Dramione: Misunderstood

Cap. 18

Narrado na 3ª pessoa *

Harry saiu às pressas do hospital, em busca de Draco, enquanto andava em rumo do salão principal, ele estava completamente desesperado sem saber o que o que pensar naquele momento. Mas quem teria feito uma coisa dessas? E qual era o objetivo dessa pessoa atacar a Hermione? Ele estava confuso, não parecia entender como alguém podia ser tão mau ao ponto de fazer tanto mal para uma pessoa tão legal como ela.

Correu pelo salão e viu todo mundo calmo, parece que ainda ninguém desconfiava do que estava acontecendo com Hermione, mas assim que olhou para a mesa da Grifinória, não viu Rony e não viu Parvati. Será que eles já sabiam do que aconteceu? Era impossível, pois Harry não vira ninguém na enfermeria quando levou a Hermione para lá.

Harry correu novamente pelo salão principal em busca de Draco e notou que ele estava comendo com seus amigos na mesa da Sonserina. O garoto se aproximou do loiro em passos rápidos e sem pensar duas vezes, segurou com força o braço do outro garoto, arrastando ele para fora do salão principal. Draco parecia confuso e ficou irritado quando aquele que ele detestava o arrastava com força para fora daquele lugar. O loiro perdeu completamente a paciência e se soltou de Harry.

– Mas o que está fazendo Potter?! Me solta! - Ele gritou.

– Cala a boca e venha comigo rápido.

– Onde?

– Sua namorada teve um grave problema. - Draco olhou para Harry confuso.

– Que problema?

– Cara, nem sei como te dizer isso... - Ele suspirou.

– Fale de uma vez, Potter, você está me deixando preocupado! - Retorquiu Draco.

– Bem eu... Eu tinha combinado com Hermione para ela repassar comigo algumas coisas sobre o trabalho de poções e quando cheguei na sala comunal depois do treino de quadribol encontrei ela caída no chão... - Harry fez uma pausa. - Desmaiada.

– O que? - A voz de Draco saiu fraca.

– É, eu levei ela para a enfermaria. - Harry falou sem jeito e por impulso, Draco agarrou nas vestes de Harry encostando o garoto com força na parede.

– Como você teve a coragem de deixar que isso acontecesse? Como?! - Draco estava desesperado e Harry se soltou com força dos braços dele.

– Eu não tive culpa do que aconteceu! Acha que eu seria capaz de fazer algo assim a MINHA melhor amiga?! Trate de se acalmar e venha comigo para a enfermaria! - Harry ficara irritado com a atitude de Draco, mas logo pararam de brigar e foram juntos para a grande enfermaria.

*****

Os garotos chegaram na enfermaria e se surpreenderam ao ver Rony e Parvati na enfermaria. Parece que afinal já quase todo mundo sabia do que estava acontecendo. Draco e Harry se aproximaram de todos eles e se sentaram em umas cadeiras.

As horas foram passando e ainda não havia notícias sobre Hermione. Harry estava desesperado e Draco ficou o tempo todo andando de um lado para o outro. As horas pareciam não passar e o desespero de todos eles aumentava cada vez mais. Draco olhou para Harry e sem dizer nada se sentou do lado dele.

– Obrigado... - Falou Draco quase num sussurro e Harry o encarou. - Obrigado por me ter avisado sobre o que aconteceu com a Hermione.

– Não precisa de me agredecer, eu sei que ela é muito importante para você e minha obrigação era avisá-lo. Sabe que eu nunca falaria com você se não fosse um assunto importante, afinal não somos amigos, não é mesmo? - Draco sorriu de lado.

– É, mas você está fazendo isso por ela e não por mim.

– Talvez Malfoy, mas isso não importa agora, além disso, tanto eu como você, gostamos muito da Hermione e nossas brigas não são importantes nesse momento. - Falou Harry sem encará-lo e Draco continuou a sorrir de lado.

Ele estava um pouco envergonhado por todas as brigas que tivera com Harry e por que aquela fora a primeira conversa que eles tiveram sem discutir. Os dois ficaram sentados perto um do outro na sala de espera com os outros garotos e em silêncio por mais alguns minutos, nenhum deles havia avisado os professores, pois estavam preocupados demais para fazê-lo.

– Acho mesmo que a culpa disso tudo é minha.

– Como assim Potter? - Draco voltou os olhos para Harry.

– Eu não sei, eu deveria ter ficado do lado da Hermione e não deveria ter ido naquela porra daquele treino de quadribol. Se eu tivesse ficado com ela talvez isso não tivesse acontecido. - Ele falou quase num sussurro e Draco lançou um olhar de fúria ao outro garoto.

– Deixe de ser idiota, cara! Você mesmo disse que não faria nada de mal para ela e, além do mais, como é que a culpa seria sua se você passou o tempo todo no treino de quadribol?

Harry pensou por um momento e depois falou:

– É, tem razão Malfoy.

