Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 55
O Melhor de Nós Dois Parte II


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Depois de longos meses, voltei!
Novamente, peço desculpas por sumir, mas espero que entendam que as festas de fim de ano foram muito difíceis para mim e para minha família.
Não vou explicar mais porque resolvi que não quero ficar remoendo sentimentos ruins (quem acompanhou as notas anteriores e está no grupo do facebook já sabe do que aconteceu)!
Este ainda não é o fim (estou enrolando vocês eternamente! rsrsrsrsrs). Esta é a parte 2 e ainda vai ter a parte 3 e, dependendo de vocês, o epílogo, mas pretendo postar o mais depressa possível para aproveitar que estou voltando ao ritmo de escrever!
Aguardo os comentários de vocês!
Beijinhos!



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~

~Quarto Mês~

~

Foi pelo quarto mês que os sintomas da gravidez finalmente começaram a ganhar força.

Meus seios estavam enormes, o que as vezes me incomodava um pouco, mas Edward parecia ter desenvolvido algum tipo de fetiche por eles, babando sempre que me despia e perdendo seu olhar neles em diversos momentos do dia. Eu implicava com ele, mas no fundo adorava saber que ainda era algum tipo de tentação para ele.

Praticamente todo mundo me alertava que quando minha barriga começasse a crescer eu iria me arrepender de ter passado tanto tempo reclamando do meu abdômen plano.

Bastou minhas calças começarem a ficar apertadas para eu ir a loucura, contrariando a todos. Ter finalmente um sinal da presença do meu mini bebê dentro de mim era a melhor coisa que poderia acontecer comigo.

Bastava chegar em casa para eu tirar a blusa e começar a desfilar de sutiã ou tops, querendo deixar minha pequena protuberância livre, para que eu pudesse admirá-la a todo momento.

Eu sabia que estava fazendo papel de idiota, mas passava um tempo interminável na frente do espelho me imaginando ainda maior, querendo que o mundo inteiro soubesse que eu estava grávida, que eu estava carregando uma criança minha e do amor da minha vida.

Cheguei a pensar que Edward riria dos meus novos hábitos, mas ele adorava me admirar e começara a desenvolver o hábito de beijar minha barriga toda vez que me visse, como se estivesse cumprimentando nosso bebezinho.

Eu me tornava cada dia mais apaixonada por esse homem!

Eu estranhamente me sentia mais viva, com mais energia e, é claro, com mais fome.

– Edward? – sussurrei.

– Oi, amor. – ele sussurrou de volta, parecendo preocupado – Tudo bem?

– Eu quero mais pipoca! – pedi meio que choramingando, antes mesmo do filme chegar na metade.

– Certo, eu vou lá buscar, mas tem certeza de que está tudo bem? – ele perguntou novamente, já levando sua mão para a não mais tão pequena protuberância em minha barriga.

– Sim! Eu só preciso comer! – respondi com urgência, querendo que ele fosse antes que alguma outra pessoa que estava assistindo o filme reclamasse dos nossos cochichos.

– Tudo bem, eu já volto. – ele me deu um beijo na bochecha e já ia se afastando quando o puxei de volta.

– Trás também chocolate? Daqueles coloridos! – pedi falando bem perto de sua orelha, para evitar broncas dos outros, ao mesmo tempo em que tornava meu pedido mais convencível.

– Trago. – ele respondeu rindo ao mesmo tempo que trazia sua boca para a minha, aproveitando o momento para um beijo – Mais alguma coisa?

– Calda de chocolate. – respondi me segurando para não gemer em um lugar público por um beijo tão inocente.

– O que? – ele falou um tanto alto, atraindo “shh” de todos a nossa volta.

– Na pipoca! Quero com calda de chocolate! – expliquei falando baixinho.

– Mas você não gosta de pipoca doce! – ele rebateu tentando falar o mais baixo possível.

– Quem falou em pipoca doce? Pipoca salgada, com calda de chocolate e os M&Ms para eu misturar. – falei dando um beijo em sua bochecha e empurrando ele antes que nos expulsassem da sala do cinema.

Não teria graça comer minha pipoca sem o filme.

Edward voltou pouco tempo depois, fazendo com que muitos o olhassem com caras feias por atrapalhar.

