Harry Potter e o Legado de Avalon escrita por JMFlamel


Capítulo 13
SURPRESA APÓS SURPRESA




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CAPÍTULO 12

SURPRESA APÓS SURPRESA







Finalmente, chegaram os feriados de Natal. Com a finalidade de facilitar e agilizar o transporte, bem como prover segurança para os transportados, as lareiras de Hogwarts foram utilizadas, sendo distribuída uma grade de utilização para as Casas. Como os Inseparáveis e mais Sirius, Ayesha e Jemail iriam para a Mansão Black, no Largo Grimmauld, Nº 12 e ela era o QG da Ordem da Fênix, teriam de partir da lareira mais segura de Hogwarts, a do Gabinete do Diretor. E era no gabinete de Alvo Dumbledore que o nosso simpático grupo de amigos encontrava-se reunido, despedindo-se do Diretor e da Profª McGonnagall. O Prof.Mason havia saído pouco antes, com uma Chave de Portal. Iria passar o Natal com seus primos trouxas, nos EUA.
Já sabendo que enfrentaria uma viagem com Pó de Flu pela manhã, Harry havia tomado um comprimido de Dramin na noite anterior, a fim de neutralizar sua costumeira vertigem. Como Janine nunca havia viajado antes com Pó de Flu e Harry havia descrito a sensação, ela fizera a mesma coisa, para se prevenir. O primeiro foi Sirius, que pegou um punhado de pó, jogou-o na lareira, fazendo as chamas ficarem verdes e disse, alto e claro: “Largo Grimmauld, Nº 12”! Entrou na lareira e desapareceu, rodopiando. Ayesha e Jemail fizeram a mesma coisa. Em seguida foi a vez de Janine. Ela fez exatamente como Sirius fizera e, em seguida, entrou na lareira. Imediatamente sentiu tudo girar e viu passar uma interminável seqüência de lareiras bruxas, até que percebeu que começava a desacelerar e saiu por uma delas. Foi calorosamente cumprimentada por...
_Tonks! Prof. Lupin! Que saudades!
_Olá, Janine. _ disse Tonks, abraçando a gauchinha.
_É muito bom te ver novamente, Janine. _ o Prof. Lupin aproximou-se e cumprimentou-a. Nesse meio tempo, os outros estavam chegando. Tonks aproximou-se de Janine, com um pequeno objeto nas mãos e disse:
_Jan, aqui está ele. Você o deixou aqui e eu aproveitei para mandá-lo à Gemialidades Weasley. Não foi uma tarefa das mais fáceis, mas Fred e Jorge deram uma “melhoradinha” nele. Acredito que vai funcionar bem, mesmo em lugares com alta concentração de magia. Experimente e diga o que achou. _ e entregou o objeto para Janine.
_O que é isso, Jan? _ Luna perguntou.
_Parece um controle remoto. _ disse Gina.
_Ou um radinho de pilha. _ Rony examinou o objeto, com atenção.
_Muito obrigada, Tonks. Eu já estava sentindo falta dele.
_O que é, amor? _ perguntou Draco _ Não me diga que é o seu...
_Exatamente, querido. O acessório indispensável para uma garota, no Século XXI.
_???
_Meu celular. _ Janine disse, mostrando o aparelho aos amigos e verificando os toques polifônicos. Configurou um deles e testou. Uma melodia espalhou-se pelo ar.
_ “As Time Goes By”. _ Draco sorriu para a noiva _ Essa música é especial para nós. Não sabia que ela estava no menu de toques do seu telefone, Jan.
_Eu baixei da internet, no dia seguinte àquela noite na qual nós a dançamos, naquele restaurante.
_Isso aí é um telefone, Jan? _ Gina perguntou.
_Sim, Gina. Um telefone móvel, que pode ser levado para qualquer lugar. E este é cheio de recursos como, por exemplo...
Apontou o telefone na direção de Gina e apertou um botão. A ruiva viu o brilho do flash e, em seguida, Janine mostrou a ela sua foto. Graças aos feitiços tecnomágicos de Fred e Jorge, a foto tirada era uma foto-bruxa, Gina movia-se na tela de cristal líquido do aparelho.
_Fantástico, Jan! _ Gina estava admirada _ Câmera fotográfica digital? Harry me falou delas, outro dia.
_Sim. Também tem toques polifônicos, como vocês já viram, além de rádio, acesso à internet e tocador de MP3. Lógico que, para armazenar as músicas digitalizadas, é preciso um cartão de memória, chamado MMC. Aqui está ele, com 1 Gigabyte de capacidade. _ e mostrou o cartão aos amigos _ pode armazenar até 1000 minutos de música e agora não preciso mais me preocupar com as baterias pois, graças aos feitiços tecnomágicos, elas não se descarregam.
_Mas não deve ter sido fácil. _ Hermione comentou _ Parece que, quanto mais recursos tem o aparelho eletrônico a ser enfeitiçado, mais difícil e demorado é o processo.
No instante seguinte, ouviu-se “As Time Goes By” e Janine olhou na minitela, para ver quem estava ligando.
_LAAAUUUREEENNN!!! _ exclamou Janine _ Mas eu não acredito, guria!... Há quanto tempo!... Sim, ele estava desligado, estava em conserto... Tu estás em Londres, guria?... Legal, estou morrendo de saudades de ti. E a Shanna, está aí contigo?... Beleza, vão passar o Natal aqui?... Mas que bom, gurias. Eu também. Inclusive, estou com algumas amigas... Sim, é claro que eu e Draco Malfoy estamos noivos. Mas capaz que eu e ele não iríamos ficar juntos!... Querem me ver?... No shopping?... Levar as gurias? Mas é claro, Lauren. A gente se encontra lá. Beijos e até logo. Mal posso esperar. _ e desligou _ Gurias, que tal darmos um passeio, assim que desfizermos as malas?
_Ótimo. _ disse Hermione.
_Conte comigo. _ Gina falou, animada.
_É para já. _ concordou Luna.
_Mas, e nós? _ Draco perguntou.
