Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 40
Inquebrável


Notas iniciais do capítulo

Meninas me perdoem, mas (que minha mãe jamais saiba disso) eu tinha esquecido que seria dia das mães quando postei o último capítulo!
Esse provavelmente estará cheio de errinhos de digitação porque não consegui muito tempo para trabalhar nele, mas não queria enrolar mais.
Ainda devo respostas de comentários, mas elas virão, prometo! (pelo menos já li todos)
Um obrigada mais que especial a Rayane G pela recomendação! Eu mais que adorei e se não fosse por ela esse capítulo provavelmente não sairia hoje, então muito obrigada mesmo!
Sem mais enrolação... Boa leitura!
ah! e um feliz dia das mães a todas as mamães leitoras e a todas as mães das minhas leitoras lindas!



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Eu estava sendo covarde.

Nem mesmo a desculpa do sono eu poderia oferecer, já que a adrenalina que corria pelo meu organismo naquele momento seria suficiente para deixar um monge budista hiperativo.

O fato é que, depois de dirigir para casa cheia de ansiedade e sofrendo com cada freada que eu precisava dar por causa do engarrafamento normal para uma manhã nova-iorquina, depois de estacionar o carro meio que de qualquer jeito, depois de correr para o elevador e cogitar subir pelas escadas por causa de sua demora e depois de praticamente ficar quicando por dentro de tanta ansiedade para falar com Edward, eu estava parada na frente da porta do nosso apartamento e eu não conseguia passar dali.

Meus pés estavam paralisados no chão e eu não conseguia avançar.

Não era exatamente medo. Era apenas uma grande insegurança.

Daquela que você sente quando está prestes a fazer uma prova, por mais que você saiba a matéria e por mais que você já esteja aprovado.

Ou melhor, daquelas inseguranças que você sente quando vai falar com alguém que você gosta, por mais que você saiba que essa pessoa parece gostar de você também. Você fica inseguro porque não sabe como vai ser, ou o que vai acontecer.

E era assim que eu me sentia.

Eu estava prestes a falar com Edward e planejava fazer nossa relação dar certo. Além disso, por mais que a situação fosse complicada, baseando-se na nossa última conversa, eu sabia que, apesar das mágoas, ele também estava com a intensão de concertar as coisas entre nós.

O problema é que eu não sabia como seria a nossa conversa. Eu não sabia como começar, eu não sabia como agir. Eu não conseguia nem ao menos planejar alguma coisa.

Eu havia explicado no bilhete que eu deixara antes de sair que não sabia o que dizer e essa fora a minha explicação para a fuga. Agora eu estava de volta e minha dúvida permanecia.

Desviei meu olhar da porta por um instante tentando tirar forças não sei de onde. Acabei por olhar para o quadro que ficava lá. Impressão Sol Nascente, de Monet. Eu ainda lembrava da primeira vez em que o vira, quando era criança em uma palestra sobre artes para a qual minha mãe havia me levado.

A pintura tivera um efeito incrivelmente calmante e relaxante sobre mim e, milagrosamente, sobre ela também. Tornou-se facilmente meu quadro preferido e eu tive certeza de que era por isso que ele estava ali.

Reconhecer aquele quadro fora o primeiro indício para mim e para Edward de que eu estava progredindo. Se nós conseguíamos vencer a minha falta de memória, nós conseguiríamos resolver os nossos problemas de relacionamento.

Com aquela breve centelha de coragem, me atirei para a porta antes que pudesse me arrepender.

Em apenas uma respiração eu destranquei, abri, entrei, fechei, tranquei e me dei conta que estava dentro de casa. Parei para tomar fôlego e me virei para a sala.

Ali estava Edward, vestido apenas em suas calças de pijama, os pés descalços no nosso tapete, sentado em nosso sofá com os cotovelos nas coxas e as mãos apoiando sua cabeça, que exibia a perfeição que era seu cabelo apontando em todas as direções, deixando claro que ele ficara a noite inteira passando suas mãos por ali, além das sombras roxas sob seus olhos, indicando que a última coisa que ele havia feito era dormir.