Minha pipoca estava uma delícia! Doce e salgada ao mesmo tempo, e ainda por cima colorida! Cheguei a oferecer a Edward, mas ele negou, fazendo uma cara esquisita. Azar o dele.

Terminei de comer e uma sensação maravilhosa de satisfação tomou conta de mim. Me apoiei nele, prometendo a mim mesma que não dormiria durante o filme.

~*~*~

– Amor? – ouvi Edward chamar e senti beijos espalhados pelo meu rosto – Você precisa acordar ou seremos expulsos.

Abri os olhos não entendendo o que ele quis dizer e só então reparei que estávamos na sala de cinema, com as luzes acesas e praticamente vazia.

– Você me deixou dormir! – briguei com ele, dando um soquinho em seu braço.

– Você precisava descansar! – ele se defendeu, como se sua vida dependesse disso.

Na verdade, ele estava certo. Eu passara a manhã e parte da tarde daquele sábado fazendo compras com Alice, para atualizar meu guarda-roupas, agora que finalmente estava ficando barriguda.

– Tudo bem, mas você vai ter que me contar o filme! – respondi ainda um tanto emburrada.

– Te dou todos os detalhes no caminho, mas agora precisamos ir. – ver a cara de animação de Edward me lembrou que ainda tínhamos uma consulta com a obstetra hoje.

Possivelmente descobriríamos o sexo do bebê, o que deixava Edward em um estado de humor elevadíssimo.

O Sol já estava se pondo quando chegamos ao consultório. Pegar o último horário era ruim, porque cada atraso do dia se refletia nele, mas até que não demorou tanto.

Depois de muitas perguntas, algumas checagens de passar por todos os costumeiros exames, iniciou-se a ultrassonografia.

Nosso mini bebê apareceu na tela, já não tão mini. Era possível ver tudo! Cabeça, bracinhos, perninhas... Cada pedacinho de perfeição, menos o sexo.

Minha decepção ficou clara, Edward tentava acariciar minha barriga e barganhar, prometendo de tudo caso o objeto das nossas atenções se virasse para descobrirmos se era uma menina ou um menino.

A médica achou graça, mas nada feito.

Saímos de lá com muitas recomendações para minha dieta, que pelo visto precisava ter mais ferro e cálcio. Eu precisava me exercitar também. E, minha primeira preocupação quanto a aparência: precisava tomar cuidado com as possíveis estrias.

Eu não sabia exatamente o porquê, mas Edward tinha um sorriso sacana no rosto quando terminou de ouvir sobre a importância dos cuidados com a pele.

Pelo menos ele não dava sinais de sentir menos atração por mim.

~*~*~

Eu estava triste.

Sozinha, solitária e miseravelmente triste.

Uma sensação de abandono, uma solidão imensa e imersa em uma tristeza profunda.

Eu estava virando uma grávida dramática.

Não era para tanto.

Sim, eu estava sozinha, mas não havia tanto problema nisso. E daí que já se passava das 21h e eu estava na cama sozinha esperando meu marido chegar? Não era para ser o fim do mundo.

A não ser pelo fato de que, para mim, era.

Edward havia me ligado mais cedo pedindo desculpas porque tinha muito trabalho e teria que ficar lá até um pouco mais tarde. Ele parecia realmente chateado por isso, então respondi que não tinha problema e que o esperaria para jantar. Como futuro papai que zela pela família, ele foi terminantemente contra, dizendo que eu precisava fazer minhas refeições nos horários certos, relembrando que eu precisava me alimentar bem pelo nosso bebê.

Foi quando eu terminara de jantar que as coisas ficaram esquisitas.

Edward me ligou novamente, parecendo inseguro e dizendo que ainda precisava de mais tempo para resolver algumas coisas.

Acontece que não estava silêncio ao fundo da ligação, como sempre era no escritório. Havia música, havia risos e havia vozes de mulheres.

Fiquei tensa e fiz milhares de perguntas querendo saber onde ele estava, com quem, por que e até quando.

Edward apenas enrolou, enrolou, enrolou e acabou desligando pedindo desculpas por precisar demorar mais.

Foi quando todas as sensações ruins vieram.