_Desta vez não, rapazes. _ Janine respondeu _ Esta tarde será dedicada ao “Clube da Luluzinha”.
_No boys, only girls. _ disse Gina.
_Mesmo porque o papo não iria mesmo interessar. _ comentou Luna.
_Lamento, meus queridos, mas esta tarde é nossa. _ Hermione falou, em tom conclusivo.
Harry olhou para Draco, Rony e Neville, dizendo:
_Estava demorando para elas nos devolverem aquela do “Papo Testosterona”, lá no St. Mungus. OK, garotas, vocês venceram. Divirtam-se no shopping.
_Tenho certeza de que gostarão de conhecer Lauren Collingwood e Shanna O’Rourke. _ comentou Draco _ São duas garotas muito legais. Lembranças a elas, Jan.
_OK, amor. _ Janine deu um beijo em Draco _ Vamos, gurias, vamos desfazer as malas e dar um passeiozinho. _ e subiram para o quarto, a fim de desfazerem as malas e trocarem de roupas, pois fazia-se necessária uma produçãozinha.
As garotas desceram, lindas em roupas trouxas de inverno. Os rapazes olharam aquele visual todo e fizeram seus comentários:
_Uau, meninas! Que produção! _ comentou Neville.
_Lindas vocês já são. Mas, hoje, passaram da conta. _ foi a opinião de Draco.
_Assim vamos ficar com ciúmes. _ disse Harry.
_Conseguiram fazer o que todos julgariam ser impossível: melhorar o que já era perfeito. _ Rony olhava, admirado, para as quatro.
Elas beijaram os rapazes e dirigiram-se à porta da frente. Antes de saírem, Lupin aconselhou-as:
_Garotas, vocês estão muito bem vestidas. Vão desaparatar?
_Não, Prof. Lupin. _ Janine respondeu _ Gina e Luna ainda não têm licença. Vamos caminhando até podermos pegar um táxi-bruxo.
_OK. Mas prestem atenção, pois essa produção toda pode chamar a atenção de algumas gangues de punguistas Punks que temos nesta área e eles adoram abusar de senhoritas desacompanhadas. Por favor, tomem cuidado, sim?
_Não se preocupe, Prof. Lupin. _ disse Gina. Saberemos nos cuidar.
Draco disse aos amigos:
_Gente, não estou querendo me escapar do serviço, mas é que eu preciso ir a Wiltshire. Há algumas ordens que devo passar pessoalmente para Ziggy. Prometo que estarei de volta em, no máximo, uns trinta minutos. _ e desaparatou, antes que os outros pudessem dizer qualquer coisa.
As garotas saíram e Harry comentou com o Prof. Lupin:
_Gina estava certa, Prof. Lupin. As garotas sabem cuidar de si mesmas.
_Eu sei, Harry. Não me preocupo com elas, mas com os Punks. Falei aquilo para que elas pegassem leve, caso eles as abordasssem.

Dito e feito.

Rumo a uma rua mais movimentada, na qual sabiam haver um ponto de táxis-bruxos, as quatro bruxinhas conversavam, Janine satisfazendo a curiosidade de Gina e Luna sobre a tecnologia de telefones celulares e contando coisas sobre o tempo em que havia morado com Lauren Collingwood e Shanna O’Rourke, até que “Pamela Worthington” juntara-se ao grupo e ela conhecera Draco Malfoy. Despreocupadas, quase não perceberam um Ki diferente após o outro, todos eles com vibrações mal-intencionadas. Assim que prestaram atenção...
_Notaram? _ perguntou Luna.
_Sim. Será que são os tais Punks dos quais o Prof. Lupin estava falando? _ Gina perguntou, em seguida.
_Creio que são, Gina. _ disse Hermione _ E, a julgar pelo posicionamento do Ki, estão querendo nos cercar, na entrada daquele beco.
_Já os contei, são oito. _ Janine comentou _ E a freqüência vibracional do Ki está meio alterada, como se alguns estivessem drogados.
_Proporção de dois para cada uma de nós... _ Hermione calculou.
_...Tadinhos, estão em uma baita desvantagem. _ Luna disse, com um sorriso.
_E alguns estão bem chapados. _ comentou Gina.
_Melhor para eles. _ disse Janine.
_É verdade. Nem vão sentir muita dor. _ Gina completou.
_Garotas, não vamos nos esquecer dos conselhos do Prof. Lupin. Vamos pegar meio leve com os caras, OK? _ perguntou Luna, com uma expressão de pena no rosto.
_Por mim, tudo bem. _ Janine respondeu. E quanto a vocês?
_Sem problemas. _ disse Hermione.
_Tá legal. _ Gina concordou.

Os oito Punks posicionaram-se de modo a fazer com que as garotas entrassem no beco. Analisando o local, sorriram, pois havia tudo aquilo de que precisariam.
_Sem magia? _ Hermione perguntou, sussurrando ao ouvido de Janine.
_Acho que nem valeria a pena. Teríamos de apagar algumas memórias, Gina e Luna poderiam acabar se complicando com o Ministério, ainda mais que Gina, como filha do Ministro eleito, deve dar o exemplo.

Os Punks aproximaram-se, cercando as bruxinhas e o líder deles falou:
_Ora, ora! O que fazem quatro belas garotas nesta parte tão perigosa da cidade?
_Tentávamos, justamente, sair dela. _ Janine disse, secamente.
_Ei, Eddie, esta daqui tem um sotaque latino. Bela flor das Américas, gosta de emoções fortes?
_Não imagina o quanto, babaca. _ disse a jovem bruxinha praticante de esportes radicais, sequer olhando para a cara do Punk.
_O que foi que você disse?
_Preciso desentupir seus ouvidos? _ Janine começava a ficar irritada.
_Fica frio, Sparky. _ disse outro Punk _ Garanto que vamos nos divertir muito. Não é, ruivinha?
Gina Weasley olhou para o rapaz e perguntou:
_Falou comigo, criatura? _ e começou a estudar o terreno e marcar a posição dos marginais.
_Ora, essa rosa da Irlanda tem espinhos. _ disse Eddie (“E você, idiota, está a ponto de descobrir o quanto eles espetam”, Gina pensou).
