Dramione: Misunderstood

Cap. 23

Hermione *

Mentira. Aquilo que Gina acabara de me contar era mentira. Parvati sempre foi uma ótima pessoa comigo, sempre me provou que sua amizade era sincera e eu tinha a certeza que ela era incapaz de fazer algo tão horrível para me prejudicar. Afinal, o que ela ganharia com isso?

– Você está mentindo para mim Gina...

Ela abriu os olhos completamente chocada com a minha resposta.

– Eu estou falando a verdade! Eu nunca mentiria sobre algo tão sério. Hermione, eu não achei que Parvati fosse levar isso a um nível fora do extremo, mas a brincadeira perdeu a graça faz tempo! Como eu falei ela quer tentar separar você do Draco, é algo absurdo eu sei, mas você tem que acreditar em mim!

– E por que eu acreditaria em você?

– Por que eu estou falando a verdade! Eu jamais faria algo para magoar você, além do mais, o Draco é testemunha e ele está a par do que se está pansando.

– Chame ele aqui. - Pedi firme sem encarar a ruiva parada na minha frente.

– O quê?

– Isso mesmo. Quero que chame ele aqui para eu ter a certeza de que você não está mentindo para mim.

– Mas Mione...

– Por favor... - Ela não respondeu, apenas me observou por um tempo e depois disse:

– Ok.

Gina saiu do meu lado e correu em rumo da porta, fechando-a com força em seguida. Ela parecia irritada. Mas por que? Tudo isso era uma loucura, nada disso fazia sentido, a Parvati é uma pessoa nota dez e ela seria incapaz de cometer uma loucura dessas, mas vendo por outro lado, a Gina me pareceu totalmente sincera, ela nunca mentiria para mim sobre algo tão sério, ou mentiria? Ai Merlin, estou tão confusa que nem sei no que pensar.

*****

Gina *

Chateada. Era a única palavra da qual eu me identificava melhor. Hermione não acreditara 100% em mim e isso me deixava furiosa. Mas o que será que aquela garota tem na cabeça para ainda ficar achando que a Parvati é uma santa? Sério, que ódio!

Caminhei em rumo do salão principal em busca de Draco, a essa hora provavelmente ele deve estar no salão principal, pois já era hora do jantar. Cheguei no salão, olhei para a mesa da Sonserina e não o encontrei, antes pelo contrário, o que eu vi foi muitas pessoas reunidas, juntamente com a diretora comentandoalgo sobre o desaparecimento de alguém. No inicio não entendi o que estava acontecendo e foi então que decidi me aproximar.

– Eu não aguento mais isso, não aguento mais os problemas que estão surgindo nessa escola. - Falava a diretora desesperada.

– Se acalme Mcgonagall tudo vai ficar bem. - Falava a professora de astronomia.

– Como assim vai ficar tudo bem? Primeiro foi uma aluna que foi morta, agora são dois alunos que desapareceram, como é que você pode me pedir para que eu fique calma numa situação dessas? - Ela escondeu o rosto entre as mãos.

Quando ela falou a palavra "desaparecimento", achei estranho. Quem teria desaparecido? E o que acontecera realmente? Nada disso fazia sentido para mim até que de repente vi os pais do Draco entrando pela porta do salão principal e aquilo só poderia significar uma coisa: Draco tinha desaparecido. Mas como é que isso foi acontecer? Minha cabeça estava atordoada, sem compreender o motivo pelo qual ele tinha desaparecido.

Olhei por acaso para a mesa da Grifinória e notei que vários alunos estavam comentando sobre o que estava acontecendo, incluindo Harry e meu irmão. A mesa estava lotada, todos os lugares estavam ocupados, menos o meu e o da... Espera aí? A Parvati também desapareceu?! Droga! Isso só podia significar que... Ah não! Não pode ser verdade!

Um tremor percorreu meu corpo, Hermione ainda não tinha a noção do que estava acontecendo e eu preferi esconder isso dela por enquanto. Contar a Hermione sobre o desaparecimento de Draco poderia prejudicar minha amiga, por isso achei melhor ser eu resolver isso sozinha sem envolvê-la no assunto.

Depois de ter escutado aquela conversa, sai do salão principal e caminhei em passos pesados até ao banheiro mais próximo. Entrei, fui até a pia e joguei um pouco de água fria no rosto. Daqui a pouco Hermione teria alta e eu precisava de ao menos tentar parecer normal, mas estava sendo complicado. A imagem do Draco ainda vinha com frequência à minha mente.

– Droga, eu não fui capaz de impedir que a Parvati fizesse uma coisa dessas! - Disse entre dentes, para mim mesma.

Já tinha passado quase uma meia hora desde que eu recebera a notícia e minha esperança de tentar procurar o Malfoy estava se esgotando.

Sai do banheiro e fui até à ala hospitalar, onde por acaso me deparei com Harry que também decidira vir buscar a Hermione.