Pensei em dormir para acabar com isso, mas aparentemente, ficar sozinha na cama só piorava, porque eu não conseguia dormir sem Edward e ali passava a sentir mais falta dele.

O tempo ia passando e eu ia ficando mais e mais triste e agoniada.

Fui para o quarto do nosso bebê. Ainda estava praticamente vazio, porque só queríamos comprar as coisas quando soubéssemos se era menino ou menina.

Sentei em uma cadeira de balanço que havia lá. Fora minha quando eu era criança e meu pai e Sue nos enviaram pelo correio, sabendo que eu adoraria ter essa lembrança na casa nova.

Fiquei ali me balançando e acariciando minha barriga, imaginando como seria quando nosso bebê chegasse.

O clima tranquilo do ambiente e dos meus pensamentos conseguiu me acalmar um pouco, mas assim que ouvi a porta da sala fechando, voltei a ficar tensa.

– Amor, cheguei! – ouvi Edward gritar lá de baixo sua frase de entrada, mas não respondi.

Imaginei que ele fora para a cozinha, onde eu costumava esperá-lo para jantarmos, provavelmente imaginando que eu ainda estaria por lá depois de jantar. Ouvi seus passos subindo correndo pela escada e indo em direção ao nosso quarto.

– Bella? – ele chamou um tempo depois parecendo um tanto nervoso – Bella! – dessa vez ele parecia desesperado e voltou correndo para as escadas.

– Aqui! – gritei antes que ele saísse pelas ruas me procurando.

Edward entrou no quarto como se estivesse indo salvar alguém da guilhotina e correu direto para mim, se ajoelhando aos meus pés.

– Amor! – ele falou aliviado, mas ainda parecendo tenso – Está tudo bem? Você está se sentindo mal? Aconteceu alguma coisa?

– Aconteceu. – respondi séria – Aconteceu que o meu marido mentiu para mim!

– O que? Eu!? – ele respondeu com a maior cara de ofendido e falso inocente do mundo.

– Edward, onde você estava? – perguntei séria, olhando diretamente para ele, deixando-o perceber que eu não estava para brincadeiras.

– Eu te disse, amor! Eu precisei ficar até mais tarde... – ele começou, mas não o deixei terminar.

– Não vem me dizer que você precisou ficar até mais tarde no trabalho! – gritei com ele, me levantando.

– Amor, se acalma! – ele pediu parecendo com medo – Não vai fazer bem ao bebê!

– Agora você se preocupa? – perguntei irônica – E há uma hora atrás? Quando você estava se divertindo com outras mulheres?

– Amor, eu não fui me divertir com ninguém! – Edward se defendeu.

– Então foi fazer o que? Admirar outras mulheres? – perguntei retoricamente, mas não dei chance dele responder – Eu já sei, Edward! Eu ouvi no fundo da ligação! Eu sei que tinham outras mulheres com você! Eu sei que você não sente mais atração por mim!

Lágrimas começaram a escorrer pela minha bochecha e minha raiva voltou a dar lugar à minha tristeza.

– Do que você está falando, meu amor? – Edward perguntou todo manso, chegando para perto de mim.

– Eu li sobre isso! Os homens perdem a atração pelas suas mulheres quando elas ficam grávidas e começam a engordar! – Edward me abraçou e como a boba que sou me encolhi em seu abraço – Eu sabia que em algum momento você poderia não me querer mais, mas eu nunca ia pensar que você ia sair com outras mulheres!

Agora eu já soluçava e Edward me abraçava e acariciava meu cabelo, pedindo para eu me acalmar. Quando consegui diminuir o choro a algumas lágrimas, ouvi sua voz em meu ouvido.

– Bella, bobinha! Como pode imaginar que eu saí com outra mulher se eu só tenho olhos para você? – ele falou tão perto que minha pele se arrepiou.

– Mas eu ouvi! Tinham várias mulheres rindo no fundo da ligação! – mantive minha argumentação, mas já admitia que fazia mais sentido confiar em Edward. Sempre.

– É porque eu estava em um spa. – ele respondeu simplesmente.

– Em um spa? – perguntei me afastando para olhar nos olhos dele – O que você foi fazer em um spa? Você disse que estava no trabalho!

