Marvels New Avengers - Next Generation escrita por Joke


Capítulo 63
Capítulo 61


Notas iniciais do capítulo

Último capítulo galerinha :CSenhoras e senhores, eu lhes apresento, finalmente:o fim



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Capítulo 61 – James Rogers

Nem acredito que finalmente posso me sentar e relaxar.

Nada de monstros, destruição, sangue, mortes, lutas, armas e eu me ferindo ou quase morrendo. Nada de me sentir um órfão abandonado, solitário. Nada se ser mais um soldado na guerra constante contra o terror.

Depois de quase dezessete anos, acho que posso me dar ao luxo de curtir um pouco a minha vida não como um agente, ou super-herói, mas apenas James Rogers, um adolescente folgado e sem absolutamente nada pra fazer.

É óbvio que isso jamais aconteceria.

– Vamos, Rogers, levanta o traseiro da cama – Thomas me acorda com a sutileza de um gorila, tacando vários travesseiros em mim. – Fury está chamando.

– Mas já? – resmungo contra o meu travesseiro, amaldiçoando o caolho careca por me fazer acordar de um sono tão bom. – Será que a gente não pode nem ao menos dormir em paz depois de uma guerra?

– Para de reclamar, princesa – agora é o turno do Barton de me encher o saco, puxando os meus pés. – Ele disse que temos que comparecer numa reunião ultrassecreta envolvendo os próprios Vingadores! Não está empolgado com isso?! – Luke zomba.

– Ficaria se dois deles não fossem meus pais... Por que vocês não falam que eu estou doente? Ou que eu morri?

– Para de choramingar e levanta logo – ouvindo os passos de Banner e Barton, deduzo que ambos estão saindo do meu quarto. – A Erika está te esperando há um tempão...

Mesmo o meu cérebro querendo fingir que a última informação não foi passada, meus músculos me forçam a levantar, uma mensagem clara de que minha vontade física prevalece sobre a mental de querer dormir pelo resto da vida.

Preguiçosamente me levanto, dirigindo-me diretamente para o banheiro a fim de lavar a cara e espantar um pouco do sono. A água fria em contato com a minha pele ainda quente me desperta, deixando-me um pouco mais antenado no que está de fato acontecendo:

Eu fui convocado para uma reunião ultrassecreta, coisa que jamais aconteceu.

Escovo os dentes e me visto na velocidade da luz, alcançando Thomas e Luke a caminho da reunião no corredor. Assim que me aproximo dos dois, acabo dando um susto nos meus dois amigos.

– Cacete, Rogers! – Luke me xinga, me esmurrando no ombro. – Você é retardado ou o quê?!

– Pra quem tava morrendo, você parece bem animado agora.

– Sou curioso – dou de ombros, fazendo Thomas dar um meio sorriso e Luke revirar os olhos.

Após eu quase fazer Barton borrar as calças, nós três começamos a conversar sobre como nosso estilo de vida mudaria. Será que ter os nossos pais por perto faria uma grande diferença? Quero dizer, talvez pra mim, já que sou menor de idade, mas para Luke e Thomas, acho que iria mudar apenas o fato de ter uma figura paterna ao lado, coisa que jamais tivemos.

Como serão as coisas daqui pra frente? Será que eu continuarei sendo só mais um agente de campo da SHIELD, apenas vendo meus pais, a Viúva Negra e o Capitão América, lutando lado a lado dos outros Vingadores ao invés de me juntar a eles?

Não sei o que os outros pensam, mas após participar dessa guerra em Asgard, eu me sinto diferente, como se eu finalmente tivesse mostrado todo o meu potencial. Lutar como eu lutei foi algo inacreditável. Eu nunca pensei que conseguiria fazer uma penca de coisas que aconteceram ao longo da batalha.

Parece estranho de se dizer, mas até que houve um lado positivo por trás de tanta destruição: cada um de nós provou que consegue ir bem além do que era exigido pela SHIELD.

