Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 12
Perguntas


Notas iniciais do capítulo

Gente! PASSAMOS DOS 70 COMENTÁRIOS!
Vocês são realmente maravilhosas!
Obrigada e boa leitura!
LEIAM AS NOTAS FINAIS, POR FAVOR!



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Após meu pequeno ataque de ciúmes e os não tão pequenos flertes de Edward, finalmente fomos para a sala da psicóloga que Tanya indicara.

Na porta dela, lia-se Drª Sasha Donavan. Adentramos um pequeno ambiente que parecia servir como antessala onde havia algumas poucas cadeiras e uma mocinha sentada atrás de uma mesa de madeira.

Edward me guiou para uma das cadeiras enquanto foi tratar da minha consulta com a jovem moça. Em minha mente ficava repetindo Doutora Donavan e achando incrivelmente engraçado a aliteração das letras “d”s que havia em seu título e em seu nome.

Passei um momento imaginando como ela seria e que tipo de coisas perguntaria. Não seria nada muito íntimo, seria?

– Bella? – ouvi Edward me chamar – Você já pode entrar.

– Você não vem comigo? – perguntei ainda sem me levantar.

– Hoje não. Essa consulta é sobre você, então o mais adequado é que esteja sozinha, mas eu vou estar bem aqui te esperando, não importa o que aconteça, certo? – ele disse sentando-se na cadeira ao meu lado e apertando minha mão em um gesto para passar confiança.

Levantei e me dirigi para a porta no final da antessala. Antes de entrar, voltei a olhar para Edward, que se acomodava melhor em sua cadeira, demonstrando que não tinha intuito algum de sair dali.

Entrei no que seria o consultório da doutora Donavan. O cômodo não era incrivelmente iluminado, já que tinha persianas que permitiam apenas a luz necessária entrar pela janela e contava com a iluminação de uma delicada luminária que ficava atrás da poltrona onde se encontrava uma mulher que aparentava ter idade avançada, mas suas rugas e linhas de expressão eram muitíssimo bem disfarçadas.

Seus olhos eram repuxados indicando ascendência oriental, sua pele muito branca, cabelo muito preto preso em um coque alto perfeitamente seguro por grampos invisíveis, não me permitindo saber o tamanho de seus fios.

Seus olhos muito pretos eram bem marcados por traços igualmente escuros e bem delineados, sua boca tinha cor carmesim, e seu rosto contrastava, com um tom muito claro de pele.

A poltrona onde ela estava ficava em um dos vértices de um triângulo imaginário formado também por outra poltrona e por um divã, não ficando diretamente de frente para nenhum deles. Fiquei parada por um instante tentando descobrir se deveria me sentar na poltrona ou se deveria me deitar.

– Bem, imagino que compreenda que isso vai funcionar muito mais eficientemente se houver colaboração. – ela pegando na mesinha que estava ao seu lado um bloco e uma caneta lindíssima que me fez perceber que até mesmo os objetos da mulher exalavam perfeição e classe.

– Oh, desculpe. – fiquei extremamente sem graça – Devo me sentar ou me deitar? Perguntei apontando para cada uma das minhas opções.

– É uma escolha sua. – ela disse abrindo o bloco.

Fui para a poltrona passando por cima de um lindo tapete que ficava no centro do triângulo imaginário e agradecendo em pensamento por não estarmos frente a frente, pois seria um tanto constrangedor dependendo do que ela fosse me perguntar.

– Agora, eu sou a doutora Donavan, mas você pode me chamar de Sasha se preferir. – ela disse colocando um de seus tornozelos atrás do outro e me choquei com a forma como seus movimentos pareciam calculados.

– Certo, – lembrei de Edward de sua mania de utilizar essa mesma palavra quando estava ansioso – eu sou Bella.

 – Claro que é, mas eu estou um tanto confusa. Devo te intitular senhorita Swan ou senhora Cullen? – ela perguntou apontando com a caneta para o bloco em suas mãos.

– Bem, acho que o certo seria senhora Cullen. – respondi tentando não demonstrar toda a ansiedade que me corroia.

– É claro. – ela disse anotando alguma coisa – Então, gostaria de começar falando sobre sua hesitação quando entrou?

– Eu só... Não sabia o que fazer. – respondi um tanto oprimida.

