cada vez mais favorecendo os Aliados. Algo me diz que Grindelwald não irá escapar. Soube que foi formado um exército de bruxos para combatê-lo e ouvi dizer que Dumbledore faz parte dele. Talvez seja essa a razão daquelas suas ausências. Salvatore Zabini também engajou-se na guerra, eu soube. Foi para a Itália e juntou-se aos Partigiani, juntamente com Giuletta Fornari e parece que pretendem casar-se, depois que a guerra terminar. Veremos o que o futuro nos reserva”, pensou ele).
Assim terminou mais um ano. Tom Riddle ocupava-se em procurar pelos objetos que os patrões lhe determinavam até que, certa ocasião, percebeu ter tirado uma dupla sorte grande na sua busca de lembranças dos Quatro Grandes. A oportunidade apresentava-se e ele tratou de aproveitá-la.
Uma gorda e já meio idosa bruxa, chamada Hepzibah Smith, possuía um objeto bastante valioso feito pelos duendes, pelo qual Tom havia recebido a tarefa de fazer uma oferta. Mas haviam outros que não estavam à venda, principalmente dois que atraíram a atenção dele. Acontece que Hepzibah era descendente de Helga Hufflepuff e tinha em seu poder a taça mágica que pertencera à ancestral. Mas se aquilo já atraíra Tom Riddle, o outro objeto que a bruxa possuía obrigou Tom a recorrer a toda a sua força de vontade para não tomá-lo das mãos dela. Ela estava com o medalhão que havia pertencido à sua mãe e que Merope Gaunt fora obrigada a vender quando estivera em péssima situação financeira e em gravidez avançada.
O medalhão de Salazar Slytherin.
Tom continuou a visitar Hepzibah Smith várias outras vezes, a mando do Sr. Burke mas, na verdade, de olho nas relíquias dos Fundadores. Um dia, pediu demissão do seu emprego e desapareceu, a pretexto de viajar pelo mundo. Foi a última vez em que viram Tom Marvolo Riddle. A partir dali, passava a existir apenas Lord Voldemort.
O corpo de Hepzibah Smith foi encontrado no dia seguinte. Sua criada, uma velha elfo doméstica chamada Hockey, disse aos investigadores do Departamento de Execução das Leis da Magia que a interrogaram que ela acabou colocando, por engano, veneno no chocolate noturno de sua patroa, em lugar de açúcar. A essa altura, Voldemort já estava longe da Inglaterra, de posse da taça de Helga Hufflepuff e do medalhão de Salazar Slytherin, sua herança de família, adquirindo poderes e conhecimentos negros, a fim de tornar-se o Lorde das Trevas.
Voldemort viajou por vários países do mundo, independentemente da guerra que ocorria, sempre buscando conhecimentos das Trevas por onde quer que passasse e eliminando discretamente quem se interpusesse no seu caminho. Na África, aprendeu os rituais secretos dos Mau-Mau e as técnicas de Zumbificação. No Haiti e na Jamaica tornou-se um expert nas mais avançadas formas de Vodu. No Brasil, país que achou bastante tranqüilo, estudou profundamente a mais maléfica Macumba e os poderes ocultos das Tsantsas, as cabeças encolhidas dos Jivaros. No Tibet e no Nepal, aprendeu a dominar os Yeti e a usá-los para seus propósitos. Sentado à mesa de um restaurante bruxo em Bangkok, onde estava estudando os meios para animar cadáveres, transformando-os em Inferi, ele lia um jornal, mantendo-se atualizado com os acontecimentos da guerra, desde o início do ano. Os Aliados avançavam cada vez mais, encurralando as tropas do Eixo em todas as frentes de combate. Berlim sofrera, em 4 de março, o primeiro bombardeio diurno por parte dos Aliados. Em 9 de maio, os soviéticos recapturaram Sebastopol. Os alemães iam recuando cada vez mais, embora ainda lhes sobrassem algumas cartadas, tais como as terríveis bombas voadoras V-1 e V-2 mas, antes disso, houvera o monumental desembarque dos Aliados na Normandia, em 6 de junho. Foi o início da retomada da França. Logo em seguida os Aliados reconquistaram Caen, em 9 de julho e, no dia 18, os americanos chegaram a St. Lô. Os campos de concentração também começaram a ser libertados, iniciando por Majdanek. Em 15 de agosto iniciou-se a invasão aliada no Sul da França e, no dia 19, a revolta da Resistência em Paris, culminando na libertação da cidade, no dia 25. Ele ficara sabendo que Jean-Marc Malfoy tivera participação fundamental nesses fatos, como uma dívida de honra para com sua falecida esposa.
Esposa? Sim.
Depois da formatura Jean-Marc Malfoy, assim como vários bruxos, juntara-se aos Maquis e apaixonara-se por uma jovem trouxa chamada Valentine D’Alembert, que usava o codinome “Violette”, provando que havia chegado a hora certa para o final de sua galinhagem, como ele próprio já dissera. Casaram-se em segredo e, depois que ela fora capturada e executada pela Gestapo, jurara vingança aos Nazistas e fizera com que pagassem duramente, não só pela morte dela mas também pelas de outros Maquis, tanto com balas quanto com feitiços. Após a libertação de Paris o jovem, em uma prova de amor, mudara oficialmente o seu nome, acrescentando o sobrenome dela e passando a chamar-se “Jean-Marc Malfoy D’Alembert”, em uma forma de carregá-la sempre consigo. Em 14 de outubro Erwin Rommel, a “Raposa do Deserto”, um dos poucos oficiais que não tinham grande afinidade pelos métodos de Hitler e Grindelwald, suicidou-se e, no dia 21, as câmaras de gás de Auschwitz funcionaram pela última vez. Mais um ano estava terminando e a guerra parecia que também logo iria terminar. Voldemort saiu do restaurante e dirigiu-se ao Atelier de um artesão bruxo, que confeccionava empunhaduras personalizadas para varinhas, as quais eram encaixadas e magicamente cimentadas à empunhadura original. Ele viu o trabalho do profissional e gostou, encomendando uma empunhadura em marfim, gravada com uma técnica chamada Scrimshaw, representando o tronco de um esqueleto e tendo o crânio dele por pomo. Uma aparência à altura do Lorde das Trevas. Pagou pelo serviço (“Dez galeões não me parecem ser uma quantia absurda por um trabalho dessa qualidade”, pensou) e prometeu recomendá-lo a outros bruxos, principalmente os das Trevas. Sim, pois por onde passava, Voldemort recrutava bruxos para seus efetivos, impressionando-os com seu poder e conquistando sua lealdade e respeito ou por vezes o medo. Seus métodos eram tão impressionantes e efetivos que seu nome passava a ser temido e muitos bruxos começavam a ter medo de pronunciá-lo. Estavam tendo início os Dias Negros.

Um outro ano teve início e os Aliados pressionavam cada vez mais as tropas do Eixo. Os soviéticos capturaram Varsóvia em 17 de janeiro e, no dia 26, libertaram Auschwitz. Em 12 de abril outros dois campos foram libertados, Büchenwald e Bergen-Belsen. Seis dias depois, os Nazistas renderam-se em Ruhr. Cada vez mais a guerra aproximava-se do seu fim, com a chegada dos soviéticos a Berlim no dia 21. Na Itália, as tropas Nazi-Fascistas iam sendo derrotadas, ainda mais com o reforço sul-americano. O Brasil, nação pacífica porém não indiferente aos acontecimentos da Europa, primeiro já havia aberto suas bases aéreas do Nordeste aos americanos, em virtude da sua situação geográfica privilegiada e, depois do torpedeamento de embarcações civis por submarinos alemães, engajara-se no conflito já desde o ano anterior, com a FEB incorporada ao V Exército Americano. Embora o contingente de 25 mil homens fosse algo de reduzido, frente aos efetivos já em solo italiano, o Brasil teve papel fundamental para a vitória nos Apeninos e a antecipação do fim da guerra na Itália. Um dos mais importantes elementos de ligação entre os Partigiani e a FEB era um bruxo, Salvatore Zabini. As vitórias brasileiras sucediam-se: Massarosa, Monte Comunale, Monte, Camaiore, Monte Prano, Lama di Sotto, Fornaci, Barga, Galiciano, Lama di Sopra, Pradescello, Pian de los Rios, Collo e San Chirico. Porreta-Terme, Monte Castelo (a mais dura das batalhas da FEB), Castelnuovo, Montese, Zocca, Montalto, Colecchio, Fornovo di Taro, Susa e, como se não bastasse, a rendição de toda uma Divisão de Infantaria Alemã, a 148ª, em Ponte Scodogna. Desnecessário dizer que, na FEB, haviam muitos bruxos, todos eles voluntários. Em 27 de abril, Benito Mussolini foi preso em Dongo, pelos Partigiani, sendo executado no dia seguinte juntamente com sua amante, Claretta Petacci. Seus corpos foram alvo de uma grande humilhação post-mortem.
No dia seguinte, os americanos libertaram o campo de Dachau e, em 30 de abril, Adolf Hitler cometeu suicídio no seu Bunker de Berlim, para não cair vivo nas mãos dos soviéticos sob o comando do Marechal Zukhov, que efetivou a conquista da cidade em 2 de maio. Porém a última batalha foi travada em Praga, na Tchecoslováquia, terminando no dia 10. Foi o fim das hostilidades no Teatro de Operações da Europa. Os alemães renderam-se, incondicionalmente.
Para Grindelwald, a situação também não foi nada boa. Tendo recebido ordens de Hitler para fugir e não se entregar aos Aliados, refugiou-se em um castelo nos Alpes, com seu exército bruxo das Trevas. Mas ele não contava com a interferência de um exército formado por bruxos da Luz, sob o comando de Alvo Dumbledore, o qual era denominado “Ordem da Fênix”. Uma invasão maciça do castelo e logo Grindelwald estava encurralado na Sala de Armas, cercado por Dumbledore e seus oficiais. Para não ser capturado, o bruxo das Trevas encarou Dumbledore e disse:
—Adolf Grindelwald considera-se bom demais para ser levado como um troféu para o Ministério da Magia ou para o Primeiro-Ministro Trouxa. Jamais me pegará vivo, Alvo. Assim como meu xará, Adolf Hitler, eu mesmo traçarei o meu destino. _ e apontou a varinha para si mesmo _ AVADA KEDAVRA! _ o bruxo das Trevas executou a Maldição e caiu morto aos pés de Dumbledore. Ao lado do professor de Hogwarts estavam vários de seus ex-alunos, inclusive Renata Wigder e Hiram Mason, que haviam alistado-se na Ordem da Fênix, logo depois da formatura, Voldemort ficara sabendo (“Minerva enganou-se. Renata manifestou magia aos dez anos e não aos nove, como ela havia dito quando nos apresentou, no Expresso de Hogwarts”, ele lembrou-se).
Os últimos a se renderem foram os japoneses e, mesmo assim, porque os americanos resolveram utilizar um método extremamente brutal para mostrar a eles que seria muito pior prolongar a guerra: em 6 de agosto, explodiram um artefato de enorme poder destrutivo sobre a cidade de Hiroshima e, no dia 9, outro sobre Nagasaki (“Bombas atômicas, se não me engano esse é o nome daquelas coisas. Depois eu é que sou maligno. Pelo menos eu não assassino milhares de pessoas de uma só vez sem ao menos vê-las e nem condeno gerações futuras a doenças e morte lenta em conseqüência disso. Os trouxas conseguem, às vezes, ser piores do que eu jamais pensaria ser”, Voldemort pensou). Por um fiapo de sorte ele havia saído do Japão alguns dias antes das explosões, levando consigo um objeto preciosíssimo.
Uma Dai Katana cuja empunhadura era ricamente adornada de esmeraldas.
Enquanto estava em Osaka,disfarçado como japonês através de um Feitiço de Transfiguração, pesquisando sobre um místico pássaro-demônio chamado Tengu que, segundo as lendas, teria dado origem aos Ninjas, Voldemort passou por uma loja de Souvenirs de propriedade de um trouxa, Daisuke Shimano. Olhou pela vitrine, estranhando o fato de aquela loja estar meio que preservada dos efeitos da guerra por todo o país, com a iminente invasão por parte dos americanos que, mais e mais, avançavam em direção à Terra do Sol Nascente e também achou estranho ter visto uma grande quantidade de objetos de Artes das Trevas expostos em uma loja trouxa. Interessando-se por um confortável e sóbrio quimono masculino, pagou o preço pedido e preparou-se para sair. Vendo que o estranho pagara sem discutir, o Sr. Shimano chamou-o e fez uma proposta:
—Vejo que o senhor é um homem de gosto apurado, Sr...
—Kazunari. Satoshi Kazunari. _ respondeu Voldemort, que estava usando um Feitiço de Idioma Vernaculum Niponica, a fim de falar fluentemente e entender o japonês _ Gosto de quimonos, Sr. Shimano. São bem mais confortáveis do que os ternos Gaijin, embora eles sejam bem elegantes.
—Com certeza, Satoshi-san. Mas, como o senhor é um homem de bom gosto e eu vi que não se importa em pagar o que um artigo vale, com certeza irá interessar-se pelo que eu tenho aqui. _ e conduziu Voldemort até o fundo da loja. De um escaninho ele tirou uma bela caixa laqueada, com a figura de duas serpentes entrelaçadas. Abriu sua tampa e tirou de dentro um volume envolto em um lenço de seda que, ao ser desenrolado, permitiu a Voldemort ver o que era. Uma belíssima Dai Katana. Sua lâmina era longa e levemente recurvada, seu fio era capaz de cortar pétalas de rosa boiando na água, como o Sr. Shimano demonstrou e sua empunhadura, bem como o guarda-mão, possuíam uma bela decoração de esmeraldas. Voldemort estava admirado.
—Magnífica, Daisuke-san. Como foi que o senhor a adquiriu?
—Uma herança de família, Satoshi-san, cuja origem está envolta em lendas. Essa espada vem passando de pai para filho desde o Século XVI e dizem que foi encomendada ao grande artífice Muramasa no Século XIV, tendo sido batizada com o nome de “Víbora de Aço” e destinada a um poderoso bruxo das Trevas europeu que viveu por mais de quinhentos anos, é o que parece. Mas ele não a utilizou por muito tempo e deixou-a sob a guarda de uma família não-bruxa, mas que compartilhava de suas idéias, até que seu legítimo herdeiro viesse a reclamá-la.
—E quem seria esse bruxo europeu, Daisuke-san? _ Voldemort perguntou, curioso _ A história tem fundamento, pois as lâminas Muramasa têm a fama de serem malignas e violentas, inclusive dizendo-se que o próprio artífice vendeu sua alma ao Senhor dos Demônios do Mundo Inferior, em troca da promessa de que suas lâminas jamais seriam vencidas em combate.
—Dizem que seu nome revelar-se ia na lâmina, ao ser empunhada por seu herdeiro de direito. Minha família vem guardando essa obra de arte desde então mas eu não tenho certeza de que seja verdade. Porque dizem que esse bruxo desprezava quem não tinha poderes mágicos então, como confiaria em quem não fosse bruxo?
—Tem lógica, Daisuke-san. Mas, se esses trou... digo, não-mágicos, provassem ser dignos, acredito que mesmo um bruxo orgulhoso abriria uma exceção. Ou talvez ele precisasse de alguém que fosse seus olhos e ouvidos no mundo dos que não tivessem a capacidade de manipular magia. E quer dizer que desde então a sua família vem sendo a guardiã dessa maravilha?
—Hai, Satoshi-san. Meu pai, que já passou para o Grande Vazio, me contou essa história, que ouviu do pai dele e assim por diante. Pode ser apenas uma lenda mas, quem sabe?
—Sim, Daisuke-san. Por gentileza, permita-me empunhá-la. Ela é muito pesada?
—Não, Satoshi-san. Ela é admiravelmente leve. Experimente.
Voldemort empunhou a espada Murasama e, no mesmo instante, sentiu a mesma coisa que houve na loja do Sr. Olivaras, quando experimentou sua varinha. Um calor que subia dos pés à cabeça e um brilho esverdeado envolveu a ele e à arma. Ante os olhos espantados de Daisuke Shimano e dele próprio, um nome começou a formar-se na base da lâmina em caracteres japoneses e em alfabeto ocidental.

