Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 53
Itália


Notas iniciais do capítulo

Minhas queridas!
Mil perdões por toda essa demora!
Eu tive tendinite e precisei passar um bom tempo sem escrever ou digitar. Depois, para piorar, fiquei sem internet e atrasei com o capítulo.
Finalmente voltei com um capítulo fresquinho para vocês!
Leiam sozinhas e segurem o coração! rsrsrsrs
Beijinhos!



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Suspirei sentindo o vento bater no meu cabelo, afastando um pouco do calor que eu estava sentindo. Respirei fundo sentindo mais uma vez o cheiro de um lugar novo. A noite estava linda.

Apoiei meus braços na grade de pedra da sacada e estiquei meu tronco, esperando intensificar as sensações. Até o ar de Roma era diferente. Deliciosamente diferente.

Ouvi um movimento atrás de mim e não pude deixar de sorrir quando o cheiro de Edward chegou até mim. Deus, como eu o amava!

– Você é má. – ele falou manhoso e provocativo, me abraçando pela cintura e acomodando seu rosto entre meu pescoço e ombro, fazendo com que eu automaticamente me jogasse para trás e me encaixasse nele.

– Por que diz isso? – perguntei ainda de olhos fechados e sorrindo, apenas aproveitando a sensação daquele clima enquanto eu estava no meu lugar preferido no mundo: no abraço dele.

– Você me abandonou. – ele reclamou como uma criança mimada, mas deixou um beijinho nada infantil em meu pescoço – A cama é grande demais para eu ficar lá sozinho. E sem você ela esfria muito rápido.

– Hmm – murmurei sentindo seus braços me apertarem mais e suas mãos começarem a passear pelo meu corpo, que ainda estava nu – E será que tem alguma coisa que eu possa fazer para melhorar isso?

– Na verdade, – ele falou espalhando beijos lentos e molhados pelo meu pescoço, já me fazendo perder os sentidos – tem sim.

Com isso, Edward me pegou no colo e entrou comigo para o quarto, nos levando para a cama.

Era incrível como eu era incapaz de cansar dele. Tudo parecia mágico. Edward me beijava sempre com muito carinho e dedicação. Suas mãos passeavam pelo meu corpo como se eu fosse algum tipo de entidade glorificada.

Seu amor e adoração eram presentes em cada beijo, cada toque e cada olhar. Eu me surpreendia cada vez mais com o quanto meu coração ainda acelerava com ele, o quanto meu corpo correspondia ao dele e ainda me admirava com o quão lindo aquele homem conseguia ser.

Já era noite de domingo e, apesar de termos chego relativamente cedo no sábado, ainda não havíamos saído do quarto. Nosso único passeio havia sido no táxi, que nos apontara alguns pontos antes de chegarmos ao hotel.

Longe de mim, no entanto, reclamar. Nós estávamos nos curtindo e, por isso, Roma poderia esperar. A Itália inteira poderia esperar. O mundo poderia esperar. Afinal, o meu mundo estava ali comigo.

Eu já havia perdido a conta de quantas vezes havíamos nos amado desde que chegamos. Novamente, longe de mim reclamar.

Especialmente agora, que eu estava aconchegada em seu corpo quente da nossa atividade recente, completamente agarrada a ele como um gatinho carente. Não que Edward demonstrasse qualquer objeção.

Muito pelo contrário, seus dedos brincavam com meus cabelos enquanto sua outra mão subia e descia por toda lateral do meu corpo que era alcançável para ele.

– Acordada? – ouvi Edward sussurrando muito levemente, como se algum som mais forte fosse estourar a nossa bolha que eu já acreditava ter se tornado indestrutível.

– Talvez – respondi no mesmo tom que ele, porém mais por causa do sono e cansaço.

– Quero te contar uma coisa. – ele falou e percebi que, o que quer que fosse, era realmente importante para ele.

– Conte. – respondi simplesmente, esperando que isso oferecesse toda a abertura que ele precisasse.

– Você se lembra de quando tinha perdido a memória? – ele perguntou como se fizesse muito tempo e não alguns dias.

– Lembro. – respondi deixando que um risinho escapasse sem querer.

– É sobre esse tempo. – ele falou e esperei que ele continuasse, mas ele não o fez.

– Edward, você não precisa guardar nada para você. Pode me falar tudo. – falei virando minha cabeça para olhar em seus olhos, mesmo na penumbra, lembrando um pouco o dia em que acordei a noite no hospital e tivemos nossa primeira conversa depois de eu saber da minha perda de memória.

– Quando eu dei por mim que você não lembrava de nada, eu fiquei dividido. – ele começou como quem confessava um terrível pecado – Entrei em um dilema. Você estava ali, como se tivesse vindo do passado para mim e eu jamais saberia se houve traição ou não. Por um lado, eu queria que nunca tivesse havido, que tudo não passasse de alguma confusão... Mas pelo outro, eu queria que você tivesse me traído porque jamais me perdoaria por ter te acusado em vão.

Me movi subitamente pelo susto das suas palavras. Novamente eu havia sido fortemente atingida pela angústia que Edward guardava dentro de si.

– Edward, pare! – falei firmemente olhando nos olhos dele – Você não pode se culpar assim!