_E você, loirinha? Por que está tão quieta? _ um dos Punks perguntou para Luna.
_Não costumo perder meu tempo conversando com quem não vale a pena, verme. _ disse ela, sem qualquer vestígio do costumeiro ar sonhador.
_Mas, na verdade, eu me amarrei nesta garota aqui, que parece um carneirinho castanho. Adorei essa cabeleira lanzuda e fofa. _ disse um outro, aproximando-se para acariciar os cabelos de Hermione, por trás dela (“Ai, ai, ai. Esse cara não deveria ter dito nem feito isso”, pensaram as outras três, vendo Hermione semifechar os olhos e apertar os maxilares “Mione detesta esse tipo de comentário”). O Punk acariciou os cabelos da bruxinha. Grande erro.
Ele nem viu o punho fechado de Hermione subir em um Uraken perfeito. Só sentiu o impacto que fraturou seus ossos nasais e o fez cair ao solo, inconsciente. Os outros começaram a se movimentar. Janine gritou para a amiga:
_Mione, cuidado! _ devido à adrenalina, Janine alertou Hermione em português, mas nem foi preciso.
Hermione Granger agachou-se, desviando do outro, que tentou atingi-la com um soco-inglês na mão e, logo em seguida, passando uma rasteira nele. Um outro Punk, ouvindo o grito de Janine, disse:
_Então, essa lindinha é brasileira, não é?! Vem daquela república de bananas. E, pelo sotaque, vem daquele estado... Rio Grande do Sul, se não me engano. Terra de gente metida a aristocrata, de onde saiu aquele presidente baixinho, que todo mundo achava grande coisa, mas que não agüentou a barra e se matou, foi o que aprendi na escola.
Ouvindo aquilo, Janine deu um sorriso, que colocou as amigas em alerta. Era o mesmo que estivera no seu rosto em Azkaban, durante a batalha. Também era aquele que todos viram no Expresso de Hogwarts, quando ela enfeitiçara Milly e Blaise. Ela estava mostrando sua “Cara-de-Guerra”. O sujeitinho não sabia onde estava se metendo.
_Não imaginava que uma pústula como você tivesse, um dia, ido à escola. Se bem que nunca é tarde para aprender uma liçãozinha.
_E é você que vai ensinar... Cucaracha de olhos azuis?
_Estou me candidatando, ratazana de jaqueta.
O Punk aproximou-se de Janine, brandindo uma corrente, a qual foi facilmente evitada. A gauchinha saltou a cerca de uns dois metros de altura e rodopiou, atingindo-o com um bem aplicado Mawashi-tobi geri, que o fez voar longe. Aquilo detonou a batalha. Dois avançaram para Luna, que correu deles em direção à parede de um dos prédios. Subiu correndo por ela até alcançar uns cinco metros e então saltou, passando por cima dos Punks, que olhavam para aquilo, boquiabertos e de olhos arregalados, enquanto a loirinha praticamente voava, em direção à outra parede, a qual atingiu com os pés, flexionou as pernas e quicou, rumo aos que a perseguiam, atingindo-os pelas costas como uma bola de sinuca e derrubando-os.
_Exibida. _ Gina brincou com a amiga. Percebeu que um outro aproximava-se, com um avantajado canivete automático na mão. Ela viu um grosso cabo de vassoura meio apoiado em uma pedra. Deu um pisão e o cabo veio, com um efeito-alavanca, parar em suas mãos.
_A ruivinha então acha que pode brincar com os mais velhos. Será que agüenta?
_O que agüenta, cretino? O cabo de vassoura ou o seu lombo?! _ Gina Weasley perguntou, rodopiando o cabo de vassoura como se fosse um bastão Bo. Embora suas armas Ninja costumeiras fossem as Shuriken e a Fukiya, sua zarabatana, ela também era bastante boa em Bojutsu e provou isso, para o azar do seu agressor que, primeiro, viu o canivete voar da sua mão e, logo em seguida, recebeu uma saraivada de golpes que fizeram com que caísse ao solo, inconsciente. O outro que o apoiava tentou fugir, mas Gina atirou o cabo de vassoura nas pernas dele, fazendo-o tropeçar e cair de queixo no chão, também perdendo os sentidos.
_É, parece que o cabo de vassoura agüentou mais. _ Gina comentou e foi ajudar as amigas. Não foi preciso, pois Luna e Hermione já haviam incapacitado e deixado inconscientes os seus adversários. Janine havia dado conta de um dos seus e encarregava-se de nocautear o outro, não sem antes dizer a ele:
_Jamais insulte o meu país, o meu estado e, muito menos, Getúlio Vargas na minha presença outra vez, criatura abjeta. _ disse a jovem, com os olhos faiscantes de fúria, antes de nocautear o Punk com um Shuto na nuca. Ele caiu ao solo, inconsciente e com o aspecto de quem havia sido duramente surrado.
_Chega, Jan! _ disse Luna _ O Prof. Lupin pediu que pegássemos leve com os caras caso os encontrássemos, lembra-se?
_OK, Luna. Me desculpem o exagero, mas ele conseguiu me tirar do sério. E aí, nenhum dos moradores viu nada?
_Vou verificar, Jan. _ Luna subiu pelas paredes e correu por elas, indo até a saída do beco e voltando.
_Ela nem precisa do Neville para subir pelas paredes. _ brincou Hermione.
_Essa eu ouvi, Mione. _ Luna respondeu, sorrindo e voltando ao fundo do beco, saltando para o chão _ Ninguém viu nada, gente. Os apartamentos estão às escuras.
_Muito bom. Vamos imobilizar esses caras. _ sugeriu Janine, sacando a varinha e dizendo: “Incarcerous”! Cordas imobilizaram os oito predadores transformados em presas.
_Apagamos as memórias deles? _ Luna perguntou.
_Não vale a pena. _ Hermione respondeu _ Estão todos inconscientes, o ego deles não lhes permitiria revelar que apanharam feio de quatro garotas e, mesmo que contassem, quem acreditaria?
