Touched By Hell escrita por raquelsouza, milacavalcante


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

hey cupcakes, desculpe a demora para postar, eu sei que o capitulo saiu pequeno mas tenho certeza que vocês irão gostar. Enjoy it



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Acordei dando um pulo da cama, olhei ao redor procurando os dois indivíduos que acabaram com a minha vida. Meus olhos estavam arregalados de medo e eu tremia.

A peça chave de tudo o que aconteceu comigo, eu havia recordado. Meu coração batia forte e minha respiração estava acelerada. Ainda era seis da manhã, mas o meu sono já tinha ido embora.

Levantei da cama e fui para o banheiro tomar um longo e gelado banho. Sai do banheiro após uma hora e Bianca já havia se levantado. Ela estava escovando os longos cabelos negros quando me viu a beira da cama.

- Bom dia – disse ela ao passar por mim para ir ao banheiro.

 - Bom dia. – respondi.

Vesti a minha habitual farda escolar e entrei no espirito monótono que havia estabelecido a mim durante essa semana que se resumia em: estudar nas aulas importantes, dormir em outras, ignorar as piadas sobre mim e Percy da Thalia, ignorar o Percy durante os intervalos e desviar do caminho de Ethan.

- Graças a Deus que hoje é quinta! – murmurou Thalia quando chegamos ao refeitório para almoçar.

- Porque? – perguntei massageando a minhas têmporas.

- Porque amanhã é sexta e finalmente vem o fim de semana, o que significa dois dias fora daqui, dã.

- Ah, claro, mas se bem que eu gosto desse lugar.

Thalia me lançou um olhar de descrença.

- Fumou o quê hoje? Maconha, crack, cocaína...?

Revirei os olhos, eu não estava nem um pouco afim de ter que explicar a Thalia o porquê de eu gostar desse lugar.

Esperamos a segunda campa bater para podermos ir pegar o nosso almoço. Eu não estava nem  um pouco animada em comer salada de brócolis com batatas e bolo de carne, mas forcei metade da comida estomago a dentro. Já se faziam 2 dias que eu não comia nada além de barra de cereal e leite.

Thalia e o resto estranhavam isso, mas ninguém comentava, é claro. Essa semana eu não estava com muita paciência. Motivo? Gabe.

Aquele pedófilo gordo e fedorento estava me cercando direto, mandava bilhetes e chocolates para eu não me esquecer do nosso “encontro” no final da semana.

Depois do almoço, fui a enfermaria para finalmente tirar o gesso, voltei ao dormitório e troquei de roupa. Estava fazendo de tudo para não lembrar do sonho.

Fiz as aulas extras e aguentei Rachel rebolando pra lá e para cá na minha frente durante o chá de garotas.

- E ai, vai cumprir a detenção que horas? – perguntou Thalia se jogando na cama exausta.

- Agorinha mesmo. São 20h00 e era pra mim estar lá 19h30.

- Relaxa, eles não ligam pra que horas você chega lá.

Assenti calçando o meu tênis.

- Ah proposito, como funciona a detenção aqui?

- Você só vai ter que limpar algumas salas, depois disso você fica liberada. – Thalia murmurou com os olhos fechados.

Levantei da cama e segui para a sala da detenção. Chegando lá, encontrei-a vazia com um bilhete em cima da mesa.

Alunos, vocês iram limpar as salas 31 e 40. Atenciosamente, Direção.”

Olhei incrédula para sala.

Nem um monitor? Eles simplesmente confiavam nos alunos? Fiquei perguntando se eles tinham noção do que estavam fazendo.

Ao lado da mesa havia 2 panos brancos, dois espanadores e duas vassouras.

Quem será a segunda pessoa? Perguntei-me.

Peguei um dos panos e comecei a polir as mesas, passado 10 minutos, a porta se abriu e a segunda pessoa que iria me fazer companhia na detenção entrou. E era ninguém mais do que Percy.

- Tá de brincadeira, né? – perguntei olhando para ele.

Percy me olhou dos pés a cabeça e deu os ombros.

- Como se eu estivesse feliz em ter que passar a detenção toda ao seu lado. – disse ele com desdém.

- Claro! Você me ama e quer meu corpo nu, porque não?

Percy limitou-se a dar um meio sorriso. Logo depois, lá estávamos nós, limpando a segunda sala em silêncio. De vez em quando, Percy e eu cantarolávamos algumas musicas antigas.