– Eu não podia ter te acusado daquela forma! – ele contestou em desespero.

– Eu fazia isso com você o tempo todo! – falei externando minha frustração por não conseguir fazê-lo ver as coisas como eu via.

– Isso não justifica! – ele falou exasperado.

– Eu te perdoo. – falei levemente, tentando demonstrar a ele a simplicidade do fato.

Nós já tínhamos erros suficientes, não precisávamos ficar reabrindo feridas. Era o momento de nos abrirmos para seguir em frente e não guardar mágoas ou culpas.

– Eu não mereço. – ele falou.

Sua voz e seu olhar confessavam sua tristeza e eu queria ser capaz de arrancar todo sentimento ruim que se passada dentro dele.

– Mas eu te perdoo! – gritei não conseguindo segurar toda minha frustração – Por favor, não estrague isso! Nós temos tudo para dar certo agora, Edward! Por favor, não estrague a nossa relação se culpando. Você não percebe? Eu desconfiava de você o tempo inteiro! Eu estava sempre te acusando de ter outra! Eu sei que foi errado e eu me arrependo. Me arrependo profundamente! Juro que me arrependo! E eu quero acreditar que estamos bem e que você me perdoou e que estamos aprendendo a superar, e melhorar , e seguir em frente, e ficarmos juntos! Por favor, não estrague isso se culpando!

Minhas palavras saíram em um jorro no auge do meu desespero e quando terminei eu estava ofegante, de frente para ele, que me olhava intensamente.

– Eu não vou. – ele falou, ainda com o mesmo olhar fixo em mim – Prometo.

Sua mão se infiltrou para o meu cabelo e ele me puxou para um beijo forte e intenso.

– Eu já te perdoei. – falei quando nosso beijo quebrou, mas nossas testas permaneceram grudadas – Mas você precisa se perdoar também.

Edward voltou então a me beijar com vontade. Quando dei por mim eu estava sentada em seu colo, de frente para ele. Suas mãos passeavam pelas minhas costas, chegando até minha bunda, variando entre carícias e apertões. Em pouco tempo estávamos prontos um para o outro.

Me encaixei nele fazendo questão de não prender gemido algum. Sem conseguir me segurar, arranhava suas costas, como se fossem algum tipo de tábua de salvação para mim.

Sentia seus lábios em meu pescoço alternando entre beijos, mordidas, chupões e gemidos abafados pela minha própria pele.

Suas mãos fincaram em minhas coxas me ajudando nos movimentos, favorecendo nosso encaixe perfeito, até que não aguentei mais e me permiti vir, sentindo-o se libertar dentro de mim logo em seguida.

Foi tudo rápido, forte e intenso.

Eu não poderia imaginar nada melhor para aquele momento.

Deixei meu corpo cair sobre o dele, sentindo seus braços me ampararem e seus lábios beijando meu rosto levemente.

– Eu te amo. – falei já sentindo meu corpo completamente relaxado.

– Eu te amo também. – ele respondeu agora com os lábios contra meu cabelo.

– Eu te perdoo. – reiterei já sentindo a inconsciência me levar.

– Eu me perdoo também. – ele respondeu me puxando para me aconchegar melhor nele.

Sorri deixando o sono me tomar.

~*~*~*~

Tiramos a manhã para conhecer o Vaticano. Nenhum de nós era realmente religioso, mas eu tinha o pequeno país dentro da cidade como ponto turístico obrigatório e, como Edward estava fazendo tudo para me mimar, não foi difícil convencê-lo a ir.

O lugar era um tanto menor do que eu imaginava e, com algumas voltas, vimos grande parte dele. Fomos ver a Basílica de São Pedro, que era a maior igreja da cristandade e morada do Papa. Paramos um tempo no centro da praça apenas para observar o obelisco egípcio que lá havia.

Eu estava encantada e não conseguia evitar contar a Edward tudo o que eu sabia sobre o que estávamos vendo. Não surpreendentemente, ele parecia encantado também, apesar de eu nutrir sérias desconfianças de que seu encantamento tinha origem no meu, e não nas belezas da cidade.

Enfrentamos uma fila enorme para o Museu do Vaticano, mas valeu a pena cada minuto. O lugar era incrivelmente grande e eu me senti entrando em outro nível de realidade ao ver de perto tudo o que ele tinha para apresentar. Fiquei perdida em minhas observações e mal conseguia terminar de explicar alguma coisa a Edward antes de começar a falar de outra, mas ele não parecia se importar, permanecendo mais focado em mim do que nas obras de arte.

Abusamos de cada turista com cara de simpático pedindo para tirarem fotos e mais fotos nossas. Eu havia decidido que nossas fotos funcionavam como forma de eternizar nossos bons momentos e eu queria coleciona-los.

Desnecessário dizer que nosso almoço foi maravilhoso. Massa gratinada com o melhor suco de uva que eu já havia provado. Concordamos que seria melhor abrir mão do vinho para que eu pudesse aproveitar o resto da tarde em meu juízo perfeito.

Como se meu juízo permanecesse perfeito com Edward do meu lado...

À tarde resolvemos tirar uma folga dos passeios turísticos para passearmos um pouco como casal. Andamos pelas ruas sem pressa, aproveitando o clima e a paisagem, passeando de mãos dadas, como se fôssemos namoradinhos.