– Eu queria fazer uma surpresa para você, mas eu não menti! – ele se defendeu antes que minha raiva voltasse – Eu realmente tive que ficar até mais tarde no trabalho hoje e por isso não pude jantar com você! Depois que saí de lá eu fui atrás da sua surpresa no spa, mas não tinha tudo o que eu precisava, então acabei demorando muito mais do que eu pretendia.

– E que surpresa é essa? – perguntei ainda digerindo todas as informações.

– Você confia em mim? – ele perguntou com os olhos cheios de insegurança.

– Confio a minha vida! – respondi abraçando-o e beijando-o, querendo me desculpar pela minha desconfiança.

Edward terminou nosso beijo com um selinho e me puxou pela mão para o nosso quarto.

Havia algumas sacolas e pacotes largados no chão. Algumas com o logotipo do spa, umas com o do mercado e outras com logotipos desconhecidos.

Edward começou a mexer nas sacolas e tirou uma caixa de fósforos e várias velas coloridas.

– Eu queria espalhá-las pelo quarto. Acho que sugerem algum tipo de romantismo e você merece todo romance do mundo. – ele falou ainda parecendo inseguro – Você me ajuda?

Cheguei mais perto dele, admirando as mais variadas formas de velas. Eram todas lindas.

– Claro que eu te ajudo. – respondi pegando algumas velas e começamos a espalhá-las pelo quarto.

Quando terminamos, Edward pegou outra sacola, tirando duas caixinhas de incensos de lá.

– É lavanda e tem frésias. Me lembra você. – ele falou e suas palavras pareciam me acariciar – Você se importa se a gente acender?

– Claro que não. – respondi passando a mão pelo seu cabelo, deixando-o saber que eu amava tudo que vinha dele.

Quando ele terminou, veio para perto de mim e colocou suas duas mãos em meu rosto, como se o emoldurasse.

– Você sabe que eu te amo e que eu vou te amar de todo e qualquer jeito, não sabe? – ele perguntou parecendo mais inseguro do que nunca.

– Eu sei. – respondi simplesmente, nos aproximando ainda mais, me sentindo um pouco mal por ser a culpa de toda aquela insegurança dele.

– Na última consulta, a médica falou sobre a importância de hidratar sua pele, então eu tive essa ideia, mas eu não quero que você pense que eu estou preocupado com a sua aparência, porque você é linda de qualquer jeito e eu te amo mais do que tudo no mundo. – ao terminar de falar, Edward se abaixou para uma das sacolas do spa e tirou de dentro dela um vidro de óleo – Eu queria que você deixasse eu cuidar de você.

E eu deixei.

Edward apagou a luz enquanto eu tirava minha camisola.

Amontoamos os travesseiros e almofadas para que eu conseguisse deitar de bruços.

As velas criavam um clima romântico e misterioso. O incenso perfumava o ambiente, parecendo tornar tudo mais relaxante.

Senti o óleo ser derramado nas minhas costas e Edward começou a massagear.

Gemi pornograficamente, o que seria muito exagerado para uma massagem, se não fosse uma massagem feita por Edward.

Suas mãos iam subindo e descendo, colocando a pressão certa nos lugares certos. Seus dedos fizeram milagre nos meus ombros e dedicaram o mesmo carinho em meus braços.

Quando chegou ao meu bumbum, achei que Edward tentaria me surpreender com algo mais safado, mas sua massagem continuou com o único intuito de me relaxar e cuidar. A mesma dedicação foi aplicada em minhas pernas.

– Você pode virar de barriga para cima, amor? – ele perguntou quando terminou.

Afastando as almofadas e travesseiros, me virei.

Dessa vez, ele começou por baixo. Até meus dedos dos pés receberam atenção.

Quando chegou nos meus quadris, os círculos mais inocentes que Edward desenhava arrancavam de mim os suspiros e ocasionais gemidos com as maiores segundas, terceiras e quartas intenções.

A dedicação dele pela minha barriga foi digna de um óscar de melhor massagista para grávidas. Essa mesma atenção foi dada à minha cintura e aos meus seios, que já estavam aumentados e já demonstravam a existência de algumas marcas.

