Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 48
Despertar


Notas iniciais do capítulo

Olá minhas queridas!
Quero pedir desculpas pela demora. A boa notícia é que estou de férias e tenho muita fé de que vamos concluir essa fanfic antes das aulas voltarem!
Um enorme agradecimento a Sophya Cullen pela mensagem que me mandou e por recomendar minha fanfic até no twitter! E um super obrigada a Nina Martins pela recomendação incrível!
Sem mais delongas, boa leitura!



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Primeiro veio a dor. Minha cabeça parecia que ia explodir e eu sentia partes da minha pele arder, além do som bip-bip-bip constante me irritar profundamente.

Abri os olhos e me vi em uma imensidão de branco, compreendendo que estava em um hospital. Só depois disso percebi o cheiro do lugar e as agulhas em mim.

Apesar de estar escuro, vi que Edward estava ali comigo, sentado em uma cadeira ao lado da minha cama, com seu tronco tombado em minha direção, seus braços em volta da minha cintura e sua cabeça apoiada em minha barriga, dormindo como um menino.

Sorri e deixei minhas mãos irem para aqueles cabelos cor de cobre que sempre as atraiam, enquanto cogitava a imensidão de tudo pelo que havíamos passado.

Senti Edward se mover e logo sua cabeça levantou, fazendo com que minhas mãos caíssem sobre meu abdômen. Seus olhos estavam um tanto esbugalhados e seu rosto um tanto marcado pelas dobras do tecido em que ele estava se apoiando.

– Oi... – ele falou um tanto incerto, me olhando como se eu fosse uma bomba prestes a explodir.

– Oi. – respondi rindo, porque realmente era cômico.

– Você sabe quem sou eu? – ele perguntou como se estivesse falando com algum ser imaginário que sumiria a qualquer momento.

– Edward Cullen! – comecei fazendo o possível para fingir um tom irritado – Como você pode achar que após 8 anos ao seu lado eu não sei quem é você?

– Oh meu Deus! – ele falou levando a mão ao cabelo, como sempre fazia quando estava nervoso ou perdido e jogou seu corpo contra o encosto da cabeça – Você se lembra?

– De quê especificamente? – perguntei – Eu lembro que te amo e que você consegue me fazer a mulher mais feliz do mundo.

– Isso é mais que suficiente. – ele disse vindo em minha direção e selando nossos lábios.

– De verdade, eu lembro. Sabe o que dizem sobre estar morrendo? Que vemos nossa vida inteira como um filme? Eu vi a nossa vida inteira, Edward. – falei já me perdendo naquela imensidão verde que eu sabia que seria minha prisão pela vida inteira e eu não poderia estar mais feliz por isso.

– Eu tive tanto medo de te perder! – ele falou com um horror palpável na voz, levando suas mãos ao meu rosto e deixando seus polegares o acariciarem.

– Nunca! – prometi virando meu rosto para beijar suas duas mãos.

Com cuidado para não mover as agulhas e piorar minha situação, me movi para o lado da cama, abrindo o máximo de espaço possível. Percebi no olhar de abandono nos olhos de Edward que ele havia entendido meu afastamento de uma forma completamente errada.

– Vem aqui. – chamei apontando para o espaço recém aberto na cama.

Sem precisar de um segundo convite, Edward veio como um menino entusiasmado. Como eu poderia esquecer o quanto eu amava quando seu comportamento lembrava o de uma criança?

– Eu queria te abraçar. – falei notando que as agulhas não me permitiriam tal feito e me irritando com minha voz que parecia sempre soar infantil quando eu lamentava alguma coisa.

Fui presenteada com sua risada.

– Deus, eu amo até os seus resmungos! – ele declarou e belisquei sua lateral em troca.

– Ai! – ele reclamou enquanto ríamos, mas pouco tempo depois o silêncio se instalou e eu sabia que ele diria algo sério – Senti falta disso.

– Eu também. – respondi.

Não era preciso ser um gênio para saber que não estávamos falando sobre o tempo que fiquei sem memória, mas sim sobre o tempo antes disso.

– Vai ficar tudo bem. – ele falou buscando minha mão e acariciando levemente, como sempre fazia para me acalmar.

Segurei sua mão, apertando de volta, deixando-o saber que eu estava com ele.

– Já está tudo bem. – respondi.

– Quão egoísta eu estou sendo em não avisar a todos que você acordou? – ele perguntou depois de um tempo.

– Considerando que eu te pedi para deixar as coisas assim, acho que você está sendo bastante altruísta. – respondi rindo.