A moda era o foco de Milão, mas Roma também tinha suas lojas de roupas lindas.

– Alice e Rosalie vão me matar quando souberem que não parei para compras. – comentei brincando, mas pensando que aquilo realmente não estava longe da realidade.

– Podemos voltar amanhã. – Edward respondeu – Não temos pressa ainda.

– Não! – neguei – Odeio ficar escolhendo e experimentando roupas! Prefiro mil vezes grudar em você.

– É sério? – ele perguntou me olhando como se eu tivesse acabado de revelar a ele algo inacreditável, sua reação fazendo com que minhas bochechas esquentassem, provavelmente atingindo algum nível de vermelhidão.

– Sim. – respondi simplesmente – Eu sei que não costumo ser melosa, mas achei que você já tinha percebido que eu amo passar meu tempo com você.

– Sim, não era isso. – ele respondeu parando de andar e ficando de frente para mim – Eu achava que você adorava compras. Você sabe... Roupas, sapatos, batons... Essas coisas de mulher.

– Não. – respondi abaixando a cabeça – Eu nunca gostei. Eu só... Queria parecer mais, sabe? Parecer melhor do que eu sou. Quer dizer... Não tem nada de especial em mim, então o mínimo que eu posso fazer é tentar compensar com as roupas e acessórios. Sua irmã me ajudou muito com isso, no início. Depois eu fui conseguindo me virar sozinha.

– Você faz compras para parecer melhor? – Edward repetiu, perguntando, como se fosse algo sem o menor sentido.

– Sim... – respondi tentando achar uma maneira melhor de explicar a ele – No início era apenas para o trabalho. Me apresentar melhor, essas coisas. Depois para os eventos e depois para você. Eu percebi que era um artifício para diminuir a distância entre nós.

– Como isso diminuiria a distância entre nós? – ele perguntou ainda com o cenho franzido, obviamente ainda sem entender.

– Não a distância na nossa relação. Ah, você sabe... – falei sem jeito – Você é demais para mim e me arrumar mais funciona como uma tentativa de nos equiparar. Não tem resultado exatamente satisfatório, mas pelo menos eu faço o que eu posso fazer.

– Você se arruma sempre para parecer melhor para mim? – ele perguntou agora como se quisesse confirmar o que havia entendido.

– É... – respondi procurando alguma falha em sua conclusão, mas não encontrando nenhuma.

– E você sente que faz algum efeito? – ele perguntou me encarando como se ele próprio já soubesse a resposta.

– Na verdade, não. – concluí sem graça, por nunca ter reparado nesse pequeno detalhe antes, já que eu mesma nunca havia parado para refletir sobre isso.

– É porque eu te amo como você é. – ele declarou passando a mão pelo meu cabelo, agastando uma mecha que caía na lateral do meu rosto – Não importa se você está vestindo um vestido de grife ou um conjunto puído, eu te amo. Não importa se você está arrumada para uma inauguração ou se acabou de acordar, eu te amo. Não importa se você está calçando um sapato de cristal ou se está descalça, eu te amo. Você não precisa mudar para mim. Eu te amo pelo que você é.

De repente meus olhos se encheram de lágrimas e o abracei escondendo meu rosto em seu peito.

– Eu também te amo. – falei entre soluços – De todas as formas.

– Amor, não chore – ele falou acariciando meu cabelo lentamente.

– Obrigada por me amar assim. – falei ainda com o rosto enterrado em sua camisa.

– Não é exatamente um sacrifício. – ele falou rindo – Na verdade, acho que foi acontecendo mesmo sem qualquer esforço.

Ri junto com ele entre soluços, mas continuei abraçada a ele, sentindo seu cheiro e seus beijos em meu coro cabeludo enquanto suas mãos passeavam pelas minhas costas me confortando.

– Você não precisa seguir o que as meninas decretam. Você pode se arrumar do seu próprio jeito para o trabalho e para os eventos. E, entre nós, você pode sempre ser você mesma. – ele falou com a voz leve, como quem conta uma história a uma criança.

– Incluindo as meias coloridas gigantes e os moletons? – perguntei fazendo piada, mas ao mesmo tempo falando sério.

– Principalmente esses! Especialmente se forem meus moletons! – ele falou animado, como se estivesse imaginando a cena mais emocionante da vida dele – Não há nada mais sexy do que você, de rosto limpo, vestindo uma roupa minha com suas meias coloridas gigantes.

Foi impossível não gargalhar.

Beijei-o em agradecimento, sabendo que suas palavras, por mais incríveis que parecessem, eram com certeza verdade.

Por um lado eu me sentia idiota de ter feito tanta coisa que não me agradava por nada, mas por outro lado eu estava profundamente agradecida por termos esclarecido mais esse ponto.

~*~*~*~

Nosso plano para terça-feira era sairmos cedo do hotel. Obviamente não conseguimos, já que ficamos até altas horas da madruga “aproveitando um ao outro”, como Edward resolvera chamar.

Nossa intenção era tirar o dia para visitar o Palatino, que era um morro que carregava a lenda de que fora o lugar onde a cidade tivera início, além do Fórum Romano e do Coliseu. Era muita coisa, mas parecia ser costume dos turistas fazer todas as visitas no mesmo dia por causa da localização relativamente próxima. Além de ser o que todos diziam para fazer.

