Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 4
Lar, doce lar


Notas iniciais do capítulo

- como combinado, durante o fim de semana!



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Acordei com uma luz muito fraca entrando pela janela e atravessando as persianas. A cabeça de um Edward adormecido estava em meu travesseiro e seu nariz mantinha contato direto com uma madeixa de cabelo que pendia para fora da faixa que protegia minha cabeça.

Por um breve momento cogitei a possibilidade dele sufocar, mas logo pude sentir um de seus braços apoiados sobre minha cintura e sua mão ainda segurando a minha.

Era estranho estar sendo abraçada por um quase desconhecido, mas ao mesmo tempo era confortável, era bom.

  Infelizmente durou pouco, pois alguns minutos depois Edward se mexeu, indicando que acordaria e a situação me deixou tão sem graça que preferi fingir que estava dormindo.

  Pude perceber que ele se ajeitou, ficando sentado na cadeira, mas sua mão permanecia na minha. Ficamos assim até que uma enfermeira entrou trazendo meu café da manhã.

  – Bella, acorde. – Edward falou suavemente perto de mim. Fiz o possível para fazer parecer que estava acordando naquele momento.

  – Bom dia. – falei. Para minha sorte minha voz estava realmente um tanto rouca pelo tempo que passei calada.

  – Bom dia. – respondeu ele com um sorriso trazendo minha refeição para perto de mim. Seus cabelos continuavam daquele jeito bagunçado e seu rosto apresentava os fios de barba mal cuidada, mas suas olheiras estavam menos óbvias – Quer ajuda para comer?

  – Não precisa. – falei pegando o copo de suco – E você? Não vai comer?

  – Posso comer mais tarde. Sua mãe logo estará aqui e ela vai te ajudar a se arrumar para ir para a casa dela. Ela vai ficar eufórica quando souber. – parecia tentar me animar, mas seu tom denunciava certa decepção.

  – Você conhece bem minha mãe? – perguntei curiosa.

  – Não muito bem. Sabe, nunca nos vimos muito, mas sempre nos demos bem. Sua mãe é uma excelente pessoa. – ele disse risonho.

  – Ela é sim. – respondi pensando em todos os meus bons momentos com minha mãe. Pelo menos os momentos que eu lembrava.

  Como se tivéssemos ensaiado, a porta se abriu e minha mãe irrompeu animadamente por ela.

  – Bom dia! Como vai meu genro preferido e meu bebê? – ela perguntou com a voz de mãe coruja se aproximando de mim. Deu-me um beijo na testa e ficou me avaliando enquanto eu corava sem graça pelo apelido e pela avaliação. – Quando vão tirar essas coisas de você? – perguntou sobre as bandagens com um bico.

  – Bella vai passar por mais alguns exames hoje antes de ir para casa, Renée. Depois disso saberão se é possível ou não a retirada das bandagens – Edward respondeu por mim – Falando nisso, talvez seja melhor para Bella ir para a sua casa, onde ela se sentirá mais à vontade.  

 – Meu bebê vai voltar para os braços da mamãe? – se antes minha mãe já estava animada, agora estava em êxtase.

  – Vou deixar vocês duas para que possam conversar sem um intrometido. – disse Edward levantando-se e saindo com todo seu charme.

  – Vai ser tão bom, Bella! Sabia que lá você tem um banheiro só seu? E ainda tem vista linda... – mamãe continuou falando sobre a casa, mas por algum motivo eu não conseguia ainda me sentir plenamente segura. Uma sensação de angustia me acompanhava.

  Pouco tempo depois fui guiada, assim como Edward havia dito, para uma série de exames. Minhas bandagens foram retiradas e só permaneci com o gesso no meu braço, que deveria ficar assim por mais uma semana, mas eu havia recebido alta.

  Quando voltei para o quarto minha mãe me ajudou a me arrumar e vestir algumas roupas que estavam lá me esperando. Fiquei maravilhada por quão bem as roupas caíram em mim. A calça jeans era perfeita para meu corpo e de alguma forma a blusa azul se moldava perfeitamente em mim. Até a sapatilha coube perfeitamente.

  – Obrigada pelas roupas, mãe. Nunca pensei que você fosse acertar tão bem. – falei rindo.

  – Eu não acertaria, querida. Edward quem as trouxe. – ela disse enquanto penteava meus cabelos. – Ele deve estar chegando daqui a pouco com suas malas. Falei para ele separar roupas bem frescas, assim podemos aproveitar muito!

  Depois de me pentear, minha mãe resolveu que precisava colocar um pouco de cor em meu rosto. Por fim, saiu para checar se Edward havia chego enquanto fui me olhar no espelho. O que vi me deixou realmente surpresa. Em que fase da vida será que eu fiquei tão diferente?