“Salazar Slytherin”.

Era o que via-se gravado na lâmina daquela cintilante Dai Katana. Voldemort estava dividido entre a alegria e a admiração por ter encontrado a espada que pertencera a seu ancestral. Pelo seu lado, Daisuke Shimano quase não acreditava no que estava vendo. À sua frente, estava aquele por quem sua família sempre esperara. Ajoelhou-se e disse:
—Mestre! Mas eu não imaginava que o senhor fosse japonês. Para mim o senhor seria um Gaijin.
—Mas eu sou Gaijin, meu caro Daisuke-san. “Revertere Ad Forma Mea!!!” Veja como sou na realidade. _ e Voldemort mostrou-se com sua verdadeira aparência.
—E como devo chamá-lo, Mestre? _ Daisuke perguntou.
—Bem, eu adotei o nome “Lord Voldemort”. É assim que me chamo agora. Pode continuar me chamando de “Mestre” que para mim está bom.
—Mestre, essa espada é sua por direito. Leve-a, por favor. Agora eu sei porque ela nunca foi vendida, apesar de vários milionários já terem manifestado interesse por ela. Agora ela está nas mãos de quem deveria. _ e Daisuke pegou uma garrafa de saquê e dois copos. Serviu uma dose para cada um _ Kampai, Mestre.
—Kampai, Daisuke-san. _ Voldemort e Daisuke brindaram e tomaram seu saquê _ Vejo malas, Daisuke-san. Vai viajar?
—Hai, Mestre. Vou ver alguns parentes que moram em outra cidade.
—Onde?
—Hiroshima, Mestre.

Agora Voldemort ainda estava no Oriente mas primeiro fora aos planaltos e planícies isoladas da Mongólia, onde havia ido recrutar uma tribo de Kappas para os seus exércitos. Somente quando estava na Indochina e teve acesso a alguns jornais foi que soube o que havia acontecido (“Por Merlin, escapei por pouco, já que quase fui para Hiroshima com Daisuke. Ele era um dos poucos trouxas que conheci que valiam a pena, pois levava a sério sua missão. Acredito que ele deve ter sido vaporizado na explosão. Bem, mais um segredo para mim. Um trouxa que pensava como um bruxo das Trevas e que veio a merecer a minha estima”, pensou).
Da Indochina ele foi para a Palestina e para o recém-criado Estado de Israel, onde travou conhecimento com bruxos israelenses que perverteram a Kaballah, adaptando-a para a Magia Negra. Com eles aprendeu muitas coisas, entre elas como fazer um Golem. Retornando à Europa, foi para a Alemanha. O país estava reerguendo-se, recuperando-se dos estragos sofridos durante a guerra e o que mais queria era deixar para trás a infame marca do Nazismo. Vestindo um terno negro simples e usando óculos de sol, sentado a uma mesa de uma cervejaria de Berlim, com vista para o Brandenburger Tor, ele saboreava uma caneca bem gelada quando viu uma cara conhecida em uma mesa ao lado.
—Conrad! Conrad Mulciber!
—Mestre! Não imaginava encontrá-lo em um lugar trouxa.
—Me disseram que a cerveja deste lugar era excelente e vim conferir. E quanto a você, o que tem feito? _ Voldemort executou, disfarçadamente, um Feitiço de Privacidade, para que sua conversa não fosse ouvida por outras pessoas.
—Procurado espalhar a doutrina da Ordem das Trevas e preparado o terreno para o seu retorno, como me foi ordenado, Mestre. Vim para a Alemanha porque soube que havia um grupo de remanescentes do exército de Grindelwald, que se autodenominam “Cavaleiros de Walpurgis”.
—Alguém escapou daquela ação da Ordem da Fênix? Como?
—Parece que era uma facção dissidente e mais radical, que respeitava Grindelwald mas não concordava com sua aliança com Hitler. Eles queriam que o poder fosse tomado pelos bruxos, sem associação com trouxas. Mas, com o final da guerra, parecem estar meio perdidos...
—... E à espera de um líder que os conduza. Você tem como entrar em contato com eles, Conrad?
—Sim, Mestre. Inclusive, creio que eles têm algo que deverá interessá-lo.
—???
—Parece que eles guardam alguns frascos de Elixir vitae, dados a eles pelo próprio Grindelwald. Algo que eles não recusariam oferecer...
—... Ao seu Mestre natural, descendente de Slytherin. Agiu muito bem, Conrad. Tem como marcar uma reunião?
—Sim, Mestre. Inclusive eu já havia marcado um encontro com eles para essa noite. Antonin Dolohov, Stanley Nott e Charles Rosier também estão aqui em Berlim e participarão do encontro.
—Excelente, Conrad. Você sempre me serviu muito bem. Acho que está na hora de organizar os partidários das Trevas, pois eles andam meio dispersos. Creio que essa é uma das missões que me foram destinadas. Prosit! _ ergueu sua caneca e tocou a de Conrad Mulciber, em um brinde _ Agora me diga, Conrad, que notícias você tem de nossos contemporâneos de Hogwarts? Por onde anda Minerva McGonnagall?
—Ela desistiu da idéia de ir para a Academia Européia de Aurores e está se preparando para seguir carreira como professora. É provável que vá para Hogwarts nos próximos anos. Falando nisso, Dumbledore assumiu a direção, depois da aposentadoria de Armando Dippett.
—Era a conseqüência natural, Conrad. E quanto a Jean-Marc? Soube que ele juntou-se aos Maquis, depois da formatura e acabou casando-se com uma garota francesa.
—Todos ficaram admirados quando souberam, Mestre. Jean-Marc tinha aquela fama de conquistador mas acabou realmente se apaixonando. A esposa foi capturada e morta pela Gestapo. Ele acrescentou oficialmente o sobrenome dela ao dele, passando a chamar-se “Jean-Marc Malfoy D’Alembert”. Agora trabalha no Ministério da Magia da França, como assessor do Chefe do Departamento de Cooperação Internacional em Magia. Está parecendo mais velho do que é e anda fumando demais. Qualquer dia vai ter problemas de saúde por causa disso.
—É possível. E Abraxas?
—Cuidando dos negócios da família e apenas aguardando suas ordens para agir. Travers, Wilkes e alguns outros trabalham para ele.
—E o meu irmão de criação, Arkanius? Por onde anda?
—Em Manchester, trabalhando com poções e medicamentos. O senhor se lembra de que ele sempre teve aptidão para a área farmacológica bruxa, não é?
—Sim. Creio que será um excelente aliado. O que foi feito de Fabiola Wayne?
—Também trabalha na área farmacológica, mas no Departamento de Pesquisa do Ministério, junto a um famoso especialista, Marcus Westenra.
—O sobrenome não me é estranho. Não seria parente de Richard Westenra, aquele bruxo nascido trouxa, irmão de Lucy Westenra, que foi vampirizada pelo Conde Drácula e que depois teve sua alma libertada por Van Helsing, Harker, Holmwood, Morris e Seward?
—Sim, Mestre. Marcus é neto dele e, assim como todos os descendentes, faz parte daquele grupo, a tal Sociedade ou Irmandade da Cruz de Prata, os caçadores de vampiros. Falando nisso, Mestre, o senhor acha viável uma aliança com os vampiros? Sei onde um clã tem seu local de reunião.
—Preciso pensar, Conrad. É preciso saber com qual grupo seria mais vantajoso firmar uma aliança, se com os vampiros ou com os Lycans.
—Lobisomens? É, Mestre, o senhor tem razão. Se nos aliarmos aos Lycans não poderemos nos aliar aos vampiros e vice-versa, pois são inimigos naturais.
—Exato, Conrad. Uma raça não aceitaria batalhar ao lado da outra. E que destino tomaram Renata Wigder e Hiram Mason?
—Desapareceram, logo depois da guerra. Eles alistaram-se na Ordem da Fênix, o exército bruxo comandado por Dumbledore para combater Grindelwald, como o senhor soube. Participaram da invasão da fortaleza dele e estavam presentes quando Grindelwald executou uma Avada Kedavra nele mesmo, para não ser levado como prisioneiro para o Ministério.
—Eu soube que eles haviam se alistado, mas não sabia como tinha sido a morte de Grindelwald. E depois disso eles desapareceram, Conrad?
—Sem deixar rastro, Mestre. Bem, eu já vou indo. Passarei no seu hotel, para levá-lo à reunião. Onde o senhor está hospedado, Mestre?
—Estou no “Turíngia”, um hotel trouxa. Me hospedei lá para não despertar suspeitas. Aqui está o endereço. Pegue-me às 20:00 h.
—Sim, Mestre. Creio que essa reunião será inesquecível. As cervejas são por minha conta.
—Obrigado, Conrad. Boa tarde. _ Voldemort despediu-se e saiu.
—Boa tarde, Mestre. _ Conrad Mulciber pagou a despesa e também seguiu seu caminho.

