Harry Potter e o Legado de Avalon escrita por JMFlamel


Capítulo 2
MAIORIDADE




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CAPÍTULO 1

MAIORIDADE





Eram 05:00 h da manhã.
O dia 31 de julho ainda não havia clareado quando Harry Potter abriu os olhos. Ele colocou os óculos e foi até a janela, abrindo-a e olhando para fora. Little Whinging ainda estava às escuras e não se via ninguém na Rua dos Alfeneiros.
Com um sorriso nos lábios ele sentou-se no peitoril da janela e ficou esperando o nascer do sol. Podia parecer uma coisa de adolescente ou mesmo algo meio infantil, mas o jovem bruxo fazia questão de assistir, ou melhor, saborear a visão das primeiras luzes daquele dia, o primeiro de sua maioridade bruxa, aos dezessete anos, algo que tinha um significado oculto que só a ele interessava. Deixou a mente divagar, viajando por lembranças do passado, desde que viera morar com os tios. Havia sido deixado pelo Diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, Alvo Dumbledore, na porta da frente do número quatro da Rua dos Alfeneiros, com um ano de idade, depois que o pior bruxo das Trevas da atualidade, Lord Voldemort, assassinara seus pais e tentara matá-lo, tendo a Maldição Avada Kedavra sido refletida e voltado para o Lorde das Trevas. Daquele primeiro encontro com Voldemort havia resultado que o bruxo maligno quase morrera e Harry ficara com uma cicatriz na testa, com a forma de um raio. Essa cicatriz já havia salvo sua vida por várias vezes, pois avisava quando havia perigo por parte de Voldemort, sendo a intensidade do sinal proporcional à gravidade da ameaça, podendo ir desde um simples formigamento até uma dor tal que parecia que a sua cabeça ia rachar-se ao meio. Graças a esse evento, Harry Potter era conhecido na Bruxidade como “O-Menino-Que-Sobreviveu”.
Durante os anos que passara morando com os Dursley, quinze deles foram um verdadeiro inferno (os últimos seis amenizados pela descoberta de quem era e pelo seu reingresso no mundo mágico), pois os tios eram verdadeiros alpinistas sociais e extremamente preconceituosos, somente tendo mudado seu perfil e revisto sua posição em relação aos bruxos no ano anterior, depois de levarem um susto de Olho-Tonto Moody e travarem conhecimento com Lupin e Tonks. O fato de Harry e Duda haverem tornado-se parceiros de exercícios e o outrora obeso primo ter perdido peso e adquirido condicionamento físico suficiente para integrar a equipe de atletismo de Smeltings também tivera uma grande importância. Os primos, que outrora viviam se hostilizando, agora eram bastante unidos sendo que Duda estava integrando-se cada vez mais ao mundo bruxo, ao ponto de ter passado o verão correspondendo-se com Lilá Brown, uma bela bruxinha loira de uma família antiga e tradicional, colega de Harry em Hogwarts, também membro da Grifinória. Tio Valter e Tia Petúnia já nem se importavam mais com as freqüentes corujas, entrando pela janela do quarto de Harry, sendo uma delas a branca Edwiges, mascote de Harry desde o primeiro ano. As outras eram Píchi, a corujinha de Rony Weasley, as corujas de Hogwarts e também Athena, a coruja de Lilá e mais Liberté, a bela coruja negra pertencente a Draco Malfoy e Gaudério, a coruja parda de Janine Sandoval. Draco havia sido inimigo de Harry durante a maior parte dos anos de escola mas haviam constituído, contra toda a lógica, uma sólida amizade, desde que sua namorada Janine, cem por cento trouxa, fora para Hogwarts e tornara-se colega de Harry na Grifinória, posteriormente manifestando dons de magia, passando a ser conhecida como “A-Trouxa-Que-Virou-Bruxa” e que agora estava morando com ele na Mansão Malfoy, em Wiltshire.