  Meus cabelos estavam mais macios e com certo brilho. Minha pele parecia mais sedosa e meu corpo parecia ter sido remodelado pelo tempo.

  Estava pensando nisso quando ouvi batidas na porta e Edward entrou. Ele estava diferente. Via-se que estava de banho tomado, vestia uma calça jeans e um suéter. Apesar de tudo, seu cabelo continuava bagunçado. Ele também ficou com o olhar preso em mim e por pouco não me derreti ali mesmo. Era inacreditável o poder que aquele semi desconhecido tinha sobre mim.

  – Eu trouxe suas malas. – ele disse após limpar a garganta – Estão com sua mãe na sala de espera. Ela pediu para eu vir te chamar e aproveito para te entregar isso. – disse me estendendo uma bolsa que combinava perfeitamente com minhas roupas.

  – Obrigada. E obrigada pelas roupas. Ficaram perfeitas. – agradeci sorrindo, sentindo aquela angústia aliviar com a presença dele.

  – De nada. Eu coloquei sua carteira com os documentos e os cartões dentro da bolsa. Você pode conseguir as senhas ligando para o banco, não deve ser tão difícil. Além disso, sua passagem está aí também. – ele disse em um tom prestativo e um tanto triste.

  Foi aí que voltou tudo. A angústia, o medo, a preocupação... De repente, me vi desesperada. Eu entraria em um avião para a Flórida, para um local que não era familiar, passar sabe-se lá quanto tempo com pessoas que tinham uma vida que não me incluía. Eu entraria na rotina do meu padrasto, que até onde lembrava, não conhecia.

  Quando dei por mim estava abraçando Edward com toda força do meu ser e chorando. Minhas mãos agarravam seu suéter como se minha vida dependesse disso.

  – Bella!? O que aconteceu? – ele perguntou assustado – Fala comigo, amor, por favor. – ele agora estava visivelmente desesperado – Meu amor, se acalma. Olha, não importa o que seja, nós vamos concertar, ok? Só fale comigo. Você pode falar qualquer coisa comigo.

  – Eu não quero ir, Edward. – falei entre soluços com o rosto enfiado em seu peito – Estou com medo.

  – Oh meu amor, é isso? – ele perguntou daquele jeito carinhoso, como se cuidasse de uma criança – Nós podemos dar um jeito. Você não quer ir de avião?

  – Eu não quero ir para a Flórida. Não quero ir ficar no meia da rotina da minha mãe e do meu padrasto. Não quero ir para um lugar longe, que eu mal conheço. Tenho medo de me sentir mais perdida, tenho medo de não lembrar de nada, tenho medo de ficar assim para sempre! – agora eu tremia e Edward passava uma de suas mãos nas minhas costas e outra fazia carinho em meu cabelo

  – Tudo bem, meu amor. Ninguém vai te obrigar a nada. Vamos fazer tudo como você quiser. O que você prefere, então? – ele perguntou pacientemente – Você quer ir para Forks? Seu pai também está aqui, nós podemos trocar as passagens.

  – Não, Forks, não. – falei com um gemido. Entrar na vida do meu pai agora era a última coisa em meus planos. Ainda era surreal o fato de eu ter ido viver lá – Edward, será que eu posso... – me afastei um pouco para o encarar de frente, tentando prever sua reação ao meu pedido – eu posso... Você concordaria que eu...

  – Bella, você pode pedir qualquer coisa. Qualquer coisa, amor, tudo por você. – ele disse com aquele olhar intenso, parecendo desesperado para fazer alguma coisa por mim.

  – Eu posso ir ficar com você? – falei de uma vez só – Sabe, assim eu talvez lembre de alguma coisa, já que eu estou acostumada com o ambiente daqui, certo? Eu prometo não te atrapalhar, prometo que vai parecer que eu nem ao menos estou lá...

  – Bella, você não atrapalha! Você está certíssima, com certeza vai ser ótimo para você se lembrar de tudo. Você vai ver só, em pouco tempo você vai lembrar de tudo. – ele falou com um beijo em minha testa.

  – E o que vamos fazer com as malas? Com tudo o que você arrumou? O que vamos falar para a minha mãe? – perguntei.

  – Levamos tudo de volta. E vamos falar a verdade, vamos falar que estou te levando para casa. – ele respondeu com um lindo sorriso.

  Agora então eu estava bem. Mais que bem. Eu estava indo para casa, com meu marido, que até agora se mostrara o melhor do mundo. Mais do que isso, eu iria para um lugar onde nós havíamos construído um lar. Não me importava se seria uma casa ou apartamento, grande ou pequeno, com luxo ou sem nada. Eu iria para o meu lugar, para o meu lar.


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Notas finais do capítulo

- então... alguém ainda interessado em ter o próximo capítulo no fim de semana?