As garotas estavam meio suadas e com os cabelos desalinhados, após a luta com os Punks. Então, Janine e Hermione apontaram as varinhas para si mesmas e para Luna e Gina, dizendo: “Sthetikós”! Em um instante a produção das quatro estava recuperada.
Saíram do beco e, na esquina seguinte, encontraram um guarda. Hermione aproximou-se dele, dizendo:
_Senhor policial, ajude-nos, por favor.
_O que houve, minha jovem? _ perguntou o policial.
_Ainda há pouco passamos por aquele beco e nos pareceu ver alguns rapazes desacordados, parecendo que alguém deu uma surra neles e os amarrou. Vai ver que foram abordados por alguma gangue de punguistas.
O policial foi ao beco e, ao ver a cena que apresentava-se diante dos seus olhos, riu e disse:
_Que nada, pequenas damas. Esses aí são os próprios. Parece que alguém resolveu fazer um favor à polícia e deu um jeito nesses caras. Seja quem for ou sejam quem forem, muito obrigado (“Não há de que”, responderam as bruxinhas, mentalmente).

Depois daquele rápido entrevero, as quatro garotas chegaram a uma rua menos deserta e logo identificaram um ponto de táxis-bruxos. Entraram em um deles e dirigiram-se ao shopping center, onde iriam encontrar-se com Lauren Collingwood e Shanna O’Rourke.
_Eu e elas malhávamos nessa academia e, um dia notei que havia um rapaz loiro que, invariavelmente, estava na área de alimentação a ler seu livro bem na hora em que saíamos e vínhamos tomar um isotônico. Aquilo durou uma semana. Um dia fui falar com ele e... bem, o resto todos já sabem. _ e mostrou a aliança _ Eu já havia ouvido falar de Lucius Malfoy mas, como todos os trouxas, pensava que era um bilionário excêntrico. Quando “Pamela” me levou para Hogwarts, ela me disse quem ele era na verdade e Draco me explicou tudo, depois. Ainda me lembro do susto que levei quando “Pamela Worthington” transformou-se em Nymphadora Tonks, na minha frente. Aliás, achei o máximo aquele cabelo rosa-choque dela. _ as amigas riram _ Vejam, lá estão Shanna e Lauren.
Dirigiram-se à mesa, onde as duas amigas acenavam para as bruxinhas e sentaram-se, junto a elas. Procederam às apresentações:
_Estas são as duas amigas de quem lhes falei, com quem eu morava antes de me transferir de escola, Lauren Collingwood e Shanna O’Rourke. Lauren, Shanna, estas são minhas amigas da escola, Luna Lovegood, Hermione Granger e Virgínia Weasley. _ e quase caiu de costas quando Shanna disse baixinho, mas suficientemente audível para as garotas:
_A filha do Ministro da Magia eleito. Noiva do tal Harry Potter. Então aquilo tudo era mesmo verdade.
Mais do que depressa, Hermione pegou sua varinha e, por debaixo da mesa, executou um Feitiço de Privacidade, de forma não-verbal.
_Agora podemos conversar. _ disse ela _ Quem estiver fora desta mesa só ouvirá uma conversa sem importância. Me expliquem como é que vocês sabem sobre nós.
_Descobrimos meio que por acaso, Hermione. _ disse Lauren, lembrando-se daquele dia _ Em novembro do ano passado eu fiquei sabendo das verdadeiras atribuições do meu falecido pai, que eu pensava ser só um assessor especial do Primeiro-Ministro. E também das do pai de Shanna, porque os dois trabalhavam juntos. Um dia, fui visitar minha família, pois papai havia chegado de uma viagem ao interior do país. Fui ao seu gabinete de estudos e vi um cartão sobre a mesa, parecido com um cartão de crédito. Pensei: “Papai não deveria deixar seus cartões de crédito assim largados. Vou guardá-lo.” Então me aproximei e vi uma coisa estranha. Não era um cartão, parecia mais com um crachá e a foto de papai estava se movendo. Primeiro pensei que fosse uma tela de cristal líquido e toquei com o meu dedo. A figura dele na foto esquivou-se do toque e me olhou, com uma cara feia. Aí eu vi o que estava escrito: “Ministério da Magia da Inglaterra, Acesso Nível 4, Douglas Spencer Collingwood, Oficial de Ligação com o Primeiro-Ministro Trouxa” e, no verso, a seguinte explicação: “O acesso de Nível 4 permite ao seu detentor o conhecimento de assuntos bruxos sigilosos e/ou relacionados com a segurança dos mundo mágico e não-mágico, bem como o ingresso a lugares do mundo mágico, restritos ou não, mesmo sem a companhia de um bruxo. Assinado: Cornelius Oswald Fudge, Ministro da Magia da Inglaterra.” Então me lembrei de um senhor corpulento, que vestia elegantes ternos Ricardo Almeida e que vez por outra aparecia em casa, na minha infância e que papai chamava de “Cornelius”. Depois eu soube que ele estava com papai, quando aquele terrorista detonou os explosivos.
Então, foi a vez de Shanna continuar a explicação:
_Deduzi que meu pai deveria ter um cargo semelhante, já que trabalhava com o pai de Lauren. Prestei atenção em alguns detalhes, quando ia visitá-los e,em um dia no final de de novembro, sem que meu pai me visse, presenciei uma conversa bem esquisita dele com Fudge. O mais estranho era que eles conversavam através da lareira, cujas chamas estavam verdes. Prestei atenção quando mencionaram “Janine Sandoval” e me liguei mais no assunto. Então entrou na conversa um outro homem, de longas barbas brancas e nariz torto, usando óculos de meia-lua, chamado Dumbledore, o qual disse que já não havia mais perigo, pois você já estava em segurança em um lugar chamado “Hogwarts”, o qual deduzimos ser a sua escola. Inclusive, procurei por Hogwarts no Guia de Estabelecimentos de Ensino da Grã-Bretanha e encontrei o nome da escola e o do Diretor, Alvo Dumbledore. Só isso e nada mais. Nenhuma informação sobre onde era, quais os cursos, nada. Ele disse que lá você estava segura com Draco e outros amigos, inclusive um rapaz chamado Harry Potter que, na época, era namorado de Gina Weasley. Disse também que você havia sido levada para lá secretamente, pois um perigoso bandido bruxo, chamado “Lord Voldemort” queria, por alguma razão, raptá-la. Quase desmaiei quando ele disse que você havia manifestado dons de magia e que estava sendo chamada “A-Trouxa-Que-Virou-Bruxa”. Depois, no último verão, soubemos que vocês haviam participado de uma batalha em um lugar chamado “Azkaban” e que a mãe de Draco havia morrido, salvando a vida dele e a sua. Então as conversas rarearam, até que um dia eu os ouvi dizerem que um senhor chamado Arthur Weasley seria o novo Ministro da Magia. Algum tempo depois houve o atentado no qual o pai de Lauren e Cornelius Fudge morreram. A última notícia que tivemos foi sobre um certo envenenador. Jan, estamos preocupadas com você, garota. O que está acontecendo?