Ele deixou um beijo em minha cabeça e caímos em um silêncio confortável, mas eu estava ansiosa demais para voltar a dormir.

– Edward? – chamei na penumbra.

– Sim? – ele respondeu.

– Eu nunca tive nada com o Max... – comecei, mas ele logo me cortou.

– Shhh... Está tudo bem, linda. Você me disse e eu confio em você, não fique pensando nisso agora. – ele falou com uma voz calmante, mas eu precisava esclarecer as coisas.

– Por favor, eu quero te contar. – pedi e, como não ouvi negativas, continuei – Na noite em que saí com ele, eu estava tentando juntá-lo com Bree. Você viu os dois juntos na festa dos seus pais. O teste de gravidez não era meu, era de Rosalie. Ela já vinha tentando engravidar há muito tempo e eu era como uma confidente dela nisso, por isso ela foi lá para casa e acho que esqueceu o teste lá então eu guardei para entregar para ela em algum outro momento.

Esperei que ele respondesse alguma coisa, mas como ele não disse nada, continuei.

– Você fez coisas que me entristeceram, em alguns momentos você foi especialista em me deixar com raiva, mas eu te amo e eu jamais teria a capacidade de estar com alguém que não seja você. – eu falei e minhas emoções estavam à flor da pele.

– Eu sinto muito, Bella. – ele respondeu após um suspiro – Por cada acusação, por não te ouvir, por sair daquele jeito e fazer o que eu fiz... Provavelmente você nunca teria sofrido o acidente que te fez perder a memória se não fosse por minha causa.

– Talvez não, mas eu não me arrependo. Acho que isso nos despertou. Nos fez lembrar de coisas que nós dois vínhamos esquecendo. – falei apertando a mão dele – Além disso, você não me deixou completamente às cegas, você me ligou naquela noite e deixou uma mensagem de voz, dizendo que não tinha me traído e que me amava. Ou algo assim.

– Eu não lembro disso. – ele falou estranhando.

– Você parecia realmente muito bêbado. – acrescentei – Eu estava ouvindo sua mensagem pouco antes do acidente. Eu fui assaltada, Edward.

Meus batimentos cardíacos aceleraram enquanto minha ansiedade para contar a ele sobre a aliança atingia níveis inéditos.

– No dia do acidente? – ele perguntou se movendo para virar para mim, como se pudesse encontrar algum ferimento daquele dia – Te machucaram? Fizeram alguma coisa com você?

– Pouco antes do acidente, foi por isso que eu me joguei na frente do carro, eu estava com medo do que poderiam fazer. – expliquei – Eles levaram o dinheiro, as joias e a minha aliança. É por isso que eu estava sem ela, Edward. Deixaram os cartões e celular com medo de serem rastreados, mas levaram todo o resto.

– Meu Deus, Bella! – ele suspirou olhando para o teto – Briga conjugal, assalto, acidente e perda de memória. E eu continuo amando o meu imã para problemas.

Ele se virou de volta para mim e me deu meu sorriso favorito. Eu não lembro de já querer tanto abraçá-lo, o que era uma vontade realmente enorme, já que agora eu lembrava de tudo.

– Eu nunca mais vou te deixar sozinha. – ele falou contemplando essa ideia – Se eu tivesse ido te buscar você não teria sofrido um novo acidente.

– E eu não teria lembrado de tudo. – contrapus – Pare de se culpar, Edward.

– Eu não suportaria te perder. – ele falou e senti seus lábios em minha têmpora.

– Não perdeu. E não vai perder. – parei refletindo se deveria abordar um assunto que poderia ser um tanto delicado – Nem fisicamente nem sentimentalmente. E, falando nisso, que tal a terapia para casal?

– Podemos pedir uma indicação para a Dra. Donavan aqui mesmo. – ele respondeu solícito.

– Parece ótimo. – respondi e logo lembrei de perguntar o que vinha testando minha curiosidade desde que Edward me deixara no shopping para encontrar Alice – Edward? – chamei – O que Peter queria falar com você?

– Os Volturi foram embora. – ele respondeu – Falaram com Peter durante a festa e abandonaram o negócio. Peter me chamou para entrar em sociedade com ele pelo grupo.

Eu podia ouvir o sorriso em sua voz. Finalmente, as coisas estavam dando certo.

~*~*~*~

As enfermeiras tiveram trabalho para controlar todas as minhas visitas quando o dia amanheceu e Edward saiu para contar que eu estava acordada.

Estavam todos lá para me ver. Minha mãe, meu pai, meu padrasto e minha madrasta. Meus sogros, minha cunhada e cunhado. Minha concunhada e meu concunhado. Minha meia-irmã, com seu marido, que vinha a ser meu melhor amigo e seu filhinho que ainda parecia me adorar.