Riu-se por dentro e pensou: “O ano passado realmente foi muito especial”. Havia sido um ano cheio de surpresas e novidades. Bem, Lord Voldemort havia, mais uma vez, tentado colocar em prática um dos seus malignos planos de conquista, o qual incluía a imolação de Janine e, novamente, havia sido derrotado por Harry e seus amigos, dessa vez com grandes riscos e uma enorme tristeza, representada por uma perda: Narcisa Malfoy sacrificara-se para salvar a vida de Draco e Janine, recebendo o impacto direto de uma Avada Kedavra lançada por Lucius contra o casal, durante uma batalha em Azkaban, há alguns meses atrás.
Embora não acreditasse totalmente em destino, Harry não pôde deixar de pensar na fantástica convergência de fatos que culminara na mais recente derrota de Voldemort: A brasileira Janine, que deveria ser a vítima em um sacrifício de sangue, conhecera Draco Malfoy e ambos haviam começado a namorar, coroando o processo de rompimento do sonserino com a Ordem das Trevas, que ele já estava amadurecendo há tempos. Os jovens tiveram treinamento Ninja, ministrado pelo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Derek Mason, tendo aprendido a controlar e utilizar o Ki. Draco aprendera, por sugestão de Janine, a saltar de pára-quedas e, junto com o Prof. Mason, ensinara a todos os Inseparáveis, o que lhes permitiu infiltrarem-se em Azkaban sem serem detectados pelo Sensor de Atividades Mágicas, quando Janine havia sido raptada por Sibila Trelawney e Wormtail, cumprindo ordens de Voldemort. O plano do Lorde das Trevas visava colocar as mãos na última Pedra de Sankhara, que continha no seu interior o poderosíssimo diamante “Olho de Shiva”, o que não foi possível pelo fato de Janine não mais atender ao primeiro requisito da vítima escolhida. Voldemort havia sido derrotado e quase destruído pelo mantra do feitiço do mesmo nome, o qual havia sido usado pelos Inseparáveis e cujo texto Harry ainda lembrava (“Agni Chakshu Shiva, bhasmasaya Andhas agha sarpah”).
Não foram somente Draco e Janine que encontraram o amor naquele ano. Todos os Inseparáveis haviam, finalmente, se declarado. Harry estava namorando Gina Weasley, irmã de seu melhor amigo, Rony, o qual estava, por sua vez, namorando Hermione Granger, por quem era totalmente apaixonado desde o primeiro ano. O outro casal era formado por nada menos que Neville Longbottom e Luna Lovegood. O antes rechonchudo e inseguro grifinório experimentara uma radical mudança no último ano, tornando-se um valente guerreiro, além de ter ficado mais confiante e haver tornado-se um ótimo aluno, digno herdeiro dos Aurores que foram seus pais. Luna, a garota da Corvinal tida como excêntrica e amalucada, havia descoberto a razão dos seus olhos saltados e flutuações emocionais. Depois que sua tireóide fora tratada com a poção apropriada, tudo havia retornado ao normal e ela revelara-se uma bela garota, principalmente depois que passara a tratar melhor os seus cabelos. A jovem também era uma excelente pintora e exímia Kunoichi, uma garota Ninja bastante criativa, que havia inventado armas personalizadas e adquirido um admirável domínio do Ki.
Aliás não somente Luna, mas todos os Inseparáveis tornaram-se mestres no domínio de sua energia interior, através do Ninjutsu. Haviam alcançado níveis inacreditáveis, inclusive dominando a técnica do Bukujutsu, a Dança do Ar. Isso permitia que eles se movessem quase como se não tivessem peso, podendo saltar a grandes alturas com pequenos impulsos, equilibrarem-se em lugares impossíveis e correrem por paredes verticais como se estivessem no chão. O fato de serem bruxos de coração puro assim o permitiu, segundo o Prof. Mason. Em uma carta, recebida por Harry há umas duas semanas atrás, o Auror havia dito que estavam aptos a adentrar estágios ultra-avançados do Ninjutsu, iniciando o aprendizado do Kobudera, a Magia Ninja.
