Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 39
Confiança


Notas iniciais do capítulo

Vocês não imaginam a minha felicidade em ver que não me esqueceram! Eu até cogitei fazer um novo hiatus, só para ter toda essa quantidade de comentários de novo! rsrsrsrsrs Brincadeira!
Eu ainda estou respondendo os comentários, preciso de um pouquinho mais de paciência para isso! O problema é que eu sempre coloco o tempo para escrever os capítulos em primeiro lugar, mas prometo que todos serão respondidos!
Um super agradecimento a angel bad pela recomendação! Achei tão perfeita que quase a coloquei na sinopse! Foi um enorme sacrifício conseguie resistir e manter a original! (eu prefiro não editar a história depois que já postei)
Sem mais enrolação, aproveitem o capítulo que vocês mereceram com os comentários!



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Eu estava enrolando e tinha plena consciência disso.

Meu estômago roncava e eu precisava parar para comer alguma coisa antes da minha próxima parada, mas eu apenas continuava dirigindo.

Eu estava decidida, mas ainda me faltava coragem.

Continuei então a dirigir sem rumo e quando dei por mim estava passando perto do Central Park. Impossível não lembrar dos momentos que passara com Edward ali há pouco mais se uma semana.

Lembrei do lugar onde ele me levara para lanchar. Seria um bom lugar para parar e conseguir alguma comida, mas parecia errado ir até lá sem Edward.

Suspirei prometendo a mim mesma que assim que estivesse tudo bem entre nós faria de tudo para conseguir que fôssemos lá pelo menos uma vez na semana. Poderíamos fazer disso uma rotina. Casais precisavam de rotina, não precisavam? Por outro lado, não era isso que esfriava o casamento?

Deus, eu precisava fazer minha segunda parada logo!

Parei em uma cafeteria qualquer e procurei sentar à mesa mais ao fundo possível. A decoração era escura e séria. Combinava com meu estado de humor.

As pessoas na fila pareciam apressadas, provavelmente querendo correr para seus locais de trabalho. Isso me fez pensar no jornal. Eu já deveria estar me arrumando para ir para lá.

Não! Interrompi esses pensamentos antes que pudessem tomar alguma forma. Meu casamento era mais importante. Edward era mais importante.

Pedi um café comum e um sanduiche qualquer, sem realmente me importar com o sabor, mas sim com o fato de comer alguma coisa.

Comi lentamente e fiquei mais um tempo ali, apenas enrolando. Parecia uma pré-adolescente, depois que o despertador tocava, mas se negava a mover um músculo para levantar da cama. E, é claro, eu estava com sono.

Finalmente decidi que não havia outra saída.

Voltei novamente para o carro e, com a ajuda do GPS, segui em direção ao meu próximo destino: o hospital.

O trânsito estava infernal, me forçando a ficar muito tempo parada e quando andava era muito lentamente. Nada bom, pois não me obrigava a manter minha mente ligada e a falta de sono começava a demonstrar suas consequências.

Quando finalmente cheguei ao estacionamento percebi que não havia pensado na possibilidade de encontrar Carlisle ali. Eu não sabia o que falaria com ele se ele perguntasse o que eu fazia ali, tão cedo, sem motivo aparente e sem Edward.

Eu provavelmente sairia correndo.

Tendo meu plano de fuga, saí do carro e quase marchei até a sala da Doutora Donavan.

Eu precisava falar e, mais importante que tudo, precisava que ela me fizesse entender onde falhei e como eu poderia desfazer isso e impedir que isso acontecesse novamente.

Eu e Edward ficaríamos bem e jamais voltaríamos a falhar assim.

Parei no corredor em frente a sua porta. E se a sala estivesse cheia? Tudo bem, eu esperaria cada pessoa entrar e sair de lá, até que ela tivesse um tempo para mim.

Eu deveria ter trazido outro sanduiche para o caso dela demorar demais...

Não! Pisquei com força tentando manter meus pensamentos coerentes, impedindo o sono de me levar a viagens dentro da minha própria mente.

Eu estava decidida.

Fui até a porta e girei a maçaneta pronta para encarar quem quer que estivesse ali dentro. Para minha surpresa, no entanto, nada aconteceu. A porta estava trancada.

Não querendo acreditar que eu fosse digna de tanto azar, tentei novamente com mais força e depois bati, esperando que alguém viesse me atender.

Nada aconteceu.

Deus, eu não poderia ter um destino mais pregador de peças.

Descansei minha cabeça contra a madeira da porta, esperando que eu tomasse alguma decisão. Eu poderia sentar ali no chão e esperar que ela chegasse. Claro! Assim ela veria minha obstinação por falar com ela e me atenderia logo. Se bem que, no ritmo que eu estava, eu provavelmente estaria dormindo quando ela chegasse, mesmo que isso fosse daqui a dois minutos.