_A rigor, Shanna, nós não poderíamos estar lhes contando nada, pois vocês não possuem permissão de acesso, conforme o que prevê o Estatuto Internacional de Sigilo em Magia. _ Janine explicou às amigas _ Mas vocês acabaram se envolvendo na história, mesmo sem querer. Primeiro, por terem descoberto as funções de seus pais. Segundo, por serem minhas amigas e poderem ser um meio para que Voldemort me atingisse. Por essa razão vocês, sem saber, receberam Feitiços de Proteção os quais, inclusive, evitaram que vocês fossem seqüestradas, perto da última Páscoa. Uma agente especial do Ministério, uma Auror, encarregou-se de lançá-los. O tal de Voldemort é um bruxo das Trevas, perigoso e muito poderoso, que deseja alcançar poder absoluto e dominar o povo bruxo, colocando os trouxas ou seja, os não bruxos, como serviçais, escravos, matando todos os que a ele se opuserem. Para isso ele está travando uma guerra contra os bruxos do bem, cada vez mais explícita, que só teve uma interrupção durante um período de alguns anos, depois que ele tentou matar o noivo de Gina, Harry Potter, quando ele ainda tinha um ano de idade e foi derrotado, quase morrendo e ficando desaparecido até há quase uns três anos atrás, quando retornou. E agora mesmo os trouxas estão sendo pegos no fogo cruzado entre os dois lados.
_Mas qual é o papel de vocês nisso tudo? _ Lauren perguntou.
_Por uma série de circunstâncias, enfrentamos Voldemort por várias vezes nos últimos anos. _ Hermione explicou _ Eu e meu namorado, Ronald Weasley, irmão de Gina, somos colegas de Harry desde o primeiro ano e sempre estivemos juntos nessas aventuras. Há dois anos, Gina, Luna e o namorado de Luna, Neville, juntaram-se a nós. E, no ano passado, Draco e Janine completaram o grupo, depois que ele rompeu com a Ordem das Trevas, principalmente por amor a Janine.
_Voldemort queria me sacrificar, a fim de obter um objeto místico e acabamos tendo uma batalha em Azkaban, que é o presídio dos bruxos. No final, a mãe de Draco jogou-se na frente de um feitiço letal que o pai dele havia lançado em nós e acabou morrendo. Foi sepultada no Pére-Lachaise, em Paris.
_Mas vocês passaram por tudo isso e falam com a maior naturalidade! _ Lauren e Shanna exclamaram, admiradas _ Como é que pode?
_O mundo bruxo é cheio de surpresas, garotas. _ Gina disse às duas _ E muitas delas deixam espantados até mesmo a nós. Mas nossa mente é mais aberta quanto a muitas coisas. Acredito que vocês nem imaginavam que ainda existissem bruxos verdadeiros no mundo, não é?
_É verdade, Gina. _ Shanna respondeu _ E a maior parte dos não-mágicos ou trouxas, como vocês dizem, possui um grande preconceito contra aquilo que não conhece ou que não entende, considerando toda magia como uma coisa maléfica, demoníaca. Mas nós fomos companheiras de apartamento de Janine e já que parte do que ela estudava referia-se a Ocultismo, tínhamos um pouco de conhecimento do assunto e não nos deixamos influenciar por preconceitos e superstições.
_Estou gostando cada vez mais de vocês. _ Luna comentou, sorridente _ Nem todos os trouxas são assim, tão compreensivos. Em outros tempos, haveria um capítulo especial sobre nós no “Malleus Malleficarum”. E dos bem grandes.
Todas riram e continuaram a conversar, as duas garotas trouxas rapidamente integrando-se com as bruxinhas, principalmente depois de um comentário de Gina:
_Parece que os mundos bruxo e trouxa estão ficando cada vez mais próximos. Espero que isso seja mais um passo em direção à harmonia. _ disse ela, sorrindo e apertando as mãos de Lauren e Shanna.
_E o seu sobrenome “Weasley” vem do seu pai ou da sua mãe, Gina? _ Shanna O’Rourke perguntou.
_Vem do meu pai. O nome de solteira de minha mãe era “Prewett”. Meus ancestrais vieram da Irlanda.
_Kilbarrack, no Condado de Dublin?
_Sim, mas como você sabe? _ Gina perguntou, espantada.
_Os ancestrais do meu pai eram de Kilbarrack e ele mencionava uma família amiga deles, porém meio estranha e reservada, que vivia no campo, em uma grande fazenda chamada...
_ “Emerald Lough”. _ disse Gina _ “Lago Esmeralda”. Era a fazenda dos Weasley, até que, um dia, uma especulação imobiliária fez com que eles a perdessem. Desconfiaram que houve uma falsificação de documentos e o desaparecimento fraudulento da escritura em um cartório, mas nunca conseguiram provar. A única coisa que puderam conservar foi o brasão e selo de família...
_... Uma doninha (“Weasel”) rampante, sobreposta a um “W”, a doninha sobre uma colina com o símbolo do Infinito, tudo em relevo e em vermelho, não é? _ Shanna perguntou.
_Exatamente, Shanna. Mas, como é que você sabe?