Naquela noite, Mulciber buscou Voldemort no Hotel Turíngia e levou-o a bordo de um Mercedes-Benz negro até um castelo fora dos limites da capital, pertencente a um bruxo milionário e de família nobre, chamado Günther von Dorn. Na Sala de Troféus encontravam-se uns cinqüenta bruxos das Trevas todos encapuzados e, de um parlatório, von Dorn deu início à reunião daquela noite.
—Amigos, irmãos e irmãs, bem-vindos a mais uma reunião dos Cavaleiros de Walpurgis. Hoje temos o prazer de receber alguns irmãos da Inglaterra, os quais compartilham de nossas idéias e que, acredito, estão dispostos a nos acompanharem, indo muito além dos sonhos de nosso antigo líder, Adolf Grindelwald. Ele era um grande bruxo, mas muito condescendente para aliar-se a um trouxa. É certo que Hitler daria um bom Cavaleiro de Walpurgis..., se tivesse nascido bruxo. Nós devolveremos à Bruxidade a sua grandeza e supremacia sobre os trouxas.
Voldemort ouvia as palavras de von Dorn com expressão entediada. Utilizara um pouco de Legilimência e descobrira que o bruxo alemão apenas queria chamar a atenção e posar de líder. Percebera o potencial daquele grupo de bruxos, bem como percebera o quanto eram mal liderados. A oportunidade estava se apresentando e ele não iria deixá-la passar. Ergueu o braço, pedindo a palavra. Quando ela lhe foi concedida, subiu ao parlatório e falou, com voz gélida e sibilante:
—Ouço apenas palavras vazias, von Dorn. Se você fosse realmente um líder de fibra e moral elevados, já teria iniciado uma série de atentados capazes de colocar de cabelos em pé a todo o Ministério da Magia alemão. E o que vejo? Nada além de um pavão, um sujeitinho pomposo que está iludindo, desperdiçando a força de um valoroso grupo das Trevas.
—E quem você pensa que é, para falar comigo dessa maneira, seu nada? Atreve-se a desafiar, questionar minha liderança? Além de estar aqui como um convidado, fica tentando desagregar a nossa união. Retrate-se ou não sairá vivo daqui! (“Xiii, esse cara não sabe onde está se metendo”, pensou Dolohov).
—Você quer saber quem eu sou, von Dorn? Antes não quisesse. Eu sou aquele que é, por direito, o líder de todos os bruxos das Trevas, por todo o mundo. Creio que vocês já devem ter ouvido os rumores sobre o que Lord Voldemort fez por quase todas as terras conhecidas (vários bruxos acenaram, afirmativamente). As experiências que acumulou, os poderes que adquiriu, como eliminou aqueles que se interpuseram em seu caminho sem dó nem piedade, ele que leva a herança do maior dos Quatro Grandes de Hogwarts, Salazar Slytherin, cujo sangue corre em suas veias.
—Sim, nós já ouvimos falar de Lord Voldemort. _ disseram vários bruxos do grupo.
—Mas os seus feitos são tão fantásticos, que eu acredito que ele não deva passar de uma lenda. _ von Dorn falou, olhando para os ingleses _ Por que você está dizendo isso, jovem inglês? (“Ai, ai, ai. Agora von Dorn arrumou para ele”, pensou Mulciber, lembrando-se daquela vez em que Darius Goyle cometeu um erro semelhante).
—Pensei que você, a essa altura, já tivesse percebido, seu pavão idiota. Estou dizendo isso porque EU SOU LORD VOLDEMORT!! _ ele olhou fixamente para Günther von Dorn e tirou o capuz.
—É... m-mentira! Lord Voldemort é u-uma l-lenda! _ von Dorn gaguejou.
—Uma lenda que empunha a Dai Katana que pertenceu a Salazar Slytherin. _ e mostrou a todos a reluzente espada japonesa _ Vejam, todos vocês. Em minhas mãos está a lendária “Víbora de Aço”, a espada feita por Muramasa. E, para quem duvidar, leia o que está escrito na base da lâmina! Aí está, para quem quiser ver, o nome de Salazar Slytherin, em caracteres japoneses e em letras ocidentais!
—MESTRE!!! _ os bruxos presentes perfilaram-se e fizeram reverência a Voldemort, assim como os colegas fizeram, no passado. Günther von Dorn era o mais contrito deles, ajoelhado e de cabeça baixa.
—Günther von Dorn, você ousou duvidar das palavras do Lorde das Trevas e jamais alguém que fez isso ficou sem a devida punição. Hoje você servirá de exemplo a todos os bruxos aqui presentes, em uma demonstração de que Lord Voldemort não perdoa a quem se interpõe em seu caminho. _ e para todos os bruxos presentes no salão _ Nesta noite, frente a todos vocês bruxos das Trevas, autodenominados “Cavaleiros de Walpurgis”, Lord Voldemort assume formalmente o comando desta facção e promete levar a Ordem das Trevas à supremacia e a Bruxidade ao seu lugar de direito neste mundo!
—Não! _ von Dorn ainda teve forças para dizer.
—Ora, ora, von Dorn. Não pense que eu me esqueci de você. Você, bruxo pomposo e de palavras vazias, não merece fazer parte deste núcleo. Aliás, não merece nem mesmo viver. Mas não morrerá por uma Avada Kedavra pois não merece nem mesmo uma morte bruxa. Morrerá como um trouxa morreria. _ e, desembainhando a “Víbora de Aço”, efetuou um duplo golpe circular que passou pelo tronco e pelo pescoço de von Dorn.
Por um momento nada aconteceu mas, no instante seguinte, a cabeça de von Dorn separou-se do pescoço e o seu corpo dividiu-se em dois. Os pedaços daquele que havia sido um bruxo das Trevas caíram ao chão, em meio a uma poça de sangue. Voldemort olhou para os bruxos presentes e disse:
—Agora vocês viram o que acontece com quem desafia Lord Voldemort, o Lorde das Trevas. Mas longe de se assustarem com o fim de um bruxo inútil, banqueteiem-se com a visão desse fato, sejam comensais dessa morte pois, de agora em diante, vocês não serão mais conhecidos como os Cavaleiros de Walpurgis, mas sim como aqueles que irão levar o medo, o pavor e o desespero aos corações dos nossos inimigos. Vocês serão os DEATH EATERS!!! E, para selar essa nossa aliança, todos vocês receberão um sinal, um símbolo de nossa união, exatamente igual ao que eu mesmo carrego no meu próprio corpo. _ e, levantando a manga esquerda das vestes, mostrando a figura em sua pele _ Conrad Mulciber, meu velho companheiro de escola, seja o primeiro a ostentar essa marca, a MARCA NEGRA! Exponha o antebraço esquerdo.
Conrad Mulciber levantou a manga esquerda das vestes e expôs o antebraço. Voldemort sacou sua varinha, apontou-a para o membro do colega e disse: “MORSMORDRE”, após o que saiu de sua varinha uma figura com a forma de um crânio, de cuja boca saía uma serpente, como se fosse uma língua. Ela diminuiu e ficou mais brilhante, até que pousou sobre a pele e queimou-a, ficando lá como uma tatuagem. Ele foi o primeiro a receber a Marca Negra. Depois dele, todos os outros bruxos entraram em fila e receberam a Marca, um após o outro. Quando todos já a haviam recebido, Voldemort explicou a eles:
—Esta, meus irmãos, pois agora podemos nos chamar assim, é a Marca Negra. Ela nos une uns aos outros e vocês a mim. Serve como um meio de nos comunicarmos, falando através delas como em radiotransmissores trouxas. Se eu necessitar da presença de algum de vocês, vou pressionar a minha e dizer o nome dele, que deverá desaparatar o mais breve possível de onde quer que esteja e aparatar à minha frente. Se algum de vocês necessitar falar comigo, pressione a Marca e fale. Agora, deixem-me a sós com o corpo do finado von Dorn, para que eu lhe dê o destino apropriado. Irei ter com vocês o mais breve possível.
Todos saíram da sala e, sozinho, Voldemort mais uma vez executou o macabro ritual das Horcruxes, guardando um outro fragmento de sua alma no anel dos Pevereel. Em seguida, tratou de desaparecer com o corpo de von Dorn.
— “Defunctum Evanesco”!! _ o cadáver de Günther von Dorn e a enorme poça de sangue formada ao seu redor desapareceram, como se jamais tivessem estado ali. Voldemort saiu da sala e deram por encerrada a reunião. O castelo de von Dorn seria o primeiro quartel-general da nova Ordem das Trevas, liderada por Lord Voldemort e tendo como primeiros generais dos seus exércitos os recém-criados Death Eaters, alguns dos quais passariam a constituir sua guarda pessoal. Separaram-se e Voldemort entrou no Mercedes, acompanhado por Mulciber. Tirou o capuz das vestes e então, admirado com o que via, Mulciber disse:
—P-por Merlin, Tom! D-desculpe, quero dizer, Mestre! O que houve com o seu rosto?
—Agradeço por me chamar pelo meu antigo nome, Conrad. Isso revela uma sincera preocupação por parte de um amigo. Só procure não fazer isso em público.
—Está bem, Mestre. Mas, o que houve?
—Um ônus calculado, Conrad. Afinal de contas, não se pode esperar que a busca pelo poder e pela imortalidade não exija de nós a nossa cota de sacrifício. Mas não se preocupe, meu amigo e leal servo. Isso não é nada que vá me atrapalhar. Sabe, Conrad, você me disse que Dumbledore agora é Diretor de Hogwarts, não é?
—Sim, Mestre. Ele assumiu, com a aposentadoria do Prof. Dippett.
—Então, talvez seja a hora de fazermos uma pequena visita ao nosso antigo professor, o que acha, meu caro Conrad Mulciber? _ perguntou Voldemort, com um olhar e um sorriso cheios de segundas intenções.
—No que está pensando, Mestre?
—Penso, Conrad, que talvez a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts necessite de um novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.
—E o senhor pretende se candidatar, Mestre?
—Ora, Conrad. Você sabe de alguém que conheça mais as Artes das Trevas?
—Principalmente por dentro, o senhor quer dizer, não é? _ os dois riram e foram cuidar dos preparativos para a viagem à Inglaterra.

O encontro com Dumbledore havia resultado em um completo fracasso. O Diretor de Hogwarts recusara-se terminantemente a conceder a ele a vaga de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, frustrando assim suas intenções de disseminar a doutrina das Trevas entre os alunos e de pesquisar os antigos segredos de magia ainda ocultos na escola.
—Não precisa nem nos dizer, Mestre. _ disse Nott, vendo Voldemort esvaziar de um só gole sua dose de uísque de fogo _ Dumbledore recusou sua candidatura.
—Está tão na cara assim, Stanley? _ Voldemort perguntou.
—Basta olhar para a sua expressão, Mestre, para deduzir que o encontro não se deu da maneira que o senhor esperava. _ Rosier observou.
—Correto como sempre, Charles. Sim, amigos, ele recusou. Bem, senhores, nada mais nos resta a fazer a não ser retornarmos a Londres e traçarmos novos planos.
Pagaram a despesa, saíram do Cabeça de Javali e, do lado de fora do Pub, desaparataram.

Em Londres, reunidos na casa de Dolohov, continuaram a traçar os planos para suas próximas ações. Voldemort orientou seus Death Eaters mais próximos.
—Rosier, Wilkes, vocês cuidarão dos atentados que constam desta lista. Creio que esses locais e pessoas, quando atingidos, causarão terror e inquietação na Bruxidade. Dolohov, você orientará nossos colegas em Moscou para o seqüestro da filha do Chefe do Departamento de Transportes Mágicos. Nesse meio tempo, procurem o livro “Luzes da Trindade” e passem a mensagem a todos os Death Eaters ao redor do mundo para que fiquem atentos ao aparecimento de uma garota que se enquadre nos requisitos dos quais já lhes falei. É importantíssimo que seja assim. Com isso, a fama dos Death Eaters estará mantida e minha ausência da Inglaterra não será notada.
—E para onde o senhor irá, Mestre? _ Mulciber perguntou.
—Precisarei ir à Índia e ao Japão, Conrad. Não haverão problemas, embora o Elixir vitae já esteja acabando. Por Merlin, não imaginei que tivesse se passado tanto tempo. Nem parece que a guerra dos trouxas terminou há dez anos.
—Falando nisso, Mestre, eu soube que Renata Wigder e Hiram Mason retornaram.
—Retornaram? E onde estiveram durante esses dez anos?
—Ninguém sabe e eles não disseram a ninguém, nem mesmo a Dumbledore. E ninguém vai ficar sabendo, pelo menos por enquanto.
—E por que, Conrad? _ Voldemort perguntou, curioso.
—Mal chegaram e já foram direto para Bruxelas, onde sua vaga na Academia Européia de Aurores já estava reservada. Creio que não os veremos por mais uns três anos. Mas há algo de muito estranho nos dois. Passaram-se dez anos mas os dois parecem não ter envelhecido um dia sequer.
—Por Merlin, isso é impossível! Mas, se aconteceu, precisarei saber como foi, pois encaixa-se perfeitamente nos meus objetivos. Não é novidade para ninguém que eu pretendo vencer a morte e seria muito importante descobrir como foi que eles conseguiram o feito de manterem-se jovens por esses dez anos. Bem, tentaremos descobrir depois que eles se formarem.

