Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 30
Presente


Notas iniciais do capítulo

Capítulo editado!
Finalmente consegui resolver meu problema com a internet!
Editei o capítulo e estou indo responder os comentários! Obrigada pelo apoio de vocês!
Para quem ainda não leu, boa leitura!
Beijinhos!



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Entrar no Volvo foi um alívio. De alguma forma, a temperatura tinha caído muito e o vento gelado estava me deixando arrepiada de uma maneira nada prazerosa.


– Olá, linda. – Edward me saudou, assim que sentei em seu carro, pegando em minha mão.


– Oi. – respondi apertando sua mão e tentando deixar o calor do carro aquecer logo meu corpo.


– Sua mão está gelada. – ele apontou puxando-a para deixar um beijo delicado, enquanto ainda prestava atenção na rua.


– Está frio lá fora. – respondi explicando minha temperatura.


– Desculpe ter demorado. – ele falou, virando-se para mim quando o carro parou em um sinal, seu olhar preocupado comigo.


– Você não demorou. – falei tentando tranquiliza-lo.


Ele pareceu mais tranquilo.


– Senti sua falta. – falou com um pequeno aperto em minha mão e um sorriso deslumbrante.


Deus, como ele era lindo! Eu queria poder congelar aquele momento. O cabelo estava em uma completa desordem e as pontas pareciam ainda mais ruivas, refletindo a luz da rua. Seus olhos estavam infinitamente focados em mim, como se nada mais no mundo importasse. Tão entregues, tão verdes, tão perfeitos... E seu sorriso! Com certeza, aquela era a melhor parte. Era lindo, é claro. Assim como tudo nele era. Muito além disso, era sincero. E essa era a melhor parte.


– Eu senti sua falta também. – respondi sentindo meu rosto esquentar, provavelmente espalhando a tão familiar coloração vermelha para minha pele.


Ele levou sua mão para minha bochecha, acariciando-a, provavelmente admirando o tom que eu adquiri. Poucos momentos depois disso, ele me puxou para ele e seus lábios se chocaram contra os meus.


Foi um beijo simples, doce e gentil, mas cheio de significado.


– Pronta para irmos para casa? – ele perguntou quando nos separamos.


– Mais que pronta! – falei suspirando como uma adolescente estupidamente apaixonada.


E, novamente, não era isso o que eu era?


Quando estávamos quase chegando começou a chover e o trânsito ficou ainda pior do que o típico de Nova York, o que foi provavelmente a causa de um grunhido que Edward soltou.


– Irritado com o trânsito? – perguntei curiosa.


– Isso é um caos! – ele respondeu balançando a cabeça.


– Sorte a sua ter a minha companhia e sorte a minha que não sou eu dirigindo. – comentei rindo.


– Você lembra de dirigir?- ele perguntou virando-se para mim, esquecendo por um momento sua irritação pelo engarrafamento.


– Lembro. – respondi com mais certeza do que quando refleti sobre isso pela primeira vez hoje cedo – Eu lembro das aulas de direção, lembro de ter tirado carteira, lembro de dirigir... Isso tudo foi antes do acidente.


– Verdade. – ele falou rindo – Eu lembro de você dirigindo aquela sua caminhonete incrivelmente velha e barulhenta na escola.


– Eu não lembro de uma caminhonete. – falei estranhando.


– Era uma picape Chevy vermelha 1953, se não me engano. Um carro bem forte. Foi um presente de boas vindas do seu pai. Ele comprou para você do pai de Jacob, eu acho. Você adorava aquele carro! – ele falou como se não pudesse entender.


– O que aconteceu com ele? – perguntei querendo saber mais sobre o que provavelmente foi meu primeiro carro.


– Você deixou em Forks quando viemos para faculdade. Não é como se alguém apostasse que ele conseguiria vir de Washington a Nova York sem danos. Provavelmente ainda está na casa do seu pai. – ele comentou pensativo – Você tinha deixado Jacob incumbido de dar uma volta com ele de vez em quando.


– Queria vê-lo de novo. – comentei cruzando os braços, pensando sobre o tal carro, do qual eu tanto gostava.


– Podemos arranjar uma ida a Forks. – ele falou me animando.


Sorri para ele. Saber que ele estava se disponibilizando a cruzar o país comigo só para satisfazer um capricho meu, sem pensar duas vezes, só me mostrava o quão incrível ele era.


– Claro que podemos. – concordei sem conseguir deixar de olhar para seu rosto.


Quando finalmente chegamos ao nosso prédio, a chuva estava mais forte e agradeci mentalmente por estarmos finalmente seguros em nosso lar.


Na garagem, Edward repetiu seu ritual de abrir a porta para eu sair do carro.


– Obrigada. – falei pegando a mão dele.


Eu estava indo para a direção do elevador, quando ele me puxou para a direção oposta.