- Ah cara, eu não aguento mais. Desisto. Não fui feita pra limpar salas imundas.

- Você está limpando de besta que você é, ninguém nunca limpa essa sala até porque elas são salas de experiências. Nem o zelador faz isso.

Encarrei Percy boquiaberta.

- Você não pode está falando serio, não é?

- Seríssimo.

Uma onda de raiva subiu pela minha cabeça.

- E, porque diabos, você não me falou isso?

- Ah, sei lá, quando cheguei você já estava limpando a sala e pensei: “Porque não deixar ela limpar?”, além do mais, eu tinha uma visão extraordinária do seu traseiro.

Não conseguia dizer se estava vermelha de raiva ou de vergonha, mas fiz a primeira coisa que me veio a cabeça: esfreguei o pano cheio de produtos químicos no rosto de Percy .

- Desgraçada! – disse ele quando me afastei. – Você vai me pagar.

Revirei os olhos.

Percy jogou o pano na mesa central e sentou-se em uma das cadeiras. Fiz o mesmo.

Joguei a cabeça pra trás e encarei o teto, foi ai que as imagens do meu pesadelo vieram a tona.

“- Mas, ela? – dizia Frederick. – Não podemos negociar outra coisa?

- Não,  eu a quero. – a voz de Gabe dizia que ele não iria mudar de ideia.

- Minha filha... Ela é tão nova, Gabe! Eu não posso fazer isso com ela, eu a amo.

- E eu também. Acredite, Fred, eu a amo também, mesmo pequena, eu sei que ela é o amor da minha vida.

- Ela é só uma garota de 8 anos Gabe, você é louco!

- Louco por ela. – a voz de Gabe tinha um tom de loucura, como se ele estivesse em transe. – Vamos lá, Fred, é um bom negocio. Sua filha por sua satisfação.

Fred parou para pensar por um momento, pela sua expressão facial, ele parecia estar travando uma luta entre o amor pela sua filha e pela sua satisfação.

Finalmente ele tomou a sua decisão.

- Tudo bem.”

Lagrimas ameaçavam cair pelo meu rosto, pisquei forte tentando conte-las.

- O que foi? Porque você está chorando? – perguntou Percy encarando-me.

- Eu não estou chorando. – disse limpando uma lagrima solitária.

- Ah claro, você está lagrimando porque um cisco caiu no seu olho. – retrucou ele.

Percy arrastou a cadeira para o meu lado e alisou o meu cabelo meio relutante. O encarei estupefata.

- Me conta o que está acontecendo com você, por favor, eu posso te ajudar. – implorou Percy com a voz baixa.

Abaixei os olhos.

Eu realmente queria contar a verdade.                Eu queria me libertar desse grande pesadelo, mas eu tinha a plena certeza de que se eu contasse a verdade, outros problemas viriam a tona e eu não queria que nada disso acontecesse.

Mas o que eu estava pensando? Esse é o Percy. O garoto chato, irritante que eu odeio tanto.

Afastei –me de Percy e o encarei.

- O que você está fazendo? Nós nos odiamos! – disse desesperada.

Percy levantou as mãos para o alto esperado.

- Mas isso não me impede de tentar te ajudar, Annabeth!

Soltei um suspiro longo.

- Não dá, você não vai entender.

- Eu posso tentar entender.

- Não.

Dei a meia volta e sai da sala. O frio que me atingiu me fez bater os dentes na mesma hora. Agarrei a roupa pra mais perto de mim e sai andando para o dormitório.

- Annabeth!

Olhei pra trás e Percy me seguia a passos largos, comecei a correr para não ter que responder mais perguntas vinda s dele.

- Espera, por favor! – gritou ele novamente.

Em questão de minutos, Percy já tinha me alcançado.

- Annabeth, me ouve, por favor. – disse ele segurando o meu braço.

- Se for pra fazer mais perguntas, por fav... – tentei soltar o meu braço.

- Não, não quero fazer perguntas. – disse ele soltando-me.

Abracei o meu corpo para me proteger do frio novamente.

- Vem, vou te levar a um local que eu sempre vou quando quero ir pensar. –  Percy começou a andar.

- Desde quando você pensa? – disse sarcástica, mas mesmo assim o segui.

- Há, há, há, você é muito engraçada, Annabeth, já pensou em ser comediante?

- Já sim, é um dote meu sabe? Ser engraçada e coisa e tal. Sou uma garota muito perfeita.

- Ah claro, muito perfeita.

- Lógico.