_Eu sou uma O’Rourke, Gina. Minha família é a dos advogados trouxas que seus ancestrais contrataram para representá-los naquela demanda. Infelizmente os Weasley consumiram todos os seus recursos e tiveram de desistir do caso. Mas meu bisavô, Eamon O’Rourke, continuou investigando por conta própria durante algum tempo, descobrindo que o especulador era apenas um testa-de-ferro e que o verdadeiro mandante era um senhor de terras inglês, que planejava construir um loteamento no lugar da “Emerald Lough”. Um ricaço de Little Hangleton, chamado Thomas...
_Riddle! _ Gina e Hermione exclamaram, juntas. Gina estava mais branca do que o normal, o que acentuava suas sardas e seus olhos verde-jade.
_Sim, mas como vocês sabem quem era?
Foi Janine quem explicou:
_Shanna, Thomas Riddle era o avô de Tom Marvolo Riddle.
_E quem é esse Tom Marvolo Riddle? _ perguntou Lauren.
E então Luna disse a elas, rabiscando o nome em um guardanapo:
_Shanna, Lauren, façam um anagrama com o nome “Tom Marvolo Riddle” e chegarão a... _ e mostrou o resultado da transposição de letras.
_ “I am Lord Voldemort”!! _ exclamaram as duas, boquiabertas com o que viram escrito no papel.
_Ao que parece, a má índole de Voldemort é algo que já vem de família. E dos dois lados. _ Janine comentou.
_Sim. Os Riddle eram proprietários de grandes extensões de terras em Little Hangleton mas, depois de sabermos disso, podemos deduzir que grande parte delas foi adquirida de modo desonesto. _ disse Hermione.
_E como eles eram muito poderosos, praticamente donos do lugar, o povo os temia e não se manifestava contra o seu despotismo. _ Luna continuou.
_Só que agora eu já sei quem foram os responsáveis pela ruína dos Weasley. Graças a eles, meu bisavô teve de recomeçar praticamente do zero e precisou sair da Irlanda com a família, vindo para a Inglaterra. _ Gina falou, pensativa.
_Rony chegou a me contar alguma coisa sobre a história da família Weasley, mas não muito. _ Hermione comentou.
_É uma trajetória difícil e sofrida, Mione. Depois que tiveram de sair da fazenda, os Weasley mudaram-se para Dublin, indo trabalhar em várias coisas. Minha bisavó trabalhava em uma fábrica de vassouras e meu bisavô candidatou-se a um cargo de menor escalão no Ministério da Magia da Irlanda, sendo aprovado e começando a trabalhar. Mas, com dois filhos pequenos, Ronald e Marilyn, a coisa estava difícil. Tanto que Marilyn veio a falecer por ter contraído tuberculose pois, na época, ainda não haviam criado a poção para curar essa doença. Os Weasley restantes sobreviveram e meu avô cresceu, vindo depois a casar-se com uma jovem bruxa de Dublin, que tinha um lado da família vindo da França. Mas meu pai nunca nos disse qual era o nome da família da mãe dele. Em busca de melhores condições, emigraram da Irlanda para a Inglaterra e foram todos trabalhar em uma grande destilaria, a “Prewett & Ogden”. Quando foi chamado para Hogwarts, o garoto Arthur Weasley viu que a filha de um dos sócios, uma garota que ele já conhecia e que simpatizara com ele, também havia ido naquele mesmo ano. O nome dela era Molly Prewett. Durante os anos de escola, Arthur e Molly apaixonaram-se e começaram a namorar, contra a vontade do pai dela, que queria convencê-la a casar-se com um jovem da família Ogden e, assim, manter o patrimônio da destilaria dentro da família. Ela jamais concordou e, algum tempo depois que os dois estavam formados, fugiram e retornaram casados. Minha mãe foi deserdada, meus avós paternos acolheram-na como uma filha e meu pai candidatou-se a uma vaga no Ministério, o recém-criado Departamento de Controle do Mau Uso dos Artefatos dos Trouxas, o qual ele chefiava até ser indicado por Fudge para ser o seu sucesssor.
Gina tomou um gole do seu chá e continuou:
_Há cerca de vinte anos atrás, a primeira ascenção de Lord Voldemort parecia estar chegando ao seu auge. Combates ocorriam entre bruxos da Luz e das Trevas, com baixas para ambos os lados. Nos livros de História da Magia, aquele período ficou conhecido como “Os Dias Negros”, uma época de medo e desconfiança, na qual dificilmente alguém fazia novas amizades, pois não sabia se poderia confiar em um bruxo que não conhecia e, mesmo entre bruxos conhecidos, era difícil saber se aquele que dizia ser seu amigo não era um bruxo das Trevas disfarçado ou alguém dominado por Maldição Imperius.
_Maldição Imperius? _ Shanna perguntou _ O que é isso?