A conversa dos dois parou, Harry olhou de lado para Draco que estava abatido, nem sequer parecia que há poucas horas atrás ainda se odiavam como inimigos mortais. Ele soltou um longo suspiro de desespero, levou apenas alguns minutos para ele pegar Hermione às pressas na sala comunal e levá-la à enfermaria. O fato dos dois não gostarem um do outro não importava agora, Draco era apenas um garoto normal precisando de apoio.

Com muita dificuldade, ele posou a mão sobre o ombro do loiro e abriu um sorriso leve para tranquilizá-lo, Draco tentou retribuir o sorriso, mas não o fez.

Voltaram para as posições iniciais, tendo apenas os olhares de Rony e Parvati sobre eles. Naquele instante a porta se abriu e a Madame Pomfrey entrou.

– Vocês vieram saber qual é o estado da Hermione, certo?

Os garotos se aproximaram da pequena mulher e Harry tentou ler a expressão dela, mas era quase impossível de saber o que ela estava pensando.

– Sim! - Falaram todos menos Parvati que ficou sentada no mesmo lugar.

– Bom, Hermione ingeriu uma uma quantidade muito grande de uma poção que é usada para magia negra, o que creio que não pertencesse a ela, pois se bem que a conheço, ela não seria capaz de tomar algo tão perigoso. Ainda não podemos saber se ela vai recuperar ou não, mas estamos tentando fazer de tudo para que ela consiga sair dessa sã e salva.

Draco ouvia com atenção, podia sentir os batimentos do próprio coração saltarem, estava apreensivo. Ele amava tanto aquela garota e queria que ela ficasse bem. Por um momento olhou para Harry, ele mantinha o cenho franzido enquanto olhava para a pequena mulher. Aquilo só podia ser um pesadelo, Hermione estaria na sala comunal da Grifinória lendo, ou talvez podia estar do seu lado. Mas o que ele podia fazer agora? Absolutamente nada. Começou a pensar que estava na hora de parar de brigar com Harry, pois Hermione gostaria que os dois ficassem amigos.

– Quero pedir para não se preocuparem por que ela está fora de perigo por agora, acho que se ela ficasse mais tempo sem assistência médica, algo terrível poderia ter acontecido. - Ela fez uma pausa e Harry e Draco se encararam. - Algum de vocês sabe quem deu essa poção para ela? - Todos agitaram a cabeça e sentido de reprovação. - Estranho... Essa poção é ilegal no mundo bruxo, só um esperto em magia negra poderia conseguir uma poção assim. - Ela coçou o rosto ao mesmo tempo que fazia cara feia.

– Eu mesmo irei descobrir quem fez isso com ela, e se eu descobrir quem foi que tentou envenenar minha namorada, eu juro que mato essa pessoa! - Todos os olhares se voltaram para Draco e ele pareceu não se importar com isso.

Do outro lado da sala, Parvati pareceu estremecer com aquela ameaça, ela sabia que tinha ido longe de mais, sacudiu a cabeça tentando afastar os pensamentos de culpa, pois não havia outra saída a não ser seguir em frente. Ela não tinha escolha, seu plano já estava iniciado, sua única saída era continuá-lo. Parvati tinha que ser fria, teria que disfarçar para que ninguém entendesse que tinha sido ela a culpada do acidente de Hermione.

– A onde ela está? - Perguntou Draco sem paciência, quebrando o silêncio.

– Senhor Malfoy...

– ONDE ELA ESTÁ? - Draco explodiu de raiva, o desespero já havia tomado posse de seu corpo.

– ELA PRECISA DE MIM AGORA! ONDE ELA ESTÁ?

– Ela ainda está sendo medicada, por favor, mantenha a calma, garoto.

– Mas eu preciso vê-la! - Ele falou irritado e logo afastou a pequena mulher, iniciando um caminhar apressado pela enfermaria, gritando o nome da namorada. Antes que fizesse alguma besteira, algo o agarrou, fazendo com que ele parasse de caminhar.

– Pare com isso! - Alguém o agarrava com força nos ombros, era Harry, ele também estava desesperado.

– Ela vai melhorar! Não adianta ficar assim.

– Adianta sim! Ela ainda pode morrer e a culpa é toda minha, eu prometi para você naquele dia que não deixaria que nada de errado acontecesse com ela e eu não consegui cumprir minha promessa!

– Não. - Falou Harry tranquilo. - Malfoy, ninguém sabe quem tentou envenenar a Hermione.

Draco não conseguiu dizer mais nada, apenas escondeu o rosto entre as mãos. Os dois ficaram naquele corredor em silêncio.

– Por Merlin, como a Madame Pomfrey vai contar isso para os pais dela?

Harry não respondeu e fitou o loiro sem saber o que dizer. Draco se sentia péssimo, acabou mergulhando em sua mente e nem sequer se lembrou que tinha mais alguém do seu lado.

*****