Conseguimos fazer com que nossa ida ao Palatino durasse pouco mais do que o tempo necessário, mas foi impossível me impedir de gastar o máximo de tempo possível no Fórum Romano.

Apesar de estar louca para ir conhecer o Coliseu, havia muito para ver. O fato de estarmos caminhando apenas colaborava para o gasto de tempo e para minha vontade de demorar o máximo possível a cada parada.

Caminhamos pela Via Sacra, tiramos foto em cada Arco, visitamos cada templo... Tudo isso com direito a parada para pesquisarmos histórias, lendas e nos aproveitarmos de outros turistas para termos mais fotos.

Eu contava a Edward tudo o que sabia sobre cada monumento daqueles e me surpreendia ao ver o quanto ele também sabia sobre o assunto.

– Como você sabe? – perguntei quando ele acabara de comentar sobre a responsabilidade que algumas virgens tinham de manter acesa a chama sagrada que ficava no interior do Templo das Vestas, onde estávamos no momento.

– Eu pesquisei um pouco sobre isso. – ele respondeu corando – Assim eu não fico tão para trás.

Fiquei feliz por confirmar, mais uma vez, que nossos interesses estavam se encontrando, mas fiquei mais feliz ainda em ver que, em parte, era interesse dele próprio procurar mais sobre o assunto.

Nosso almoço foi um lanche qualquer e a noite já caía quando me dei por satisfeita com aquela parte da cidade.

Foi só então que me bateu então a culpa por não termo ido ao Coliseu.

– Edward? – chamei de leve enquanto ainda caminhávamos de mãos dadas.

– Sim? – ele perguntou me olhando atentamente ao perceber que meu tom de voz e estado de espírito tinham mudado.

– Desculpe ter enrolado tanto. – pedi um tanto sem graça levando minha outra mão ao seu braço e acariciando ali – Nós acabamos perdendo a chance de ver o Coliseu hoje.

– Você fala como se eu fosse ficar chateado por algo assim. – ele falou apertando minha mão de brincadeira – Você não imagina o quanto eu gostei da nossa tarde. Além disso, não temos pressa ainda.

– Eu também gostei muito da nossa tarde. – confessei sorrindo ligeiramente.

Edward às vezes me fazia parecer uma menininha apaixonada.

Achei que Edward fosse logo tentar pegar um taxi para voltarmos para o hotel, mas ele apenas continuou caminhando comigo e não me importei de continuarmos assim. Havíamos andado muito a tarde inteira, mas realmente valera a pena, principalmente estando na presença dele.

Estávamos agora em um daqueles momentos em que palavras eram desnecessárias e eu me sentia bem simplesmente por estar andando com ele.

Estava tão distraída que demorei a perceber para onde estávamos indo.

– Estamos indo para o Coliseu? – perguntei sem entender, mas continuei seguindo com ele.

– Sim. – ele respondeu simplesmente, mas havia um sorriso torto em seus lábios.

– Mas já está tarde demais para visitarmos. – contrapus esperando que ele não se decepcionasse por já estarmos tão perto, mas sabendo que seria provavelmente pior se ele apenas se desse conta disso quando já estivéssemos lá.

– Eu sei, mas podemos dar uma olhada. – ele falou sorrindo e piscando para mim.

Resolvi parar de tentar convencê-lo e o acompanhei. Quando nos aproximamos o suficiente para ver o grande estádio, perdi o fôlego com a visão.

Eu sabia que o Coliseu era bonito e carregava significados ainda maiores. Inclusive já o havia visto em fotos e filmes. Ainda assim, nada havia me preparado para a visão ao vivo do Coliseu à noite.

Era realmente de tirar o fôlego.

– Nossa! – exclamei ainda olhando admirada.

– Realmente. Nossa! – ouvi Edward concordar comigo, meio que debochando do meu espanto.

Olhei para ele e percebi que, no fundo, ele havia se surpreendido também.

– É uma visão linda! – exclamei voltando a olhar para o grande estádio sob as luzes.

Algumas partes pareciam ser iluminadas por chamas, dando a impressão de que havíamos sido transportados para o passado.

– Sim. – ouvi Edward concordando, agora sem qualquer traço de zombaria – Realmente linda.

Me virei e percebi que ele estava olhando para mim.

– Bobo! – ri voltando para ele e o abraçando – Obrigada.

– Pelo que? – ele perguntou me envolvendo em seus braços.

– Por me trazer aqui, mesmo que todo mundo sempre diga que devemos visitar o Palatino, o Forum Romano e o Coliseu juntos e mesmo que eu tenha enrolado tanto que perdemos a chance de visita-lo hoje. – Expliquei beijando seu peito sobre a camisa.

– Acho que não foi tão ruim, afinal. – ele comentou brincando e movendo suas mãos em minhas costas – E podemos voltar amanha, é claro.

– Está brincando? – falei me afastando um pouco para olhar em seus olhos – É claro que voltaremos amanhã!

Edward soltou uma gargalhada e me abraçou com força, como se não conseguisse segurar algum impulso que teve.