Se Fury, mesmo estando puto da vida com a gente, reconheceu a nossa determinação ou não, é somente entrando na Sala de Reuniões para descobrir.

Respiro fundo antes de abrir a porta.

Assim que Barton, Banner e eu estamos dentro, temos um mini ataque-cardíaco. O lugar está lotado, tendo cada metro quadrado ocupado por um super-herói que nos ajudou na batalha em Asgard e viveu pra contar a história.

Em meio ao meu estado de choque, sou novamente pego de surpreso por braços me laçando no pescoço. Olho para o dono de tal aperto e me deparo com Erika. Ela continua linda como sempre, arrancando um sorriso do meu rosto quando vejo que seus cabelos estão de volta com sua cor castanha natural.

Na verdade, ver todo mundo, exceto, obviamente, os heróis, é realmente estranho. Erika, Howard e May eu já vi até mesmo de pijamas, mas Elise, Kayla e Rachel, por exemplo, é totalmente diferente.

– Você se acostuma. - Frank me dá uns tapinhas nas costas antes de se voltar para o grupo onde Rachel Summers conversa com Sienna e Steve Coulson e um garoto loiro que desconheço. – Gente, venham cá!

Todo o grupo, juntamente com Elise e Kayla, vem para perto de nós sete.

– É bom ver vocês inteiros – Elise comenta com um sorriso animado, fazendo seus olhos esmeralda brilharem tanto quanto a própria pedra. Mesmo sendo bem sutil, eu consigo notar parte da cicatriz do ferimento que lhe foi feito marcar seu rosto. – Como se sentem?

– Como se estivesse morto – Thomas brinca, arrancando um riso de todos, exceto de Luke, Kayla, Rachel e do garoto desconhecido.

– Ah, desculpem-me... – Rachel pede de repente.

– Sim, assim como eu, ela também é telepata – Franklin esclarece minha confusão mental.

Rachel cora, desculpando-se mais uma vez antes de puxar o garoto para perto de si, deixando o loiro um tanto quanto desconfortável.

– Esse é nosso primo – ela indica Elise com um movimento da cabeça quando diz “nós”. – Dante Maximoff, ele nos ajudou muito lá em Asgard.

– Como eu não me lembro de você? – Howard fita o garoto, tentando forçar a memória para ver se consegue filtrar alguma lembrança do garoto pálido.

– Talvez porque você não me viu – Dante responde-lhe num tom neutro. – Faz parte da minha mutação.

– Você é que nem a Mulher-Invisível?

– Tá mais pra Gasparzinho, né Dan? – Elise brinca, arrancando um breve sorriso dos lábios do primo. – A mutação dele é...

– Bizarra – Dante chuta.

– ... Interessante – a outra Maximoff completa sua frase num tom de repreensão. – Dante pode se transformar num fantasma.

Todos ficam quietos quando Elise releva a incomum mutação do primo. De fato, é muito estranho conhecer alguém que pode se transformar num... Fantasma.

Será que ele já realizou o sonho coletivo de todo homem? Espiar o vestiário feminino das agentes do terceiro andar?

– Senhores? – Nick Fury calmamente se levanta de seu lugar na grande mesa e pede a atenção de todos, fazendo os ruídos de conversas paralelas dentro da sala cessarem. Assim que todos pegam os seus lugares na enorme mesa, seis monitores detrás de Nick Fury acendem, revelando a imagem dos diretores que votaram contra nós na permissão dei irmos atrás dos nossos pais em Asgard. Xingo-os silenciosamente de todas as palavras pejorativas inventadas pelo homem, fazendo questão de fuzilá-los com os olhos por um longo tempo e ignorar o fato de Rachel e Frank serem telepatas. Em menos de dois minutos, tanto os heróis quanto nós esperamos sentados e silenciosamente que Fury prossiga com seu aviso. – Inicialmente, gostaria de agradecer a todos por virem para participar dessa reunião para discutir assuntos que precisam ser resolvidos. – o espião aponta para algumas fichas que estão nas mãos do agente Coulson, que as passa para serem analisadas pelo diretor da SHIELD. – Uma das principais perguntas é: os Vingadores voltarão à ativa?