– E quanto a sua hesitação quando lhe perguntei como deveria ser chamada? – seu olhar era extremamente analisador.

– Ainda estou me acostumando. – respondi baixando meu olhar e me movendo um tanto desconfortável.

– Sim... A doutora Denali me falou que você perdeu a memória, isso está correto? – ela perguntou com um o ar de quem obviamente sabia a resposta.

– É sim – respondi não achando necessário dar mais detalhes.

– E o problema não foi lesão, certo? Aparentemente a perda de memória foi causada pelo trauma, é isso? – ela perguntou com cara de quem tentava entender algo.

– Sim. – finalizei.

– E como você se sente sobre isso? – ela perguntou pronta para fazer alguma anotação.

– Como eu deveria me sentir? Perdida, confusa... – respondi.

– Conte-me sobre isso. – ela ordenou.

E foi aí que eu desenrolei tudo. Contei sobre acordar em um hospital com um estranho no quarto e descobrir que esse estranho era meu marido. Descobrir que eu tinha mais de vinte anos, era formada, estava morando em Nova York, minha mãe havia se casado novamente...

Isso sem contar as coisas que aconteceram entre a parte da minha vida que eu me lembrava e a parte que eu vivia agora como ter me mudado para Forks e ter conhecido Edward e, aparentemente, todos os meus atuais amigos.

– Então você não se lembra de conhecer seu marido? – ela perguntou ainda deslizando a caneta por seu bloco.

– Não – respondi.

– Se você não tem lembrança nenhuma com ele o que fez você continuar com ele e não ir com sua mãe? – ela inquiriu da mesma forma de sempre.

– Minha mãe está casada. Ela nem ao menos mora em Phoenix agora. Eu estaria indo para um lugar novo com uma pessoa totalmente desconhecida. – esclareci dando de ombros.

– E não foi exatamente o que você fez, indo morar com... – ela voltou a olhar em seu bloco – Edward?

– É diferente. – afirmei recebendo dela um arquear de sobrancelha – Ele é meu marido! Por mais que eu não lembre dele, eu já vivia com ele. Indo para a casa da minha mãe eu estaria invadindo a rotina dela e do meu padrasto. Além do mais, qual a chance de eu lembrar de alguma coisa se eu largar isso? Como eu me lembraria da minha vida aqui se eu deixasse de vivê-la? – perguntei.

– Claro. Então, você foi para a casa onde você mora com seu marido. Como foi isso? – ela perguntou virando uma folha em seu bloco.

Contei a ela sobre Edward me mostrando o lugar e acrescentei que eu não lembrei de nada, apesar de procurar as coisas familiares e encontrar algumas, o que serviu para me dar uma sensação de estar fazendo a coisa certa. Contei sobre como Edward era maravilhosamente amável, me respeitando o tempo todo e sempre procurando cuidar de mim. Narrei sobre a forma que ele tentava me fazer sentir confortável, me oferecendo espaço, mas sempre utilizando pronomes como “nós” e “nosso” para que eu me sentisse incluída.

– Quer dizer que você se sente bem com seu marido? Tem uma rotina boa, fica confortável e confia nele? – ela perguntou ainda com um ar de quem duvida.

– Sim. Quero dizer, não faz nem uma semana, mas até agora correu tudo bem. – respondi sem entender ainda onde ela queria chegar.

– E quanto ao resto da família? E quanto aos seus amigos? – ela perguntou se voltando para o bloco.

Expliquei que de início estava muito assustada e não quis ver ninguém. Acrescentei também que até agora não me sentia extremamente bem para ver todas as pessoas que eu já conhecia porque tinha medo de não saber como agir.

Contei que, por ideia minha, eu e Edward chamamos a família dele para ir à nossa casa. Contei das minhas impressões sobre eles e a forma como Edward estava sempre ao meu lado, me amparando em tudo por tudo.

– Por que apenas a família dele? – ela perguntou.

– Minha mãe e meu padrasto estavam voltando para a casa deles, que fica na Flórida. Meu pai mora em Forks e, para ser sincera, eu não cheguei a falar com ele depois do acidente. – expliquei, mas com isso me perguntei o motivo para meu pai não ter ligado perguntando por mim. Era estranho até mesmo para minha mãe, apesar de ter me visto, com seu jeito um tanto desesperado o normal seria receber ligações múltiplas dela.