– A propósito, - voltei a falar, mesmo com meu rosto sendo amassado em seu peito – Não foi mesmo tão ruim. Na verdade, foi maravilhoso.

Edward parou então de me agarrar como se a vida dependesse disso e me beijou. Apaixonadamente.

Um desses beijos em que seus dedos apertam minha cintura como se ele não conseguisse os impedir de fazer isso. Desses em que nossas línguas parecem brigar e dançar ao mesmo tempo em que sentimos um ao outro. Isso tudo ao mesmo tempo em que seus lábios sugam os meus enquanto eu tento corresponder. Um desses beijos em que minhas mãos vão parar em seu cabelo antes mesmo que eu possa perceber. E eu só percebo que estava perdida nele quando volto à realidade.

– Então... – ele começou quando nossos lábios se separaram – Quão chateada você ficaria se eu te oferecesse apenas um jantar antes de irmos para o hotel?

– Por que eu ficaria chateada? – perguntei sem entender, ainda flutuando um pouco depois do nosso beijo.

– Eu deveria te levar para dançar depois de jantar. – ele falou com os olhos estando tristonhos – Estamos na Itália afinal, mas depois de andarmos tanto não sei se consigo.

– Isso é bom, porque eu gostaria de saber o quão chateado você ficaria se eu rejeitasse o convite e desse a ideia de jantarmos no hotel. – falei sorrindo e mantendo-o junto de mim abraçando-o pelos ombros.

– Eu diria graças a Deus! – cheguei a começar a rir, mas fui interrompida com um beijo dele – Minha mãe vai me matar quando souber que ainda não te levei para um jantar com música italiana para dançar. – ele confessou fazendo o que poderia ser um biquinho.

– Não temos pressa ainda – falei voltando a unir nossos lábios em um beijo delicado, antes de sussurrar em seu ouvido – Além disso, podemos dançar no hotel sem precisar de música.

– Eu definitivamente prefiro quando não seguimos o que todos nos dizem. – ele ainda falou antes de me levar correndo para o primeiro taxi que conseguiu.

~*~*~*~*~

Levantamos tarde na quarta-feira.

Havíamos passado a noite anterior bebendo vinho enquanto petiscávamos agarradinhos sentindo o calor da lareira nos aquecer.

Revemos nossas fotos da viagem, jogamos conversa fora e chegamos a checar com James como estava o andamento dos negócios da casa nova.

Estávamos em nossa bolha particular e eu não tinha a menor vontade de sair.

Dormi embalada nos braços de Edward depois de muito dançar com ele sob os cobertores.

Na manhã de quarta-feira, então, ele me acordou espalhando beijos pelo meu rosto e me mostrando um belo café da manhã, com direito inclusive a uma única rosa vermelha.

Saímos então para finalmente irmos conhecer o Coliseu.

O taxi nos deixou bem em frente e tivemos a sorte de pegar pouca fila. Fomos com um grupo de visitantes e conhecemos alguns casais e uma família que estava viajando. Achei linda a ideia de uma viajem de um casal com os filhos. Sem perceber, eu quis aquilo para mim.

Nossa guia ia nos apresentando ao local e contando histórias em italiano, mas repetia tudo em inglês e espanhol, fazendo com que eu conseguisse acompanhar tudo o que ela falava.

Não foi uma visita rápida e tivemos muitas oportunidades de tirar fotos. Minha preferida, no entanto, foi na saída, quando pedimos à filha mais velha da família que fez a visita ao Coliseu conosco nos fotografar e a menina conseguira a proeza de tirar uma foto em que eu saísse linda ao lado de Edward e o Coliseu estava, em toda sua glória, bem ali atrás de nós.

Edward me levou para almoçar e depois fiz questão de irmos atrás de uma cafeteria para colaborar com meu vício por doces e minha vontade de chocolate quente.

Descobrimos uma cafeteria um tanto inusitada. O café era feito na hora com coador e não na máquina, os doces e salgados assados em forno a lenha e o suco de uva e o vinho vendidos ali vinham de um vinhedo da família dona da cafeteria. Era como se estivéssemos em uma cidadezinha do interior há séculos atrás.

De lá fomos visitar o Panteão. Era de longe a parte da Roma antiga mais bem conservada que eu havia visto.

Originalmente, o Panteão de Agripa fora feito para a adoração dos deuses da época. Todos eles. Até que, em dado momento, fora transformado em uma igreja católica, sendo atualmente a provável igreja com a história mais pagã do mundo.

Apesar de estar coberto de imagens católicas, o peso da sua história e tão bem conservada a arquitetura, o lugar chegou perto de me arrancar lágrimas. Tive um momento de pausa e imaginei viver naquela época em que havia tanta barbaridade, mas, ao mesmo tempo, tanta fé.

Por um instante, me imaginei temendo a pessoa que seria escolhida para eu casar e depois a felicidade ao saber que me casaria com Edward e viveria com ele em uma das grandes construções da época.

Ou mesmo vivendo a vida em algum tipo de escravidão, depois sendo salva por Edward.

Ou vendo Edward ir para a guerra e vindo neste mesmo tempo rezar para todas as divindades trazê-lo de volta pra mim.

Fui trazida de volta a realidade por um risadinha de Edward.