– Oi. - Dei um beijo em seus lábios e ele retribuiu.

– Oi.

– Demorei?

– Não. - Ele suspirou pesadamente. - Já sabe do que aconteceu com Draco, certo?

– É, acabei sabendo há pouco. Que coisa ruim.

– Pois, e o mais curioso disso tudo é que a Parvati desapareceu juntamente com ele.

Eu fitei um ponto fixo sem saber o que dizer.

– Está tudo bem meu amor? Parece que ficou pensativa por um momento.

Eu olhei para ele e fiz um sorriso sem graça.

– Nada não, não se preocupe.

– Hum, tá. - Ele me olhou desconfiado, mas logo se esqueceu do assunto.

– Será que a Hermione já sabe?

– Não, mas é melhor não contar nada para ela.

– Por que não?

– Porque eu tenho medo, Harry.

– Mas você sabe que quando contar para ela será pior não sabe?

– Sei, mas eu prefiro que ela fique chateada comigo do que vê-la indo atrás dele, seria algo perigoso.

Harry então concordou com a cabeça e depois entrou dentro do quarto de Hermione para ir buscá-la.

*****

Hermione *

– Hey Madame Pomfrey, por que não me deixa ir embora? Pensei que já tivesse recebido alta. - Resmunguei enquanto a Madame Pomfrey arrumava minha cama.

– Desculpe senhorita Granger, mas a senhorita Weasley mandou avisá-la de que não poderia vir ter consigo por que teve um imprevisto.

– O quê? E desde quando é que essa garota tem imprevistos? Eu mandei ela chamar o Draco Malfoy e até agora ainda não voltou. O que está acontecendo?

– Não necessita de dramatizar, vai ver eles não poderam vir e vão chegar mais tarde. Agora aguarde e se acalme por que tem uma visita.

Eu revirei os olhos e a Madame Pomfrey deu a passagem para que o visitante entrasse.

– Olá Hermione.

– Harry? - Ao vê-lo me surpreendi.- O que faz aqui? E cadê a Gina? Ela ficou de ir chamar o Draco, mas ainda não voltou.

Os olhos de Harry ficaram apreensivos e se desviaram dos meus. Aquilo foi estranho.

– Hermione, a Gina está lá fora, mas o Draco não pôde vir, parece que o pai dele apareceu na escola e os dois ficaram conversando na sala do professor Snape.

Ao ouvir aquilo franzi a testa.

– O pai do Draco aqui? Não me diga que ele voltou a se meter em problemas? Ai mas aquele garoto... - Falei num tom de voz mais alto.

– Hermione, se acalme, não é nada disso do que está pensando. Você sabe que o pai dele gosta de vir aqui na escola de vez enquando né? Não se preocupe.

Eu continuei a fitar o Harry muito desconfiada e foi então que notei que seu olhar estava de novo apreensivo.

– O que se passa Harry?

– Que?

– É, você parece estranho, já é a segunda vez que te vejo com um olhar apreensivo.

A Madame Pomfrey entrou no quarto falando que queria falar com ele e o impediu de que ele respondesse a minha pergunta. Ele pediu licença para mim e falou que já voltava.

*****

Harry *

Sai do quarto da Hermione e me coloquei de frente para a Madame Pomfrey que me observava seria.

– O que aconteceu?

– A senhorita Weasley mandou informá-lo de que está esperando por você no jardim.

– Por que? - Franzi a testa - Nós tinhamos combinado que iamos sair daqui juntos.

– Sim, mas ela falou que as coisas mudaram. Ela quer que você vá ter com ela agora.

– Tudo bem, eu vou só buscar a Hermione e já vou ter com ela. Mas o que aconteceu?

– Não sei, ela só me mandou dar esse recado. Agora se me dá licença, eu tenho que ir.

Eu não falei nada para ela e dei um longo suspiro. O que será que a Gina quer numa altura dessas? Seja como for eu tenho que ir rápido, é só acompanhar a Mione até à sala comunal e depois vou ter com ela. Entrei novamente no quarto onde Hermione estava, mas ela já não se encontrava mais ali.

*****

Draco *

Abri meus olhos. Estava confuso, pois não consegui reconhecer o local onde estava. Nada era familiar para mim. A última coisa que recordava foi ter saído da enfermaria e ter voltado para sala comunal da Sonserina. Aquele lugar em que eu estava era escuro, pequeno, com um cheiro horrível e também muito frio. Meu corpo tremia de frio e podia ouvir o som das árvores se movimendo com o vento. Nada daquilo fazia sentido para mim, como será que eu cheguei até aqui?

Sobre o meu corpo estava um lençol cheio de buracos e com um cheiro esquisito. Me encolhi no chão onde estava deitado, pois estava tremendo de frio.

De repente ouvi o som de passos que fez com que eu me levantasse por impulso. Eu me virei e encarei a sombra de uma pessoa magra perto da porta.

