Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 46
Beijo da Morte


Notas iniciais do capítulo

Oi queridas!
Mil perdões pela demora! Eu tive problemas imensos na "vida real". Acho que agora as coisas estão finalmente voltando ao normal e logo corri para cá.
Obrigada a todas que comentaram e especialmente a vocês que me enviaram mensagens preocupadas comigo! Lindas!
Sem mais delongas, boa leitura!
obs: o capítulo está editado, já que antes as notas não estavam aparecendo e o texto estava completamente sem formatação, mas juro que isso não foi culpa minha! rsrsrsrs



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A primeira sensação que notei foi o frio, que se espalhava pela parte de trás do meu corpo. Depois percebi o calor, que estava em toda parte da frente do meu corpo.

Só depois entendi que estava deitada sobre Edward. O calor mantido entre nossos corpos, mas o ar da manhã resfriando minhas costas, por onde Edward passava suas mãos tão delicadamente que eu mal podia sentir.

– Bom dia, meu amor. – fui presenteada com sua voz.

– Que horas são? – perguntei sem saber se queria acordar.

– É cedo. – ele respondeu e eu sabia que ele estava sorrindo da minha falta de educação matinal.

– Estou com fome. – reclamei.

Sua risada preencheu o ambiente. O balanço do seu tórax anulando qualquer chance que eu tinha de voltar a dormir.

– Vou trazer alguma coisa para você. – ele falou quando conseguiu parar de rir, mas o sorriso ainda estava em seu rosto.

Ele deixou um beijo em minha testa e saiu de baixo de mim, levantando-se.

Assim que isso aconteceu me senti sozinha. Comecei a levantar e notei que eu estava completamente nua, assim como ele, que se abaixava para pegar a boxer que estava jogada no chão.

Fui rápida em puxar sua camisa e me vestir com ela. Quando terminei de abotoar vi que Edward estava parado olhando para mim.

– Adoro ver você vestida assim. – ele falou contemplativamente.

– Assim meio vestida? – brinquei, recebendo sua risada.

– Também – ele respondeu se aproximando como um predador, até me prender entre seus braços, apoiados na cama – Mas você fica incrivelmente sexy quando veste minhas roupas.

Ele começou a beijar meu pescoço, seus fios de barba matinais me fazendo cócegas.

– Acha que Alice me libera de ir mais vezes com ela ao shopping se eu contar isso pra ela? – brinquei novamente e nós dois caímos rindo na cama, até que meu estômago roncou.

– Bella, você engoliu um monstro? – ele gritou me atacando com cócegas.

– Edward, para! – tentei segurá-lo, mas era impossível – Edward, eu vou fazer xixi!

E como mágica ele saltou para longe de mim e aproveitei para correr para o banheiro.

– Bella? – ouvi ele chamando através da porta.

– Sim? – respondi enquanto avaliava meu estado pelo espelho.

– Que tal se saíssemos para tomar café da manhã? – ele ofereceu com a voz um tanto incerta, como se fosse um menino me convidando para um baile.

Eu amava isso nele.

– Posso escolher o lugar? – perguntei desistindo de desfazer os nós com meus dedos.

– Claro. – ele respondeu – Onde você prefere?

Abri a porta e dei de cara com ele, que logo me puxou, encaixando-me em seu peito másculo.

– Vamos ao Crepúsculo! – anunciei louca para estar novamente com ele naquela cafeteria próxima ao Central Park, que fazia parte da nossa história.

Só o sorriso de Edward foi o suficiente para me mostrar o quanto ele gostava da ideia.

O sol da manhã brilhava iluminando a cidade e mantendo a temperatura perfeita, por isso fomos com as janelas do carro de Edward abertas.

O trânsito estava tranquilo e não demoramos a chegar à cafeteria aconchegante com a pintura de um lindo crepúsculo na parede oposta a entrada.

Edward quis um capuchino e eu um chocolate quente. Ele mandou eu sentar para guardar a mesa enquanto ele esperava nossas bebidas.

Ri surpresa quando ele voltou, não só com os copos, mas também com uma bandeja cheia de muffins.

– Para que tudo isso? – perguntei rindo e ajudando ele a colocar tudo na mesa.

– Para você, é claro. – ele respondeu com uma piscada e um sorriso que me derreteu.