– Que foi? – perguntei ainda um tanto perdida.

– Nada. – ele respondeu com um pequeno sorriso – Só estava me perguntando em que dimensão você estava.

– Não importa. – respondi sorrindo e passando um dos meus braços pela cintura dele – Já voltei.

Fomos ao hotel descansar um pouco para logo depois nos arrumarmos para sair. Edward fazia questão de me levar para jantar em algum lugar com música.

A noite estava linda.

Encontramos um restaurante muito aconchegante e com música ao vivo. Nosso jantar foi completo. Sopa de entrada, massa como prato principal e tiramisu como sobremesa.

Começamos a dançar ao som de Amore Scusami e Deus sabe que outras músicas fizeram parte da noite, já que a única coisa que prendia minha atenção era o verde dos olhos de Edward e o cheiro maravilhoso do perfume dele.

Antes de voltarmos ao hotel, Edward ainda teve a ideia de passarmos na Fontana di Trevi.

Talvez fosse o vinho, talvez fosse a presença de Edward ou talvez fosse o fato de estar de noite, mas o lugar era mil vezes mais lindo do que eu imaginava.

Dizia a lenda que quem atirasse na fonte uma moeda voltaria a Roma.

Como meu homem era perfeito, ele tinha moedas para mim e para ele. Atirei uma pedindo para voltarmos a Roma. Outra para termos mais viagens adoráveis como essa. E mais uma para que momentos assim fossem constantes em nossas vidas.

Não vi muito claramente como chegamos ao quarto, mas lembro perfeitamente de ter feito tentativas de fazer de Edward meu escravo sexual pela noite. Eu poderia ser uma criminosa, se não fosse o fato do meu marido muito disposto ter adorado cada parte dos nossos momentos em que eu me tornava extremamente mandona e queria tudo do meu jeito.

Deus, como eu amava aquele homem!

Dormimos de conchinha. Suas mãos a minha volta, me mantendo muito bem presa a ele e seu nariz enterrado em meu cabelo como se o necessário para sua sobrevivência fosse meu cheiro e não o oxigênio.

Enrosquei minhas pernas às dele e dormi como se estivesse em um mundo perfeito.

Realmente, eu estava.

~*~*~*~*~

Passamos a manhã na cama.

Edward me servindo de colchão, travesseiro e massagista enquanto eu conseguia apenas dormir, tentando me recuperar de todo o vinho e todo esforço físico que vínhamos fazendo.

– Bella... – ouvi Edward me chamando, mas não me movi esperando que ele desistisse e me deixasse voltar a dormir – Está na hora do almoço, amor.

Continuei completamente parada. Eu estava vivendo muito bem adormecia com ele sob mim acariciando minhas costas.

– Você não vai conseguir recuperar suas energias nem fazer o efeito do vinho passar se continuar de estômago vazio. – ele falou suavemente.

Seu raciocínio podia ser correto, mas eu ainda estava muito bem entre meu mundo de sonhos maravilhosos e realidade melhor ainda.

– Eu te dou metade da minha sobremesa se você acordar agora. – ele falou obviamente me chantageando.

Levantei minha cabeça, tentando ficar no nível da dele, mesmo que ainda não conseguisse abrir meus olhos por completo.

– Tudo bem, mas eu vou voltar a dormir assim que terminarmos de comer. – falei irritada já levantando e indo para o banheiro tentar melhorar minha aparência enquanto ouvia seu riso alto.

Quando finalmente voltei ao quarto de banho tomado, cabelos penteados e dentes escovados, Edward me agarrou antes que eu percebesse de que parte do mundo ele surgira e me beijou como se o mundo estivesse acabando.

– O que foi isso? – perguntei completamente desnorteada.

– Um beijo de bom-dia sendo cobrado com juros. – ele respondeu com uma piscadinha e foi para o banheiro.

Vê-lo se afastando sem camisa, exibindo seu corpo lindo em toda sua glória me fez ter vontade de jogá-lo na cama novamente, mas resolvi que teríamos ainda muito tempo e que eu estava quase prestes a ganhar uma dose extra de doce hoje.

Que dia maravilhoso seria aquele.

Almoçamos na rua e fui boa o suficiente para dar a Edward parte da minha sobremesa. Eu o amava demais para deixa-lo reduzido a apenas metade da sua.

Voltamos a Fonte di Trevi, para vê-la de dia. Sem dúvidas, eu preferia vê-la à noite.

Novamente atiramos moedas e repeti os mesmos desejos da noite anterior.

De lá fomos a um museu. Fiquei encantada com tudo, mas eu realmente não conseguia me concentrar naquilo.

Edward então desistiu de me manter acordada para o dia e nos levou de volta para o hotel, onde eu poderia voltar a descansar.

O recepcionista entregou a ele um envelope, que ele abriu quando eu já estava jogada na cama.

– De quem é? – perguntei curiosa.

– Aro Volturi. – ele respondeu encarando o envelope com cenho franzido enquanto sentia um arrepio passar por mim – Ele nos convida para jantar com ele no sábado em forma de pedir desculpas pela desistência dos negócios nos EUA e para nos desejar boa sorte com o novo grupo.

– Como ele sabe que estamos aqui? – perguntei um tanto pasma.