Até meu pescoço recebeu sua atenção e, ao final, ele terminou com um beijo terno em meus lábios.

Ele estava se afastando, quando o puxei de volta, fazendo com que ele caísse na cama. Abracei-o e voltei a beijá-lo.

– Eu quero você. – falei entre beijos, já abrindo sua camisa, só agora notando que ele provavelmente tirara o paletó e a gravata antes de iniciar minha massagem.

– Não foi com esse intuito que eu fiz isso. – ele respondeu, mas suas mãos já estavam na minha cintura.

– Dane-se – respondi empurrando seus braços para que eu conseguisse passar a camisa por eles.

– Mas eu admito que realmente pensei que isso poderia acabar nos levando até aqui. – ele disse entre suspiros enquanto empurrava minha calcinha para baixo.

– Obrigada. – falei beijando-o, e logo comecei a abrir sua calça.

Edward terminou de se despir e voltou para cima de mim.

Suas mãos, que há pouco tempo massageavam meu corpo, pareciam agora desesperadas por tocá-lo todo.

Se antes a pressão era exatamente a necessária para relaxar, agora me apertavam como um náufrago desesperado.

Os beijos não paravam. Os movimentos de Edward me provocavam. Suas mãos exploravam cada parte de mim ousadamente.

Meus seios foram idolatrados, meu bumbum agarrado, até que, finalmente, Edward entrou em mim, oferecendo o que eu tanto queria.

A sensação foi tão intensa que o mundo pareceu parar. Senti mais um beijo em meus lábios, mas não consegui corresponder a tempo.

– Eu te amo. – Edward falou em um suspiro, antes de voltar a se mexer.

Seus movimentos me levavam a loucura e, quando por fim atingi o ápice, foi seu nome que gritei.

Ficamos ainda abraçados por um tempo, esperando nossas respirações normalizarem.

– Eu te lambrequei todo. – falei ainda acariciando seus ombros.

– Eu também te lambrequei toda. – ele respondeu com um sorriso sacana.

– Idiota. – falei dando um tapinha nele, mas ele não pareceu se importar – Desculpa ter desconfiado de você.

– Tudo bem. – ele respondeu com um beijo – Desculpa ter te deixado nervosa.

– Posso por a culpa nos hormônios da gravidez? – perguntei rindo.

– Eu tenho uma condição. – ele respondeu beijando meu pescoço, travando meu riso na hora – Estreia comigo os sais de banho que eu trouxe?

~

~Quinto Mês~

~

– EDWAAAAAARD! – berrei como uma louca.

Segundos depois ouvi seus passos correndo desesperados e ele invadiu o banheiro como se fosse me salvar de um sequestro.

– O que? O que foi? O que aconteceu? – ele perguntou olhando para mim como se eu fosse explodir a qualquer minuto.

– O bebê mexeu! – gritei minha alegria para ele, que imediatamente se ajoelhou ao lado da banheira em que eu estava imersa e pôs a mão em minha barriga agora já bem mais proeminente.

Como se reconhecesse que aquele era o toque de seu pai, nosso bebê se moveu novamente.

– Oh meu Deus, Bella! – ele falou olhando para mim e me dei conta de que eu estava chorando.

Edward me abraçou sem se importar com o fato de eu estar toda molhada.

Para comemorar o fato de nosso bebê finalmente se mexer, Edward abriu um vinho para ele, enquanto eu tomava um suco de uva para acompanhar.

Passamos o jantar inteiro trocando sorrisos e imaginando como seria quando nosso bebê finalmente viesse ao mundo.

Nosso dia no trabalho fora deixado completamente de lado e, quando fomos dormir, a conversa rotineira com nosso bebê sobre nossas vidas (habito este que era muito elogiado pelo Dr Green, que dizia fazer bem a nós dois tanto como casal como também como futuros papais) durou mais do que o costume.

– Ei, você sabe que dia é amanhã? – Edward perguntou ainda acariciando minha barriga – É quarta-feira, e é dia de consultar a obstetra. Nós vamos tentar descobrir se você é um menino ou uma menina e seria ótimo se você pudesse colaborar. Nós vamos poder escolher um nome para você, vamos planejar seu quartinho, comprar roupinhas, brinquedos... Tudo que você possa precisar!