Chamou a atenção de Harry a foto que havia recebido de Colin Creevey, com todos os Inseparáveis, tirada em King’s Cross, após o desembarque do Expresso de Hogwarts. Nela apareciam os quatro casais de namorados, felizes e antecipadamente saudosos pela separação temporária. Ao lado dela, uma outra foto e uma carta de Draco e Janine. Os dois haviam voltado recentemente do Brasil, onde Janine fora realizar um curso intensivo de reforço na Escola de Magia Sepé Tiaraju, na região das Missões. Posteriormente o casal havia ido a São Borja, para que Janine apresentasse Draco à sua mãe e aos seus avós. A família dela gostara bastante dele e tratara logo de integrá-lo aos costumes da região. O fato é que a fotografia (foto-bruxa) mostrava o casal em um baile de CTG (Centro de Tradições Gaúchas), Janine com um belo vestido vermelho rodado e Draco dançando com ela, envergando uma camisa de seda branca, com lenço vermelho no pescoço, reluzentes botas pretas e calças pretas folgadas, com as pernas enfiadas nos canos das botas, que ele explicou na carta serem conhecidas como “Bombachas”. Completava o conjunto um cinto largo de couro, chamado “Guaiaca”. Trajes tradicionais para a prenda e o peão, obrigatórios para os bailes de CTG, dizia a carta.
O casal tinha saído depois em uma viagem pelo estado, visitando as várias regiões. Na Serra ele apreciou bastante conhecer os detalhes da colonização italiana e alemã, devidamente agasalhados para enfrentar o frio que, embora não tão intenso quanto o do inverno da Inglaterra, ainda assim era respeitável. Terminaram a viagem em Porto Alegre, conhecendo os lugares bruxos da cidade e Janine ciceroneando Draco em um roteiro pelos teatros, museus, cinemas e locais turísticos da capital gaúcha. Ele comentou na carta que apesar das desigualdades sociais, com crianças de rua, drogas e violência, era uma das cidades que ele mais gostara de conhecer. Achara muito interessante a diversidade de “Tribos Sociais” e como os adolescentes, em grande parte, apreciavam e assimilavam a moda e a cultura Hip-Hop. O mais admirável era que, por mais exótica que fosse a aparência de algumas pessoas, com piercings, tranças, tatuagens diferentes e acessórios que faziam a pessoa parecer um guerreiro Maori, todos os visuais eram respeitados. Também ficara impressionado com o nível de politização dos habitantes, tanto bruxos quanto trouxas. Tomaram uma Chave de Portal de volta para Londres no Shopping Bruxo Andradas, que ficava no subterrâneo da Galeria Pedro Chaves Barcellos, com acesso pela lateral da escada próxima à banca de revistas.
Também estava sobre a mesa o jogo de cards dos sapos de chocolate, que ele mostrara para Duda na noite anterior e que, há alguns meses, incluía a ele mesmo e a Janine. No texto do seu card houvera uma atualização mágica e agora lia-se “...aprovado para o sétimo ano...”. Quando as aulas começassem, haveria uma nova atualização. Aliás, os cards o fizeram retornar àquela memorável viagem de volta, quando duas garotas da Sonserina, Millicent Bulstrode e Blaise Zabini, as quais agora ocupavam o lugar que antes era de Draco, como líderes da gangue do mal na escola, souberam ser tão desagradáveis que acabaram sendo vítimas de um feitiço experimental de Janine, um aperfeiçoamento do Feitiço de Diarréia Instantânea, criado por Draco. As duas passaram metade da viagem trancadas no banheiro, somente não se desidratando porque conjuraram litros de água mineral e frascos de Poção Reidratante. Mesmo assim, ao desembarcarem, era de duas doentes a aparência de “Coturno e Sandalhinha”, apelidos criados por Janine. Cada vez mais Harry concordava com Draco, quando o amigo dizia que as duas tinham um caso firme, o que ficou confirmado no último Dia dos Namorados, em Hogsmeade. As duas ainda tentaram pregar uma peça em Janine, após os testes de Aparatação no Departamento de Transportes Mágicos do Ministério, uma semana depois. Porém a esperta bruxinha brasileira farejou a trama e fez com que Zabini fosse vítima da brincadeira de Millicent. Logo após, todos eles inclusive Milly Bulstrode e Blaise Zabini, riram do resultado da brincadeira, temporariamente deixando de lado as diferenças e divertindo-se, como só adolescentes sabem fazer.
