Dramione: Misunderstood

Cap. 2

 Draco *

Tinha acordado no meio da noite porque não conseguia dormir. Levantei da cama e dei uma olhada no relógio que tinha em cima da mesa, já passava da meia-noite. Decidi ir até a sala comunal e acabei por encontrar a Pansy que estava sentada perto da lareira, me aproximei dela e ela me cumprimentou com um sorriso, era como se a Pansy tivesse presentido que eu estava ali.

Apesar de a Parkinson ser uma boa amiga, eu não consigo ter paciência para os seus olhares sentimentais, como se ela esperassse algo de mim. A verdade é que eu já me diverti muito com ela, mas nunca passou de um simples "divertimento".

De repente, no meio daquele silêncio, eu a Pansy ouvimos passos e nos virámos para ver quem se aproximava. Blásio tinha aparecido na sala comunal e parecia que tinha algo para me dizer.

– Malfoy, eu preciso de te dar um recado.

– Tudo bem, pode falar. - Respondi eu sem paciência e Pansy se levantou - A onde é que você vai? - Perguntei.

– Acho que já vou dormir, nos vemos amanhã?

– Claro, boa noite...

– Boa noite. - Ela falou mais uma vez sorrindo e depois saiu da sala.

– Muito bem, o que tem para me dizer, Blásio? Fala logo que eu estou sem paciência.

– Como sempre não é, Malfoy? - Ele sorriu cinicamente e eu olhei furioso para ele. Sempre soube que Blásio tinha uma certa inveja de mim, mas nunca me atrevi a tocar no assunto.

– Cala a boca e fala de uma vez! - Ele suspirou.

– Seu pai mandou avisar que amanhã ele vem aqui na escola lá pelas 19 horas e quer falar com você.

– Só isso? E por que ele não me mandou uma carta explicando isso?

– Não sei, isso é um assunto que te diz respeito. - Eu tinha ficado irritado naquele momento, mas controlei meus nervos.

– Ok... Obrigado. - Respondi sarcasticamente e sem me dizer mais nada, ele saiu da sala comunal. Mas que merda! Meu pai não toma jeito mesmo!

*****

(Dia seguinte)

Mais um dia naquele castelo idiota. Ainda não entendo os motivos que meus pais insistem em me obrigar a refazer o ultimo ano escolar devido ao que se passou antes da guerra com Voldemort. Fui até ao jardim e vi a sangue-ruim da Granger andando na minha direção, decidi então tomar um rumo diferente. Era tão irritante os sentimentos que eu sentia quando a via e por isso tentava evitá-la sempre que podia. Continuei andando pelo jardim e parei quando vi o idiota do Weasley conversando com um amigo dele.

– Nossa Rony como você consegue?

– Meu amigo Neville, você sabe que meu charme é completamente irresístivel. - Ele riu.

– Mas como conseguiu?

– Bom, eu tinha me encontrado com Lilá perto do lago negro, você sabe que ela já estava caidinha por mim, por isso foi só eu arrastar a asa para ela.

– Nossa, não sei mesmo como você consegue ter tanto jeito para deixar as mulheres caidinhas por você. - Neville riu novamente.

– E a Hermione também vai leva-la ao extremo?

– Bom, a Hermione é um caso diferente, uma rapariga extremamente complicada, mas eu tenho a certeza que eu vou acabar por deixá-la caidinha por mim, mas até lá eu vou me divertindo com as outras.

– E o Malfoy?

– O que tem esse idiota?

– Você tem reparado que ele fica o tempo todo olhando para ela?

– Hum... Eu tenho reparado sim, mas duvido que esse estúpido consiga algo com ela. Você sabe que eles se odeiam! O Malfoy não será um obstáculo para mim. - ele deu uma gargalhada sonora, como se tivesse ganho algo.

Sinceramente nem eu próprio entendo porque fico olhando o tempo todo para ela, mas não era isso que estava em causa nesse momento, aquele idiota tinha me irritado o suficiente quando falou mal de mim. Estava tão nervoso que fui até ele e dei um soco que acertou em cheio no nariz dele. O desgraçado nem teve tempo suficiente para se defender. Continuei socando, mesmo ele estando caído no chão gemendo de dor e incapaz de se defender. Soquei-lhe o estomago e a boca e teria continuado se não fosse o grito de uma voz femenina. Olhei para trás e dei de cara com a sangue-ruim, eu odiava tanto ter que olha-la nos olhos todos os dias. Ela me lançou um olhar um pouco assustado, mas rapidamente se mudou para o seu olhar típico desafiador que eu conhecia tão bem. Era completamente irritante. Eu me desviei dela e me baixei diante do Weasley que estava ferido no chão. Sem que as pessoas que estavam do nosso lado ouvissem, eu falei:

– Teve sorte dessa vez Weasley, porque da próxima eu acabo com você! - E assim que terminei de falar me levantei e Hermione me olhou com desprezo.

– Vai embora, Malfoy, você já causou problemas que chegue. - Disse ela friamente.

– Eu vou, mas não vou por você estar pedindo, vou porque não aguento mais olhar para a cara desse idota. - Ela me olhou com raiva e eu sorri sarcasticamente, tentando não demonstrar aquele ódio que estava sentido pelo Weasley. Ainda fiquei mais irritado quando vi ela ajudando o Weasley a se levantar, mas de tudo não era aquela briga que me irritava e sim o fato de eu ter brigado por ela. Estava odiando o que estava sentindo naquele momento e a culpada disso tudo era só a Granger, por me fazer sentir desse jeito.

*****

Hermione *

Tinha ido acompanhar o Rony a enfermaria e a Madame Pomfrey fez questão de tratar dos seus ferimentos.

– Rony, posso lhe perguntar o que aconteceu para você e o Malfoy terem brigado? - Perguntei seria enquanto a Madame Pomfrey tinha ido buscar a caixa dos primeiros socorros.

– Eu não fiz nada! Eu apenas estava conversando com Neville e ele chegou e brigou comigo. Hermione, você sabe como é o Malfoy, ele gosta de brigar por tudo e por nada. - Disse ele limpando o nariz que estava coberto de sangue. Eca!

– Ainda bem que você apareceu no momento certo e eu fico muito agradecido. - Olhei para ele e fiz um sorriso meio sem graça.

Por momentos fiquei pensativa e só consegui me lembrar do olhar frio do Malfoy. Claro que aquela não foi a primeira vez que ele se metia em brigas na escola, pois ele passava o tempo todo com os seus amigos assustando os garotos do primeiro ano. Cada vez que me lembrava do seu olhar me dava um pouco de medo porque nunca tinha visto tanta raiva naquele olhar, nem mesmo em outras ocasiões.

*****