Depois daquilo ele depositou flores no túmulo de Amy Benson e retornou ao Oriente, indo primeiro ao Japão. Em um templo xintoísta, queimou incenso em honra de Daisuke Shimano. Seria a última vez em que Lord Voldemort demonstraria qualquer consideração por trouxas, era o que ele pensava. Em Tóquio, evitou os lugares bruxos, indo parar em um bairro da periferia, que lhe havia sido indicado por um bruxo das Trevas japonês. Encontrando o endereço, bateu à porta e foi recebido por uma senhora idosa.
—Hai? Nan desu ka? _ perguntou a velha e ele respondeu, em japonês:
—Senhora Yuriko Noguchi? Fui indicado por Yusuke Nakamura. Meu nome é Voldemort.
—O bruxo das Trevas inglês, conhecido de Yusuke-san? O senhor já era esperado. Vou apresentá-lo ao Sensei do Ryu Ninja de Kuji-Kiri, Isamu Kobayashi. Sua vaga para o treinamento Ninja está reservada já há mais de cinco anos.
—Domô Arigatô Gozaimassu, Yuriko-san. Mal posso esperar para receber os ensinamentos de Kuji-Kiri.
A Sra. Noguchi fechou a porta depois que os dois entraram. Voldemort não permaneceu no Ryu de Kuji-Kiri por tempo suficiente para tornar-se um Mestre Ninja nem desenvolveu controle do Ki, talvez por já ser um bruxo bastante maligno, mas tornou-se um excelente espadachim e lutador. Três anos depois, interrompeu o treinamento e seguiu viagem para a Índia, onde passaria mais três anos no Templo de Naga, aprendendo as mais negras artes dos Adoradores da Serpente. Ao término desse período, retornou para a Inglaterra, seu rosto e corpo mostrando mais sinais dos sacrifícios resultantes de sua busca pelo poder. Dali por diante, quase sempre ele iria apresentar-se encapuzado ou sob Feitiço de Transfiguração. Além disso levava consigo um presente que havia ganho dos Sacerdotes de Naga.
Um filhote de Naja-Gigante, ao qual dera o nome de Nagini.

Voldemort chegou à Inglaterra e teve gratas surpresas. Vários de seus seguidores haviam se casado e, na maioria das vezes, seus cônjuges eram partidários das Trevas ou, no mínimo, neutros. Alguns já tinham filhos. Rosier, Wilkes, Mulciber, Travers e Nott ainda não. Abraxas Malfoy também ainda não havia se casado, bem como Arkanius, este último com casamento já marcado. O Lorde das Trevas fez questão de comparecer à celebração, ainda que disfarçado. Arkanius Snape casara-se com uma jovem bruxa de cabelos negros e olhos azuis, chamada Selene. Outra coisa que deixou Voldemort bastante satisfeito foi o fato de que os Death Eaters não haviam ficado inativos durante os seis anos de sua ausência. Os atentados, assassinatos, seqüestros e desaparecimentos continuaram, conforme suas ordens e a iniciativa de seus generais, nunca os perpetradores dos atos deixando de projetar nos céus a Marca Negra, tornando bem claro que aquela ação havia sido praticada por Lord Voldemort ou por sua ordem. Os seus seguidores eram tão cruéis, efetivos e precisos nas ações que isso amedrontava o restante da Bruxidade, que começava a ter medo de sequer pronunciar o seu nome, começando a referir-se a Voldemort como “Você-Sabe-Quem”, “Lorde das Trevas”, Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado”, “Mestre das Serpentes” e outros títulos. Eram os Dias Negros, tornando-se cada vez mais terríveis. Mas, em grande parte do tempo em que estivera viajando, ele não conseguia livrar-se da sensação de que havia alguém a segui-lo. Anos depois ele soube que Hagrid estivera atrás dele, primeiro por conta própria e depois a pedido de Dumbledore, pois o meio-gigante também fazia parte da Ordem da Fênix.
Mais dois anos de terror e medo passaram-se, nos quais também houveram desaparecimentos e mortes de trouxas, principalmente aqueles que colaboravam com o Ministério da Magia e com a Ordem da Fênix. Naquele ano, Renata Wigder e Hiram Mason casaram-se, ela já grávida. Nasceram vários bruxos que teriam importante papel nos acontecimentos futuros: Derek, filho de Renata e Hiram; na família Black, nasceu Sirius, filho de Orion e Walburga. O irmão de Walburga, Cygnus, casara-se com Druella Rosier, irmã de Charles e tiveram sua primeira filha, Bellatrix. Naquele ano também nasceram os filhos de Arkanius, ao qual foi dado o nome de Severo; de Charles Rosier, batizado de Evan; de Conrad Mulciber, que recebeu o nome de Farley; o de Stanley Nott, chamado Arsenius; além dos filhos de Travers, Wilkes, Crabbe, Goyle e o primogênito de Abraxas, Lucius. Fabiola Wayne e Marcus Westenra casaram-se e ela deu à luz a uma filha, a qual recebeu o nome de Alice. Salvatore e Giuletta Zabini tiveram um filho, ao qual foi dado o nome de Giancarlo e, na família Henstridge, nasceu uma bela menina, Mildred. Na família Lupin, nasceu uma dupla de gêmeos, Romulus e Remus. A Sra. Pettigrew teve um filho, chamado Peter. Na família Longbottom, nasceu um garoto com o nome de Frank. Mas os que desempenhariam o papel central nos eventos que teriam lugar dali a vários anos nasceram um em uma família de bruxos de sangue puro e o outro ou melhor, a outra, em uma família trouxa.
Eles chamavam-se, respectivamente, Tiago Potter e Lílian Evans.

Cerca de cinco anos depois, quando Minerva McGonnagall estava prestando seus exames para ser admitida como professora de Transfiguração em Hogwarts, uma tragédia abateu-se sobre os Mason. Ryusaku Komori, pai adotivo de Renata, havia vindo do Japão para uma visita a sua filha, genro e neto, aos quais não via há tempos. Saiu com Derek para irem ao cinema e, ao retornarem para casa, Ryusaku notou que alguma coisa estava errada. Seu Ki vibrou de uma maneira desagradável e eles viram que algo parecido com um balão verde luminoso, representando uma caveira com uma cobra saindo da boca, pairava sobre a casa.
—Derek, não entre em casa.
—Por que, vovô?
—Aconteceu alguma coisa muito ruim lá dentro.
—Vovô, estou sentindo algo, tipo um arrepio. Seria uma alteração do Ki?
—Sua mãe lhe ensinou a controlar o Ki? Você aprendeu algo assim com ela?
—Sim, vovô. E eu também acho que aconteceu algo de muito ruim.
Ryusaku e Derek não tiveram outro jeito senão entrarem na casa dos Mason, cuja porta encontrava-se entreaberta. Mau sinal. Mas a cena que se apresentava diante dos seus olhos ultrapassava os limites do horror. Renata e Hiram estavam mortos, em meio a uma poça de sangue na sala de visitas. Além dos dois haviam mais três corpos, com capas e capuzes negros e máscaras cobrindo seus rostos. Mal tiveram tempo de verem outros seis desaparatando, cinco deles com uma aparência de que haviam sido duramente castigados. O sexto, sem capuz, tinha uma cara estranha, meio homem meio serpente e a expressão do seu rosto, longe de ser satisfeita, era a de alguém que sofrera uma grande contrariedade. O sangue, na verdade, pertencia aos três inimigos.
—MAMÃE!!! PAPAI!!! _ Derek gritou, correndo até os corpos sem vida do casal. Ainda não haviam esfriado completamente, o que significava que tinham sido mortos há pouco.
Ryusaku Komori levantou a manga esquerda das vestes de um dos outros corpos.
—Eu sabia! Bruxos das Trevas!
—A Marca Negra, vovô! Igual à que está no céu lá fora! Esses caras só podem ser Death Eaters.
—E aquele cara-de-cobra que desaparatou devia ser...
—LORD VOLDEMORT!! _ Derek exclamou. Longe de sentir qualquer medo de pronunciar o nome do bruxo, como a maioria da Bruxidade, o garoto de cinco anos fervia por dentro de puro ódio. Ódio em relação à Ordem das Trevas, a seu líder, a toda a Magia Negra e a qualquer Death Eater _ Vou pegá-los, vovô. Eu juro que os pegarei, nem que leve a vida inteira.
Naquele momento, Derek Mason sentiu um calor emanando do seu corpo e viu alguns vasos de flores se estilhaçarem. Foi sua primeira emissão mágica involuntária.
—Meu neto, não encha seu coração com desejos de vingança, pois isso só servirá para envenená-lo e impedir a elevação do seu espírito, prejudicando o seu controle e domínio do Ki. Vamos chamar os Aurores e depois decidiremos o que fazer. E faremos muita coisa, pois você irá comigo para o Japão. _ Ryusaku Komori entrou em contato com o Ministério, que logo mandou uma patrulha de Aurores.

O que aconteceu enquanto Ryusaku Komori e Derek Mason haviam ido ao cinema:

Depois de um delicioso banho de ofurô a dois, aproveitando que Derek e seu avô haviam saído, Renata e Hiram sentiram uma alteração vibracional do Ki, a qual logo associaram com problemas. Aurores experientes e Mestres Ninja, os dois logo trataram de se prevenir.
— “Secar! Indumentaria Cambio!” _ em um instante o casal estava vestido com trajes Ninja e de varinhas em punho.
—Há alguém estranho em casa, Hiram.
—Eu senti, Renata. Mas como puderam atravessar as defesas mágicas?
—Deve ser algum Death Eater muito poderoso ou...
—... Lord Voldemort em pessoa? _ Hiram perguntou _ Mas o que ele poderá querer conosco?
Na sala de visitas, um grupo de oito Death Eaters conversava, aos sussurros:
—O Mestre quer os dois vivos, lembre-se.
—Nem precisa dizer. Eu sei o que acontece com aqueles que falham. O problema é que não vai ser nada fácil.
—Eu sei o que vocês dois estão querendo dizer. _ comentou um terceiro _ Aqueles dois são uma parada bem indigesta. Um casal de bruxos poderosos, Aurores experientes...
—... Sem contar que são exímios esgrimistas e lutadores corpo-a-corpo. Acho que alguns de nós poderão não voltar.
—E outros vão ficar bem estragados. _ outro disse.