As férias haviam sido tranqüilas, exceto por um pequeno fato, envolvendo a empresa do Tio Valter, a fábrica de brocas Grunnings. Há cerca de um mês começaram a ocorrer prejuízos inexplicáveis e a situação financeira dos Dursley começou a ficar comprometida. Quando Tio Valter comentou o fato com Harry, disse que até estava parecendo magia. Harry sentiu que algo estava errado e entrou em contato com Lupin. Este fora à empresa transfigurado, juntamente com Tonks, descobrindo que um bruxo das Trevas de escalão mais baixo estava azarando a empresa, a soldo dos Death Eaters, disfarçado como funcionário, com a finalidade de piorar a situação da Grunnings e criar desarmonia na família. O bruxo foi estuporado e detido, feitiços de proteção foram lançados na Grunnings e a situação retornou ao normal. Por essa razão Tio Valter e Tia Petúnia teriam, naquela noite, um jantar de negócios com um cliente importante, o que ajudaria a empresa a se reerguer. Isso os impediria de estarem presentes na festa de aniversário dele, que iria ser realizada na Toca. Apenas Duda iria com Harry, de Chave de Portal, representando a família.
Olhando para o nascente, Harry viu uma linha luminosa, que foi tornando-se uma faixa cada vez mais larga, até que o céu já apresentava uma razoável claridade. Dando-se por satisfeito, fechou os olhos e fez uma pequena prece:
_ “Senhor, permita que, por mais poderes que eu adquira, jamais me deixe corromper, mantendo puros meu coração e meus objetivos. Que assim seja.”
Deitou-se novamente e retomou o sono interrompido. Ainda tinha algumas horas antes de ele e Duda saírem para correr. Fariam um trajeto um pouco menor, a fim de não se cansarem demais ou não aproveitariam a festa à noite.

Os primos retornaram de um trajeto de uns 7 Km, percorridos com tranqüilidade. Devido ao sol forte, os óculos Oakley Minute e o protetor solar fator 30 mais uma vez mostraram sua utilidade. Depois de um bom banho, Harry estava conversando com Tia Petúnia e Duda, na sala de visitas:
_É uma pena que a senhora e Tio Valter não possam ir. De alguma forma os bruxos das Trevas conseguiram atrapalhar um pouco.
_Sim, Harry. Eu e Valter teremos de recepcionar um cliente importante. Imagine... depois de todos esses anos, quando estamos começando a nos dar bem, chega a hora de você montar sua própria casa e ir embora. Vai mesmo morar em Godric’s Hollow, na antiga propriedade dos seus pais?
_Sim, Tia Petúnia. A casa já foi reconstruída, exatamente como era. Dumbledore tinha as plantas e contratamos um bom grupo de construtores bruxos. A senhora já esteve lá antes, não esteve?
_Uma vez, logo que você nasceu. Fui escondida de Valter, que era muito mais intolerante do que eu. No início estranhei a mistura de decoração bruxa e trouxa, mas depois me acostumei. Depois acabei perdendo o contato com Lílian e Tiago, até que Dumbledore o deixou aqui e soubemos o que Voldemort havia feito. Eu já estava influenciada pelo preconceito contra os bruxos, então tivemos toda aquela má vontade para com você, durante quinze anos.
_Mas, segundo o que Dumbledore me explicou, o fato de vocês me aceitarem, mesmo contrariados, selou o feitiço de proteção. Agora ele foi estendido, inclusive protegendo a vocês, estejam onde estiverem. Para manter a potência do feitiço, é preciso apenas que eu passe pelo menos um dia por ano com vocês. Então é certo que terão a minha visita, no mínimo anualmente. Da mesma forma serão bem-vindos, tanto em Godric’s Hollow quanto em Londres, onde ficarei no apartamento que Sirius me deixou.
_Seu padrinho? Aquele que morreu?
_Sim. Ele legou a mim, em testamento, todos os seus bens, inclusive a motocicleta voadora.
_Isso explica o ronco que ouvimos, na noite em que o encontramos na porta da frente.
_Era Hagrid, que havia pego a moto emprestada. Ficou cuidando dela até agora, desde que Sirius foi injustamente preso.
_E como é que iremos para a Toca, Harry? _ perguntou Duda.