Senti o bebê se mexendo levemente.

– Acho que isso é um acordo feito. – brinquei – Mas agora já é hora de criança dormir e deixar a mamãe dormir também.

– Boa noite, bebê. – Edward falou e beijou minha barriga, bem como ele costumava fazer – Boa noite amor.

Depois de um beijo casto nos lábios, as luzes foram apagadas e, depois de um dia cansativo e da maravilhosa novidade, finalmente caí no sono.

~*~*~

Estávamos novamente no consultório da obstetra.

Depois de toda a checagem, exames, recomendações e, novamente me acalmar por não ter nenhum sintoma exacerbado da gravidez a não ser os pés inchados, estávamos na etapa da ultrassonografia.

– Ora, vejam só! Parece que alguém finalmente resolveu se mostrar! – a obstetra elogiou.

– Dá para ver se é menino ou menina? – Edward perguntou como uma criança que está prestes a ir conhecer seu jogador de futebol favorito.

– Sem a menor dúvida! – a obstetra brincou.

– Eu sabia que a conversa de ontem ia surtir efeito! – Edward comemorou como o futuro papai bobo que ele já era.

– Pelo amor de Deus! – falei agitada – É menino ou menina?

– Prepare-se para a competição, senhora Cullen, – a médica brincou – porque a senhora não vai mais ser a única na vida do Senhor Cullen. Vocês terão uma menina!

– Eu sabia! – Edward comemorou – E aposto que ela vai ser tão linda quanto a mãe!

Marcamos um jantar com a família para comemorar finalmente a descoberta. Chamamos também Jacob com Leah e JJ, que já eram praticamente parte de nossa família, já que eu considerava Jacob um irmão, mas eles infelizmente não puderam ir.

Edward mostrava a todos as fotos que a obstetra nos entregara da nossa filha. Eu não poderia concordar mais quando ele dizia que era a coisa mais linda do mundo.

Alice queria participar das escolhas de decoração do quarto, o que deixou Edward estressado, alegando que Alice nos perturbaria eternamente se ela se intrometesse no projeto.

Os dois estavam prestes a iniciar uma briga, quando Esme interviu, dizendo que queria fazer o quarto de presente para sua neta, assim como fizera para os gêmeos de Rose, que ainda não sabia os sexos porque queria que fosse surpresa. De acordo com ela, se o quarto neutro para dois bebês ficara ótimo, ela não aceitaria um “não” como resposta para fazer o quarto da nossa filha.

Foi quando Rosalie derrubou seu copo, molhando grande parte da mesa e criando um silêncio absoluto.

– Está tudo bem, querida? – Esme perguntou quebrando o silêncio.

– Hmm... – Rose começou a responder, um tanto incerta.

– Rose, você está estranha o dia inteiro. – Emmett falou preocupado – Está sentindo alguma coisa?

– Eu estava sentindo umas dores, mas não achava que seria algo importante – Rose falou ainda parecendo não saber exatamente o que estava sentindo – Mas agora eu acho... Bom... Na verdade, eu acho que a bolsa estourou.

A confusão se estabeleceu. Todos se levantaram, Emmett queria levar Rose de imediato a um hospital, Rose chorava não querendo que os bebês nascessem antes da hora, Alice considerava importantíssimo pegar as roupas de Rose e dos bebês antes de ir para a maternidade, Jasper tentava acalmar a todos, Esme chorava emocionada por estar prestes a efetivamente se tornar avó, Carlisle tentava acalmá-la e Edward parecia assustado, olhando de Rose para mim, repetidamente, como se o mesmo fosse acontecer comigo a qualquer momento.

Por fim, ficou decidido que Emmett levaria Rose a um hospital, juntamente com Esme, Edward e eu. Jasper e Alice passariam na casa dos dois para pegar as coisas de Rose e dos bebês. Carlisle entraria em contato com o trabalho de ambos e com a família de Rose explicando o que estava acontecendo.

Feito o combinado, fomos para o hospital.

Achei que passaríamos a noite inteira lá, esperando que Rosalie desse a luz, mas por serem gêmeos, querendo vir ao mundo aos 7 meses de gestação, o médico optou por fazer uma cesariana.