Percy me guiava por dentro da escola, de vez em quando, nós nos escondíamos de um professor que vagava na escola, até que seguimos pelo mesmo túnel em que eu havia estado na festa do primeiro dia de aula. Percy abriu a porta com a mesma facilidade que Thalia havia aberto.  Seguimos pela trilha gasta que se abria pelo meio do mato, pensei que iriamos parar no mesmo local, mas Percy continuou em frente abrindo caminho seguimos pela trilha gasta que se abria, pensei que iriamos parar no mesmo local, mas Percy continuou em frente abrindo um caminho quase imperceptível.

- Falta muito? – perguntei ofegante.

- Mas já?

- Vida de sedentária não é fácil, viu?

Percy soltou uma risada e parou de repente.

- O que foi? – perguntei parando do seu lado.

- Chegamos.

Olhei em volta do local. Só havia árvore, árvore e mais árvore.

- É isso?

- Não, é por detrás das árvores.

Olhei de relance pra ele e atravessei as árvores.

O local era simples, mas muito aconchegante, o que me trouxe sensação de paz apesar do local estar claramente abandonado.

Havia um parquinho velho no meio da grama verde que se estendia pelo chão, o local era aberto, o que dava uma visão privilegiada do céu, a lua cheia iluminava o local com uma luz tênue e o cheiro de flores me fazia lembrar da casa da vovó.

- Que lindo. – sussurrei.

Percy abriu um sorriso tímido e se sentou no balanço velho.

- É velho e enferrujado. – Ele disse dando os ombros, parecendo constrangido em me mostrar.

- Eu gostei, é... Bonito. – disse avaliando os motivos dele me trazer aqui. O que será que ele pretendia?

- Hum... Porque você me trouxe aqui? – eu perguntei olhando ao redor.

Percy fez cara de bobo.

- Não sei.

Ficamos em um silencio constrangedor.

-E agora? – perguntei confusa.

Percy pensou por um momento.

- Sei lá. – silencio novamente. – Vamos brincar? – perguntou ele.

- Mas não é perigoso? Está tudo enferrujado e nós podemos pegar tétano ou coisa assim. – disse levantando a sobrancelha.

Percy franziu a testa. Olhei no meu relógio de pulso, já passava da 22h00 da noite.

- Você me trouxe aqui porque quer me pegar, admita Percy. – disse eu com um sorriso maroto.

Não sei dizer quem estava mais vermelho: Percy ou a sua blusa.

- Tudo bem, vamos brincar. – tentei mudar de assunto.

Percy revirou os olhos e me acompanhou enquanto eu subia na escada que levava ai escorregador. Esperei ele para descermos juntos.

- Vem logo. – apresei-o.

- Não dá pra gente descer juntos. – disse ele parando ao lado da escada.

- Claro que dá, fique atrás de mim.

Percy subiu a escada hesitante e sentou atrás de mim. Peguei os seus braços e coloquei ao redor da minha cintura.

- Pra quê isso? – perguntou ele.

- Estou necessitada de braços fortes e másculos. – respondi dando uma piscadela sexy.

Não esperei Percy responder, me inclinei para frente e escorreguei. Percy soltou uma gargalhada alta, o que me fez rir também.

Eu e Percy caímos na areia úmida e ficamos rindo ainda mais por um bom tempo.

- De novo? – perguntei.

- Claro. – respondeu ele.

Subimos a escada e escorregamos novamente, fizemos isso mais 5 vezes até o meu pé recém torcido começar a doer.

Fomos para a casinha de madeira descascada que ficada ao lado direito do parque e sentamos de frente para o outro.

- Tem certeza que não quer me contar o que aconteceu? – perguntou Percy encarando-me.

Encarei o teto tentando não me estressar.

- Percy... – dei um longo suspiro. – Não tente de novo.

- Tá. – Percy falou bufando.

Deitei-me em seu colo e fechei os olhos.

- Me conte uma história. – pedi.

- Sério? – Percy perguntou baixinho.

- Humrum. – murmurei.

Percy afagou os meus cabelos com suavidade.

- Havia um garotinho, por volta dos seus  7 anos, que sofreu uma grande perda. Seu pai, um marinheiro muito respeitado, morreu em um acidente de carro, e este garoto ficou desolado. Ele amava muito o pai, ele era o seu super-herói. Esse garoto, quando soube que seu pai falecera, disse para sua mãe que ele nunca seria feliz novamente...

- Percy... – disse abrindo o olho, já conhecendo essa história.