_Utilizaremos uma Chave de Portal, um objeto que nos permitirá cobrir a distância quase que imediatamente. Já que você, sendo trouxa, não pode aparatar e a maneira pela qual eu poderia levá-lo comigo não agradaria nem a mim nem a você, esse é o melhor modo. Poderíamos ir com pó de Flu, pela lareira da Sra. Figg, mas não seria muito agradável. Dá muita vertigem.
_E como é que você aparata com uma pessoa que não pode? Não me diga que...
_Exatamente, Duda. É a maneira pela qual Gina me acompanha, quando aparato com ela.
_Muito obrigado, primo, mas dispenso. Por mais que agora sejamos amigos, beijá-lo não iria pegar nada bem.
_Com certeza. _ os três riram.
_Se vocês me derem licença, preciso ir ao Beco Diagonal ver umas coisas de última hora. Estarei de volta a tempo de irmos para a Toca. _ e, com um estalido, Harry Potter desaparatou da sala de visitas dos Dursley.
_Um dia ainda vou me acostumar com isso. _ disse Tia Petúnia.
_Deve ser a maneira mais econômica de viajar. _ comentou Duda.
_Com certeza. _ Petúnia Dursley sorriu _ O que ele vai fazer hoje lá no Beco Diagonal?
_Acho que sei, mamãe. Tem a ver com algo que aconteceu há umas duas semanas.
_Quando você foi a Londres, conhecer o apartamento de Harry?
_Sim. Foi naquele dia. _ e os pensamentos de Duda retornaram àquele dia, quando havia ido a Londres e fora conhecer o apartamento que Harry ocuparia, quando estivesse lá. Ao chegar, tocou a campainha e foi atendido por Harry. Admirou-se pelo fato do apartamento ser bem maior do que parecia.
_É uma característica de apartamentos de bruxos, Duda. _ explicou Harry _ Costumamos utilizar Feitiços de Ampliação Interna. Assim ele parece normal por fora, mas é bem maior por dentro. Também precisamos enfeitiçar os eletroeletrônicos, para que não entrem em pane com a concentração de energia mágica devido aos Feitiços de Segurança. Venha ver como está ficando a decoração.
Duda entrou e viu o que Harry e o decorador bruxo haviam feito. O apartamento de dois dormitórios possuía várias opções de decoração para cada cômodo, acionadas por uma ordem do proprietário. O living tinha três ambientes, sendo a área de TV a preferida de Harry, que instalara um Home Theater, com uma tela de plasma e receiver (enfeitiçados para poder captar o sinal do recém-inaugurado canal de TV por assinatura dos bruxos que, finalmente, haviam se rendido a essa modernidade da cultura trouxa). Outro dos ambientes era o canto da lareira, muito aconchegante, no qual havia um aparelho de som (enfeitiçado, é lógico pois, se não fosse assim, não receberia o sinal da Rede Radiofônica dos Bruxos) e os CDs dos estilos musicais preferidos de Harry: Eletrônica, New Age, Rock progressivo, (especialmente o Pink Floyd e o Yes) e, por influência de Draco, a Dance Music dos anos 80 e mais a Eurodance e o House dos anos 90. Sala de jantar, copa e cozinha completavam a área social. O dormitório principal era uma suíte com closet, bastante espaçosa. O outro dormitório era reservado para hóspedes. Havia também um gabinete de estudos com uma boa biblioteca, onde Harry colocara uma escrivaninha e um potente computador (também enfeitiçado). Em todos os cômodos combinavam-se objetos bruxos e trouxas, inclusive vários elementos de origem japonesa, nas paredes vendo-se vários posters reproduzindo quadros de Roger Dean, principalmente os que possuíam dragões como tema.

Dragon's Dream

"Um dragão de Roger Dean"

Inclusive, sobre um aparador na sala, via-se a miniatura animada do dragão Rabo-Córneo Húngaro, que Harry enfrentara no quarto ano, durante o Torneio Tribruxo e que ele viera a saber que havia sido produzido pela vidraria artística bruxa dos Bulstrode. O destaque era, acima da lareira, um quadro-bruxo representando Lílian e Tiago Potter, igual a outro que Harry mandara colocar em Godric’s Hollow. Na área de serviço, uma pequena dispensa e um armário, onde ficaria a Firebolt, quando não em uso. A motocicleta ficaria na garagem do condomínio, onde havia uma vaga para ela.