Alice chegou com tudo perguntando o que havia acontecido até ali, mas havia pouco para contar.

Menos de duas horas depois, no entanto, Emmett apareceu na sala de espera, vestindo pijamas cirúrgicos e com o celular na mão, mostrando a todos as fotos de seus bebês enrolados em mantas verdes fazendo caretas, mas assim que soube que Rose e as crianças estavam no quarto foi direto para lá, antes mesmo que perguntássemos se eram meninos, meninas ou ambos.

Não podíamos entrar todos no quarto para vê-los e, como Edward e eu fomos os primeiros a chegar, fomos os primeiros a ir conhecer os novos membros da família.

Mal entramos e Emmett, sentado em uma poltrona equilibrando um bebê em cada braço, com a maior cara de homem de família, estufou o peito e nos chamou, orgulhosamente.

– Venham logo! – ele falou sorrindo emocionado enquanto Rose apenas admirava a cena – Meu jardim agora está completo. Eu já tinha Rose, mas agora eu tenho Lily e Violet*. – falou beijando a testa de cada uma das crianças.

*Para quem não entendeu, foi uma piadinha. Eu brinquei com o Inglês. Rose significa rosa, lily é lírio e violet é violeta. Por isso o Emmett diz que agora o jardim dele está completo (sei que os nomes são meio bregas, mas não resisti!)

Foi quando reparei que cada uma das meninas vestia um body branco que eu e Alice havíamos coincidentemente comprado iguais há tanto tempo atrás. Mais uma vez eu percebia que Alice sempre sabia tudo.

Paparicamos os novos papais e as novas Cullen mais um pouco, mas logo fomos para casa.

De noite, quando já estávamos deitados, tivemos a rotineira conversa com nossa filha e, ao final, depois de agradecermos mil vezes por ela finalmente se mostrar para nós, Edward fez uma das declarações mais fofas.

– Antes que eu me esqueça de contar, suas priminhas nasceram hoje, filha! – ele falou dando um beijo de boa noite em minha barriga – Eu mal posso esperar para quando for você!

~

~Sexto Mês~

~

Eu estava, definitivamente, uma bola.

E não, eu não estava reclamando disso.

Era preciso admitir: eu amava que o mundo inteiro soubesse que minha filha estava ali dentro de mim. E, é claro, também amava o fato de Edward idolatrar minha enorme barriga.

Agora, no entanto, os sintomas desagradáveis da gestação estavam presentes.

Meus pés inchavam. Muito.

Minhas costas doíam. Demais da conta.

Eu não sentia fome. Eu vivia faminta.

Minha barriga parecia uma gelatina esticada, de tanto se mover.

E minhas oscilações de humor não haviam ido embora.

Edward alegava que eu continuava linda, que o inchaço passaria, bem como as dores nas costas. Para ele, a fome era normal, nossa filha se mexer era digno de aplausos e meu humor sempre fora incerto.

Eu quis bater nele, o que fez com que ele se sentisse ainda mais correto em sua teoria.

Quando a médica ofereceu uma possível solução para boa parte dos meus problemas, fiquei boquiaberta por nunca ter pensado nisso antes: eu precisava me exercitar.

No princípio, Edward ficou um tanto preocupado, com medo de eu me cansar demais, ou fazer algum mal para nossa filha, mas a médica garantiu que, escolhendo o exercício certo e respeitando meus limites, a tendência das coisas seria melhorar.

Foi então que decidimos caminhar.

Decidimos no plural, porque Edward fez questão de me acompanhar.

Iniciamos então uma nova rotina. Três vezes por semana Edward me levava ao jornal e fazíamos questão de sair do trabalho no horário certo, sem nem um minuto a mais. Depois de terminar meu expediente, eu me trocava e esperava Edward chegar para me buscar, já pronto para nossa caminhada. De lá, íamos ao Central Park.

Alternávamos quem selecionaria a música a cada dia e, ainda que não conversássemos muito durante o exercício, era um tempo muito bom que passávamos entre nós.

Algumas vezes nos deparávamos com mães empurrando carrinhos ou mesmo famílias dando um passeio. Eu mal podia esperar para chegar a nossa vez de ir ao Central Park com a nossa filha.