– Ele é um homem influente. – Edward respondeu deixando a carta e o envelope de lado e vindo deitar comigo.

– Graças a Deus vamos embora no sábado de manhã. – comentei.

– Provavelmente ele sabe disso também. – Edward respondeu rindo.

– Então por que ele nos convidou? – perguntei sem entender.

– Não sei. – Edward respondeu refletindo sem muito interesse – Ele deve estar tentando mostrar cordialidade. Ou então quer ter a honra da sua bela companhia de novo.

– Não, obrigada. – respondi me ajeitando contra ele, me preparando para pegar no sono.

– Não se preocupe. – ele falou em um sussurro, como quem nina uma criança – Não acho que o veremos novamente.

– Nem seus irmãos? – perguntei no mesmo tom.

– Principalmente eles. – Edward respondeu acariciando meus cabelos – Marcus largou a parceria com os irmãos e foi morar com sua mulher. Sem planos de voltar para o mundo dos negócios jurídicos. Aro parece estar focado em controlar os gêmeos, que chegaram na adolescência, e manter as aparências ao mesmo tempo. Caius, por outro lado, está sendo investigado por envolvimento com a máfia, então ele deve ficar sob o radar por um tempo.

– Sem mais trio horripilante em nossas vidas, então? – perguntei já de olhos fechados.

– Sem mais trio horripilante. – Edward prometeu e eu sabia que podia acreditar.

~*~*~*~*~

Acordei no meio da noite com calor.

Levantei com cuidado para não acordar Edward e fui para a sacada que havia no quarto. O vento soprou refrescando o suficiente para me fazer tremer ligeiramente com o frio.

Respirei fundo esperando meu corpo se acostumar com a temperatura e decidir se eu preferia o frio ou o calor.

Braços fortes me envolveram, me oferecendo a temperatura perfeita.

– Por que você insiste em tentar me abandonar? – ele perguntou.

Suas palavras contra meu ouvido enviaram um arrepio que passou por todo o meu corpo.

Me virei para ele, me conchegando em seus braços como uma criança carente.

– Eu te amo tanto. – confessei não conseguindo guardar para mim todo aquele sentimento.

– Bella, amor, tudo bem? – ele perguntou, parecendo assustado com minha declaração inesperada, mas apenas assenti com minha cabeça confirmando – Sabe que eu te amo também, não é?

Ele perguntou deixando um beijo no topo da minha cabeça e sorri feliz.

– Volta para a cama comigo? – ele perguntou sendo o mais fofo dos homens.

– Claro. – respondi e fui pega de surpresa ao ser pega em seu colo e carregada para a cama.

Ao contrário do que eu esperava, Edward me encheu de beijos carinhosos e inocentes, manteve meu corpo junto ao dele e acariciou meu cabelo até que eu dormisse.

Ele era, com certeza, o homem mais perfeito do mundo.

Pela manhã, acordei me sentindo melhor. Sentei na cama admirando o quarto em que passamos tão bons momentos.

Edward saiu do banheiro vestindo apenas uma calça, secando seu cabelo com uma toalha branca.

– Bom dia, Bela Adormecida! – ele saudou brincando e veio me dar um beijo, ignorando meu hálito matinal.

– Bom dia. – respondi quando nossos lábios se separaram – Dormi tanto assim?

– Bastante, mas valeu a pena tendo você ao meu lado por tanto tempo. – ele respondeu piscando e me oferecendo um sorriso torto.

Ignorei seu charme, ou pelo menos fingi que consegui, e fui para o banheiro me preparar para o dia.

Fiz questão de tomar um banho demorado, lavando bem os cabelos, tentando afastar a preguiça do meu corpo.

Quando saí, Edward estava admirando a vista pela sacada, mas logo se virou para mim.

– Eu estava pensando – falei enquanto pegava um pente – que tal aproveitarmos para comprar algumas lembrancinhas para levarmos?

Edward veio em minha direção lentamente, mas com o olhar fixo, como um predador.

– O que você quiser. – ele respondeu para logo em seguida me abraçar pela cintura enquanto me enchia de cócegas e eu gritava.

Ainda levamos um vinte minutos para sair, depois das brincadeiras de Edward. Quando finalmente estávamos na rua, no entanto, nos tornamos a animação em pessoa e visitamos diversas lojinhas.

Estávamos procurando um lugar para almoçar quando me senti um tanto estranha e parei de andar.

– Bella? – Edward perguntou alarmado pela minha parada repentina – Bella, você não está bem! Por favor, amor, fale comigo!

Segurei em seus braços esperando a sensação estranha passar. Não levou muito tempo.

Olhei em seus olhos. Edward era, naquele momento, a imagem da preocupação.

– Você está pálida. – ele falou com um misto de preocupação, desespero e tristeza – Por favor, me diz o que está acontecendo.

– Eu me senti estranha... – parei sem saber ao certo como continuar – Foi meio que... Um enjoo.

– Será que o efeito do vinho está durando tanto tempo? – ele perguntou parecendo um tanto esperançoso – Não pode ser nada tão grave, não é?

– Não acho que seja o vinho. – falei respirando devagar, sem saber ao certo se eu deveria me atrever a pensar no que eu estava pensando – Foi diferente. Um enjoo que eu nunca tinha sentido antes.