_O que achou, Duda?
_Legal, Harry. Acho que a decoração deixa à vontade tanto bruxos quanto trouxas.
_Essa é a idéia. Ah, recebi, lá do Ministério da Magia, os cartões de acesso. Eis aqui o seu.
_???
_Cartões para familiares trouxas, que permitem o acesso a lugares bruxos e o conhecimento de fatos, classificados por graus de sigilo. Os familiares, por exemplo, têm acesso de Grau 3. Isso permite visitar lugares e saber de coisas que não sejam considerados de segurança. O Grau 5 é o máximo a que um trouxa pode chegar. Somente a Rainha e o Primeiro-Ministro possuem esse grau de acesso. Veja o seu.
No cartão via-se a foto-bruxa de Duda, seu nome, grau de parentesco e a classificação de acesso e conhecimento. Fora isso, parecia um cartão plástico comum.
_Com ele você pode ir, desde que acompanhado por um bruxo, a quase todos os lugares. Beco Diagonal, Plataforma 9 ½, Hogsmeade, Hogwarts, bibliotecas e livrarias, o Clube Bruxo de Londres, etc. Aliás, preciso ir ao Beco Diagonal. Venha comigo e almoçaremos no Caldeirão Furado.
Saíram e tomaram um táxi-bruxo. Chegando ao Caldeirão Furado, Duda admirou-se, pois já havia passado por aquela rua algumas vezes e nunca havia reparado no hotel-restaurante bruxo, em cujos fundos ficava a entrada para o Beco Diagonal. Entraram e logo Harry foi cumprimentado pela maior parte dos presentes, inclusive Tom, o dono do hotel.
_Harry, que bom vê-lo. Quem é esse? _ perguntou Tom.
_É meu primo, Duda.
_Bom, se está com você isso quer dizer que o cartão de acesso dele está em dia. Vão almoçar?
_Sim, vamos. Depois precisamos ir ao Beco Diagonal.
Almoçaram, sendo depois cumprimentados por vários outros bruxos que lá chegavam, inclusive Shacklebolt, Diggle, Williamson e mais Madame Marsh e Doris Crockford, velhos conhecidos de Harry. Depois de Harry pagar a conta, foram para os fundos. Harry disse:
_É melhor mudarmos de trajes, ou poderão estranhar lá no beco. Mesmo sendo trouxa, é bom providenciar uma capa para você. “Indumentaria cambio”. _ com um movimento de varinha, Harry transfigurou suas roupas em vestes de bruxo e providenciou uma capa para Duda. Tocou com a varinha o tijolo certo e a passagem para o Beco Diagonal se abriu. Os primos passaram e ela se fechou.
Harry mostrava a Duda as várias lojas e outros estabelecimentos. Passaram pelo Atelier de Madame Malkin, onde Harry pegou as vestes novas para aquele ano letivo. Na Artigos de Qualidade Para Quadribol, mostrou os uniformes de vários times, inclusive o laranja dos Chudley Cannons.
_Esse time chegou a me fazer uma proposta para jogar profissionalmente, depois de formado.
_E você?
_Agradeci, mas não aceitei. O que eu pretendo mesmo é ser Auror.
_Combater contra bruxos das Trevas? Bastante perigoso, não acha?
_Realmente é, mas alguém tem de fazer alguma coisa. Não é só o Voldemort. Outros bruxos perigosos surgem por aí e, se ninguém tomar uma atitude, eles poderão espalhar o terror entre bruxos e trouxas. Para isso, para detê-los, existem os Aurores, agentes de elite dos Ministérios da Magia pelo mundo todo. Esse é o caminho que eu quero seguir.
Passaram pela Gemialidades Weasley, na qual entraram e conversaram por um bom tempo com Fred e Jorge. Os gêmeos estavam seriamente comprometidos, Fred com Alícia Spinnet e Jorge com Angelina Johnson. As duas haviam aberto um estabelecimento que era, ao mesmo tempo, cafeteria, boutique e salão de beleza, administrando-o admiravelmente e obtendo bons lucros. Em seguida, foram à Encantos Brilhantes.