_É um feitiço proibido, que coloca a pessoa atingida completamente submissa a quem o lançou. É classificado como “Imperdoável”, pois seu uso em pessoas rende uma sentença de prisão perpétua em Azkaban. Bem, naqueles dias, foi necessário que um valoroso grupo de bruxos se reunisse para combater o mal, utilizando suas habilidades privilegiadas. Foi quando ressurgiu a Ordem da Fênix, uma organização liderada por Alvo Dumbledore, que havia agido pela última vez durante a II Guerra Mundial. Eles lutaram contra o exército negro de Adolf Grindelwald, bruxo das Trevas aliado de Hitler e colaborador da “Solução Final”, utilizando seus feitiços para potencializar o gás “Zyklon-B”, que foi utilizado nos campos de concentração de Auschwitz, Buchenwald, Treblinka, Bergen-Belsen e outros, para matar prisioneiros judeus. Retornando à nossa história, vários bruxos ingressaram na Ordem da Fênix para combater Voldemort e seus efetivos, principalmente os Death Eaters, sua tropa de elite. Entre eles, dois tios meus, irmãos de minha mãe. Gwydion e Fabius Prewett. Um dia, apareceram na fazenda do meu pai, chamada “A Toca”, em Ottery St. Catchpole, no Condado de Devon. Desculparam-se pela atitude intransigente do pai e, juntos, celebraram sua reconciliação. Reconheceram que, devido à situação de perigo para toda a Bruxidade, não poderiam ter na consciência o peso de carregarem rancores que nem mesmo sentiam e que não haviam sido por eles gerados. Prometeram restituir à minha mãe o seu direito de herança, o que ela recusou pois vivia muito bem sem luxos ou fortuna, de maneira humilde e honrada. Meu pai, apesar de não pertencer à Ordem da Fênix naquela época, sempre teve uma grande estima por Dumbledore e colaborava naquilo que podia, de forma discreta. O departamento dele não era considerado muito importante, por isso não era visado e ele tinha mais mobilidade. Entre os membros efetivos da Ordem da Fênix figuravam, além dos meus tios, o próprio Alvo Dumbledore e seu irmão gêmeo, Aberforth, Rúbeo Hagrid, nosso professor de Trato das Criaturas Mágicas, a família McKinnon, a família Bones, Benjamin Fenwick, Caractacus Dearborne, Derek Mason, nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Sirius Black e sua noiva, Ayesha Zaidan, Tiago e Lílian Potter, pais de Harry, Remus Lupin, Alastor “Olho-Tonto” Moody e Peter Pettigrew, entre outros. No final, Pettigrew traiu a Ordem, revelando a Voldemort o segredo do paradeiro dos Potter, há cerca de dezesseis anos atrás. Ele foi a Godric’s Hollow na noite de 31 de outubro, Dia das Bruxas e primeiro matou Tiago Potter, que disse a Lílian para que fugisse, pois ele tentaria atrasá-lo. Depois Voldemort mandou que Lílian se afastasse pois ele a pouparia, já que somente Harry lhe interessava. Ela recusou-se. Lílian disse que Voldemort podia matá-la, mas que poupasse Harry. Ele então a matou, com um feitiço poderosíssimo e letal, contra o qual não havia, até há pouco tempo atrás, defesa eficiente. Ele voltou sua atenção para Harry e lançou nele o mesmo feitiço, mas o sacrifício de amor da mãe criou uma proteção que refletiu a Maldição da Morte de volta para Voldemort, fazendo-o entrar em um estado de semivida e deixando Harry com uma cicatriz na testa, em forma de raio. Voldemort desapareceu por vários anos, tentou retornar por duas vezes, inclusive me possuindo em uma delas e, há três anos, retornou de fato e recomeçou a guerra contra os bruxos do bem.
_Gina, o tal Sirius Black não era aquele que estava sendo procurado por todo o país, há uns quatro anos atrás? _ Lauren perguntou.
_Sim, Lauren. Mas ele era inocente. Quando Pettigrew traiu a Ordem, conseguiu incriminar Sirius, que passou doze anos preso por um crime que não cometeu. Muitos dos membros da Ordem foram mortos em combate, tais como meus tios ou capturados e torturados, como os Longbottom, pais do namorado de Luna, Neville. Dizem que meus tios deixaram um documento que restituía o direito de herança de minha mãe, mas ninguém o encontrou até hoje. Já que eles morreram, acho que dificilmente alguém o encontrará. Em função disso, a destilaria ficou sendo de propriedade da família Ogden e produz, até hoje, um dos melhores uísques de fogo de que se tem notícia no mundo bruxo. Acho que já expliquei bastante da situação. O que acharam?
_É incrível que tudo isso esteja acontecendo perto de nós e ninguém tome conhecimento. _ Shanna comentou _ Essa guerra bruxa está sendo travada de forma bastante sigilosa e, quando algo acontece com um trouxa, parece que foi algo natural ou mais um número nas estatísticas criminais.
_Falando de coisas mais amenas, gente, eu estava tentando me lembrar de onde eu já havia visto você, Mione e agora me lembrei. Seus pais são dentistas, não é? _ Lauren perguntou.
_Sim, Lauren. Mas, como é que você sabe?
_Seu pai é Edward Granger, especialista em implantes ósteo-integrados e sua mãe é Elaine Granger, Ortodontista.
_Exatamente. _ Hermione concordou, admirada.
_Usei aparelho ortodôntico dos dez aos quinze anos e me tratava com a ortodontista que me recomendaram, Drª Elaine Granger. Um dia, há uns cinco anos, reparei em uma foto sobre a mesa do consultório, para a qual ela olhava com freqüência. Perguntei: “É sua filha?” e ela me mostrou a foto, na qual estava uma garota de uns doze anos, com cabelos castanhos lanzudos e um olhar firme e me disse: “Sim, é minha filha, Hermione. Ela tem a sua idade e estuda em uma escola no Norte do país”, mas não me disse o nome da escola, é claro. E agora estou conhecendo você, pessoalmente. Como o mundo é pequeno!
_E dá muitas voltas, nas quais acabamos por nos encontrar. Não existem coincidências. _ Hermione disse, sorrindo, para as novas amigas.
_Vamos dar uma volta, para vocês conhecerem o shopping? Creio que vão gostar. _ Janine sugeriu e as bruxinhas concordaram. Hermione desfez o Feitiço de Privacidade e elas saíram, após pagarem a despesa, a percorrer os corredores e admirar as vitrines. Como toda garota que se preza, não deixaram de fazer suas comprinhas. Afinal de contas, havia uma certa quantidade de libras esterlinas em suas bolsas pedindo para serem gastas, além de noivos, namorados, amigos e parentes para serem presenteados no Natal.
Algum tempo depois, carregando várias sacolas, as bruxinhas acompanharam Lauren e Shanna ao apartamento onde moravam, que não ficava muito longe do shopping. Na sala, acomodadas nos sofás e poltronas, um excelente Merlot da Serra Gaúcha foi servido (“Este ainda é remanescente do tempo em que Jan morava conosco”, disse Lauren) e as garotas trouxas divertiram-se com as fotos-bruxas que, por acaso, Luna e Gina tinham em suas bolsas. Assim elas ficaram sabendo qual a aparência de Harry, Rony e Neville.