Ele se levantou assim que me viu e pelo olhar em seu rosto ele não tinha certeza se eu estava mesmo ali.

– Bella. – ele apenas falou, muito baixo e se eu não tivesse visto seus lábios se moverem acharia que fora minha imaginação.

– Oi. – eu falei também sem conseguir por muita intensidade em minha voz – Desculpe ter saído...

– Tudo bem. – ele me cortou de repente, antes que eu pudesse continuar e veio lentamente em minha direção – Você está bem?

– Sim. – respondi e automaticamente fui na direção dele também.

Ele levou suas mãos ao meu rosto, deixando seus polegares acariciarem lenta e superficialmente as minhas bochechas. Seus olhos cheios de um sentimento triste e muita preocupação.

– Então está tudo bem. – ele falou e sorriu um sorriso simples que não chegou a alcançar seus olhos, mas que eu sabia que não era fingido – Desculpe por antes.

– Antes? – perguntei sem entender.

– Sim. Quando cheguei em casa, você estava certa. Minha prioridade deveria ter sido saber se você estava bem. Mais uma falha minha. – ele admitiu tristemente.

– Nós deveríamos conversar. – falei, por mais que eu quisesse que aquele carinho continuasse.

– Claro. – ele respondeu de fato parando seus dedos e afastando-se de mim, apesar de que eu poderia dizer que nenhum de nós queria aquilo.

– Eu preciso te contar uma coisa! – falei segurando suas mãos, mantendo-nos próximos, querendo que ele pudesse ver de perto em meus olhos a minha sinceridade.

– Tudo bem. – ele falou com tom leve, mas eu podia sentir sua ansiedade.

– Nada aconteceu. – eu falei e vi sua testa enrugar minimamente, indicando que ele não havia entendido – Eu e Max, Edward! Nunca aconteceu, eu juro!

Um flash de entendimento passou pelos seus olhos e, logo em seguida, eu vi um breve alívio para logo novamente a culpa se alojar lá.

– Então, eu sinto muito pelas minhas acusações. – ele falou abaixando os olhos para nossas mãos ainda unidas e me ofereceu aquele familiar aperto nelas – Eu não deveria ter desconfiado de você, para inicio de conversa e eu deveria sempre ter acreditado em você.

– Edward, você não pode se culpar – comecei a chamar sua atenção, mas ele me parou, levando dois dedos aos meus lábios e fazendo com que eu parasse de falar.

– Bella, eu estive pensando... – ele começou olhando em meus olhos e eu podia ver toda tenção e determinação nele – Nós podemos fazer isso de várias formas. Nós podemos ficar frente a frente um para o outro e gritar, e acusar, e culpar... Nós podemos nos sentar, civilizadamente, e tratar nossos problemas como se estivéssemos discutindo um negócio qualquer. Nós podemos ignorar isso tudo, por uma pedra sobre o que aconteceu e decidir que só o que importa agora é o presente.

Ele parou por um instante, provavelmente querendo ter certeza de que eu estava acompanhando o que ele dizia, para logo continuar.

– Eu não achei nenhuma dessas opções boa o bastante. – ele disse e suspirou, deixando-me com um medo profundo de que ele estivesse desistindo – Então, eu quero propor, provavelmente algo que parecerá muito louco.

– Estou ouvindo – o incentivei a continuar quando ele pareceu se travar por um instante.

– Nós estamos esgotados. Eu não sei você, mas eu não comi ou dormi a noite inteira. – ele parou por mais um instante como se estivesse escolhendo as palavras – O que eu estou tentando dizer é... Que tal se nós comêssemos alguma coisa e depois nos jogássemos no tapete para conversarmos? Eu e você... Edward e Bella... Simples assim.

Era loucura, é claro. Nós deveríamos resolver tudo logo, mas era realmente tentador demais para negar.

– Eu parei para comer antes de vir para cá. – admiti com uma pontada de culpa, sabendo agora que ele estivera em jejum todo esse tempo.

– Oh. – uma pontada de desapontamento passou por ele, mas ele logo a disfarçou – Eu entendo. Então, nós deveríamos...