Thor, Capitão América, Viúva Negra, Hulk, Gavião Arqueiro, Homem de Ferro e Homem-Aranha se entreolham, não precisando nem mesmo trocar uma palavra sequer para responder:

– Enquanto houver mal, haverá Vingadores – Steve Rogers define o raciocínio de maneira simples e direta. – A Terra precisa de nós – ele olha para os outros heróis fora da equipe. – De todos nós.

– Se eu não o conhecesse bem, Steve, diria que está nos convidando pra entrar para “Os Vingadores” – a Feiticeira Escarlate fita meu pai com seus olhos claros, semelhantes aos de Elise, estudando-o de maneira discreta.

– É exatamente o que estou fazendo, Wanda – a concordância do Capitão América pegou alguns de surpresa; outros apenas se limitam a esperar Steve acabar de falar. – Todos os heróis estão convidados a participar da nossa equipe.

Murmúrios e mais murmúrios tomam conta da Sala de Reuniões, evidenciando a indecisão dos heróis quanto ao convite para ingressar no grupo que salvou inúmeras vezes a humanidade.

– Será que eles estão se referindo a nós também? – Erika sussurra para mim.

Não sabendo ao certo a resposta, limito-me a dar de ombros. Troco olhares com alguns dos meus amigos logo em seguida, sentindo-me aliviado por não somente Erika ou eu estarmos confusos, mas também o resto.

– Nós dois aceitamos, Steve – o Dr. Strange segura as mãos da amada Feiticeira Escarlate, lançando um olhar determinado ao Capitão América. – Pode contar com a nossa ajuda.

– Comigo também – Mercúrio se manifesta do seu lugar perto da irmã e de Steve Coulson.

– E comigo – a heroína Miss Marvel também aceita.

– Steve, nós agradecemos o convite, mas preferimos permanecer do jeito que estamos – Reed Richards responde em nome do Quarteto Fantástico. – Mas seria um prazer fazer uma aliança entre nossas equipes.

– O recado será passado aos que ficaram no Instituto e, se desejarem, terão total consentimento e apoio para participar da equipe – o Professor X assegura. – Logan? Lorna? Vocês já tem alguma opinião formada?

– Eu vou permanecer no Instituto – Wolverine diz com seu tom carrancudo.

– Eu gostaria de me juntar aos Vingadores – Polaris admite seu desejo, fazendo Charles Xavier incentivá-la com um movimento com a cabeça.

Depois desta, a sala voltou a cair no desconfortável silêncio. Nenhum de nós, os filhos, abriu a boca pra falar algo a respeito, apenas esperamos pacientemente que os mais velhos prossigam.

– Acho que já temos a nossa equipe completa, então – Tony Stark toma a iniciativa de continuar com a conversa, voltando seus olhos para Fury. – Mais uma coisinha, nós estivemos pensando... E achamos melhor transferirmos a base de operações dos Vingadores para outro lugar.

– Como assim, Sr. Stark? – um dos diretores do monitor questiona o pai de Howard, franzindo o cenho já muito marcado com suas linhas de expressão. – Está insinuando que querem se separar da SHIELD?

– Não estamos insinuando... É isso o que queremos – Bruce Banner esclarece, ajeitando seus óculos com toda a calma do mundo. – Nossos planos são de mudar a base de operações para a Torre Stark.

– Posso perguntar o que levou vocês a quererem isso? – a única diretora da agência inquire com evidente insatisfação.

– Assim como o Quarteto Fantástico e os X-Men, nós somos uma equipe de heróis, e eu não vejo o exato motivo de a SHIELD continuar a manter uma equipe própria se todos nós estamos aqui para proteger a Terra.

– Mas como vamos saber se todos vocês continuarão a proteger não só o nosso país, mas todo o planeta? Já lidamos com alguns heróis que trocaram de lado e certamente não gostaríamos de ter um Vingador contra nós.