– Aonde vamos? – perguntei sem entender.


– Quero te mostrar uma coisa. – ele respondeu sorrindo, andando de costas, mantendo seu olhar em mim.


Seu rosto tinha um misto de alegria e ansiedade e me peguei sorrindo enquanto seguia para onde quer que ele quisesse me levar.


– Aqui. – ele falou parando de andar de repente.


– O que? – perguntei ainda sem entender.


Seu sorriso tornou-se ainda maior.


– Seu carro. – ele declarou apontando com a cabeça para o lado.


Sentindo-me um tanto tapada, olhei para a vaga ocupada por um carro preto que não me parecia familiar, mas que era lindo.


– É meu? – perguntei surpresa, andando na direção dele.


– Todo seu. – ele respondeu ficando bem atrás de mim, suas mãos em minha cintura e seu rosto apoiado em meu ombro.


– É lindo! – eu falei.


– Que bom que você gosta agora. – ele falou rindo, deixando um beijo em meu ombro.


– Eu não gostava antes? – perguntei sem entender.


– Você não queria um carro novo, mas sua picape não sobreviveria em Nova York. – ele explicou.


– O que ele é? – perguntei.


– Mercedes Guardian. Você só aceitou um carro novo quando nos casamos e também nunca aceitou trocar esse. – ele disse.


– Eu gosto desse. – falei com aquele tom de vos que eu tanto odiava, que me deixava parecendo uma criança.


– É muito bom saber que eu acertei. – ele falou rindo.


– Você me deu esse carro? – perguntei assustada, virando-me para ele.


– Presente de casamento! – ele se defendeu, me mostrando que não era a primeira vez que discutíamos isso.


– Edward! – reclamei mais uma vez.


– Já passou, ok? – ele falou voltando a me segurar, dessa vez estávamos de frente um para o outro – Continue feliz com o carro.


Seus olhos pidões e seu quase beicinho eram irresistíveis.


– Tudo bem. – respondi sorrindo e colocando meus braços em seu pescoço – Já passou. Obrigada pelo presente.


Inclinei-me para ele, unindo nossos lábios e iniciando um beijo que ele recebeu de bom grado.


Um vento frio passou por nos, fazendo com que nos separássemos.


– Pronta para subir? – ele perguntou passando suas mãos pelos meus braços, tentando me aquecer de alguma forma.


– Mais que pronta! – respondi sorrindo.


Fomos de mãos dadas para o elevador, subimos abraçados e entramos em casa de mãos dadas. O clima entre nós estava muito bom.


Assim que estávamos em casa, Edward foi se jogar no sofá e me puxou para junto dele.


– Não quero sair daqui nunca mais. – ele falou com voz de birra, com a cabeça enterrada em uma almofada.


– Dia cansativo? – perguntei observando que ele realmente parecia exausto.


– Bastante. – ele falou mantendo sua posição, mas logo a abandonou e voltou a olhar para mim – Desculpe. Eu devia ter te levado para jantar em algum lugar.


– Edward! – exclamei dando um tapinha em seu braço – O céu está desabando lá fora e você está acabado! O melhor que fizemos foi ter vindo para casa.


– Obrigado pelo elogio. – ele falou com um falso tom de ofensa.


Eu só consegui rir e passar a mão pelo cabelo dele, fazendo-o fechar os olhos.


– Se você continuar fazendo isso eu realmente vou ser incapaz de sair daqui. – ele falou ainda de olhos fechados.


Parei com as carícias e deixei um singelo beijo em sua testa antes de sair de cima dele e me sentar.


– Eu não estava reclamando! – ele falou voltando a fazer aquele beicinho lindo.


– Eu tenho uma proposta a fazer! – declarei animada.


– Estou ouvindo. – ele falou se ajeitando para me olhar melhor.


– Noite da preguiça! – exclamei tentando me segurar para não começar a quicar no sofá pela minha ideia genial.


– O que? – ele perguntou franzindo a testa sem me entender.


– Nós pedimos uma pizza salgada, uma pizza doce, a maior garrafa de refrigerante que eles tiverem e comemos assistindo um filme qualquer. – expliquei minha ideia.


– Eu me casei com um pequeno gênio! – ele exclamou me puxando para cima dele novamente.


Eu gritei e rimos juntos.


– Chega! Levante e tome um banho enquanto eu peço tudo. – falei me levantando do sofá e indo para a cozinha.


– Sim senhora! – ainda ouvi ele dizer antes de chegar lá e começar a buscar números de pizzarias.


– Algum sabor preferido? – gritei avaliando os panfletos.


– Nada de alho ou cebola! – ouvi sua voz de longe e concluí que ele já estava no quarto.


– Sim senhor. – falei comigo mesma.


