Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 1
Perdida no tempo e no espaço


Notas iniciais do capítulo

Peço novamente perdão pelos erros e apoio de quem achar que devo continuar.



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Primeiro veio a dor. Minha cabeça parecia que ia explodir. Por um milésimo de segundo cogitei a possibilidade de estar de ressaca, mas eu não era desse tipo de garota. Eu não ia a festas, eu não tinha amigos para ir para noitadas, eu nem ao menos tinha uma vida social ativa.

Antes de descobrir a origem da dor de cabeça veio aquele som irritante. Provavelmente meu despertador tinha dado defeito, pois ficava repetindo um bip-bip-bip eterno.

Abri os olhos enxergando tudo branco e só então reconheci que estava em um hospital. Agora o cheiro do lugar invadia minhas narinas incomodamente. Tentei me mover, entrando em desespero ao perceber que estava com algumas agulhas em mim. Odeio agulhas!

– Calma, meu bem. Deixe-as aí, precisamos delas para você ficar bem logo. – falou por meio de um sussurro um anjo que veio rapidamente para perto de mim quando tentei tirar as agulhas.

Ele segurou minha mão de maneira confortadora e naquele instante me perdi em seus olhos que eram um mar de verde encantador, combinando perfeitamente com os cabelos acobreados que estavam completamente bagunçados, deixando-o, além de lindo, charmoso.

– Fico tão feliz que você tenha acordado. – ele suspirou como se estivesse realmente aliviado. Ainda não entendia a importância toda que este homem destinava a mim, mas não ia reclamar. – Está se sentindo bem? Quer que eu peça algo para você?

– Água. – consegui falar com um pouco de esforço.

Em segundos aquele deus grego me estendia um copo com canudo para facilitar minha tarefa de matar a sede.

– O que aconteceu? – perguntei após testar a garganta que funcionava melhor após a água.

– Você sofreu um acidente. Atropelamento. O motorista estava olhando para duas crianças que brigavam no banco de trás e atingiu você em cheio. – ele respondeu bem próximo de mim, fazendo carinho em minha mão com o polegar. Era estranho, mas era bom.

– Eles estão bem? E as crianças? – perguntei assustada, ainda tentando conciliar a dor, o barulho, o cheiro e o incômodo das agulhas com a informação do acidente e com as ações do homem ao meu lado.

– Estão todos bem. O pior estado é o seu. – ele respondeu passando a outra mão nos cabelos, deixando-os ainda mais bagunçados.

– Típico de mim. Eu invariavelmente me envolvo em algum tipo de acidente. Desde pequenos cortes até ossos quebrados. Tudo pode acontecer. – falei em algum estado de emoção entre o embaraço e a lamentação.

– Eu sei. – ele falou com um pequeno sorriso.

– Sabe? – perguntei estranhando.

– Bom, se esses últimos 8 anos ao seu lado contarem, acho que sei bastante sobre esse seu lado desastrado. – seu sorriso aumentou.

– Últimos 8 anos ao meu lado? – meio que gaguejei.

– Bella, por favor... – sua mão largou a minha e foi para o meu rosto. – Olha, eu sei que andamos afastados nos últimos tempos, mas não vamos discutir agora, por favor. Não aqui, há poucos metros das nossas famílias. Não agora que você acabou de acordar. Por favor, assim que você tiver alta eu te levo para casa e quando estivermos lá, só nós dois, nós falamos sobre tudo isso, mas até lá vamos ficar bem, por favor.

– Como assim? Eu não vou a lugar algum com você! – tirei sua mão de mim e tentei me sentar na cama para obter uma melhor posição em caso de uma fuga ser necessária. – Como você sabe meu nome? Eu nem te conheço! Eu quero ver a minha mãe!

– Bella, por favor! – ele falou afastado. As mãos nos cabelos em um gesto que indicava rendimento e desespero. – Fica calma. Eu chamo sua mãe, mas fique calma. – fiquei parada na cama, ainda não abandonando a ideia sobre a fuga. – Nós dois mudamos nesse tempo, mas sou eu, Bella. Você sabe que eu jamais te forçaria a nada. Se você quer um tempo, então tudo bem, nós vamos dar um tempo. Se você quiser passar um tempo com sua mãe, tudo bem, eu não vou te levar forçada para casa. Eu só quero o seu bem. – suas palavras ainda eram incoerentes, mas seus olhos pareciam implorar.

– Quem é você? – perguntei finalmente.

– Sou eu, Bella. O mesmo Edward de sempre. – de nada adiantou aquela apresentação e minha cabeça ainda doía e o cheiro agora me enjoava. Acho que foi nesse momento que ele percebeu que havia algo errado. – Espera, você não se lembra de mim?

Fiz que não com a cabeça. Ele novamente passou a mão pelos cabelos e me perguntei quantas vezes ele já teria feito isso, já que quando o vi pela primeira vez seus cabelos já estavam bem bagunçados.

Neste instante, a porta se abriu e minha mãe entrou no quarto, mas a primeira coisa que veio a minha mente não foi que minha mãe resolveria tudo com este estranho em minha frente, mas sim que meu acidente deveria ter sido realmente grave, pois minha mãe parecia muito abatida e bem mais velha.

– Oh, querida! Que bom que acordou! – ela veio para o meu lado e beijou minha bochecha. – O que aconteceu? Você parece agitada! Está sentindo alguma coisa?

– Minha cabeça dói. – respondi apenas a parte que valeria a pena.

– Acho que ela perdeu parte da memória. – disse o tal Edward.

– Sim, os médicos disseram que seria normal ela não lembrar do acidente. – minha mãe falou com ele de uma forma que me fez perceber que eles se conheciam.

– Vai um tanto além disso. Bella não se lembra de mim. – ele falou com certa tristeza e preocupação.

– Bella... – minha mãe parecia perdida com a notícia. – Do que você se lembra, querida?

– Não sei bem. Acho que... Lembro da escola. – respondi pensativa.

– Escola? – o tal Edward perguntou.

– Sim. Estou começando o penúltimo ano. – respondi ainda pensativa.

Vi a postura de Edward e de mamãe enrijecer. Ambos me olhando agora com grande preocupação.

– Querida, quero que me escute agora mantendo a calma, ok? – nada bom. Mamãe era naturalmente ansiosa. Se ela estava pedindo calma havia algo muito errado. Ainda assim, acenei para ela continuar. – Você não está mais na escola, querida. Você tem 25 anos e este homem na sua frente é seu marido.

Eu teria começado a rir, mas olhei para o meu próprio corpo percebendo as curvas que não estavam ali antes. Eu ainda teria tido dificuldades para acreditar mesmo quando minha mãe tirou um espelhinho de dentro da bolsa e pude ver meu rosto, diferente do que eu estava acostumada a ver. Só percebi a dimensão daquilo tudo quando ouvi a saudação de uma enfermeira que entrou no quarto logo em seguida.

– Que bom que acordou, senhora Cullen! – disse ela alegremente.

Agora, não tinha como duvidar. A realidade me bateu com uma força incrível, fazendo com que eu percebesse que estava perdida no tempo e no espaço, sem ideia do que fazer, casada com o homem mais lindo que alguém poderia imaginar, mas que eu havia acabado de conhecer.


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Notas finais do capítulo

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