– Então mesmo nós temos salvado Nova York pelo menos cinquenta vezes e ficarmos presos por vinte anos para protegermos não só Asgard, mas também a Terra de ser atacada não são provas suficientes de que não somos uma ameaça? – Natasha Romanoff rebate a acusação, tão indignada quanto os outros colegas de equipe.

– Eles têm razão. – Coulson mostra que está do lado dos Vingadores, desafiando a própria diretoria. – Não cabe a nós querer controlá-los. Esse não é o nosso trabalho.

– Eu apoio o agente Coulson, senhores. – Nick Fury também enfrenta os seis diretores da SHIELD, observando-os sem receio algum. – Nossa função, segundo o acordo estabelecido com o Secretário de Defesa, é de proteger os cidadãos americanos de tudo e todos aqueles que os ameaçarem. – o diretor caolho fica de mãos atadas. – Os Vingadores não apresentam qualquer ameaça, na verdade, eles estão aqui para facilitar o nosso trabalho.

Os seis resmungam entre si, provavelmente tentando achar algum argumento forte o suficiente para rebater as alegações de Fury. Porém, depois de longos minutos debatendo questões inúteis, os diretores se calam, admitindo sua derrota com o silêncio.

– Podemos dizer então que temos Os Vingadores como aliados? – Nick Fury pergunta ao Capitão América, que, sorrindo de leve, assente.

– Próximo assunto? – a voz do Gavião Arqueiro enfim é ouvida.

Tanto Nick Fury, quanto o agente Coulson engolem seco antes de falar.

– As crianças.

Sendo o alvo de todos os olhares da sala, posso ver e sentir eu e meus colegas com os nervos à flor da pele, não sabendo o que falar ou fazer diante dos olhares apreensivos dos nossos pais.

– O que tem as crianças? – um dos diretores pergunta, já irritado.

– “O que tem as crianças?” – Nick Fury repete a pergunta com descrença. – Elas foram uma parte fundamental para a vitória na batalha em Asgard. – sutilmente, ele pousa seu único olho em Elise, que cora de leve com o excesso de atenção. – Não acham que...

– Nem termine de sugerir isso, Nick. – a proposta do espião é cortada por um dos diretores, o careca com cara de mal. – Isso está completamente fora de questão!

– De que eles possam ajudar a nos defender? – o diretor desafia ordem, voltando seus olhos para os heróis, que não abrem a boca, esperando que Fury complete o raciocínio. – Todos eles provaram que são tão capazes de lidar com uma ameaça quanto qualquer um de nós.

– Está dizendo para deixarmos nossos filhos brigarem com esses malucos que nós enfrentamos todos os dias? – a primeira a se manifestar é Wanda Maximoff. Com um olhar apreensivo em cima da filha, a vingadora morde os lábios, incerta. – E-eu não acho que seja uma boa ideia.

– Por que não, irmã? – Mercúrio questiona a gêmea.

– É, por que não? – Johnny Storm repete a pergunta feita, dando de ombros. – Eles lutaram muito bem, saberiam se virar com lunáticos como o Dr. Octopus ou o Caveira Vermelha.

– Acho que entendo a preocupação de Wanda. – Sue Storm, a Mulher Invisível, fala. – Alguns deles são muito jovens para decidir assumir ou não uma responsabilidade tão grande que é a de defender a humanidade.

– Não acho que isso seja um empecilho – a Viúva Negra rebate. – Muitos de nós também tomamos essa decisão quando ainda éramos muito jovens. Eu e o Homem-Aranha somos exemplos.

Peter Parker, ouvindo seu nome ser pronunciado de maneira repentina, se limita a sorrir desconfortavelmente para os colegas.

– Mas também era necessário... É como meu tio Ben dizia “Grandes poderes trazem grandes responsabilidades”.

– E não acha que essa frase também se refere a eles? – o agente Coulson joga essa pergunta não somente ao Homem-Aranha, mas a todos da sala.