Depois de desistir de adivinhar pelo panfleto qual seria a melhor pizzaria, disquei para qualquer uma e acabei pedindo uma pizza de calabresa. Quanto menos ingredientes, menor o risco de Edward não gostar de algum. Tive um debate interno quanto ao sabor doce e elegi prestígio. Já estava salivando só de imaginar. Quase chorei quando fui informada que levaria cerca de uma hora para a entrega ser feita, por causa da chuva.


Quando resolvi tudo isso fui para o quarto e vi que Edward devia estar se vestindo em seu closet. Aproveitei para tomar meu banho, bem quente, tentando me proteger do frio que surgira aparentemente do nada.


Saí do banheiro com os dentes batendo, enrolada na toalha e tremendo um pouco. Edward, que estava deitado na cama, vestido em um conjunto de moletom que parecia muito confortável, apenas riu da minha situação.


Em meu closet vesti a primeira calça de moletom que achei e o maior suéter que vi por baixo do casaco de moletom que combinava com a calça. Não satisfeita, calcei um par das minhas conhecidas meias gigantes e um par de pantufas. Eu estava ridícula, mas incrivelmente bem aquecida e confortável.


Quando saí do closet, ouvi o som do piano e soube exatamente onde Edward estaria.


Ao entrar na sala do piano, esperava que Edward fosse voltar a rir de mim, mas o oposto aconteceu.


Seus dedos pararam de se mover abruptamente e seu olhar para mim ia além da surpresa ou diversão. Ele parecia maravilhado com a visão.


– Você está incrível. – ele falou ainda me olhando como se eu fosse a melhor imagem do universo.


– Claro! – concordei ironicamente, não conseguindo evitar rolar meus olhos, enquanto andava até ele.


– Eu falo sério. – ele falou chegando para o lado, para que eu me sentasse com ele, passando seu braço pela minha cintura – Eu adoro te ver vestida assim. Você parece mais minha, só minha, sabe? Porque mais ninguém te conhece assim.


– Ninguém me conhece como você. – eu falei, tentando não quebrar a intensidade do nosso momento, mas também não conseguindo aceitar que minha forma bagunçada de vestir o atraísse tanto.


– Isso é muito verdade. – ele falou sorrindo, fechando os olhos e colando sua testa na minha – Eu tenho uma coisa para você.


– Um presente? – me afastei para poder olhá-lo melhor.


Ele ainda parecia um tanto deslumbrado, mas seu semblante era calmo e sereno.


– Lembra que você disse que queria ter um símbolo da nossa união com você? – ele perguntou, movendo seu polegar em círculos na minha cintura, enviando sensações deliciosas em mim.


– Claro. – respondi sem entender muito bem onde ele queria chegar.


– Eu peguei nas suas coisas, espero que não se importe. – ele falou pegando, em cima do piano, uma caixinha – É seu anel de noivado. Foi da minha mãe e, antes dela, da minha avó, então não é muito moderno... – ele pareceu se perder nas palavras por um instante e eu estava morrendo para vê-lo abrir a caixinha – Mas é seu, e é um símbolo nosso então eu espero que você goste.


Com isso, ele abriu a caixinha. Dentro dela havia um anel nada simples, com um formato oval cheio de pedrinhas que eu arriscaria dizer que eram diamantes. Não era nem de perto o meu estilo, mas como ele mesmo disse era meu, era um símbolo nosso. E eu adorei.


– Edward... – comecei ainda admirando o anel, dentro da caixinha, sem saber como colocar em palavras tudo o que eu estava pensando – É lindo!


Puro eufemismo, mas teria que servir, já que eu parecia incapaz de encontrar outra coisa para falar.


Após ouvir minha aprovação, Edward tirou o anel da caixinha e o colocou em meu dedo, beijando-o logo em seguida.


– Gostou? – ele perguntou enquanto eu ainda olhava maravilhada para a peça que coube perfeitamente em meu dedo.


– Eu adorei! – falei finalmente conseguindo mover meus olhos para encará-lo – Muito obrigada!


– Você merece. – ele respondeu com um sorriso lindo, passando a mão para afastar alguns fios de cabelo que teimavam em cair para o meu rosto.


– Toca para mim? – pedi mergulhando no verde do seu olhar.


– Claro. – ele respondeu deixando que seu sorriso aumentasse ainda mais.


Procurei ficar próxima dele sem atrapalhar seus movimentos e ele começou a tocar. A minha música, que há menos de uma semana atrás ele tocara para mim pela primeira vez que eu me lembrava.


Parecia uma eternidade. Nós parecíamos juntos há uma eternidade.


E bem ali, estava tudo perfeito. Eu tinha Edward e de repente, não me importava mais como seria o nosso futuro e o passado, ou falta dele, não mais me assombrava.


Eu estava feliz pelo presente.


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