Novamente parecíamos um casal de recém namorados. Edward sabia ser exageradamente fofo e eu amava isso nele.

– Edward? – chamei lembrando de algo importante.

– Sim? – ele respondeu focando seu olhar em mim, aquele olhar que dizia que nada no mundo além de mim importava.

– É que... Sobre o teste de gravidez... – parei para observar sua reação.

Eu sabia que esse ainda seria um assunto doloroso por muito tempo, mas Edward parecia estar aberto a conversas, o que era bom, então continuei.

– Eu sei... Quero dizer, nós sabemos que eu não estava grávida, mas como você mesmo disse, agora eu posso estar. – falei esperando que ele entendesse o que eu queria dizer.

O fato dele continuar me olhando como se esperasse uma conclusão do pensamento me mostrou que ele não havia entendido.

– Edward, – falei um tanto sufocada – E se eu estiver grávida?

Edward esticou sua mão e segurou a minha.

– Você não iria querer? – ele perguntou com um olhar incerto.

– Não é isso, é que... Eu não me sinto pronta! – desabafei.

– Tudo bem, nós vamos evitar isso, então... Podemos usar preservativos, ou você pode tomar pílula ou, se você sentir que avançamos demais, nós podemos... – ele ia falando com as palavras atropeladas, me fazendo notar que ele estava pronto a fazer qualquer coisa.

– Não! – cortei vendo que seu cavalheirismo iria além da conta – Não precisamos ir tão longe – continuei com a voz mais calma.

– Tudo bem, então. Faremos como você quiser. – ele disse acariciando minha mão.

– Mas e se... – parei sem saber ao certo se eu queria continuar aquela frase – E se eu já estiver grávida?

Vi os olhos de Edward se perderem nos meus por alguns segundos, como se ele estivesse buscando algo.

– Do que você tem tanto medo? – ele perguntou como se realmente não pudesse ver isso.

– Edward! – exalei frustrada, mas logo me arrependi quando vi ele se inclinar ligeiramente para trás.

Respirei fundo e segurei firmemente sua mão.

– Desculpe. – sussurrei – Eu só não me sinto segura para isso. Quero dizer, eu não consigo me lembrar de anos da minha vida! Eu não lembro do ensino médio, eu não lembro da faculdade, eu não lembro de tanta coisa... Eu seria uma péssima mãe agora!

Quando voltei a olhar para ele, ele estava sorrindo.

– Então, você gostaria de esperar sua memória voltar, certo? – ele perguntou.

– Sim! Isso seria perfeito! – respondi aliviada por ser compreendida.

– E se isso nunca acontecer? – ele perguntou ainda com aquele sorriso conhecedor – Eu não estou me referindo apenas a ter filhos, mas a tudo. Você vai deixar de fazer coisas esperando sua memória voltar? Isso seria deixar de viver porque não se lembra de já ter vivido...

Parei tentando acompanhar a complexidade daquela ideia que, Deus me ajude, fazia sentido.

– Quero dizer, – ele continuou – você voltou ao trabalho antes de recuperar a memória e continua tão brilhante quanto antes. Quem sabe melhor? Nós fomos a uma festa juntos sem você se lembrar de já ter feito isso antes e eu garanto a você que nunca estive tão feliz. Nós fomos a um jantar do meu trabalho juntos, mesmo sem você se lembrar de já ter feitoisso e colaborou imensamente com nosso propósito. Nós estamos saindo juntos, mesmo sem você se lembrar de já termos feitoisso, depois de tanto tempo sem realmente fazermos isso. Você está comigo, mesmo sem lembrar sequer de ter me conhecido.

Eu devo ter piscado umas três vezes, parada no mesmo lugar e na mesma posição digerindo aquelas ideias. Faziam completo sentido.

– Você realmente acha que eu consigo viver normalmente, mesmo sem lembrar de nada? – perguntei louca para ter a confirmação.

– Eu tenho certeza! – ele declarou firmemente – Além do mais, nós sempre podemos construir novas memórias.

Eu sorri com isso. Ele estava certo.

– Você trabalha, você dirige, você conhece pessoas, você é uma mulher forte, linda e independente. – ele reafirmou – Você pode fazer qualquer coisa com ou sem memória.

Foi como se eu estivesse me livrando de um peso enorme.

Não consegui evitar sorrir.