_Srta. Hawthorne! Pediu transferência da filial de Hogsmeade?
_Estou apenas dando uma cobertura para Miranda Folsom, Harry. Eu adoro aquele lugar e não pretendo sair de lá. O que deseja?
_Queria ver o catálogo de anéis.
_Aqui está. Quem é o bonitão aí?
_Meu primo Duda.
_Com essa capa nem parece trouxa.
_Este aqui, Srta. Hawthorne. _ e Harry indicou um determinado par de anéis no catálogo.
_Muito boa escolha, Harry. Para quando?
_Daqui a umas duas semanas.
_Estará disponível quando você vier.
_Muito bem. Obrigado, Srta. Hawthorne. Vamos nos ver em Hogsmeade.
_Até lá. Um abraço nos Inseparáveis. E Solange Hawthorne acenou, em despedida.

De volta ao presente...
_Então Harry foi à joalheria para pegar a encomenda?
_Sim, mamãe. Ao que parece, em breve veremos algo diferente no lugar daquele anel de compromisso. Creio que ele estava só esperando a maioridade para tornar oficial.
_Eles merecem. Gina Weasley é uma bela garota e sempre gostou muito dele. Ela me disse que ele a salvou quando ela estava no primeiro ano.
_Harry me contou a história. O pai de Draco Malfoy armou tudo.
_É difícil acreditar que aquele homem, tido como um bilionário excêntrico era, na verdade, um bruxo maligno. E agora Harry e o filho dele são amigos, não foi o que você me disse, Duda?
_Sim. Harry disse que o pai de Draco matou a própria esposa com um feitiço, o mesmo com que Voldemort matou Tia Lílian e Tio Tiago. Draco já havia rompido com o lado do mal e o pai dele queria forçá-lo a voltar.
_Mas eu acho que Harry não é o único que está ansioso por esta noite, não é, Duda? Eu vi que Athena nos visitou com freqüência neste verão. A jovem Lilá Brown deve ter gasto um belo estoque de penas e pergaminhos. Você vai vê-la hoje, na Toca?
_Sim, ela foi convidada. Aliás, vou separar as roupas para a festa. Com licença.
Logo depois, Harry aparatou na sala.
_Cadê o Duda?
_Está separando as roupas para hoje. Encontrou o que procurava?
_Sim, Tia Petúnia. Estava lá, à minha espera. A Srta. Folsom providenciou um belo estojo. Vou tomar um banho e, logo depois, iremos para Ottery St. Catchpole.
_Diga a Molly que mandei um abraço.
_OK. Com licença, tia. _ e Harry subiu para tomar um banho e trocar de roupa.
Mais tarde, quase na hora de saírem, os dois primos estavam na sala, já com as roupas com que iriam para a festa. Harry usava uma camisa marrom Polo Ralph Lauren e confortáveis calças de sarja cáqui Zoomp. Os abotinados Timberland e o cinto esporte Tommy completavam o conjunto. Duda usava um jeans Levi’s 505 e uma camisa verde-clara Hugo Boss. Calçava Docksides em azul-marinho, mesma cor e marca do cinto. Os dois primos estavam simplesmente “matadores” naquela noite. Tio Valter já havia chegado e agora despedia-se dos rapazes.
_Então, meninos, vocês já estão indo?
_Sim, Tio Valter. Vamos sair antes que seus convidados cheguem. Depois eu volto para trazer o Duda e voltar com minha bagagem. Acho que já está na hora. Vamos, Duda, a Chave de Portal está aqui comigo. _ e tirou do bolso um compasso _ Venha, segure-o junto comigo.
Duda segurou o compasso junto com Harry e os dois posicionaram-se no meio da sala.
_Lembranças ao Arthur. Boa festa, garotos.
_OK, Tio Valter. Está pronto, Duda?
_Sim, Harry. Vamos lá.
_Prepare-se, Duda. Um, dois e... TRÊS!!!
Os dois desapareceram da sala de visitas dos Dursley, rumo à Toca, Duda experimentando, pela primeira vez, a característica sensação na barriga, provocada pelas viagens com Chave de Portal.


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