– Bella, eu vou lhe perguntar uma coisa agora e preciso que seja completamente honesta comigo – ela disse inclinando-se em minha direção, com seu olhar vidrado em mim – Por que você quer recuperar sua memória?

A princípio julguei sua pergunta estúpida, mas logo percebi que além do motivo óbvio havia vários outros por trás.

Eu queria recuperar a memória porque, obviamente, não era certo estar desmemoriada. Faltava um pedaço da minha própria história, da pessoa que me tornei.

Ainda assim, havia mais.

Havia Edward. Eu queria lembrar por ele. Queria poder voltar a viver com ele, como marido e mulher. Queria poder conhecer ele, saber as coisas que casais sabem um sobre o outro. Eu queria ser a mulher dele. Queria lembrar dos nossos momentos juntos. Eu queria ser a Bella de Edward.

Havia a família dele. Alice. Queria voltar a ser amiga dela, merecer aquele abraço e poder retribuí-lo sabendo meus motivos por retribuir. Eu queria rir com Emmett como eu ria na foto que vi na sala e me permitir ser abraçada até perder o ar. Eu queria ser a Bella amiga de todos que conseguia ultrapassar a barreira de Jasper. Droga, eu queria até mesmo correr para Rosalie e dizer a ela que estava tudo bem, que eu lembrava dela e que ela podia voltar a confiar em mim.

Esme! Aquela criatura incrivelmente doce. Eu queria dizer a ela que não havia mais motivos para se preocupar, estava tudo bem. Sua nora estava de volta, seu filho estaria em boas mãos e a vida seguiria. Eu queria lembrar de conhecer Carlisle como sogro, não como médico que busca os melhores profissionais para o meu caso.

Eu queria não ter pulado tanta história com minha mãe. Queria poder lembrar de estar com ela quando ela conheceu Phill. Eu queria ter as lembranças dos prováveis momentos que passamos com ela falando incessantemente sobre sua paixão por ele.

Eu queria poder saber se eu havia conversado com ela sobre Edwar. A coisa de mãe e filha quando o assunto é garotos. Seria constrangedor para mim, mas ela iria adorar. Queria essas lembranças.

Até mesmo meu pai. Se eu havia mesmo feito a loucura de ir para Forks eu queria saber como nós nos saímos. Como seria nosso relacionamento, como foi para ele ter a filha adolescente invadindo sua casa e sua rotina. Queria saber se me aproximei dele e o quanto.

E, novamente, Edward. Eu queria, mais que tudo, lembrar de cada momento que eu tivera com ele. Conhecê-lo, nosso primeiro encontro, nosso primeiro beijo... Queria sair daquela sala, correr para ele e lhe dizer que estava tudo bem, que eu lembrara de tudo e poderíamos seguir nossa vida normalmente.

Eu queria voltar ao normal.

– Bella, eu tenho uma notícia para você. – ela falou depois que expus meus pensamentos. – Você não vai conseguir lembrar.

Imediatamente endureci sobre a cadeira.

– Você não vai se lembrar porque você não está tentando de verdade. Ouso dizer que você não quer de verdade. Você percebe que todos os motivos que você narrou envolvem outras pessoas? Você não quer se lembrar por você. Você quer se lembrar pelos outros, para agradá-los, tranquilizá-los. Você quer se lembrar porque lembrar de tudo é o que tratamos por “normal”. Isso não é o suficiente. – ela disse com vós firme.

– Acha que eu não quero lembrar? – perguntei.

– Não, você não quer. Você está curiosa apenas e pode satisfazer sua curiosidade sobre tudo isso perguntando as pessoas como foi que tudo aconteceu. É claro, está também assustada. Você, no momento, está completamente passiva. Você busca um lugar seguro para se proteger, você faz o que as pessoas acham que você deve fazer... Você está permitindo que cuidem e que guiem você. Você, de fato, aceitou a situação. – ela esclareceu.

– Eles estão fazendo o que é melhor para mim, é claro que vou seguir. – me defendi.

– Tudo bem, deixe eu tentar te explicar. Você como pessoa, quer se lembrar de tudo, é claro. O seu cérebro, no entanto, acha melhor você esquecer. É como um mecanismo de defesa. Por algum motivo, alguma coisa aí dentro de você, diz que o melhor é você não lembrar. – ela explicou.