—A fama nos precede, meu bem. _ Renata disse ao ouvido de Hiram.
—Acho que está na hora de nos mostrarmos, querida.
Uma bomba de fumaça foi lançada no meio da sala.
—CUIDADO!! _ um dos Death Eaters gritou, em meio à nuvem formada. Quando ela se dissipou, ele foi o primeiro a cair, com o pescoço quebrado por um Shuto.
Hiram e Renata golpeavam duramente os Death Eaters, que haviam perdido o elemento-surpresa.
—Enfeitice-os! _ gritou um.
—Não dá! O espaço é pequeno e eles se movem muito rápido!
Nesse meio tempo, outro caía para não mais se levantar, com o esterno partido. Os Death Eaters remanescentes estavam bastante feridos e o sangue dos mortos formava uma poça no chão. No momento em que o terceiro caiu morto, ouviu-se uma voz gélida e sibilante:
—Já chega! “Inmobulus!” _ pegos de surpresa, Hiram e Renata Mason ficaram paralisados. Das sombras saiu um bruxo alto, vestido de negro e encapuzado, cujas mãos eram pálidas e com dedos longos e ossudos.
—Voldemort! _ Hiram exclamou _ O que você pode querer conosco?
—Ora, Sr. Mason, não está bastante claro? Eu desejo o seu segredo, o segredo de como retornaram depois de dez anos com a mesma aparência que tinham ao se formarem em Hogwarts.
—Como é, Voldemort? _ foi a vez de Renata perguntar.
—Saiam da sala! _ Voldemort ordenou aos Death Eaters _ Deixem-me a sós com o casal Mason. Temos muito o que conversar e tem de ser rápido, antes que o garoto e o avô retornem.
—Maldito! Se fizer mal a Derek, eu...
—Calma, Sra. Mason. Não tenho o menor interesse no seu filho ou no Sr. Komori. Meu assunto é com vocês. Sei que para terem permanecido assim vocês devem ter passado aqueles dez anos em um daqueles lugares místicos e sagrados, nos quais o tempo corre de forma diferente ou onde saibam o segredo da juventude eterna, tipo Shangri-lá, Avalon, Aggartha, Atlântida ou Shamballah. Aliás, acredito que deva ter sido Shamballah, pois soube que lá é dada grande ênfase às artes marciais.
—E o que você quer saber, Voldemort? _ Hiram perguntou.
—Sr. Mason, o que eu desejo e sempre desejei é vencer a morte e obter poder total. O segredo da manipulação do tempo ou o da juventude eterna iriam coroar minha busca. Quero saber a localização de Shamballah e como chegar lá.
—Jamais, Voldemort. Comprometemo-nos a não revelar esse segredo. Nem mesmo o Veritaserum é capaz de nos obrigar.
—Eu não pretendia chegar a tanto, ao ponto de ter de usar Veritaserum. Além disso eu sei que vocês, como Aurores bem treinados, devem ser capazes de resistir à Maldição Imperius. Preferia obter essa informação de modo civilizado.
—Você, civilizado! Não me faça rir, Voldemort. _ Renata disse, olhando para o Lorde das Trevas.
—Maldição, Renata! Não me obriguem a tomar atitudes radicais com vocês! Por favor, me dêem a informação que eu quero, em nome da nossa antiga amizade!
—Como é, Voldemort? _ Hiram perguntou.
—Às vezes eu ainda sinto saudades das cervejas amanteigadas e das nossas discussões filosóficas, lá no Três Vassouras. Lembro-me, como se fosse ontem, Renata, de você, Minerva e Fabiola viajando comigo no Expresso de Hogwarts, no primeiro ano. _ e Voldemort tirou o capuz. Seu rosto, embora já com características serpentinas, ainda guardava alguns traços de Tom Riddle.
—M-mas não pode ser! _ Renata recusava-se a acreditar.
—Mas é, Renata. Sintam o meu Ki, você e Hiram. Embora ele já deva estar alterado pelas Trevas, vocês deverão ser capazes de reconhecê-lo.
—Por Merlin, Tom! É você mesmo, Tom Riddle? _ Hiram estava espantado.
—Sim, Hiram. Oliver Twist seguiu o caminho de Fausto. _ ele citou os livros dos quais falaram naquela ocasião.
—O que você fez com a sua vida, Tom? Renata perguntou, triste, olhando para o antigo amigo _ Por que um jovem tão promissor seguiria o caminho das Trevas?
—Destino, Renata. Fiz o que deveria fazer.
—Nada é totalmente predestinado, Tom. Nós traçamos e escolhemos nosso próprio caminho. _ disse Hiram.
—Eu sei, Hiram. Na verdade eu escolhi seguir o caminho que meu ancestral, Salazar Slytherin, abriu para mim. Sim, eu sou descendente de um dos Fundadores, descobri isso quando estava no terceiro ano. E, depois que formei o primeiro grupo de seguidores, tive de proteger Minerva, apagando as suas lembranças de termos sido namorados.
—Meu Deus! _ Renata exclamou _ Agora que você está dizendo, eu me lembro que você e Minerva McGonnagall eram namorados, desde o terceiro ano.
—Exatamente, Renata. Para protegê-la, escondi a informação sob Feitiço Fidelius, sendo eu o Fiel do Segredo. Depois, com o consentimento dela utilizei um Feitiço de Memória, para remover suas lembranças sobre tudo o que tivemos juntos. Fiz tudo para a própria segurança dela.
—E agora, Tom, o que você vai fazer? _ Hiram perguntou.
—Tom Marvolo Riddle morreu, Hiram. Agora só existe Lord Voldemort. Eu sei que vocês não vão me dar a informação de que preciso, a localização de Shamballah e os meios para chegar até lá. Por outro lado, eu lhes disse coisas que, se levadas ao Ministério, iriam atrapalhar e muito os meus planos e as ações da Ordem das Trevas por todo o mundo. Saibam que eu não tenho o menor prazer em fazer o que vou fazer agora. _ e o rosto meio viperino de Lord Voldemort assumiu uma expressão de, por que não dizer, tristeza _ Mas não posso deixá-los incólumes, depois de tudo o que se passou aqui. Um Feitiço de Memória poderia ser desfeito por algum outro bruxo poderoso e esse risco, infelizmente, eu não posso correr. Adeus. AVADA KEDAVRA!!
Hiram e Renata caíram mortos, atingidos pelo raio verde da maldição lançada por Voldemort. A última coisa que viram foi que a mão do Lorde das Trevas tremeu ao empunhar a varinha no ato de lançá-la. Logo em seguida, chamou os cinco Death Eaters que havia mandado sair da sala, os quais aproximaram-se, capengando devido aos sérios ferimentos sofridos e então desaparataram. Foi naquele exato momento que Derek Mason e Ryusaku Komori entraram na sala.
Olhando para a tela mágica, Voldemort acendeu o terceiro Dunhill e serviu-se de mais uma dose de uísque de fogo, assistindo aos acontecimentos passados depois da morte do casal Mason. Embora fosse um risco muito grande, compareceu aos funerais, disfarçado sob Feitiço de Transfiguração e ficando meio afastado. Por mais que fosse o Lorde das Trevas, não foi nada agradável ter de matar velhos amigos e companheiros de mesa do Três Vassouras. Soube depois que Derek fora levado para o Japão por Ryusaku Komori, que se encarregou de sua criação (“Me esqueci desse detalhe, do qual fui lembrado da pior maneira por Harry Potter, durante aquela batalha em Azkaban. Eu deveria ter imaginado que Derek seria treinado pelo avô no Ninjutsu de Togakure. Não dei atenção àquele fato e Harry Potter por pouco que não me fatiou inteiro, depois de bloquear o ‘Corte-de-Nove-Espadas’ naquele combate”, Voldemort lembrou-se).
Os anos seguintes foram marcados por ataques da Ordem das Trevas e contra-ataques da Ordem da Fênix. Os jovens daquela geração foram crescendo, vários foram iniciados no caminho das Trevas, inclusive Severo Snape, filho de seu irmão de criação, Arkanius. A irmã de Severo, Nereida, jamais quis nada com esse lado, embora fosse da Casa Sonserina e dois anos mais moderna do que seu irmão. Severo e Lucius eram vítimas preferenciais das peças pregadas por uma turma de grifinórios, conhecida pelo nome de “Os Marotos”, formada por Tiago Potter, Peter Pettigrew, Remus Lupin e Sirius Black. Aliás, Sirius era o único dos Black que não havia sido selecionado para a Sonserina. Já o irmão mais novo de Sirius, chamado Regulus, havia seguido a tradição familiar. Àquela altura todas as três irmãs Black, filhas de Cygnus e Druella, já eram alunas de Hogwarts. Bellatrix, a mais velha, já havia sido iniciada entre os Death Eaters (“Foi muito bom que eu tivesse me transfigurado em uma aparência menos... chocante, quando aquela turma foi iniciada. Aos olhos de todos eu era um bruxo magro e pálido, aparentando uns quarenta e poucos anos. Devo isso também ao Elixir vitae”, Voldemort pensou). Andrômeda, a segunda, não queria nada com as Trevas e já namorava Ted Tonks, nascido trouxa. A caçula, Narcisa, era namorada de Lucius Malfoy, embora as más (?) línguas dissessem que o feitiço que Lucius tinha de usar com mais freqüência era o “Cornus Evanesco” e em si próprio (palavras de Tiago e Sirius).
Aquela turma formou-se e todos seguiram seus caminhos, para a Luz ou para as Trevas. Em uma operação dos Death Eaters, os pais de Tiago Potter acabaram sendo mortos. Eles eram colaboradores de Dumbledore, suprindo a Ordem da Fênix com fundos e Capas de Invisibilidade, o que facilitava suas ações. Em conseqüência disso, Tiago teve de assumir os negócios da família, já casado com Lílian Evans, agora Lílian Potter. Sirius estava noivo de uma garota recém-formada, Ayesha Zaidan, que fora aprovada como Bibliotecária-Assistente do Ministério. Derek Mason permanecera como instrutor na Academia Européia de Aurores e Voldemort ouvira dizer que havia lá uma aluna que era pupila dele em Ninjutsu-Bruxo Avançado e que também era aluna especial do grande Alastor Moody, tendo sua aparência alterada por Feitiço de Transfiguração e utilizando um codinome (“Mariposa de Titânio, era o codinome dela, se não me engano”, Voldemort pensou). Depois viera a descobrir que ela era, na verdade, Nereida Snape, irmã de Severo e que havia sido morta por ele em uma operação na Suíça (“Por isso Severo tomou aquela decisão, tentou matar Dumbledore. Mas o velho acabou dando a ele uma segunda chance. Bem, melhor para mim, pois ganhei um agente em Hogwarts. Bem, vou deixá-lo em paz, feliz com sua esposa. Tendo Venom em Hogwarts eu não preciso acionar ninguém mais”, pensou ele).
Naquela guerra bruxa, que marcou os Dias Negros da ascenção de Lord Voldemort, a sorte estava favorecendo à Ordem das Trevas, pois dispunham de maiores efetivos, ajuda de várias outras criaturas, tais como Gigantes, Lobisomens, Inferi e outras mais, além de que não tinham escrúpulos em matar imediatamente quem quer que fosse. A Ordem da Fênix começava a sofrer baixas consideráveis e importantes, tais como os irmãos Gwydion e Fabius Prewett; Benjamin Fenwick; Marlene McKinnon; Dorcas Meadows, esta morta pessoalmente por Voldemort; Cary Dearborne; Edgar Bones e sua família, além de vários outros. Um dos fatores da vantagem de Voldemort e seus Death Eaters em relação à Ordem da Fênix era a de que um dos seus estava infiltrado entre eles.
Um dos membros da Ordem da Fênix era um espião de Voldemort.
O Lorde das Trevas lembrou-se de uma noite, há cerca de dezoito ou dezenove anos atrás, na qual um dos membros da Ordem da Fênix havia sido capturado, um rapaz gorducho chamado Peter Pettigrew. Este fora levado à sua presença.
—Ora, ora. Conseguimos um membro da Ordem da Fênix vivo. Se bem que eu acho que não foi muita vantagem. Esse balofinho não deve ter nada de importante a revelar.
—Será que não, Lorde das Trevas? _ Pettigrew perguntou, com um sorriso _ O senhor acha que seus esbirros teriam conseguido me capturar se eu não deixasse? Nem todos os membros da Ordem são dotados de meios para uma fuga rápida. E, se acha que eu sou tão bonzinho, pergunte isso ao seu Death Eater que ficou morto, lá onde eu deixei que me pegassem.
—Isso é verdade, Travers?
—Sim, Mestre. Ele matou Weston. Não imaginávamos que alguém aparentemente tão incapaz pudesse executar uma Avada Kedavra tão bem feita.
—Qual é o seu nome, meu jovem? _ Voldemort perguntou.
—Pettigrew. Peter Pettigrew. Os outros me chamam Wormtail.
—E por que, jovem Pettigrew?
—Por causa disso, Lorde. _ e, diante dos olhos de Voldemort, ele transformou-se em um rato e, logo em seguida, voltou à forma humana.
—Então você é um animago. E por que deixou-se capturar?
—Não acredito que Dumbledore e a Ordem da Fênix sejam o melhor para a Bruxidade. Além disso, eles não reconhecem meu potencial.
—Potencial? Pelo que sei, Pettigrew, você sempre foi um comilão covarde. _ disse Bellatrix, entrando na sala.
—Bellatrix Lestrange. _ disse Peter, olhando para a bruxa _ A mais devotada dos Death Eaters, pelo que eu soube. Continua linda, desde os nossos tempos de escola.
—Obrigada, rato gordo. _ Bellatrix respondeu, com um sorriso.
Mas o que me traz aqui é que eu quero me pôr ao seu serviço, meu Lorde. Tenho meu palpite sobre quem vai vencer essa guerra e quero estar do lado vencedor. Ninguém soube da minha captura e poderei voltar, infiltrando-me na Ordem da Fênix e fornecendo ao senhor preciosas informações.
—Por exemplo?
—O senhor sabe que Hogwarts continua aberta, apesar da guerra. Bem, eu soube que Dumbledore vai entrevistar uma candidata ao cargo de professora da disciplina de Adivinhação.
—Mesmo? Pensei que Dumbledore não quisesse mais que essa disciplina continuasse a ser ensinada.
—Sim, meu Lorde. Mas acontece que eu sei quem é a candidata. É uma antiga colega de turma, que era da Corvinal, Casa tradicional de Adivinhos.
—E quem é ela, Pettigrew? _ Bellatrix perguntou.
—Você deve lembrar-se dela, Bellatrix. É Sibila Patrícia Trelawney.
—Aquela mocréia da Corvinal? O “Varapau Ossudo”? A “Metralhadora Giratória?” Uma bruxa pateta e incompetente, que precisou prestar os exames de Aparatação por quatro vezes, inclusive conseguindo se estrunchar em uma delas, desaparatando apenas metade do corpo. Pelo que eu me lembro, ela parecia ter uma queda por você.
—Exatamente, Bella. _ Wormtail disse, corando _ E você também deve lembrar-se de que ela é trineta de Cassandra Trelawney.
—Sim, a famosa Vidente do passado. _ Voldemort comentou _ E o que você pretende, Wormtail?
—Bem, Mestre, pretendo executar minha primeira tarefa como espião descobrindo o teor da entrevista. Talvez ela faça alguma previsão de interesse.
—Peter Pettigrew, Wormtail. Eu aceito você entre os Death Eaters e o nomeio nosso espião junto à Ordem da Fênix. Agora, receba o seu sinal.
—O que?
—Ora, achava que iria juntar-se aos Death Eaters e não receber a Marca Negra? Exponha o antebraço esquerdo.
—Es-está bem, Mestre. _ Wormtail estendeu o braço.
— “MORSMORDRE”!! _ Pettigrew gritou quando a Marca Negra lhe queimou a pele. Agora não havia mais como voltar atrás. Ele era um Death Eater.
—O-obrigado, Mestre. Agora terei minha vingança contra aqueles que me ridicularizaram durante anos. Todos os que achavam que eu não tinha coragem para tomar uma atitude radical vão se arrepender e cair aos meus pés. _ disse Wormtail, entre amedrontado e orgulhoso _ A única coisa que precisarei fazer será não deixar que vejam a Marca.
—E como fará para bisbilhotar a entrevista, Pettigrew? _ Bellatrix perguntou.
—Quem repararia em um rato num povoado do interior, Bellatrix? Também pretendo me transfigurar, para maior segurança.
—Mas você sempre foi fraco nessa matéria, Pettigrew.
—Eu apenas fingia ser (Wormtail achou melhor omitir o fato de Sirius e Tiago serem animagos, ele não sabia por que).