– O que foi? – Edward perguntou ainda sorrindo, mas sem saber o motivo para eu estar fazendo o mesmo.

– Acho que estou aliviada. – confessei – Acho que estou pronta para seguir em frente.

– E eu vou estar sempre com você. – ele disse antes de me beijar para celebrarmos mais esse avanço.

~*~*~*~*~*~

A realidade, infelizmente, logo nos chamou.

Edward recebeu uma ligação de Peter e eu uma ligação de Alice.

Assim, Edward me deixou no shopping para encontrar a baixinha, apenas para logo depois ir para o trabalho.

Levou alguns minutos para eu convencê-lo de que eu estava bem com isso e que isso não iria estragar o nosso sábado. Eu sabia que ainda precisaríamos trabalhar na culpa que Edward carregava por todo o tempo aplicado no trabalho, mas sabia também que já havíamos avançado muito e a tendência seria melhorar.

Mal cheguei ao shopping e já fui recebida pela baixinha saltitante.

– Precisamos fazer compras para o nosso sobrinho! Ou sobrinha! Ai, meu Deus, estou tão animada! – ela falava como se não fosse possível notar sua animação há um quilômetro de distância.

Eu apenas ri e a acompanhei.

Compramos chupetas e mamadeiras de todas as cores e tamanhos. Escolhi um conjuntinho branco com bordados também em branco. Era simples e delicado. Tão feito-para-recém-nascidos que não pude me livrar da ideia de comprá-lo. No caminho para o caixa, parei para observar as opções de kit para berço.

Era tudo tão lindo que por um breve momento tive vontade de estar fazendo aquelas compras para mim.

Sacudi a cabeça rapidamente me livrando desse pensamento. A visita de JJ, a gravidez de Rose e a conversa com Edward estavam me fazendo pensar demais sobre bebês.

Alice já estava recebendo as sacolas dela quando cheguei ao caixa. Ela fez sinal de que esperaria lá fora, já que estava com muitas coisas.

Enquanto a moça embrulhava o conjuntinho que eu escolhera, acrescentei um pequeno chocalho que estava próximo ao caixa. Era todo colorido, não fazendo referência à menino ou menina. Ainda lembrei de comprar um mordedor em forma de mãozinha para JJ, ficando um tanto em dúvida se seria um bom presentinho.

Ignorando meus conflitos interiores voltei a encontrar Alice.

– Rose está chegando! Vamos almoçar todas juntas! – da forma como ela falou, eu tinha certeza de que se não fosse pelas sacolas que ela segurava, estaria batendo palminhas.

Almoçamos em um restaurante de foco saudável em homenagem ao novo estilo de alimentação que Rose adotaria com a gravidez.

Posso ter olhado todos aqueles legumes com uma careta, mas Rose parecia realizada com sua nova situação, então estávamos felizes com ela.

Não sei como Alice aguentou até o final do almoço para entregarmos os presentes, mas ela parecia estar quicando a cada sacola que Rose abria.

– Agora esse! – Alice gritou pela milésima vez, entregando uma milésima sacola a Rose.

– Que coisa mais linda! – Rose exclamou exibindo um conjuntinho branco exatamente como o que eu escolhera.

– Oh! – exclamei um tanto decepcionada.

– O que foi? – Rose perguntou sem entender.

Apenas entreguei minha sacola a ela, esperando que entendessem.

Quando ela abriu, todas nós acabamos rindo.

– Veja pelo lado bom, você pode trocar por algo que você escolha. – ofereci um lado positivo.

– Bobagem! Branco suja muito! É bom ter um reserva. – Alice disse casualmente.

– Você está concordando em possuir duas roupas iguais? – Rose perguntou olhando assustada para Alice.

– São realmente bonitos. – ela respondeu dando de ombros.

Achei fofa a forma de Alice querer arrumar desculpas para Rose manter os presentes que nós duas demos.

Rose terminou de abrir todas as sacolas e foi iniciada uma conversa sobre a festa da noite anterior.

Aparentemente, muitos casais foram feitos, duas pessoas beberam demais e uma possível discussão calorosa pode ter sido observada. Me senti como se estivesse comentando uma festa de colégio.

– Emmett está precisando de um babador! – ela contou quando perguntamos sobre a gravidez,rindo do pobre marido, mas eu podia ver seu olhar de realização.