Surpreendentemente, Max e Bree também estavam lá e fiquei imensamente feliz em saber que Edward os estava tratando muito bem.

Para a tristeza de todos, eles foram expulsos menos de 5 minutos depois de terem entrado em meu quarto, mas para a alegria geral, este último atropelamento não gerou consequências graves. Sem fraturas e sem sangramentos graves, foram necessários apenas alguns exames com Eleazar e outros com Tanya por conta da volta repentina da memória.

Ainda no início da tarde eu já tinha a notícia de que estava tudo bem. Como se eu não soubesse disso. Ainda assim, fui aconselhada a continuar me consultando com a Dra. Donavan, para acompanhar possíveis alterações.

Edward não saía do meu lado e eu estava feliz por isso. Eu realmente vinha necessitando da presença dele por perto.

Ele só saiu depois que eu insisti que ficaria bem durante o tempo que ele fosse gastar para almoçar em algum lugar ali por perto. A comida do hospital estava me matando e eu o convenci de contrabandear um chocolate para mim. Coincidentemente (ou não) Rose e Alice vieram me ver e não houve quem as segurasse.

Garanti às duas que eu estava bem e que, até onde eu sabia, minha memória tinha realmente voltado. Alice explodiu de alegria e tive sorte por ela se contentar apenas em gritar alto o suficiente para explodir meus ouvidos e quase ser expulsa do quarto, sem ver necessidade de pular em mim.

Conversamos um pouco e percebi que eu vinha sentindo falta de ter um tempo de garotas também. Preferencialmente assim, sem necessidade de passar por cabelereiro, manicure e depilação.

Cedo demais, elas tiveram que ir.

– Ah, Bella, eu já ia esquecer. – falou Rose voltando e abrindo sua bolsa – Você acabou deixando essa sacola comigo ontem. Por isso voltamos para ir atrás de você.

Ela me entregou uma sacola da loja de bebês que eu havia ido com Alice. Lembrei de vê-las na entrada do shopping segurando aquela sacola pouco antes do impacto com o carro acontecer. Era o presente que eu comprara para JJ. Eu provavelmente misturei com os presentes do bebê de Rose.

– Obrigada. – respondi, recebi um abraço de cada uma e as vi sair bem quando uma enfermeira entrava com meu almoço e Edward vinha logo atrás dela, rindo ao ver a careta que fiz para a sopa, mas me oferecendo uma piscada de olho, me dando esperança de que eu fosse ser recompensada.

Eu tinha tomado pouco mais da metade do prato quando a porta se abriu revelando Jake. Sua visita, infelizmente, não durou muito, já que ele e Leah precisavam se revezar para satisfazer as manhas de JJ, mas foi o suficiente para ele me dar uma bronca por estar constantemente assustando-o com meus acidentes e para convidar a mim e a Edward para um jantar que Leah faria, comemorando a mudança deles.

No geral, foi tudo bem e fiquei imensamente feliz em ver mais uma vez que meu marido e meu melhor amigo de infância eram capazes de ter uma boa conersa.

– Ei, Jake! – chamei quando ele já estava saindo, lembrando da sacola da loja de bebês – Isso é para JJ – falei apontando para a sacola que as meninas deixaram sobre o móvel e Edward a pegou, entregando-a a Jake.

– Valeu, cara – ele agradeceu a Edward – E obrigado, Bells, vamos esperar que seus presentes também tenham efeito calmante nele.

E com isso, ele se foi.

Fiz sinal para Edward voltar para perto de mim e ele não me decepcionou.

– Você não quer me dar nada? – perguntei.

– Wow! Mal voltou a si e já quer me explorar? – ele brincou, recebendo um tapinha em seu peito – Ai! – reclamou, apesar de provavelmente mal ter sentido.

– Desculpe. – respondi passando a mão pelo local e unindo meus lábios aos seus.

– Tudo bem, você pode me bater o quanto quiser se for retribuir assim. – ele respondeu unindo novamente nossos lábios, dessa vez mais fortemente.

– Alguém está bem humorado hoje! – observei.

– Não inveje, você está prestes a compartilhar meu bom humor. – e dizendo isso, ele me entregou uma barra de chocolate, metade preto, metade branco, com pedaços de biscoito.

De fato, eu agora estava em excelente humor.

Mais tarde, ainda naquele dia, meus pais e padrastos vieram me ver. Contei mais uma vantagem da recente perda de memória ao notar que há poucos meses atrás, apenas imaginar estar com os quatro já me faria entrar em pânico, mas hoje eu me via bem mais confortável.