Wormtail viajou para Hogsmeade transfigurado e passou dois dias em forma de rato, vigiando o Cabeça de Javali. Na noite do segundo dia, sua paciência foi recompensada. Dumbledore entrou no Pub e pediu ao dono que lhe indicasse o quarto em que Sibila Trelawney estava hospedada. Pettigrew entrou pelos fundos, silencioso e sorrateiro. Já dentro do Cabeça de Javali, ele voltou à forma humana, transfigurando-se em... Severo Snape (“E com isso ainda vou zoar com o Ranhoso, além de que a presença de um professor de Hogwarts não despertará suspeitas”, pensou). Localizando o quarto de Sibila, ele ouviu a entrevista através da porta. Não parecia estar havendo nada de mais, tanto que Dumbledore já estava até indo embora. Só que, naquele exato momento, uma coisa aconteceu: o tom da voz de sibila mudou, ficando mais rouco e profundo e ela começou a dizer:
— “Aquele com o poder de vencer o Lorde das Trevas se aproxima... nascido dos que o desafiaram três vezes, nascido ao terminar o sétimo mês...”
Naquele instante, sentiu alguém chegando. Olhou para trás e viu o dono do Pub chegando e mal teve tempo de desaparatar dali. Mas o Barman ainda disse:
—Prof. Snape! O que estava fazendo aqui?
Naquele instante, Wormtail já estava longe dali, fazendo seu relatório para Voldemort e depois voltou para sua casa, como se tivesse passado aqueles dois dias apenas fugindo de Death Eaters. Sozinho em seus aposentos, o Lorde das Trevas pensava no que Pettigrew lhe revelara (“Maldição! Se o dono do Cabeça de Javali não tivesse chegado naquele instante, Wormtail poderia ter ouvido toda a profecia de Sibila. Agora terei de deduzir e traçar meus planos com base no trecho que ele ouviu. Quer dizer que vai nascer um garoto com o poder de me vencer e ele nascerá no final de julho. Preciso descobrir quem será. Filho de pais que me desafiaram por três vezes e sobreviveram. Bem, isso já reduz o universo de busca. Qual ou quais mulheres na Ordem da Fênix estão grávidas e com parto previsto para o final de julho, tendo sobrevivido a confrontos comigo por três vezes? Pelo que eu sei, apenas duas. Lílian Potter e Alice Longbottom, a filha de Fabiola. Dupla maldição! Por que outra pessoa da minha turma de Hogwarts de antes das Trevas tinha de estar envolvida? Fabiola tem a minha idade mas sua aparência é bem conservada. Bom, ela não passou duas temporadas no Templo de Naga. Com isso meu rosto hoje é mais viperino do que humano. Mas preciso concentrar minhas buscas nessas duas. Bem, vamos esperar que os meninos nasçam e, depois, decidirei qual deles será o meu alvo”, pensou ele).
No final de julho, Frank e Alice Longbottom foram agraciados com o nascimento de um menino, que foi batizado de Neville. Alguns dias depois, no dia 31, nasceu o filho de Tiago e Lílian Potter, que recebeu o nome do seu avô materno, Harold. Mas, desde o nascimento, seus pais e os outros membros da Ordem da Fênix chamavam-no de... Harry. Harry Potter. No seu batizado estiveram presentes os membros da Ordem da Fênix, principalmente Derek Mason, Sirius Black e Ayesha Zaidan, estes dois últimos sendo seus padrinhos. Tiago e Lílian haviam sido padrinhos de Neville Longbottom.

Voldemort decidiu-se por concentrar suas atenções no casal Potter e no pequeno Harry. Chegara à conclusão de que Harry era o garoto certo, por duas razões: ele havia nascido exatamente no dia 31 de julho, enquanto que Neville nascera três dias antes. Além disso, Voldemort vira algo de si mesmo em Harry, pelo fato dele ser mestiço e Neville puro-sangue. A partir daquele momento os Potter, que já não tinham uma vida fácil precisaram se esconder, tendo sido preciso que interrompessem seus projetos. Tiago estava preparando-se para lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas e Lílian ia completar sua formação como Medi-Bruxa.
Tiago e Lílian passaram mais de um ano se escondendo, até que ativou-se o Feitiço Fidelius que havia sido feito a fim de proteger seu esconderijo. No começo, Voldemort pensara que Dumbledore tivesse sido o Fiel do Segredo, mas depois descobrira que não. O próprio Dumbledore, assim como toda a Bruxidade, pensava que o Fiel fosse Sirius Black. Mas, depois, descobrira quem era o verdadeiro Fiel. Para sua alegria.

No final da tarde de 31 de outubro, quando o pequeno Harry estava com um ano, Voldemort recebeu em seu esconderijo a visita de Wormtail. Ele estava na biblioteca, lendo “Fausto” e bebericando uma dose de uísque de fogo no momento em que Pettigrew chegou, acompanhado de Igor Karkaroff.
—Mestre, boa tarde.
—Só se for para você, rato gordo. Espero que tenha algo de útil para me dizer e que não tenha vindo apenas para filar comida e bebida, como sempre. Sirva-se, para não perder o costume.
Wormtail serviu-se de uma boa dose de uísque de fogo e disse:
—Calma, Mestre. Tenho certeza de que o senhor irá gostar do que tenho a dizer. Karkaroff também vai gostar. _ tomou um gole de sua bebida e, após uma pausa, continuou _ Toda a Bruxidade pensa que Sirius Black é o Fiel do Segredo da localização do esconderijo dos Potter e isso é muito conveniente. Mas, na verdade, não é ele.
—Não é? Me explique, Wormtail. Quem é o Fiel do Segredo dos Potter?
—Sou eu, Mestre. _ Pettigrew disse com um sorriso e, depois de mais um gole de uísque de fogo, continuou _ Em um blefe, imaginando que ninguém suspeitaria que o Fiel do Segredo fosse um bruxo de pouco destaque, além da nossa amizade dos tempos de Hogwarts, Sirius e os Potter me escolheram como Fiel. Só que não suspeitavam que eu estivesse do seu lado, Mestre. E agora posso lhe dizer onde é o esconderijo dos Potter.
—E onde é, Wormtail?
—Eles estão escondidos na Mansão Potter, em Godric’s Hollow. Creio que o senhor sabe onde fica.
—A propriedade principal do velho Norman Potter? Claro que sei onde fica. Irei para lá hoje mesmo, Wormtail. Agora é melhor que você volte ao seu esconderijo, para não despertar suspeitas.
—Sim, Mestre. Já vou indo.
Antes de Wormtail desaparatar, Voldemort poderia jurar ter ouvido o bruxo gordo murmurar: “E Lílian vai se arrepender por não ter dado atenção a mim em todos esses anos”.

Depois de traçar a estratégia de como abordaria os Potter, Voldemort começou a traçar seu Plano B. Ainda que não estivesse contando com seu fracasso naquela missão, era bom ter uma carta na manga. Pressionou sua Marca Negra e disse para ela:
—Lucius Malfoy, venha a mim.
Em seguida o bruxo loiro estava aparatando à sua frente.
—Aqui estou, Mestre. O que deseja de mim?
—Lucius, meu amigo, meu braço direito, preciso de você para uma missão de suma importância. Esta noite eliminarei o único empecilho aos meus planos, o pequeno Harry Potter. Não me agrada ter de matar uma criança de um ano, mas é algo que devo fazer. Aliás, Lucius, o pequeno Draco tem a mesma idade, não é?
—Sim, Mestre. Draco nasceu em junho do ano passado.
—Saiba, Lucius, que eu quero o seu filho como um general dos meus exércitos quando atingir a maioridade e depois, muito provavelmente, como meu sucessor na liderança da Ordem das Trevas. Mesmo que eu alcance a imortalidade como desejo, chegará um momento no qual deverei passar o comando para alguém jovem e forte, permanecendo apenas como seu conselheiro. Bem, Lucius, quero que fique com este objeto sob sua guarda. Se, por acaso, algo acontecer comigo e eu não voltar desta missão, há instruções sobre o que e quando você deverá fazer. _ e Voldemort estendeu para Lucius um pacote, contendo o seu diário e uma carta com instruções.
—O senhor está contando com a possibilidade de não ser bem sucedido nessa missão, Mestre?
—Lucius, um dos maiores estrategistas de toda a História foi o Imperador trouxa da França, Napoleão Bonaparte. Perguntado certa vez sobre a razão do seu sucesso nas campanhas, ele respondeu que entre as razões figuravam o fato de ele procurar não deixar nada ao acaso e de traçar a estratégia sempre raciocinando como se todas as chances estivessem contra ele. E é assim que eu também penso. Não custa nada possuir uma carta na manga. Pode ir. Boa noite, Lucius. Lembranças à família.
—Boa noite e obrigado, Mestre. _ Lucius Malfoy desaparatou e em seguida Voldemort chamou Bellatrix.
—Bella, estou partindo nessa missão e deverei ir sozinho, para não alertá-los. Se eu não voltar...
—Por favor, Mestre, não pense nessa possibilidade. _ aproveitando-se de que estavam a sós, Bellatrix Lestrange abraçou Voldemort e os dois se beijaram.Eram amantes já há algum tempo, mesmo ela sendo casada com Rudolph Lestrange _ O senhor acha que pode acontecer alguma coisa? Eu não suportarei perdê-lo, depois de tanta felicidade que o senhor me proporcionou.
—Calma, Bella. Devemos contar com todas as possibilidades. Como eu dizia, se eu não voltar, os planos já traçados devem prosseguir. Você e Lucius assumirão o comando da Ordem. Bem, está na hora. Deseje-me boa sorte, Bella. _ e Voldemort desaparatou.
—Boa sorte, Mestre. _ Bellatrix murmurou. Algo no seu coração lhe dizia que aquela seria a última vez em que veria Voldemort.