– O coitado não conseguia se conter! – Alice continuou rindo.

– Acho que agora ele está mais aliviado. – Rose falou contemplativamente – Eu andei refreando um pouco nossa relação. Deus sabe como Emmett não é o ser mais cuidadoso do mundo! Acho que ele estava com medo de que algo entre nós pudesse estar errado.

– E agora está tudo bem, certo? – perguntei preocupada.

– Mais do que bem! – ela respondeu como se estivesse nas nuvens – Eu tive que convencê-lo de que ele não faria mal ao bebê!

– Informação demais! – Alice gritou e todas rimos novamente.

– E como você está com Edward, Bella? – Rose perguntou.

Ponderei um pouco. Contar ou não contar.

Era algo nosso, mas eram minhas amigas.

– Nós viemos tendo algumas dificuldades, mas acho que estamos indo realmente bem. – resolvi oferecer a verdade parcial.

– Vocês merecem toda felicidade, Bella. – Alice falou com tanta profundidade que nem parecia mais aquela criatura saltitante de minutos atrás.

– E como vocês estão realmente? Digo, a relação de vocês. – Rose perguntou.

– Nós passamos um tempo nos conhecendo novamente, saímos algumas vezes, passamos um tempo de casal... Agora estamos vivendo normalmente, esperando o que vier. – expliquei.

– Você ainda acha que pode voltar a lembrar? – Alice perguntou.

– Eu não sei... Na dúvida, vamos viver como se eu não fosse lembrar. Vamos construir novas lembranças. – falei lembrando da nossa conversa esta manhã.

– Isso é tão lindo! – Rose falou.

– Espera aí! Isso significa que vocês vão realmente levar a vida de casal? Digo, vocês estão bem a esse ponto? – Alice perguntou e eu podia ver um ataque chegando.

– Sim, nós estamos bem a esse ponto. – declarei não conseguindo evitar um sorriso.

– AAAAAAAAAAAAAAH – Alice gritou me abraçando enquanto Rose ria.

– Certo, agora chega! – falei me livrando do abraço de Alice – Preciso ir, ainda quero ver meus pais hoje, antes deles irem embora.

Pedimos a conta e ajudamos Rose a levar as sacolas para o carro dela.

Ambas me ofereceram uma carona, mas achei desnecessário, já que ainda precisava ligar para meu pai e descobrir onde ele estava. Resolvi deixar minha mãe por último, porque sabia que ela levaria horas para atender o telefone.

Quando cheguei na porta do shopping vi que estava chovendo. Acenei para um taxi, que logo parou.

Corri para ele segurando meu telefone contra a orelha, esperando a chamada completar. Antes que eu o alcançasse, no entanto, um rapaz entrou e o taxi partiu com ele.

Xinguei vendo meu taxi partir enquanto os pingos de chuva me cobriam.

Virei para voltar para a calçada, mas parei ao ouvir meu nome ser gritado.

– BELLA!

Eu não tive a sensação de câmera lenta. Na verdade, foi tudo muito rápido.

Eu pude ver Alice e Rose na entrada do shopping, com apenas uma sacola da loja de bebês, gritando meu nome com rostos aterrorizados.

Mal eu me virei e tive uma sensação dedejavu.

Um carro vinha em minha direção e não estava parando.

Eu senti o impacto contra o carro e depois senti o impacto contra o chão.

Então aconteceu.

Era como se eu estivesse completamente em paz, como se eu estivesse flutuando, como se eu estivesse fora do meu corpo. Eu via e sentia pessoas a minha volta, mas elas não eram importantes. Era como se eu conseguisse ver tudo a minha volta, como se eu pudesse controlar o tempo, como se todos os meus sentido estivessem mais intensos. Até que tudo foi escurecendo e eu me deixei levar para o vazio.

E durante todas essas sensações, eu assisti a minha vida inteira como se fosse um filme. Um filme completo, sem cenas faltando. Um quebra cabeças montado. Uma sequência organizada. A minha memória havia voltado.

Antes mesmo do vazio me consumir, eu lembrei de tudo.


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Notas finais do capítulo

Para vocês terem uma ideia, o título do próximo capítulo será Nossos Momentos, um capítulo só de memórias da Bella!
Algum pedido especial?
Por favor, não me abandonem agora! Espero comentários!
Beijinhos!