– Certo. – ele respondeu com a palavra que ele sempre usava quando estava nervoso – Você acha que comeu alguma coisa que te fez mal?

– Não. – respondi devagar sem saber se diria a ele o que eu estava pensando, ou mesmo como diria – Acho que me senti um pouco tonta também.

– Você quer se sentar? – ele perguntou já desesperado, olhando a nossa volta, provavelmente preparado para gritar por socorro a qualquer reação suspeita minha.

– Não, não. – respondi começando a rir dele – Já passou.

– Como você sabe? – ele perguntou voltando a oscilar entre o desespero e a esperança – Enjoo e tontura podem significar tanta coi...

Ele se cortou no meio da frase e olhou para mim durante um momento que pode ter durado dois segundos ou duas horas.

– Bella... – ele começou ainda com a expressão surpresa – Você acha que...

Um sorriso foi lentamente se estendendo pelo seu rosto.

– Não sei. – falei agitada, sabendo que ele compartilhava dos mesmos pensamentos que eu – Vamos achar uma farmácia.

– Está brincando!? – Edward meio que gritou alarmado – Chega de testes de farmácia! Vamos para um hospital!

Ri do desespero alarmante dele, mas me deixei levar. Realmente, eu compreendia sua aversão pelos testes de farmácia e eu mesma já não confiava tanto neles depois do que Rose passou.

Edward assumiu seu papel de homem de família e cuidou de tudo. Usando o italiano que há muito tempo ele não praticava (por que sim, Edward era perfeito a ponto de saber falar um pouco de italiano), ele conseguiu que o taxista nos levasse a uma clínica próxima muito rapidamente.

Eu ainda estava um tanto perdida em pensamentos, sem coragem de assumir o que eu estava pensando, mas sem a menor vontade de pensar em outra possibilidade.

Por um lado, eu queria me permitir imaginar nossa vida em uma casa nova como uma família completa. Por outro, eu tinha medo demais da decepção, caso não fosse isso.

Para nossa sorte, no mesmo local que fui atendida pelo médico passei pelo exame de sangue. Edward já estava pronto para oferecer todos os seus bens e posses para apressar o resultado.

A espera foi agonizante.

Eu estava ansiosa, mas não chegava nem perto do estado em que Edward se encontrava. Seus suspiros, suas olhadas para o relógios, suas caminhadas de um lado para o outro e suas passadas de mão pelo cabelo teriam sido altamente engraçadas, se não fosse pela situação em que nos encontrávamos.

– Eu deveria te levar para comer alguma coisa. – ele falou após um suspiro longo, seu olhar ainda mais tenso ao perceber que estávamos há muito tempo sem comer.

– Eu não acho que eu vá conseguir comer nada agora. – respondi sincera.

– Vamos, por favor. – ele pediu vindo em minha direção e se ajoelhando em minha frente – Por mim. Por nós.

Eu sabia o que aquele nós significava.

Algo que nenhum de nós dois havíamos posto em palavras ainda com medo de que não fosse real.

Saí com ele para comer.

Ao pegar no cardápio me desesperei ao perceber que não fazia ideia do que eu poderia ou deveria comer.

Tentei lembrar do que Rose estivera comendo, mas eu não estava passando mais tanto tempo com ela. Lembrei apenas dos sucos, o que fez com que eu me lembrasse da quantidade de vinho que eu vinha ingerindo.

– Ei! – ouvi Edward chamando e segurando minha mão, me trazendo de volta à realidade – Está tudo bem.

Com essa simples frase Edward conseguiu me acalmar. Percebi que ele mesmo estava mais centrado e me apaixonei um pouco mais por ele naquele momento.

Ele havia, de alguma forma, conseguido se acalmar por mim.

Nenhum de nós dois conseguiu comer muito. Pela primeira vez em muito tempo não quis sobremesa e voltamos para checar se o exame estava pronto.

E ele estava.

Peguei o envelope e olhei para Edward em uma pergunta muda se deveria abrir ou esperar para ser atendida novamente pelo médico.

Seus olhos confirmaram que sua vontade era a mesma da minha.

Virei de costas para ele, para que ele pudesse ler junto comigo e, sem mais me conter, rasguei o papel que nos separava do resultado que poderia me render infinitas alegrias ou uma forte desilusão.

Meus olhos foram direto para o final da folha, sabendo que eu não entenderia qualquer outra informação.

Senti mais do que ouvi seu riso em meu ombro e sua mão vindo para se espalmar em meu umbigo.

A palavra “positivo” nunca fora tão linda.

Era a palavra que confirmava uma fonte infinita de felicidade.

Eu estava grávida.

Eu e Edward teríamos um bebê.


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Notas finais do capítulo

obs: eu nunca fui a Roma e tudo o que falei sobre a cidade nesse capítulo foi fruto de pesquisas on line! Desculpem se eu tiver falado algum absurdo!
obs2: eu nunca fiquei grávida, muito menos desconfiei disso na Europa (rsrsrs), então me desculpem também caso eu tenha colocado algum absurdo quanto a isso.
obs3: esse foi o penúltimo capítulo! só teremos mais um e o epílogo, então comentem ao máximo possível!