Eu poderia ir para o carro e tirar um cochilo ali dentro. Sim! E assim que eu acordasse eu voltaria aqui e aí sim, estaria pronta para encarar o que quer que fosse para conversar com a Doutora D. Não... Isso provavelmente demoraria muito e eu precisava voltar logo para casa. Edward estava me esperando lá.

Edward...

– Bella? – ouvi uma voz me chamar.

Deus, que não seja quem eu estou pensando.

Ao me virar, após desencostar minha cabeça da porta tive a comprovação de que, sim, eu realmente poderia ter um destino mais pregador de peças. Ele próprio estava me provando isso agora.

– Oi, Tanya. – respondi sem graça à linda ruiva que me encarava com um olhar estranho.

– Está tudo bem? – ela perguntou provavelmente tentando entender o motivo por um estar sozinha no hospital a essa hora, parecendo uma louca completamente esparramada na porta de uma de suas colegas do local.

Eu não sei se foi o sono, se foi o desespero ou o momento em que ela me pegou. Só o sei foi que, de repente, eu estava com minhas emoções à flor da pele e não consegui segurar minha resposta.

– Na verdade não, então eu vim aqui tentar conversar com a Doutora D para ver se ela me ajuda a descobrir onde errei em relação a Edward para que nós possamos concertar isso e evitar entrar em crise de novo. Eu preciso falar com ela porque, com a perda de memória eu realmente não sei de fato o que eu fiz, mas ela não está e eu realmente não posso demorar muito porque eu fugi dele ontem à noite e ele provavelmente está até agora me esperando. – eu só percebi minha enxurrada de palavras quando terminei de falar e não pude evitar uma exclamação de espanto e levar minha mão até a boca em um gesto inconsciente.

Assisti ela ficar sem palavras e piscar algumas vezes antes de conseguir me responder.

– Ela só trabalha aqui às segundas e terças. – ela disse antes de acrescentar – Eu sinto muito.

– Tudo bem, eu já deveria imaginar a minha sorte. – falei bufando.

Eu precisava recuperar a compostura. Urgentemente.

– Você gostaria de conversar? – ela perguntou.

– Com você? – perguntei de volta sem realmente entender o ponto.

– Sim. Talvez não como médica, apenas como ouvinte? – ele sugeriu, mas havia um certo tom de dúvida em sua sugestão.

– Você quer dizer... Como uma amiga? – não consegui disfarçar minha estranheza na pergunta.

– Eu acho que você não falaria comigo se fôssemos amigas. – agora ela afirmou com certeza.

Eu precisava admitir, ela tinha um bom argumento.

– Tudo bem. – aceitei sem ver muita escapatória ou mesmo qualquer problema em seguir sua sugestão.

– Venha comigo. – ela falou me guindo para o que eu esperava ser sua sala, mas estranhei quando entramos na sala de Eleazar.

– Está tudo bem, ele não vai vir aqui agora. Ele só chega depois do almoço hoje. – ela falou provavelmente notando minha estranheza.

– Tudo bem. – concordei me sentando na cadeira de frente para a cadeira que seria do pai dela, onde ela se estabeleceu, permitindo que a mesa nos separasse.

– Então... Você quer falar? – ela perguntou parecendo um tanto desconfortável com sua posição de ouvinte agora que estávamos realmente prestes a começar.

– Bom... Começando do começo, desde que eu acordei Edward tem sido um cara incrível. O homem mais perfeito que eu poderia imaginar. Acontece que eu descobri que nós não éramos realmente assim. Nosso casamento estava passando por uma grande crise, ele acha que eu o traí e eu sempre parecia ter ciúmes dele e nós nunca estávamos lá um pelo outro e eu realmente não entendo como podemos chamar uma relação assim de casamento e eu tenho medo de que tenhamos estragado tudo, mas ao mesmo tempo penso que podemos concertar isso, mas ao mesmo tempo penso que se chegamos a esse ponto uma vez podemos chegar novamente e eu não quero passar por isso de novo, mesmo não lembrando de ter passado por isso uma vez, mas eu também quero tanto estar com ele de verdade, mas ao mesmo tempo eu tenho medo que depois isso só nos faça sofrer e... Isso é tudo tão complicado! – falei tudo isso olhando para minhas mãos em meu colo, sem ter coragem de encará-la e, novamente, só me dei conta do quanto tinha falado depois de ter terminado.

– Bom, eu não sei nada sobre relacionamentos, mas é óbvio que vocês dois são perfeitos um para o outro. – ela declarou.

– Você não sabe nada sobre relacionamentos? – perguntei espantada – Você é linda!

Então ela riu. Realmente, ela riu de gargalhar.

– Isso não significa muita coisa. Eu sou apaixonada pela minha profissão Bella e eu amo fazer o que eu faço e me focar total e completamente nisso. Eu sou completamente contra essa doutrina atual de que é necessário encontrar alguém no mundo para te completar e só assim podemos ser felizes. Eu acredito em fazer sua própria felicidade e, acredite, eu sou mais feliz assim. – ela falou quando conseguiu controlar sua risada.