Ainda assim, a melhor parte, era depois de todo o exercício.

– Tem certeza de que não está se cansando demais? – Edward perguntou ainda parecendo incerto, enquanto se sentava ao meu lado no banco que eu estava ocupando.

– Tenho. – respondi rindo de sua preocupação, mas aceitando a garrafa de água que ele me oferecia – E o melhor de tudo é que realmente parece estar fazendo efeito.

– Isso é bom. – ele respondeu sorrindo e levando sua mão livra para minha barriga – E você, filha? Está gostando?

– Ela parece ficar mais calma – respondi explicando a diminuição dos movimentos do nosso bebê – Acho que está fazendo bem a ela também.

– Acha que ela gosta daqui? – Edward perguntou pensativo, acariciando a região em que sua mão estava.

– Tem como não gostar? – perguntei rindo, lembrando do quanto costumávamos vir ao Central Park quando nos mudamos para Nova York.

O verde nos fazia lembrar de Forks, fazia com que nos sentíssemos mais em casa.

– Como anda sua alimentação? – Edward perguntou de supetão, parando os movimentos de sua mão, quase me assustando com a pergunta repentina e sem relação com o assunto anterior.

– Estou seguindo exatamente como a médica mandou. – expliquei, já achando que ele poderia relacionar meu barrigão a uma possível escapada da dieta da gravidez – Você sabe disso!

– Eu sei, eu sei! – ele falou, me acalmando – Você gostava tanto de doces... – ele comentou voltando a desenhar círculos imaginários sobre meu abdômen.

– Eu ainda amo! – respondi rindo – Mas sei que tenho que me segurar por uma boa causa. – falei levando minha mão para cobrir a dele, acompanhando seu carinho.

Com a gravidez, precisei diminuir radicalmente minha ingesta de doces. Para isso, eu fazia malabarismo com minhas vontades. Nossa casa começou a parecer um horti-fruti, de tanta fruta para tentar suprir minha compulsão.

Os únicos raros momentos em que eu me deixava levar, era quando tinha desejos de grávida por algum doce específico, o que era tão raro que nem valia a pena contar.

– Acha que podemos ir à nossa cafeteria hoje? – Edward perguntou com cara de cachorrinho sem dono.

Lembrei do lugar que passamos algumas tardes quando éramos recém chegados a Nova York. A cafeteria com a pintura do crepúsculo. Eu mal podia esperar para voltar lá.

– Vamos! – gritei levantando e já puxando ele pela mão, sem me importar por estarmos suados ou com meu cabelo despenteado pelo vento.

Edward riu, mas me seguiu sem reclamar.

Optei por um chocolate quente, já que não deveria tomar café. Edward escolheu um café com baunilha, que tinha um cheiro maravilhoso.

Salivei por um chesecake, mas Edward preferiu uma torta de maçã.

Comemos trocando pedaços dos nossos doces, quando resolvi que precisava por cauda quente de chocolate na minha fatia. Edward riu e acatou meu pedido.

A funcionária estranhou, a princípio, mas quando percebeu minha barriga, foi muito solícita em me atender.

– Mãe e filha agradecem! – brinquei quando ela saiu, enquanto sentia meu bebê voltar à ativa dentro de mim.

– Ela mexeu!? – Edward perguntou animado.

– Sim! – respondi feliz com meu desejo sendo realizado – Ela parece muito feliz!

– Acha que ela vai gostar de vir aqui? – Edward perguntou com a expressão tão esperançosa que cheguei a me sentir culpada pelo tempo que passamos sem voltar à nossa cafeteria – Talvez nós pudéssemos vir passear de vez em quando e trazê-la aqui...

– Se ela puxar minha compulsão por doces, o difícil vai ser tirá-la daqui. – respondi rindo e admirando o olhar realizado de Edward.

De fato, eu mal podia esperar para viver tudo o que planejávamos para nossa filha.


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Notas finais do capítulo

Lembrando que o restante desse capítulo (que realmente vai ser o último, caso não haja epílogo) ainda está por vir!
Por favor, comentem para que eu saiba o que estão achando!
Beijinhos!