Phill, como sempre estava calado em seu canto, perguntando apenas o necessário e deixando minha mãe externar sua maternidade exacerbada nesses momentos, ajeitando meu travesseiro, arrumando meu cabelo, perguntando se eu precisava de alguma coisa e fazendo questão de ficar sempre próxima a mim, me chamando de seu bebê.

Charlie nem de longe externava tantas emoções, mas fez sua entrevista ao maior nível policial para não deixar passar omissões ou mentiras, querendo saber se eu realmente estava bem e se eu estava sendo bem cuidada, enquanto Sue me deu sorrisos encorajadores e tentou controlar meu pai.

Percebi que os quatro estavam infinitamente mais desconfortáveis do que eu com a situação. Por sorte, durou apenas cerca de 20 minutos, pois a enfermeira logo pediu que se retirassem, afirmando que ter tantas visitas infringia as regras do hospital. Edward já estava ao lado de fora, tentando nos dar mais espaço, mas eles todos logo tiveram que ir.

Ao final, eu só podia ficar feliz por receber o carinho e os cuidados dos meus pais, que há tanto tempo eu não recebia. Mesmo tendo cada um seu modo de demonstrá-los.

Carlisle e Esme logo vieram me ver. A preocupação e o alívio de Esme eram palpáveis, apesar de seus gestos serem mais reservados. Era bom lembrar do quanto eu gostava de Esme e me sentia bem com ela, assim como era bom lembrar do quanto eu confiava e admirava Carlisle.

Edward não precisou sair do quarto e a conversa entre nós quatro foi tranquila e cedo demais meus sogros se foram, deixando suas estimas de melhoras para mim.

Quando achei que as visitas teriam acabado, Alice, Jasper, Rose e Emmett chegaram para me ver.

– BELLINHA! – o grito de Emmett era inconfundível e vi Edward assumir uma postura tensa, como se estivesse pronto para pular sobre ele caso percebesse alguma intensão de Emmett me abraçar como costumava fazer.

Felizmente não foi necessário e ele se contentou em fazer piadas sobre como eu era a única pessoa no mundo capaz de passar por tantas catástrofes em tão pouco tempo.

Alice e ele estavam constantemente trocando insultos, tapas e ironias. Eu não podia deixar de me perguntar como Edward podia ser irmão daqueles dois.

Rose e Jasper se mantiveram tentando controlar seus cônjuges, mas Edward vez ou outra provocava alguma nova discussão que nem mesmo eles dois podiam se manter de fora.

Percebi o quanto eu sentia falta de estar com eles e, novamente, antes de eu ter tido tempo suficiente com minhas visitas elas foram expulsas por haver gente demais no quarto.

~*~*~*~*~*~

– Acho que vão te dar alta amanhã. – Edward falou novamente deitado ao meu lado na cama, quando já estava tarde o suficiente para dormir.

– Graças a Deus! – respondi trazendo risos a ele, que sabia o quanto eu odiava hospitais.

– Então, eu estava pensando, o pessoal do jornal provavelmente vai tentar te convencer a passar uns dias em casa, antes de voltar a trabalhar... – ele começou.

– Provavelmente. – concordei.

– E, agora com a sociedade com Peter, eu posso ficar mais tranquilo quanto ao futuro do grupo. – ele continuou hesitantemente, como se estivesse pesando cada palavra.

– Sim, você pode. – concordei novamente.

– Então, eu estava pensando... E se aproveitássemos esse momento para tirarmos uns dias para nós? – ele perguntou finalmente.

– Algo como férias? – perguntei querendo saber exatamente o que ele estava propondo, sentindo ele ficar tenso com minha pergunta.

– Bom... Sim. Algo como férias. – ele admitiu ainda tenso.

– Soa bem pra mim. – respondi sorrindo e senti seu corpo relaxar – Mas tem uma condição.

– Qualquer coisa. – ele respondeu de imediato.

– Dessa vez, nós escolhemos o lugar. – propus.

– Depende... – ele respondeu, mas eu podia ouvir o sorriso de aceitação em sua voz – Onde você gostaria? – ele perguntou.

– Itália. – respondi depois de pensar por um tempo.

– Itália... – ele falou como se testasse a palavra –Soa bem pra mim.


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Notas finais do capítulo

obs¹: eu realmente espero que eu não tenho ficado sem postar tempo o suficiente para ter perdido o jeito!
obs²: sou só eu que estou tendo problemas com a formatação do texto aqui no Nyah?