– Mas... Você e Edward... Você era a fim dele quando vocês eram novos... – balbuciei sem conseguir colocar meus pensamentos em palavras.

– É claro que eu era! Edward tinha os mesmos pensamentos que eu e, na minha mente, poderíamos dar muito certo. Sem cobranças, sem exigências... As coisas são sempre mais fáceis quando não tem sentimentos profundos envolvidos. E é claro que a boa aparência dele ajudava. – ela explicou e as coisas estavam fazendo sentido.

– Talvez teria sido melhor se vocês tivessem ficado juntos. – falei tristemente – Vocês formariam um casal lindo e poderiam ter todo o retorno profissional que buscam.

– Você prestou atenção quando falei que seus pensamentos só foram esses enquanto ele não te conhecia? – ela perguntou – Você o tirou do chão, Bella. Você totalmente bagunçou o mundo dele e eu duvido muito que algum dia ele volte a ser o que era. Ele é totalmente seu, Bella, desde que ele pôs os olhos em você pela primeira vez e eu não consigo acreditar que qualquer briga entre vocês possa mudar isso.

– Eu quero acreditar nisso. Realmente, eu quero. Mas, se nós pertencêssemos tanto assim um ao outro, nós não teríamos chegado onde chegamos! – teimei.

– Como eu disse, eu sou a pior pessoa no mundo para te dar conselhos sobre relacionamento, mas se tem uma coisa que eu sei, é que são feitos de altos e baixos. Vocês só precisam concertar isso e usar isso a seu favor. Aprendam com seus erros e não voltem a errar. – ela fazia parecer fácil.

– Eu tenho medo de não conseguir. – confessei para ela o que não queria confessar a mim mesma – Tenho medo de não conseguir concertar isso e fazê-lo sofrer ainda mais.

– Ele vai sofrer muito mais se você não tentar – ela respondeu coma voz fria – Não se atreva a sacrificar as tentativas em prol de algo que você julga ser o melhor para ele.

– Eu não vou. – concordei.

– Olha, Bella, vocês não precisam fazer isso sozinhos. – ela falou com sua voz voltando a soar normalmente – Vocês sempre podem buscar terapia de casal... Isso não é vergonha alguma.

– Eu não me importaria mesmo que fosse. Eu faria qualquer coisa para ficarmos bem. – declarei.

– E o que você ainda está fazendo aqui? – ela me perguntou – Não tem uma fórmula mágica para fazer dar certo, Bella. Você pode escolher viver apenas das tentativas de fazer o certo e dar o melhor de você ou você pode escolher simplesmente não viver isso, que foi o que eu fiz.

Ela esta certa. É claro que ela estava certa!

– Eu não entendo porque ele me quer tanto. – novamente, confessei antes que pudesse me segurar.

– Eu tenho certeza de que ele também não entende porque você o quer tanto. – ela rebateu imediatamente.

– Como não? – perguntei surpresa – Ele é maravilhoso!

– Assim como você. – sua resposta foi curta e me fez ver novamente o jogo de pedestais que eu e Edward jogávamos.

– Nós precisamos melhorar isso. – admiti.

– Vocês precisam concertar muita coisa e eu aposto que quanto antes você começar, melhor será para vocês dois. – ela declarou e entendi o claro sinal de que ela estava me expulsando.

Assenti com a cabeça e me levantei. Eu já estava quase saindo quando lembrei de um pequeno detalhe.

– Tanya, você poderia manter essa conversa só para nós? – pedi voltando a olhar para ela.

– Que conversa? Não somos amigas para conversar, Bella. Não houve conversa alguma. – e apenas com essa resposta eu senti toda minha gratidão ir em direção a ela.

– É muito bom não ser sua amiga Tanya. – falei sorrindo aliviada enquanto ela me devolvia um sorriso cúmplice.

Voltei para o carro praticamente correndo em ansiedade de ver Edward novamente.

Antes de sair do estacionamento, peguei meu celular novamente em minha bolsa. Não havia ligações nem novas mensagens. Usei esse momento para mandar minha resposta à mensagem que Edward mandara.

Borboletas rodopiavam em meu estômago, mas agora eu ia para casa com a confiança de que concertaríamos isso. Eu estava nervosa, ansiosa, apreensiva, inquieta e praticamente quicava, mas eu tinha absoluta certeza de que conseguiríamos fazer dar certo.

Eu esperava que minha mensagem trouxesse a Edward alguma esperança também e que mostrasse a ele o quanto eu confiava em nós, mesmo que minhas palavras fossem tão singelas.

Edward,

Estou voltando para casa.

Voltando para você.

Com todo meu amor,

Bella


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Notas finais do capítulo

Então... essas foram as duas paradas. Destino atual: Edward!
Que tal todas vocês comentarem para me fazer muito feliz?
Até semana que vem! (quem sabe até antes...)
Beijinhos!