Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 10
Ficando juntos


Notas iniciais do capítulo

Passamos dos 50 reviews, é isso mesmo???
Só uma coisa a dizer: MUITO OBRIGADA!
Vocês são ótimas!
Boa leitura!



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Quando chegamos em casa já era noite fechada. Nosso jogo de perguntas e respostas me fez descobrir que Edward gostava de comida italiana, assim como eu. Sua cor favorita era azul e ele não tinha filme favorito, mas odiava os que não tinham sentido. Descobri também que ele adorava musica clássica e inclusive tocava piano. Como eu desconfiava, Edward gostava do estilo casual, mas odiava estar desalinhado. Ele contou que gostava de lugares frescos, porque o sol sempre o deixava vermelho demais. Ele admitiu que não era grande fã de esportes, mas afirmou que jogara baseball quando era novo. Como não assistia televisão o suficiente, não quis opinar sobre um programa.

Falei da minha preferência por comida italiana, expliquei que não tinha uma cor preferida fixa. Deixei claro que gostava do clássico para musica, filmes e livros. Confessei que não entendia coisa alguma sobre moda. Contei a ele de como gostava de sentir o sol e por isso era difícil acreditar que eu havia ido morar em Forks. Por fim, com uma concentração muito elevada de sangue em meu rosto contei da minha incapacidade motora para andar em uma superfície perfeitamente plana, que dirá para praticar qualquer tipo de esporte. Com a perda de memória, também não falei sobre programa de televisão.

Ainda refletia sobre isso, agora sem as sapatilhas e sem a camisa xadrez de botões, enquanto esperava Edward sair do banheiro. Estava pegando a torta de nozes que Rosalie havia trazido na véspera. Coloquei dois pratos em cima da bancada e comecei a partir um pequeno pedaço para mim, não sabendo ao certo se Edward iria querer.

– Você não espera que esse pedacinho me satisfaça, espera? – perguntou um Edward muito próximo de mim, me assustando profundamente.

– Edward! – gritei com ele largando a faca e virando de costas para a bancada, posicionando-me de frente para ele, que ria já vestido em seu pijama e com pequenas gotículas em seu cabelo por causa do banho recém-tomado.

– Ai! – reclamou quando soquei seu ombro com meu braço bom. Ainda assim, tinha certeza de que não havia doído. Primeiro porque nem mesmo se tivesse batido com os dois braços teria conseguido machucá-lo e segundo porque o engraçadinho continuava rindo. – Desculpe. – sussurrou ele, agora mais próximo de mim.

– Tudo bem. – respondi sem saber ao certo o que fazer.

– Então, não vai ser egoísta ao ponto de me negar um pedaço suficiente da sua torta, vai? – ele falou se afastando um pouco, colocando-se do meu lado e quebrando o clima de incertezas.

– Claro que não! Este pedaço é para mim. – resolvi a questão terminando de colocar minha fatia em meu prato e rumando para um dos banquinhos do outro lado da bancada. – Pode pegar o quanto quiser.

– Como sabe que não vou abusar? – ele perguntou começando a cortar a torta.

– Não vai, não. Sei que é cavalheiro de mais para isso. – respondi com jeito de superior após mastigar o primeiro pedaço da torta.

– Falando nisso... – ops! Edward parando no meio de uma frase sem olhar para mim não era um bom sinal – Eu estava pensando... – oh céus! Meus pés já quicavam com tanta ansiedade – Bem...

– Edward, por favor, fale! – pedi quando já não me aguentava mais de curiosidade.

– Certo. – ele respirou fundo – é que, como você dormiu no nosso quarto e passou o dia lá, imagino que não se incomode mais em entrar lá, então o mais correto seria você dormir lá e eu dormir no quarto de hóspedes. Quero dizer, se estiver tudo bem para você, não quero te forçar a nada.

– Oh – não sabia o que responder, a verdade, por mais absurda que fosse, era que eu provavelmente não conseguiria dormir sozinha, assim como acontecera na noite passada, mas eu não tinha como dizer isso a ele.

– Bella – ele puxou minha mão e apertou gentilmente – não quero te forçar a nada, certo? O que você achar melhor, eu vou concordar, não precisa ficar envergonhada.

