Dramione: Misunderstood

Cap. 29

Hermione *

Depois de uma longa viagem, pude finalmente chegar a casa de meu tio e primos que fica no centro de Paris. Nossa como é bom voltar a França depois da última vez que estive aqui com meus pais. A verdade é que eu hesetei antes de ter saído de Londres, mas eu queria sair de lá, eu queria dar um novo rumo na minha vida e tenho a certeza que fiz a escolha certa. Morar em Paris é uma ideia fantástica, posso arrumar um bom emprego e ter uma vida melhor, uma vida que seja sem o Draco.

Atravessei o pequeno portão que separava a casa do jardim e bati duas vezes na porta de madeira. Esperei um pouco até ouvir passos que vinham do lado de dentro da casa. Esperei um pouco e um rapaz que eu reconheci ser meu primo me abriu a porta e sorriu. Ele era o meu primo mais velho e com certeza um dos primos que eu mais gostava. Antes de eu o cumprimentar, eu o abracei com força e ele retribuiu o abraço. Meu deus que saudade!

– Henry, pode me soltar, está me sofocando. - Sorri tentando me afastar de meu primo.

– Continua fraca como sempre Hermione, é engraçado que os anos passam e você continua igual. - Ele riu.

– Larga de ser idiota! - Bufei. - Seu pai está em casa? - Perguntei e ele sorriu.

– Está sim, ele falou que ia ficar em casa hoje para te receber. Mas por que quis vir morar para Paris, aconteceu alguma coisa lá em Londres?

– Aconteceram muitas coisas, mas eu prefiro não falar sobre isso. - Ele me fitou preocupado e depois deu a passagem para eu entrar dentro de casa e colocar as malas lá dentro.

– Mas pode falar, você sabe que pode confiar em mim, afinal sou seu primo favorito. - Ele riu e eu fiz o mesmo.

– É um dos meus primos favoritos sim, mas eu... - Eu tentei terminar a frase, mas ele me interrompeu.

– Ah Hermione, me conte logo, quer me matar de curiosidade? - Ele perguntou impaciente e eu suspirei pesadamente.

– Ok eu conto, mas antes vamos para a sala, não quero que seu pai e sua mãe escutem a conversa.

– Tudo bem, mas é algo grave?

– Não é que seja grave mas... - Eu me sentei no sofá e suspirei. - Você consegue guardar um segredo não consegue?

– Claro.

– Bom, eu me envolvi com meu ex-namorado, mas acho que ele tem outra namorada. - Ele abriu os olhos surpreso. - Eu estava saindo com ele, mas surgiram uns problemas e no outro dia acabamos por fazer amor e... - Eu não consegui continuar pois estava ficando desconfortável e Henry percebeu isso.

– Sério que você fez isso? - Eu assenti com a cabeça. - Mas quem é essa pessoa que está na minha frente? Hermione é você, minha prima? - Ele riu e eu também fiz o mesmo. Realmente Henry me fazia rir e eu me sentia bem na companhia dele.

– Eu vou ter que contar isso para todo mundo.

– Contar o que? - Nesse momento a esposa de meu tio surgiu na sala e eu fechei a cara. Nunca gostei dessa nova esposa do meu tio, mas enfim... - Ah, é você Hermione. - Falou ela sem graça.

– Henry depois continuamos a nossa conversa. - Falei amavelmente para meu primo e depois fitei a mulher na minha frente com um olhar sério. - Que bom te ver Susy. - Eu sorri para ela cinicamente. - Continua igual ao ano passado.

– Hey, parece que vai haver briga entre você duas. - Henry riu atrevido.

– Cala essa boca Henry. - Falou Susy seriamente em tom de repreenção e depois se virou de costas para nós. - Simon, a Hermione chegou, venha recebê-la. - Ela gritou e depois subiu para o andar de cima da casa, me deixando a sós novamente com Henry.

– Agora que ela se foi, me conte melhor aquela história de você e seu ex-namorado.

– Ah, é um caso complicado Henry, aconteceram muitas coisas na minha escola esse ano e foi necessário uma pessoa ter estragado tudo para que nós nos separassemos. - Eu me levantei do sofá e andei em torno da sala.

– Que pessoa?

– Uma garota que eu achei que ela era minha amiga de verdade e afinal não era. É muito complicado, eu depois te conto melhor. - Sorri. - Agora, me diga, o que tem para comer? Estou com fome e aquela comida que servem no avião é uma porcaria. - Ri e Henry também.

O garoto saiu da sala, foi na cozinha e 5 minutos depois trouxe umas bolachas de chocolate para mim comer. Eu devorei quase o pacote inteiro e ele me olhava surpreendido, pois nunca me vira comer desse jeito. Enquanto devorava a última bolacha do pacote, meu tio surgiu no canto da sala e assim que me viu esboçou um sorriso enorme.

– Hermione! - Ele se dirigiu a mim e me abraçou. - Que bom te ver. - Eu continuei abraçada a meu tio e eu sabia que com ele eu me podia sentir segura. Meu tio era uma pessoa especial.

*****

Mais tarde na hora do jantar, a irmã de Henry apareceu em casa e se juntou a nós para comer. Na mesa todos falavam sobre problemas familiares e eu me senti a mais naquele assunto. Eu apenas mergulhei minha mente em meus pensamentos e pensei no que fazer daqui em diante. Eu tomei uma decisão em vir morar para Paris, mas só a ideia de nunca mais ver o Draco me assustava, mas também eu não queria pensar nisso, pois eu teria que arranjar forças para seguir em frente.