– Apesar disso, – o interrompi – Eu realmente poderia tomar um banho.

Ele sorriu. Não largamente, dado ao seu estado de cansaço, mas foi bom receber aquele sorriso mesmo assim.

– A casa é sua. – ele disse estendendo o braço em direção ao corredor que daria para o nosso quarto e, consequentemente, para o nosso banheiro.

Eu estava prestes a me virar e deixa-lo na sala enquanto eu ia para meu tão esperado banho, mas ele me pegou momentaneamente de surpresa antes disso, deixando um singelo beijo em minha testa.

– Não demore muito, senhora Cullen. – ele falou ainda muito próximo do meus rosto, para depois me deixar ir.

Fui um tanto trôpega para o banheiro e, apesar da temperatura e pressão da água estarem ótimas, eu não poderia prestar menos atenção no que estava fazendo.

Tendo saído para o quarto, dei de cara com a camisa de pijama de Edward largada em cima da cama. Não querendo pensar demais, vesti o primeiro conjunto que encontrei por baixo, para logo em seguida vesti-la, já tendo calçado meu par de sandálias.

Chegando na cozinha, me deparei novamente com a cena de Edward preparando alguma coisa sem camisa. As calças de pijama e seu cabelo em completa confusão o deixavam com um ar mais desleixado, mas não diminuíam em nada seu poder de sedução. Suas costas, seus braços e seus ombros me causaram exatamente o mesmo efeito da última vez. Aquela vontade de ir até ele, enfiar meu nariz naquela depressão onde estaria sua coluna, cravar minhas unhas em seus bíceps e cheirar sua nuca...

Controle-se, Bella! Você não pode fazer isso! Pelo menos não ainda!

Provavelmente, se não fosse a noção daquele ainda, a minha falta de sono teria permitido que eu me jogasse nele naquele momento.

– Precisa de ajuda? – perguntei suavemente após limpar minha garganta, deixando-o saber que eu estava ali.

– Já estou terminando aqui. – ele se virou para mim e travou por um instante.

Seu olhar percorreu meu corpo de cima a baixo e de baixo para cima. Seu olhar havia escurecido e eu podia perceber sua respiração desregulada. Eu não podia acreditar em minha própria sorte quando notei que Edward estaria passando pela mesma situação que eu estava há poucos instantes atrás.

Limpei minha garganta novamente, para trazê-lo de volta.

– Desculpe. – ele pediu um tanto sem graça e com a voz um tanto mais rouca do que o normal – Eu fiz panquecas com calda de chocolate. Eu sei que você já comeu, mas... Você gostaria de comer comigo?

Edward me perguntou quase tão sem jeito quanto um menino do jardim de infância que passa um bilhetinho com um desenho de coração para uma amiguinha.

Se seu olhar encabulado e ligeiro biquinho nos lábios não tivesse me convencido, certamente a aparência das panquecas o teria feito.

– Claro que eu gostaria – eu respondi e Edward pareceu estar completamente iluminado.

Surpreendentemente animado, ele nos levou para a sala, deixou o prato com as panquecas em cima da mesinha entre os sofás e voltou apenas para pegar duas canecas cheias de café fresco que ele fizera. Abençoado seja Edward! E o café, claro!

Assim, nós nos sentamos novamente no tapete da sala e aproveitamos a refeição enquanto tudo parecia estar bem.

Eu sabia que a nossa conversa iminente estava cada vez mais próxima, mas quanto mais ela se aproximava, mais certeza eu tinha de que daríamos certo.

Eu sentia que era certo estarmos assim e nada nem ninguém poderia quebrar o que tínhamos. Nem mesmo nós mesmos.


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Notas finais do capítulo

Eu realmente colocaria a conversa deles aqui, mas ficaria um capítulo longo demais e todas nós sabemos que não gosto disso porque acho que algumas partes acabam se perdendo na cabeças das leitoras.
Me façam felizes com muitos comentários e eu as farei felizes com um capítulo muito feliz, que tal?
Sério, por favor, continuem comentando!