– É que, na verdade, eu não acho que eu vá conseguir dormir sozinha no quarto de hóspedes.

– Tudo bem, então eu durmo no quarto de hóspedes, linda. Não precisa se sentir mal por isso. – ele respondeu levantando meu queixo com a mão que não segurava a minha.

– É que... Eu não acho que eu vá conseguir dormir sozinha no nosso quarto também. – respondi voltando a olhar para baixo – Foi por isso que eu invadi o quarto no meio da noite. Eu ia falar com você, perguntar se eu tinha insônia ou algo assim. Acho que você estava sonhando. Você me puxou e depois... Eu dormi.

– Eu não estava sonhando. – ele respondeu após um suspiro pesado – Achei que estivesse.

– Você também não estava conseguindo dormir? – perguntei curiosa, agora encarando seus olhos.

– Não sei dormir sem você, Bella. – seu olhar era intenso, cheio de emoção. Havia amor ali. Muito amor,mas também sofrimento. – Nunca soube, nem mesmo quando nós íamos dormir em horários diferentes, ou quando discutíamos ou brigávamos... Eu só conseguia dormir bem depois de estar com você.

– E quando eu estava no hospital? – perguntei.

– Eu fiquei lá com você. O tempo todo. Só vim aqui em casa no dia em que você teve alta, para pegar suas coisas. – com isso, ele olhou para baixo novamente e pareceu se lembrar do doce que comíamos.

Edward me convenceu a desistir da louça, especialmente por causa do gesso. Fomos para o quarto juntos, de mãos dadas. Ele amarrou as sacolas em volta do meu braço para que eu pudesse tomar banho.

Tomar banho no nosso banheiro me fez notar coisas que não havia notado antes. As duas toalhas, uma ao lado da outra. Uma azul escuro e a outra branca. Havia duas escovas de dente, dividindo espaço de um pote. Uma azul claro e a outra rosa choque. No chão encontravam-se dois pares de sandálias. O maior era azul marinho e o menor era amarela. Perceber aquilo era como reafirmar para mim que eu estava no lugar certo, com a pessoa certa.

Quando saí do banho, já de pijamas, Edward me esperava sentado da cama, que estava pronta para nos receber.

– Tenho uma coisa para você! – ele falou ajoelhando-se na cama, com as mãos atrás das costas como uma criança prestes a entregar um desenho para seus pais.

– Me dê. – falei estendendo a mão.

– Venha aqui. – ele respondeu tirando uma das mãos de trás das costas e me puxando para a cama.

Quando estava devidamente sentada, Edward revelou um par de meias e, após me olhar como se pedisse permissão, calçou-as em mim. A estampa era de listras coloridas e havia uma carinha muito sorridente um pouco antes dos dedos.

– Obrigada – falei balançando as pernas depois que ele terminou.

Deitei na cama e me aconcheguei sob o cobertor enquanto Edward ia apagar a luz. Quando ele voltou passamos por um momento estranho não sabendo se deveríamos nos afastar ou agir normalmente. Por fim deitei de lado, deixando o braço com o gesso bem acomodado e ficando de frente para ele, que se posicionou da mesma forma.

Mesmo com a pouca luz, podia ver seus olhos, o que me lembrou de um detalhe.

– Edward? – comecei – Nós brigávamos muito? – perguntei e só recebi minha resposta após alguns momentos que ele provavelmente usava para ponderar o que dizer.

– Bastante. – ele respondeu após um suspiro.

– Por quê? – perguntei um tanto intrigada. Como era possível brigar com aquele homem tão maravilhoso?

– Por tudo. Por nada. Infinitos motivos, todos sem real importância. – ele me deu um beijo na testa – Não vai acontecer de novo.

– O que vai acontecer se eu não lembrar de nada? – perguntei temerosa satisfeita pela proximidade que acontecer por conta do beijo.

–Vamos criar lembranças novas. – ele respondeu e eu podia ouvir um sorriso em sua vós. – Já não fizemos muito disso hoje? Nos conhecemos, tivemos um encontro...

– Passaria por tudo isso de novo? Sabe que dá trabalho. – falei com medo da resposta dele. E se Edward visse como seria complicado ficar comigo desmemoriada?