Noite fechada em Godric’s Hollow. No bosque situado na propriedade Potter, uma figura aparatou na orla, em frente à mansão. Era um homem alto, vestindo um manto negro, cujo capuz cobria o seu rosto. Avançou até a porta e abriu-a, neutralizando os Feitiços de Proteção e projetando nos céus a Marca Negra, antes de entrar. No interior da grande casa, seguiu até a sala de jantar, ouvindo as vozes dos moradores.
—Acho que ouvi alguma coisa, Lílian.
—Tem certeza, Tiago? Hoje o vento está forte.
—É, pode ter sido só o vento. Lembra-se de Hogwarts?
—Sim, se não fosse por essa maldita guerra, poderíamos estar tendo uma bela festa, todos juntos. Já morreu gente demais nisso, Tiago. E de ambos os lados.
—Com certeza, Lílian. Gente que era, supostamente, respeitável mas que depois descobriu-se que carregavam a Marca Negra. Harry está bem?
—Dormiu, há pouco. Aquele só acordará amanhã.
—Lamento muito, Tiago e Lílian, mas não haverá amanhã para o pequeno Harry Potter. _ disse Voldemort, irrompendo na sala, de varinha em punho.
—VOLDEMORT!! _ Lílian e Tiago Potter exclamaram _ Como foi que conseguiu chegar até aqui?
—Não deveriam ter confiado tanto no Fiel do Segredo, meus caros.
—Wormtail! Ele nos entregou a você?
—Posso dizer que de bandeja e com muita satisfação.
—Não dá para acreditar. _ disse Lílian.
—Talvez até dê, Lílian. _ Tiago lembrou-se de quando os Marotos fabricaram um pouco de Veritaserum e usaram Pettigrew como cobaia. Ele havia dito que não se sacrificaria por seus amigos, caso fosse preciso.
—Isso agora não vem ao caso. _ disse Voldemort _ Onde está o pequeno Harry?
—Jamais fará mal a ele, maldito! _ Tiago sacou a varinha _ Lílian, corra! Eu tentarei atrasá-lo. Pegue Harry e desaparate para um lugar seguro. Vão para o QG da Ordem da Fênix! “Expelliarmus”!!
— “Protego! Cru...”
— “Silencio! Crios”! _ Tiago evitou que Voldemort invocasse a Maldição Cruciatus e tentou congelá-lo. Mas o Lorde foi bastante rápido.
— “Defletir! Inmobulus”! _ Voldemort imobilizou Tiago e baixou a varinha.
—E agora, Voldemort? O que pretende? _ Tiago Potter perguntou ao Lorde das Trevas.
—Pensei que tivesse ficado bem claro, Tiago. Vim para matar Harry.
—Mas por que? Ele não te fez nada!
—Ainda não, Tiago. Mas fará, se eu não impedi-lo agora. Mas não se preocupe, tentarei poupar Lílian. Ela é jovem e poderá ter outros filhos. Só que não com você, pois terei de matá-lo também, para quebrar a profecia de Sibila Trelawney.
—Desgraçado! Se eu não estivesse imobilizado...
—...Não faria nada. Por mais poderoso que você seja, Tiago Potter, não representa sequer uma fração do poder do Lorde das Trevas. Sim, creio que pouparei Lílian. Talvez ela até me proporcione um descendente. Já pensou, Tiago, que beleza? Uma serpente de olhos verde-esmeralda.
—NUNCA!!! _ a fúria de Tiago foi tanta que o seu Ki explodiu de forma a libertá-lo do Feitiço Imobilizador. Diante dos olhos espantados de Voldemort, Tiago Potter saltou e atingiu o bruxo das Trevas com golpes ensinados a ele por Derek Mason, já que a varinha estava fora do seu alcance. Voldemort foi atingido por vários deles, antes de colocar em prática o que havia aprendido no Ryu de Kuji-Kiri, conseguindo enfim bloquear o ataque de Tiago e recuperar sua própria varinha, que havia caído quando o grifinório o atacara.
—Agora já chega, Tiago Potter. Vim para uma missão específica e vou cumpri-la. AVADA KEDAVRA!!! _ o raio da Maldição da Morte atingiu Tiago em cheio e ele caiu morto, aos pés de Voldemort. Este limpou um fio de sangue que lhe escorria do canto da boca, onde havia sido atingido pelo grifinório e seguiu na direção do quarto de Harry, atrás de Lílian. Lá chegando, viu a linda bruxa de cabelos acaju prestes a pegar no berço um bebê de cerca de um ano, com cintilantes olhos verdes iguais aos dela.
—Lílian, me entregue Harry e eu pouparei você.
—Nunca, maldito! Jamais permitirei que você faça mal ao meu filho!
—Lílian, Tiago está morto. Acabei de matá-lo. Não me force a matar você.
—Não, Voldemort! Mate-me mas, por favor, poupe Harry.
—Sabe que não posso fazer isso, Lílian. Infelizmente será preciso, então, matar vocês dois. AVADA KEDAVRA!!! _ mais uma vez a Maldição da Morte foi lançada e atingiu seu alvo. Lílian Potter estava morta. Em seguida, voltou sua atenção para o bebê no berço que olhava para ele, fitando-o com aqueles olhos verde-esmeralda _ Maldição, garoto, não olhe para mim desse jeito! O que faço agora, faço porque tenho de fazer e não porque matar crianças seja uma das coisas que eu mais goste de fazer.
Voldemort levantou sua varinha, apontou-a para a cabeça do garoto e preparou-se para lançar, pela terceira vez naquele dia, a maldição letal. Mas nada poderia prepará-lo para o que aconteceu a seguir.
—AVADA KEDAVRA!!! _ no momento em que o raio verde atingiu Harry, ele retornou para Voldemort com tamanha potência que fez a mansão explodir. O último pensamento que veio à mente do Lorde das Trevas antes de mergulhar em uma dimensão de pura dor e confusão, achando que morrera, foi: “Onde terei errado”?
A Maldição da Morte havia sido defletida e retornara para ele. Jamais, em toda a História da Magia, aquilo havia acontecido. Quase morto, reduzido a pouco mais do que um espírito, ele viu um vulto enorme chegando e revirando os escombros da Mansão Potter, saindo de lá com um bebê no colo e, em seguida, uma grande motocicleta aparatando. Vagamente percebeu trechos da rápida conversa entre Rúbeo Hagrid e Sirius Black. A seguir, viu Sirius desaparatando e Hagrid saindo na moto voadora, com o bebê no colo, em um suspensório-canguru. A última coisa que viu foi que o bebê estava vivo e que o único ferimento que apresentava era uma cicatriz na testa. Uma cicatriz em forma de raio.

Tudo o mais foi bastante vago, durante os dez anos seguintes. Voldemort forçou-se a sobreviver, utilizando de toda a sua força de vontade e desejo de vingança. Sabia que a única coisa que havia impedido sua morte foram as duas Horcruxes que fizera (“Ainda bem que não fiz sete, como havia pensado antes. A fragmentação de minha alma em tantas partes teria me enfraquecido ao ponto de eu não conseguir sobreviver àquela maldição defletida. Não contava que Lílian Potter pudesse haver invocado aquela magia antiga, do sacrifício de amor materno, criando a proteção para Harry Potter. Mas agora, com o sangue dele adicionado àquela poção que me fez renascer, isso foi ultrapassado”, ele pensou).
A maior parte dos acontecimentos dos dez anos seguintes não foi presenciada por ele, que tomou ciência dos fatos por notícias ou relatos. Soubera que Wormtail havia conseguido incriminar Sirius Black pela traição aos Potter, tendo Sirius sido mandado para Azkaban, sem julgamento e que forjara a própria morte, matando treze trouxas com um feitiço e amputando um dedo da mão, para fazer parecer que Sirius o tivesse matado. Passou os doze anos seguintes disfarçado como rato, junto à família Weasley, que de nada desconfiara. Ali ele mantinha-se informado sobre qualquer coisa que indicasse o retorno do Lorde, pois Arthur Weasley era funcionário do Ministério. Ao mesmo tempo, permanecia escondido de qualquer bruxo das Trevas que pensasse que ele traíra o Lorde. Também soubera que Bellatrix, Rudolph, Rabastan e Bart Crouch, Jr haviam sido presos e mandados para Azkaban por haverem torturado Frank e Alice Longbottom até a insanidade, acreditando que eles soubessem do seu paradeiro. O casal havia ido parar na Enfermaria de Danos Permanentes Causados por Feitiços, no Hospital St. Mungus.
Para sobreviver, Voldemort precisava possuir o corpo de criaturas, tais como cervos, roedores, serpentes e outros. Assim ele manteve-se vivo no interior das florestas da Albânia, em certos momentos pensando que seria o fim até que, um dia, sentiu ter tirado a sorte grande. Um bruxo, que iniciaria como professor de Defesa Contra as Artes das Trevas em Hogwarts no ano letivo seguinte, passava por ali em viagem. Seu nome era Quirrell, Quirinus Quirrell. Ele era jovem, ambicioso e manipulável. Voldemort possuiu Quirrell e retornou com ele para a Inglaterra, seu rosto saindo pela nuca do professor e mantido oculto pelo turbante que ele usava. Naquele ano, Harry Potter estava iniciando o seu primeiro ano em Hogwarts.
Juntamente com Quirrell, Voldemort traçou um plano para obter a Pedra Filosofal de Nicolau Flamel, roubando-a de Gringotes. Mas o que ele não sabia era que, naquele mesmo dia, Hagrid já havia removido a Pedra de lá e levado-a para Hogwarts. Tendo descoberto o fato, passou o ano alimentando-se do sangue dos unicórnios que Quirrell matava para ele à noite, na Floresta Negra. Ao final do ano, tendo descoberto a localização da Pedra, foi confrontado por Harry Potter, que saíra vitorioso pelo fato de carregar em seu sangue a proteção de sua mãe. Quirrell estava possuído por ele, portanto não pôde tocar em Harry sem se queimar e, no final, acabou desfazendo-se em pó. Harry não chegara a presenciar a morte de Quirrell, pois estava inconsciente. Somente depois que o professor morreu foi que Harry recobrou a consciência por tempo suficiente para ver a figura meio vaporosa do Lorde desaparecer no meio da noite.
No ano seguinte, Voldemort conseguiu influenciar, à distância, a mente de Lucius Malfoy, fazendo com que ele abrisse o pacote com o seu diário de escola. Seguindo as instruções, Lucius colocou disfarçadamente o diário no meio dos livros escolares de Gina Weasley, que iria iniciar seus estudos em Hogwarts naquele ano. Voldemort possuíra a garota e fizera com que ela abrisse a Câmara Secreta de Salazar Slytherin, libertando o basilisco, que começou a atacar alunos, petrificando-os. Absorvendo a energia vital da ruiva, as lembranças contidas no diário, aliadas ao fragmento da sua alma estavam contribuindo para que ele, finalmente, pudesse retornar fisicamente e com a aparência e vigor que tinha aos dezessete anos. Mas o maldito moleque da cicatriz estragara tudo, matando o basilisco e cravando uma de suas presas envenenadas no livro, o que acabou por destruir a Horcrux nele escondida. Novamente Harry Potter vencera e o Lorde das Trevas quase morrera mais uma vez. Ironicamente, uma grande contribuição fora prestada por Myrtle, a Murta que Geme, em uma vingança involuntária pelo fato dele haver causado sua morte, ainda que indiretamente. A única coisa que havia impedido a sua total destruição fora o fato de existir aquela outra Horcrux, contida no anel dos Pevereel.
Mais um ano e Voldemort continuava escondido na Albânia, tendo de possuir animais para sobreviver. Houveram momentos, e ele não se envergonhava de admitir, nos quais ele chegou a pensar que morreria sem concretizar seus planos e que deixaria acéfala a Ordem das Trevas. Porém, uma inesperada convergência de fatos acabou por culminar na revelação da identidade de Wormtail, pois Sirius Black havia visto a sua foto em um exemplar do Profeta Diário e fugira de Azkaban, tentando chegar a Hogwarts para pegar Wormtail, inclusive recebendo a ajuda de Ayesha Zaidan pelo caminho, mesmo sem saber. Naquele mesmo ano, Sibila Trelawney havia feito sua segunda profecia real, na qual previra que o traidor dos Potter juntar-se-ia ao seu Mestre. Os pirralhos da Grifinória haviam conseguido novamente, voltaram no tempo e conseguiram evitar que Sirius Black fosse entregue ao Ministério e que recebesse o beijo dos Dementadores, possibilitando sua fuga no dorso de um hipogrifo. Porém, alguma coisa de positivo acabou resultando de tudo aquilo. Wormtail havia conseguido fugir de Hogwarts, em forma de rato e conseguira chegar à Albânia, tendo ouvido os comentários de outros ratos sobre uma criatura maligna escondida nas profundezas da floresta. Seguindo as indicações dos roedores, Wormtail chegara a uma caverna e, no fundo dela, encontrou...
—Mestre! Em nome de Merlin! Pensei que o senhor estivesse morto!
—Quase, Wormtail. Quase. Veja só no que me tornei. Pouco mais do que um fantasma.
—M-Mestre, me des-desculpe. Eu não poderia imaginar que aquele garoto estivesse sob a proteção do Elo de Sangue e nem que Lílian sacrificaria sua vida sem pestanejar.
—Não, Wormtail, eu não o culpo. Bem, pelo menos não completamente. Ainda mais agora, que você veio a mim e vai me ajudar a recuperar minhas forças. Nagini deve estar quase chegando, ela saiu para caçar. Quando ela chegar, vamos colocar em prática uma idéia que eu tive. Agora, que tenho você para manipular os ingredientes, poderemos preparar uma poção na qual estive pensando e que me devolverá um corpo rudimentar, porém mais forte do que esta forma quase etérea. Precisaremos de sangue de unicórnio, veneno de cobra que Nagini nos fornecerá e alguns feitiços de minha invenção, nos quais eu darei orientações para que você os execute. Agora vá atrás de algum sangue de unicórnio para mim.
Wormtail saiu, em busca de unicórnios pela floresta. Certa hora da noite, sentindo fome, entrou em um Pub para comer alguma coisa e tomar uma caneca de cerveja amanteigada. Enquanto jantava, foi reconhecido por uma funcionária do Ministério, algumas turmas mais antiga do que ele em Hogwarts, chamada Berta Jorkins.
—Não pode ser. Não creio que seja você, Pettigrew. Eu julgava que você estivesse morto. _ disse ela, baixinho. Ele teve de usar de toda a sua presença de espírito para convidá-la a sentar-se e jantar com ele. Depois pediu uma garrafa de vinho. Após algumas taças, a língua de Berta já estava meio solta e ela comentou algo sobre um evento que ocorreria em Hogwarts no próximo ano letivo, um Torneio Tribruxo, o primeiro depois de séculos.
—E você vai ajudar na organização, Berta?
—Sim, Peter. Vou auxiliar o Sr. Crouch e o assessor dele, Percy Weasley, na organização do Torneio. Será muito bom ter juntas, novamente, Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang.
—Karkaroff ainda é o Diretor de Durmstrang?
—Sim. E haverá um detalhe, uma mudança no regulamento, para que somente bruxos maiores ou seja, do sétimo ano, possam participar.
—Que interessante (“Talvez ela tenha alguma informação que possa ser útil para o Lorde”, pensou). Está meio tarde. Vamos, eu acompanho você até a casa de sua prima.
Berta aceitou o oferecimento. Quando distanciaram-se um pouco do Pub, Wormtail sacou a varinha de Voldemort, que havia ficado sob sua guarda.
— “Imperio”! _ Berta Jorkins estava sob o seu controle. Ele a levou até a caverna onde Voldemort estava refugiado. Lá, ela foi obrigada a revelar os detalhes do torneio e, através de Legilimência, Voldemort descobriu outra coisa, que Bart Crouch, Jr não estava preso em Azkaban e que permanecia sendo um fiel partidário da Ordem das Trevas. Um plano começou a tomar forma na mente de Voldemort e ele, depois de neutralizar o Feitiço de Memória colocado por Bart Crouch, Sr e extrair da mente dela todas as informações de que necessitava, acabou por danificá-la irreversivelmente. Então, Wormtail a matou com uma Avada Kedavra.
O ano do Torneio Tribruxo marcou o sucesso parcial dos malignos planos do Lorde das Trevas, com a captura de “Olho-Tonto” Moody, sua substituição por Bart Crouch, Jr e sua ida para Hogwarts, a fim de lecionar Defesa Contra as Artes das Trevas. Harry fora incluído por ele no Torneio Tribruxo e cumprira as tarefas, com uma discreta ajuda indireta do falso Moody. Os acontecimentos culminaram no seu retorno a um corpo físico, graças à Poção de Renascimento, constituída de feitiços de sua própria autoria, aliados a antigas peças de Magia Negra e à adição de um osso do seu pai, a mão direita de Wormtail e um pouco de sangue de Harry Potter, tirado à força. Infelizmente outra pessoa tivera de morrer sem necessidade, o filho do Chefe do Departamento de Controle de Criaturas Mágicas, Amos Diggory, chamado Cedric. Harry duelara com ele e conseguira fugir, retornando a Hogwarts e denunciando seu renascimento a Dumbledore. O velho Diretor não perdera tempo e, imediatamente, reativara a Ordem da Fênix. Crouch fora preso e recebera o Beijo do Dementador. O garoto continuava vivo mas, pelo menos, o Lorde retornara.
Após o término daquele ano letivo, Voldemort havia ido à Mansão Malfoy para traçar novos planos com Lucius. O loiro recepcionara o Lorde com uma notícia capaz de colocar um sorriso na face viperina crispada de raiva devido ao último revés.
—Mestre, sei que os acontecimentos mais recentes não foram de todo um sucesso e que Harry Potter permanece vivo, mas tenho notícias que poderão, creio eu, melhorar o seu ânimo. _ Lucius disse, servindo a Voldemort uma boa dose de uísque de fogo.
—E o que seria capaz de fazer com que eu me sentisse melhor, depois de ter sido derrotado pelo maldito moleque da cicatriz? _ Voldemort perguntou, tomando um gole.
—Descobrimos a garota, Mestre. Localizamos a Escolhida.
—Como é, Lucius? Conseguiram encontrar uma jovem que satisfizesse a todos aqueles requisitos complicadíssimos que eu lhes descrevi?
—Sim, Mestre, conseguimos. Foi bem difícil, mas nós a descobrimos. Ela deve estar, a essa altura, com uns catorze para quinze anos. Durante os anos em que o senhor esteve desaparecido, nós não deixamos de procurá-la, sabendo que o senhor iria retornar um dia. Ela preenche todos os requisitos. É bela, virgem, trouxa, paranormal, corajosa, astuta, inteligentíssima, meiga e carinhosa. É capaz de enxergar criaturas mágicas desde a infância, embora seja trouxa. Falta apenas aguardarmos para ver se ela irá manifestar magia tardiamente, como consta dos requisitos. Além disso ela é bastante forte, possui um vasto conhecimento de idiomas, pratica esportes que os trouxas chamam de “Radicais” e é perita em artes marciais. Com cerca de treze anos, ela viu o pai morrer em um acidente de pára-quedismo e, desde então, nunca mais chorou por razão alguma.
—Que interessante, Lucius. E quem é essa jovem?
—Ela chama-se Janine Sandoval e é natural do Brasil. Seu pai era um militar trouxa, Coronel do Exército daquele país e que desempenhava muitas missões no exterior, principalmente junto a Embaixadas. Por essa razão tivemos dificuldades para rastreá-la ao redor do mundo, em virtude das transferências do pai. Mas agora sabemos onde ela está, Mestre.
—Onde?
—Aqui mesmo, na Inglaterra. Ela está fazendo um curso em uma escola trouxa de altíssimo nível em Londres, preparando-se para uma faculdade de História, com ênfase em civilizações e idiomas antigos, além de Ocultismo. Creio que agora só nos resta esperar, Mestre.
—Sim, Lucius. Creio que em, no máximo mais um ano, ela deverá manifestar magia e, então, será nossa. E o livro?
—Ainda não o encontramos, Mestre, mas creio ser questão de tempo.
Naquele momento, Draco Malfoy adentrou a sala, retornando do ano letivo em Hogwarts. Voldemort teve um diálogo com ele e, depois que o jovem saiu para tomar um banho e descansar, desaparatou para um de seus esconderijos.