– Isso não faz sentido. – rebati.

– Faz todo sentido, Bella. Está tudo aí dentro de você, você só não está se permitindo alcançar. Quer ver só? Como você sabe que era amiga de Alice e Rosalie? Como você sabe que era uma das pessoas que mantinha um bom relacionamento com Jasper? Como você pode ter certeza de que se dava bem com Emmett? Como você sabe que tinha Carlisle como alguém que é mais do que um médico? Como pode saber que Esme te tratava como filha? Não tem como perceber isso em um jantar. – ela desafiou.

– Eu deduzi. – respondi de forma óbvia.

– Não, você alcançou isso dentro de você. Você não lembra dos momentos que passou com eles, mas você sabe da sua relação com eles. – ela explicou.

Foi aí que eu me lembrei. Durante o jantar, Rosalie agia de uma forma estranha. De início, me perguntei se eu e ela não nos relacionávamos bem, mas depois percebi que ela só não via as coisas como os outros. De fato eu não poderia saber disso apenas olhando suas expressões. No carro com Edward, eu sabia mexer no som mesmo não lembrando de ter estado alguma vez em algum Volvo. No Central Park, mesmo sem perceber, eu sabia para onde ir, ainda que eu não lembrasse de já ter ido lá.

– E quanto a Edward... – Sasha continuou – Você realmente conseguiria confiar em uma pessoa dessa forma? Quero dizer, dizem a você que são casados e você vai direto para a casa dele? Por mais que você não se lembre, não acha que você avançou muito em relação aos sentimentos? – ela perguntou.

– Não... – percebi que havia uma falha naquele raciocínio – Se fosse assim, eu deveria me sentir apaixonada por ele, no mínimo atraída. Eu não sinto.

– Bem, há explicações para isso. – ela disse voltando a se recostar em sua poltrona e invertendo a posição das pernas – Já parou para pensar que você poderia não estar mais se sentindo tão apaixonada por ele mesmo antes do acidente? Ou é isso, ou você não está se permitindo sentir o que, bem aí no fundo, sabe que sente.

Pensei na manhã de hoje, quando me permiti fazer um carinho em Edward.

– Certo, vamos dizer que, hipoteticamente, você está certa – comecei me inclinado em sua direção – O que você sugere, então? Que eu deixe tudo para lá? Que eu desista de lembrar? – perguntei.

– Quem faz as perguntas sou eu, Bella. De mim você não receberá resposta alguma. – ela respondeu com um pequeno sorriso. – Oh! Nosso tempo acabou. Espero que tenha sido bom para você.

Com isso, levantei e fui em direção à porta. Ao atravessá-la, Edward estava lá, sentado na mesma cadeira.

Ele voltou sua cabeça para mim, levantou-se e veio em minha direção. Dessa vez, ele não estendeu sua mão para mim, porque antes mesmo que ele tivesse chego perto o suficiente, eu corri para ele e o abracei.

– Ei, linda, está tudo bem? – ele perguntou um tanto receoso, mas não deixou de me acolher.

– Agora está. – respondi agradecendo mentalmente por estar de volta aos braços dele.

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Notas finais do capítulo

NÃO ME MATEM!
Eu seeeei que esse capítulo não teve momentos Edward/Bella (que a gente ama), mas já estava na hora de acender uma luz sobre essa questão da falta de memória da Bella. Não só para quem lê como também para ela que está passando por isso.
AGORA É COM VOCÊS!
Bem, vocês decidem como será postado o próximo capítulo. Estou com ele mais ou menos pronto. Vai ter interação Edward/Bella e bastante participação da Alice e da Rosalie, além da presença do Emmett e do Jasper. Esclarece o "mistério" daquela caixa com as fotos (alguém ainda lembra?), trás mais informação sobre a vida da Bella... Enfim, é bem extenso.
Assim sendo, vocês decidem se querem o capítulo completo, com tudo isso para daqui a umas 2 semanas (3 no máximo) ou se preferem que eu transforme ele em 2 capítulos e poste a primeira parte como um capítulo único daqui a 1 semana (2 no máximo).
Vou contar a preferência de vocês pelos comentários e, como vivemos em uma democracia, vence a maioria.
Beijinhos!
ps: não me abandonem! comentem!