– Hey Hermione, o que houve? - Perguntou minha prima Charlotte enquanto eu encarava o prato vazio.

Charlotte, a irmã de Henry era a minha prima mais nova, ela tinha a minha idade. A garota tinha mudado bastante desde a última vez que a vi no ano passado, os cabelos castanhos chegavam quase agora até ao rabo e ela estava mais magra. Os olhos castanhos continuavam emitindo a mesma expressão doce e amável. Eu gostava muito de estar com a minha família de parte de pai, mas quase sempre me recusava a vir a Paris por causa da esposa do meu tio.

– Hermione? - Ela me chamou novamente.

– Está com problemas com seu ex-namorado Rony? Aquele ruivo que você me falou no ano passado? - Eu olhei para ela surpresa enquanto ela me puxava para fora da mesa e me levava para o jardim da casa. - Vocês terminaram o namoro não é? É por isso que você está assim?

Charlotte sabia de como eu gostava do Rony o ano passado, pois eu contava tudo para ela sobre ele, mas eu nunca dissera para ela que nosso namoro não deu certo e que eu me apaixonei por outro garoto, um garoto que teve alguns problemas no passado por causa dos comensais da morte. A verdade é que eu tinha receio de falar algo para a minha família trouxa, mas com minha prima era algo diferente, com ela eu sabia que podia contar com o seu apoio.

– Charlotte, eu não estou assim por causa do que aconteceu com o Rony. - Ela me olhou. - Eu estou assim porque eu namorei com uma outra pessoa que eu odiava, mas acabei descobrindo que não era odio que eu sentia por ele, então nós namoramos durante uns meses, mas terminamos por causa de uma garota que causou problemas entre nós. Então se passaram alguns meses e nós acabamos por fazer amor e agora eu não sei o que fazer mais. Eu achei que a melhor coisa que eu tinha a fazer era vir morar aqui com vocês. - Eu suspirei.

– E quem é ele? - Perguntou ela curiosa e eu ri sem jeito.

– Ah, é um garoto lá da escola. - Falei e depois me sentei numa das cadeiras de jardim. - Quer saber? Apesar de ter sido algo que não estava nos meus planos, eu adorei ter feito amor com ele. - Sorri. - Ele é tão especial para mim.

– Você gostou de transar com esse garoto? - Ela perguntou, arqueando uma sobrancelha.

– Claro.

– VOCÊ GOSTOU? ELE TE DEIXA E VOCÊ AINDA GOSTA DE TRANSAR COM ELE?! - Minha prima gritou e eu olhei para ela confusa.

– Sim gostei porque o amo! Quer dizer... - Antes que eu pudesse responder, meu primo, apareceu e nos olhou surpreso. - Ahm... Henry, está aí, é? - corei.

– Sim, ouvi os gritos da minha irmã. - Olhei para ele sem jeito e notei que ele segurava uma carta branca na mão. - Priminha, é melhor não contar para mais ninguém sobre sua vida privada viu? Se não corre o risco de ouvir mais escândalos. - Ele riu e eu queria socar a cara de Charlotte.

– Pode deixar que eu não vou falar para mais ninguém e você prometeu que também não ia falar nada.

– É, prometi. - Ele sorriu. - Bem, eu vim aqui porque trago uma carta para você, creio que o nome do remetente é uma tal de Gina Weasley.

– Gina Weasley? - Perguntei curiosa. - Me dá essa carta. - Me dirigi a Henry e tirei a carta da mão dele. Me sentei na cadeira, desenrolei o pedaço de pregaminho e li a carta com atenção.

Querida amiga Hermione,

Como vai? Espero que esteja tudo bem com você.

Eu estou mandando essa carta urgente porque tenho algo para lhe contar. Espero que não reaja mal e que mantenha a calma.Hermione, a Narcissa, a mãe de Draco me mandou uma carta ontem de noite dizendo que o filho fugiu de casa. Ela ficou bastante mal com isso e viu que ele pegou todas as roupas de seu guarda-roupa. Ninguém sabe onde ele está neste momento, ele apenas deixou uma carta dizendo que ia pegar algum dinheiro e que ia viajar. Eu estou certa de que ele foi para Paris, mas eu tenho receio de estar errada. Hermione, eu estou preocupada, a mãe do Draco não para de chorar, por favor, se ele aparecer em Paris nos avise logo!

Ps: Impessa ele de cometer uma locura, use sua magia, não sei... Faça alguma coisa.

Até mais,

Gina.

Eu olhei para a carta incrédula sem saber o que fazer e meus primos notaram que havia algo de errado.

– Hermione? Tudo bem? - Perguntou Charlotte e eu não respondi.

– Hermione? - Falou Henry e eu me levantei nervosa, andei de um lado para o outro. - O que há com você?

– Eu preciso de ir procurá-lo. - Falei num tom robótico.

– Procurar? Mas procurar quem?

– O Draco, ele desapareceu.

– Draco? Quem é Draco? - Charlotte perguntou para o irmão que deu de ombros e quando os dois se viraram eu não estava mais ali.

Mas a onde é que esse garoto se enfiou agora?? Droga! Tenho que encontrá-lo antes que ele cometa uma locura.

*****