– Por que não deixam que os guris decidam? – Wolverine propôs impaciente. – Não importa se vocês concordam ou não, são eles que têm que decidir se querem se envolver.

– Logan está certo – Charles Xavier tenta fazer os heróis entrarem num acordo. – Por que não dizem o que acham de tudo isso?

– Até parece que você, a Rachel e o Frank já não sabem – Deadpool comenta ironicamente, levando um olhar repreensivo de Tempestade e Wolverine.

Os heróis presentes na sala, juntamente com os seis diretores e agentes da SHIELD, Ward, Skye, May, Fitz, Simmons e os Coulson aguardam pacientemente alguma resposta nossa. Já que ninguém abre o bico, decido tomar a iniciativa.

– Acho que... Todos nós mostramos que somos capazes de lidarmos com malucos, psicopatas e alienígenas malucos e psicopatas que matam por diversão. Quero dizer, nós sobrevivemos.

– E não só isso – Mayday continua minha linha de raciocínio. – Não sei por que, mas nunca me senti tão viva enquanto lutava em Asgard, como se eu finalmente tivesse achado o meu lugar.

– Antes de toda a guerra e nos envolvermos aqui com a SHIELD – é a vez de Howard falar. – Pelo menos no meu caso e no de Erika e Mayday, nós sempre nos sentíamos deslocados e vazios, como se estivéssemos vivendo a vida errada, não tendo um verdadeiro propósito.

– Todos passaram por experiências ruins, isso não se pode negar – Erika prossegue. – Mas, pensando em tudo agora, eu vejo que valeu a pena – e sorri para o pai, Thor, que a observa sem uma expressão completamente definida.

– Sim – Elise Strange concorda com um sorriso no rosto. – E, não sei vocês, mas eu sinto que ainda posso dar muito mais de mim.

– Também me sinto assim – Banner confirma sua força de vontade.

– Ainda tem bastante gente pra surrar – Barton completa a ideia de Thomas.

Dante, Kayla, Rachel e Frank, ao contrário de nós, não se manifestam, apenas observam as reações dos nossos pais para com o nosso discurso.

– Se é isso mesmo o que querem, que seja – os diretores parecem ainda mais revoltados com a nossa decisão. Vendo a cara de ódio da mulher do monitor, eu diria que ela poderia comer a minha cara de raiva se estivesse presente fisicamente na sala. – Mas exigimos que sejam afiliados da SHIELD.

– Não podemos permitir que saiam pelas ruas de Nova York sem um devido monitoramento, pelo menos não por enquanto – um outro diretor ressalta.

– Mas, se for assim, não podemos ingressar nos Vingadores – Howard aponta um fator importante. Com a separação dos Vingadores da SHIELD, seria completamente contraditório se fizéssemos parte da equipe dos nossos pais e cumpríssemos a exigência da agência.

– E quem disse que vocês precisam estar nos Vingadores para serem heróis? – Nick Fury questiona, erguendo as sobrancelhas como um convite para refletirmos. – Vocês podem ter um grupo próprio aliado dos Vingadores.

– Que terá a SHIELD como base e comandante – os diretores chatos fazem questão de ressaltar.

Uma nova equipe? Uma equipe composta somente pelos filhos dos Vingadores? Será que essa ideia dará mesmo certo?

– E que nome adotaríamos? Os melhores já foram pegos – o comentário de Luke faz Nick Fury soltar um breve riso.

– Não precisa ser tão original assim, agente Barton – Fury faz um gesto com as mãos que abrange todos nós. – Vocês são filhos dos Vingadores, a nova geração dos super-heróis mais poderosos da Terra, por que não se intitulam “Vingadores do Amanhã”?

– É uma boa ideia – Erika concorda. – Mas não é muito longo?

– É só fazer uma sigla – Franklin finalmente abre o bico. – Algo que se refira ao nome original.

– Tipo... A-Next? – Mayday sugere num tom de dúvida.

Franzo o cenho.

– “A-Next”?

– Sei lá... Uma abreviação de Next Avengers... – a ruiva fala devagar, analisando as próprias palavras que saíam de seus lábios. – Mas se não gostaram, foi só uma sugestão.