– Por você? Com prazer. Imagine, poder dizer que conquistei a mulher mais linda e mais incrível do mundo duas vezes! – ele riu tentando fazer graça, mas ao ver que eu levava a conversa a sério mudou suas feições – Quero dizer, se você permitir.

– Edward, eu não sei o que aconteceu entre o que eu lembro e quando te conheci, mas na minha cabeça eu não sei nada sobre relacionamentos. Eu nunca tive um namorado, eu nunca nem ao menos beijei alguém. Edward, eu não sei ser uma mulher, não sei fazer papel de esposa. Quando tempo acha que conseguiria lidar com uma menina? – perguntei sentando-me na cama para olhá-lo melhor.

– Bella, bobinha. Como você acha que aprendemos a manter um relacionamento? Quem você acha que foi seu primeiro namorado? Com quem você acha que teve o seu primeiro beijo? Quem você acha que te fez mulher? Eu não espero nada de você, Bella. Você é quem está em posição de exigir, não eu. – ele falou no início sorridente, mas logo depois voltando a ficar sério.

– E o que eu exigiria? – perguntei confusa e muito envergonhada após todas aquelas revelações.

– Atenção, apoio, calma... Carinho, talvez. – ele respondeu afagando minha bochecha.

– Você já me dá tudo isso. – respondi concentrada no olhar dele. Como eu podia esquecer aquele olhar? – Obrigada, Edward.

– De nada. Agora durma, amanhã é dia de voltarmos ao hospital e Alice continua com a ideia de te levar para passear no shopping. – disse ele nos deitando novamente.

– O que vou fazer amanhã no hospital? – a ideia de voltar ao hospital não me agradava, mas sabia que era necessária.

– Consulta com uma psicóloga e uma revisão com Eleazar e com Tanya. – ele respondeu com sua cabeça ainda muito próxima a minha.

– Quem é Tanya? – perguntei curiosa.

– É neurologista, filha de Eleazar. São amigos da família. Meu pai e Eleazar se conheceram na faculdade de medicina. – ele respondeu.

– Por que só vou me consultar com ela agora? – perguntei não entendendo.

– Eles não são daqui. Moram no Canadá. Eleazar estava em um congresso aqui, então te acompanhou de perto, mas Tanya só pode vir esse semana. – ele fico quieto por um instante, mas sabia que ele tinha algo mais a dizer – Você se lembra de alguma coisa em relação a Tanya?

– Não, por quê? – respondi me virando um pouco para olhá-lo melhor.

– Você não era grande fã dela. Acho que tinha ciúmes. – ele falou um tanto sem graça.

– Você me traiu com ela? – perguntei sem conseguir segurar a pergunta.

– Bella! Claro que não! – ele respondeu ofendido.

– Mas foi você quem disse que eu tinha ciúmes! – respondi e odiei o fato da minha voz sair cheia de manha.

– Ciúmes infundados. Eu nunca tive nada com ela depois que te conheci. – ele respondeu tentando me tranquilizar.

– Então teve antes? – perguntei meio que afirmando.

– Durante a pré-adolescência, éramos praticamente crianças. Nos beijamos em uma festa estúpida por causa de uma aposta com Alice, Emmett acabou bêbado além da conta e tivemos que ligar para nossos pais nos buscarem porque nós três juntos e mais as irmãs de Tanya não conseguíamos carregá-lo direito. Foi humilhante.  – ao final da sua declaração eu ria sem conseguir me segurar, imaginando a cena.

–Tudo bem, então. Mais alguma coisa que queira me contar? – perguntei fazendo graça.

– Nada mais. Você é a minha vida, Bella. Com isso, é a única mulher para mim. – ele disse isso me dando outro beijo na testa e deixando sua mão repousar sobre meu cabelo. – Boa noite. – ele sussurrou bem próximo do meu ouvido e me arrepiei.

– Boa noite. – respondi incerta se minha voz continuaria funcionando.

Com isso me entreguei à inconsciência, mas antes de dormir senti mais um beijo em minha testa e pude ouvir a voz de Edward.

–Eu te amo, Bella.


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Notas finais do capítulo

Obrigada novamente a todas que já comentaram!
Por favor, não deixem de comentar! É muito bom saber o que vocês estão achando! É um estímulo e tanto para escrever!
Beijinhos!