- Shiu. – repreendeu-me ele. – Passou-se uma semana e ele não aparecia na escola, ele não queria a companhia de ninguém, ele desejava, todos os dias, que o pai dele entrasse pela porta e o abraçasse e dissesse que estava tudo bem. Mas, em uma bela manhã, uma garota com quem ele vivia brigando, entrou no quarto dele e o abraçou. – um sorriso tímido atravessou o seu rosto. – Ela lhe propôs que, durante enquanto ele estivesse mal, deixassem as suas diferenças de lado. Ela o consolou, e nos piores momentos, ela o fez sorrir. E desde esse dia, ele começou a vê-la com outros olhos.

Olhei cética para Percy. Ele me olhava com timidez e por um momento, ele pareceu-me um garotinho que tinha acabado de perder o pai.

Peguei o seu rosto, aproximei-o do meu e dei um beijo castro.

Percy me olhou com a sobrancelha levantada como se estivesse pensando em uma piada, mas eu fui mais rápida.

- Você só me contou essa história porque queria que eu te beijasse, essa é a verdade. – disse eu sentando-me de frente para ele.

- Que mania de sempre colocar a culpa em mim por algo que você quer. – ele disse rindo.

Eu o acompanhei na risada.

- Como se você não quisesse. – retruquei.

Ele deu de ombros.

- Eu sou homem, faz parte da minha natureza querer garotas bonitas. – ele disse dando um meio sorriso.

- Ai meus deuses, isso foi um elogio? – disse brincando. – Não acredito.

Percy revirou os olhos.

- Você não é tão ruim quanto eu achei que fosse, Chase. – ele disse levantando e estendendo a mão.

Segurei-a e me levantei.

- Na verdade, sou pior do que você pensa, Jackson. – disse sorrindo.

Ficamos frente a frente, poucos centímetros separavam o nosso rosto, e diferente daquela tal força sobrenatural que havia aparecido magicamente no beijo que demos na casa de Thalia, dessa vez era apenas por querer.

No momento, nem estranhei eu querer beijar o Percy.

Coloquei a mão na sua nuca e o puxei com força contra o meu rosto. Se Percy estranhou o ato, não demonstrou e se recuperou rapidamente, pois logo suas mãos estavam na base da minha costa me puxando para mais perto de si.

Enquanto o beijava, Percy desceu suas mãos até a lateral da minha bunda e me puxou pra cima, tirando-me do chão. Entrelacei minhas pernas ao redor da sua cintura. Ele descolou sua boca da minha e habilmente deslizou a mão por baixo da minha blusa, parando um pouco embaixo dos meus seios.

Um vislumbre de Gabes me tocando do mesmo jeito passou por minha mente e me fez arfar de nojo.

Percy interpretou o meu arfar de maneira errada e apertou os meus seios ferozmente.

- Para, para, para. – choraminguei tentando me desvencilhar de seus braços.

- O que foi? – ele disse se afastando confuso e vermelho.

- Eu... eu... – suspirei pondo a mão na testa. – Desculpe, eu... preciso ir.

Tentei sair mas Percy segurou meu braço com força.

- Espera. – ele disse me olhando confuso. – O que houve?

- Acho que estamos nos precipitando. – menti.

- Mas... – ele disse. Podia ver a confusão virar frustração. Sorri com timidez e o abracei.

- Temos todo o tempo do mundo. – brinquei soltando-o. Desci a escada com Percy me seguindo.

- Já está tarde, vamos voltar. – Percy disse com a voz irritada.

Parei onde estava.

- Porque você está com raiva? – disse pondo a mão na cintura.

- Eu não estou com raiva. – Percy disse bufando.

- Claro, você vive bufando assim, não é mesmo? – respondi irônica.

Percy puxou a minha mão e saiu marchando por onde nós viemos.

- Não me puxa assim garoto. – disse puxando a minha mão.

- Tá bom então. – ele disse soltando a minha mão e voltou a caminhar.

Suspirei irritada e andei atrás dele. Seguimos o trajeto sem dizer uma única palavra.

Quando chegamos na divisa dos dormitórios, Percy olhou para mim e inesperadamente me beijou.

Sem dizer mais nenhuma palavra, ele seguiu para o seu dormitório e eu fiquei ali olhando para as suas costas sem saber o que pensar. 


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Notas finais do capítulo

Uhulessssss, o que acham? Irei fazer de tudo para que o próximo saia mais rapido, blz?
Bjs.