– Quem está aí?

A luz de uma varinha foi imediatamente acesa e a forma da pessoa se tornou mais visível.

– Que bom que já está acordado meu amor, já estava ficando preocupada com você.

– Patil! - Ela se aproximou de mim e eu me encolhi no sofá.

– Posso saber por que me trouxe para esse lugar?

Ela deu uma risada maléfica, como se estivesse planejando algo terrível.

– Eu trouxe um casaco para você, achei que estava morrendo de frio e até pensei em ajudá-lo, mas já que está bem, é melhor fazer isso sozinho. - Ela me estendeu o casaco, mas eu permaneci imóvel. - Anda, pegue no casaco, sei que está morrendo de frio Draco.

Eu peguei no casaco com força e tentei vesti-lo, mas estava com alguma dificulade devido as dores que estava sentido na cabeça por causa da pancada que levara.

– Pare com isso! É melhor eu ajudá-lo, não quero magoá-lo ainda mais.

Ela se aproximou de mim, mas eu não permeti que ela me tocasse.

– Saia daqui!

Parvati me lançou um olhar bastante desafiador, mas logo sorriu sarcasticamente para mim.

– Tudo bem. Não se assuste comigo, eu apenas quero o seu bem, não te vou tratar mal. - Ela fez uma pausa. - A menos que você mereça que eu o trate mal.

– Me leve de volta para o castelo, sua louca!

Ela sorriu e passou seus dedos finos pela minha pele pálida.

– O quê? Eu acho que não entendi direito meu amor... Draco, a partir de hoje você ficará aqui comigo.

– Deixe de ser louca e me tire daqui! Já todo mundo deve saber o que está acontecendo.

– Eu sei, mas eu não tenho medo do que me possa acontecer, acho que não nos vão encontrar aqui nesse lugar. Você é meu agora.

– Ficou desequilibrada é? - Eu tentei me levantar para gritar com ela.

– Não, muito menos quero que você grite comigo Draco, você agora é meu e acabou o assunto!

– Onde estou? Será a floresta proibida?

– Aff Malfoy, você faz muitas perguntas.

– Eu vou acabar com você se não me levar para Hogwarts agora!

– Pode tentar, mas será inútil por que eu tenho em meu poder a sua varinha.

Por impulso eu tentei correi pela porta a fora, mas antes que eu pudesse sair senti um feitiço de cor azul a me antingir nos pés, me derrubando com força no chão. Uma dor intensa subiu pelas minhas pernas e meu rosto bateu com força no chão frio. Me senti completamente fraco até que um par de olhos escuros me encarasse com um olhar repleto de raiva e de ódio.

– Mas que esperto heim? Tentando fugir sabendo que não vai acontecer. - Ela segurou no meu queixo me obrigando a encará-la. - Se você fizer isso de novo, eu vou ser obrigada a tomar medidas drásticas com você. Eu estou tentando ser legal com você, mas se eu tiver que fazer mal para você eu faço sem problemas. - Ela soltou meu queixo com força e de seguida apontou sua varinha na minha testa.

– Você conhece bem o feitiço de Avada Kedavra, não é mesmo meu amor? - Eu balancei a cabeça. - Se tentar escapar novamente eu não terei problemas em lançar um desses para você.

– O que pretende com isso tudo? Ainda acha que eu vou amá-la? Você é completamente louca, eu nunca vou amá-la, eu só amo a Hermione. - Falei em tom grosseiro e ela soltou uma gargalhada alta e cheia de ódio.

– Oh, estou quase chorando, acho que fiquei comovida com suas palavras. - Ela continuou a rir e em seguida me trouxe algo para comer. - Aqui está o jantar, se tiver fome coma.

Eu permaneci quieto e ela me lançou outro feitiço azul que me atingiu no braço.

– ME RESPONDA DRACO, EU ESTOU FALANDO COM VOCÊ E DETESTO QUE NÃO ME RESPONDAM!

Eu suspirei fundo tentando controlar minha raiva.

– Eu não tenho fome Patil, só quero que me tire daqui.

– Malfoy, olhe nos meus olhos. - Eu olhei e encarei a morena de pele dourada, de cabelos negros e com um olhar de psicopata. - Você vai ficar comigo agora, você é só meu e de mais ninguém. Não adianta pedir para ir embora por que isso jamais vai acontecer. - Ela caminhou até mim e se sentou do meu lado.

– Se tudo correr mal, você não vai sair daqui com vida.

– Isso é uma ameaça?

– Não, é um aviso.

– Então vamos ver de qual dos dois vai morrer primeiro. - Eu cuspi as palavras e ela sorriu maldosamente.

– Que bom, voltou a ser o Badboy de sempre, e é isso que eu adoro em você. Agressivo e arrogante. - Falou ela sorrindo e passando a sua mão pelo meu corpo. - Acho que passaremos uns dias muito legais meu amor, acho mesmo.

*****