No ano que se seguiu, a Ordem da Fênix cresceu e ficou mais forte. Uma das poucas coisas que favoreceu às Trevas foi o fato de que o Ministério da Magia passou o ano todo tentando desacreditar Harry Potter, tachando-o de louco e mentiroso, graças à ação de seus espiões e a uma pressão constante sobre Cornelius Fudge. Porém, no final do ano letivo, Harry Potter e um grupo de amigos foram ao Ministério e, depois de um feroz combate, o registro da profecia de Sibila Trelawney acabou se quebrando, perdendo-se para sempre. A Ordem da Fênix sofrera uma importante baixa, pois Sirius Black havia sido lançado através do Arco da Passagem, depois de ter sido estuporado por Bellatrix. Porém, a Ordem das Trevas havia saído enfraquecida daquele confronto. Quase todos os Death Eaters que haviam ido ao Ministério foram parar em Azkaban: Lucius Malfoy, Walden McNair, Ebenezer Crabbe, Sylvius Goyle, Rudolph e Rabastan Lestrange, Farley Mulciber e outros. A única que escapara fora Bellatrix Lestrange e assim mesmo porque desaparatara, junto a ele.
Mais um ano e novos planos. Durante as férias escolares de verão, acontecera algo que havia deixado Voldemort admirado. Os fatos acabaram convergindo de forma tal que acabou havendo uma aproximação entre Janine Sandoval e ninguém menos que... Draco Malfoy. Eles conheceram-se em Londres, onde Draco passava as férias infiltrado entre os trouxas, com a desculpa de buscar informações para as Trevas (“Na verdade o moleque estava se 'trouxizando' já há vários anos, amaduracendo sua dissidência. Imaginávamos que ele queria a Srta. Sandoval como cordeiro de sacrifício para confirmar sua lealdade e selar sua iniciação entre os Death Eaters mas, na verdade, os dois acabaram apaixonando-se e começaram a namorar. Até aí tudo bem, não tivesse sido o fato deles havarem compartilhado suas virgindades naquele mesmo verão. Aquilo tornou a Srta. Sandoval inútil para mim desde o início. Se eu soubesse disso, teria abandonado os planos de obter o Olho de Shiva e as coisas poderiam ter sido diferentes. Mas ela acabou indo parar em Hogwarts e manifestou magia. No final a busca pelo livro e a sua obtenção resultaram inúteis e ela me fez passar aquele ridículo em Azkaban. Ainda me recordo de suas palavras:'Então o teu precioso plano melou logo de cara e tu nunca vais ver a cor da quinta Pedra de Sankhara, tchê. Eu já não satisfaço mais a esse requisito desde o último verão, graças ao Draco. Aliás, foi maravilhoso. Draco Malfoy é, realmente, o homem da minha vida.' E como se não bastasse, aqueles malditos moleques conseguiram invocar o Olho de Shiva e quase me mataram. Agora a sangue-ruim e o renegado estão noivos. Preciso pensar em um destino terrível para eles, mas isso poderá esperar. Por enquanto devo concentrar-me no meu plano principal e na missão que deleguei a Venom. Ele tem tudo para ser bem sucedido. Quanto ao meu outro plano... não sei, sinceramente, não sei se devo”, Voldemort pensou)
O plano de segurança de Voldemort garantiria a continuidade da sua obra, não importando o que acontecesse. Mas ele estava relutante para colocá-lo em prática (“Que ironia. Eu, o Lorde das Trevas, hesitando em iniciar um plano. Acontece que, para colocá-lo em prática, precisarei pedir a colaboração de Bellatrix e eu sei que ela não hesitará em oferecer-se para cumprir o seu papel, mesmo que isso lhe custe a vida, como certamente custará. O que deverei pedir a ela é algo que irá consumir muito de sua energia mágica. Eu estou relutando porque não quero perdê-la. Dizem que o Lorde das Trevas jamais amou nem foi amado, o que é uma grande mentira. Minerva McGonnagall jamais saiu dos meus pensamentos e, agora, Bellatrix é a pessoa mais importante para mim, ainda que não deixemos isso transparecer. Eu não tenho mais dúvidas de que ela é devotada tanto à causa das Trevas quanto à minha pessoa, mas não sei a qual das duas ela é mais. Não quero invadir a privacidade da sua mente com a Legilimência, além de saber que ela é bastante boa em Oclumência. Se os seus sentimentos forem verdadeiros, por Merlin, não sei se terei coragem de pedir a ela que faça isso por mim. Realmente, não sei”, pensou o Lorde).

O filme de sua vida até o presente momento terminara e ele, com um movimento de varinha, havia feito com que a tela mágica desaparecesse, bem como o cinzeiro, contendo as guimbas dos Dunhill que fumara. Executou um pequeno feitiço para retirar o cheiro de fumo e uísque de fogo e ficou ali, apenas sentado e com o olhar perdido, às voltas com seus pensamentos. De repente a porta do terraço se abriu e uma voz meio sonolenta disse, carinhosamente:
—Tommy, você não vai voltar para a cama? Está muito frio aí no terraço. Venha, pois estou sentindo sua falta ao meu lado.
Ele levantou-se e caminhou na direção da porta (“Isso torna as coisas piores. Ela não me chamou de 'Mestre', 'Lorde', 'Voldemort', nem mesmo de 'Voldie' ou 'Tom'. Na verdade ela utilizou comigo o tratamento mais íntimo e carinhoso que se poderia imaginar. Eu não quero, mas preciso fazer a ela essa proposta. Maldito seja eu por ter de propor isso a ela, sabendo que ela certamente morrerá e que, mesmo assim, não hesitará em aceitar”, ele pensou, dirigindo-se para a suíte. Abraçou Bellatrix, beijou-a e disse:
—Bella, há algo que eu tenho de pedir a você, mas não sei se devo. Você correrá um grande perigo e sua vida estará em risco. _ e disse a Bellatrix o que tinha em mente, qual o papel dela e os riscos envolvidos. Ela ouviu atentamente e respondeu:
—Mil vezes você me pedisse, mil vezes eu diria sim, Tommy. Porque, mais do que o meu Mestre, o Lorde das Trevas, aquele cujo nome a Bruxidade teme pronunciar, você é o homem que eu amo. Acham que nós, bruxos das Trevas, não somos capazes de amar com sinceridade mas é mentira. Eu te amo e sei que você me ama, do contrário não hesitaria em me pedir isso. E, pelo amor que tenho por você, eu farei.
O casal entrou na suíte e fechou a porta que dava para o terraço (“Maldição! Agora não há mais como voltar atrás. Terá de ser feito”, pensou Voldemort, anormalmente entristecido). A noite avançava e o dia seguinte logo chegaria, trazendo consigo a continuidade dos planos da Ordem das Trevas. Os responsáveis por cada parte deles estavam em suas posições, prontos para agirem. A ele, restava apenas aguardar pelo momento em que sua intervenção seria requerida. Bellatrix aconchegou-se a ele na cama e os dois ficaram ali, juntos e demonstrando o que sentiam um pelo outro.


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