_Uau, Gina! _ exclamou Shanna _ A cicatriz o torna tão... atraente. Vocês formam um belo casal, realmente. Você já era apaixonada por ele antes mesmo de ir para Hogwarts, como disse?
_Sim. Desde a primeira vez em que o vi, embarcando no Expresso de Hogwarts, para o seu primeiro ano. Ele e meu irmão tornaram-se os melhores amigos que se possa imaginar.
_Quem sabe possam conhecê-los? _ sugeriu Hermione _ Vocês já estão envolvidas de tal forma em todo esse embrulho, que um pouco mais de informação não vai fazer mal, eu acho.
_É verdade. _ Janine concordou _ Se nós seguíssemos os regulamentos à risca, deveríamos apagar suas memórias, pois vocês não possuem permissão de acesso. Mas isso tudo também as está atingindo, sem contar que seria muito importante ter algum amigo nosso junto a alguém que tenha contato com o Ministério, sem que eles saibam. Embora, para conseguir isso, uma pessoa do Ministério deverá saber.
_???
_Um cartão de acesso Nível 3 para cada uma, do qual apenas o próprio Ministro terá conhecimento. Gina, acho que você deverá utilizar toda a sua capacidade de persuasão com seu pai.
_Vou tentar e acho que posso conseguir, Jan. Se eu explicar bem a ele, ele vai entender e concordar. Inclusive, terei de pedir que nem mesmo Liam O’Rourke, pai de Shanna, tenha ciência disso.
Depois de uma tarde bem aproveitada, as bruxinhas despediram-se das novas amigas e tomaram o caminho de um ponto de táxis-bruxos, para retornarem ao Largo Grimmauld, Nº 12. Entrando na Mansão Black, encontraram todo o pessoal reunido. Draco já havia retornado de Wiltshire e estava entretido em uma partida de xadrez de bruxo com Rony, revelando-se um jogador de alto nível. Harry assistia a um filme, junto com Jemail e os Weasley, que já haviam chegado. Gina beijou Harry e cumprimentou a família, chamando o pai para terem uma pequena conversa reservada.Sirius, Neville e Lupin terminavam de montar a Árvore de Natal, enquanto que Tonks e Fleur cuidavam da decoração da sala. Molly estava na cozinha e, quando viu as garotas chegando, disse:
_Virgínia Ginevra Molly Weasley, venha já aqui!!!
_Sim, mamãe. _ respondeu ela(“Xiii, sujou. Quando ela me chama de ‘Virgínia’ a coisa é séria. Mas, quando ela me chama pelo meu nome completo, é sinal de que a coisa é muuiiito séria”, pensou a ruivinha) _ Pois não, mamãe, o que houve?
_Minha filha, acabei de ver no telejornal trouxa da BBC que uma gangue de Punks foi presa aqui perto. Normalmente eu diria para que vocês tomassem cuidado para não serem abordadas por eles mas, conhecendo vocês quatro e sabendo que têm um treinamento Ninja avançadíssimo, não posso deixar de pensar que vocês possam ter tido algo a ver com aquilo. Tiveram?
_De maneira alguma, mamãe. _ Gina respondeu, com a maior cara-de-pau e sem corar _ Acha que nós, quatro refinadas alunas da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, andaríamos por aí fazendo algo tão grosseiro, tipo... surrar Punks? Não faz o nosso estilo (as quatro garotas e mais Sirius Black e Remus Lupin seguravam o riso).
Draco e Rony encerraram a partida, que terminou empatada. O sonserino aproximou-se de Janine e beijou-a. Ela viu a tapeçaria com a árvore genealógica da família Black e mostrou-se curiosa com os nove detonados. Sirius chegou perto dela e explicou:
_Sempre que algum membro da família pensava diferente do Modus cogitandi dos Black, orgulhosos da pureza do sangue, preconceituosos, arrogantes e apoiadores da idéia de Voldemort, quanto a “purificar” a Bruxidade, era sumariamente detonado. Fosse por casar com trouxas, como Andrômeda, a mãe de Tonks, fugir de casa por pensar diferente, como eu fiz ou mesmo por fornecer algum apoio a um renegado, como meu tio Alfardo, que me ajudou a comprar o apartamento que agora é de Harry, tudo isso era motivo para retirar o nome da árvore. Veja que Bellatrix não foi execrada mas Narcisa o foi. Creio que minha “querida mamãe”, Walburga Black, deve ter colocado um tipo de feitiço que detona automaticamente qualquer membro da família que se torne uma pessoa decente. Narcisa ter se sacrificado por Draco e por você foi o bastante para queimá-la. Veja que o nome de Draco também foi retirado da árvore. Deve ter sido quando ele tomou a decisão de romper com a Ordem das Trevas. Em compensação Regulus Black, meu irmão mais novo, já falecido, ainda tem o seu nome aí, mesmo tendo sido um Death Eater.

Entretidos com a conversa, mal perceberam quando uma pessoa materializou-se na sala, segurando uma Chave de Portal e sendo carinhosamente cumprimentada e abraçada por Tonks e Lupin. Era uma senhora de quarenta anos, com cabelos e olhos castanhos, estatura mediana e um belo rosto, vestindo um conjunto de saia e jaqueta em couro cor de caramelo, segurando um casaco de pele nos braços e com uma grande bolsa de viagem do seu lado.
Fez boa viagem? _ Tonks perguntou.
_Sim, louca de especial, tchê. Adorei viajar assim. Nem parece que foi a primeira vez que usei uma Chave de Portal. Não senti nem uma tonturinha sequer.

Ouvindo aquela voz, Janine parou no meio de uma frase e voltou-se, ficando de frente para a recém-chegada. Custando a acreditar no que via, apenas ficou ali, estática e boquiaberta, a olhar para ela, que ficou ali, a sorrir, até que disse:
_Mas que fiasqueira, Srta. Janine Vargas Sandoval. Acabo de chegar de São Borja, via Chave de Portal e tudo o que a senhorita consegue fazer é ficar aí, parada e de boca aberta?

Um de cada lado dela, Sirius e Draco olhavam-se, com largos sorrisos. A surpresa que planejaram, com a ajuda de Dumbledore, havia dado certo.


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