– Não, Mayday, essa foi brilhante! – Howard elogia a proposta. – A-Next é um nome muito bom.

– Eu também achei – o estranhamente calado Luke Barton concorda. – Dá um impacto – e dá uma piscadela para Mayday, que sorri e mostra a língua em resposta.

– Pelo menos não é algo brega como “Liga da Justiça”.

– Pai, esse é o nome de um título de quadrinhos sobre super-heróis – Howard faz uma observação ao comentário do pai, provavelmente se referindo à equipe que tem um cara com a cueca pra fora da calça como líder.

– Não deixa de ser clichê.

– Acho que já podemos então verificar quem está disposto a participar do “A-Next”, não? – Coulson tenta fazer com que a discussão continue a ser produtiva. – Se concordam com os termos estabelecidos pela SHIELD, é claro.

– Eu estou dentro – digo de imediato, ainda não acreditando no que está acontecendo. – É como o Barton disse “ainda tem muita gente pra surrar”.

Minha justificativa acaba abrindo uma deixa para Luke e Thomas também falarem o que pensam.

– Mesmo não concordando 100% com essa política da SHIELD, não posso deixar o Rogers apanhar sozinho.

– E eu viro um monstro que destrói tudo o que vê pela frente, acho que surrar pessoas se encaixa no meu currículo.

– Podem me incluir na equipe – Howard também não perde tempo em se alistar.

– Nós também – Mayday e Erika logo se afiliam ao nosso time.

– Eu também quero fazer parte – a filha de dos dois dos grandes maiores feiticeiros do mundo, Elise Strange, é a próxima.

Para a minha surpresa, o próximo a colocar seu nome na nossa lista imaginária de candidatos é o primo de Elise, Dante.

– Acho que talvez nós possamos mesmo fazer alguma diferença lá fora... Eu aceito.

– Bem, como eu já compartilhei praticamente uma vida ao lado de James, Thomas e Luke, deixando-os sempre na mão nos treinos, nada mais justo que provar que sou capaz de ser algo a mais que um peso morto – Franklin Richards brinca conosco, fazendo-me sorrir. – Podem me incluir nessa loucura – após Frank, nem Kayla ou Rachel se manifestam.

Vendo que todos nós aguardamos alguma resposta das duas, Kayla decide abrir a boca.

– Eu me recuso a ser um rato de laboratório da SHIELD, ninguém vai ficar me monitorando e me dizendo o que fazer. – ela confessa num tom agressivo, fitando as próprias mãos cerradas com um evidente ódio em seus olhos castanhos – Nunca mais... – sussurra enquanto respira fundo.

Engolindo seco, Rachel tenta apaziguar o clima tenso deixado pela amiga.

– Não que eu tenha algo contra a SHIELD ou com qualquer um de vocês... Mas eu acabei de perder os meus pais, ainda estou confusa e não me sinto confortável em tomar uma decisão tão importante como essa agora – ela abaixa a cabeça. – Me desculpem, mas preciso pensar um pouco mais sobre o assunto.

Novamente a sala mergulhou no silêncio desconfortável e irritante.

– Bem, acho que então já temos a equipe formada – Fury limpa a garganta enquanto volta a debater com os diretores. – O A-Next pode ficar com a antiga Sala de Reuniões dos Vingadores, onde tanto vocês quanto nós da base de Nova York podemos nos comunicar facilmente com qualquer membro. Está bom para os senhores?

A diretoria, mesmo com seus membros ainda carrancudos, parece mostrar um pouco de satisfação.

– Eles serão sua responsabilidade também, Fury. Controle bem a sua equipe – a mulher inconveniente o alerta antes de interromper a conexão juntamente com os outros cinco membros da diretoria principal da SHIELD.

– Essa reunião está oficialmente encerrada – Nick Fury termina o longo e cansativo debate, dispensando os presentes com uma saudação com a cabeça.

[x]

– Todo isso é agora oficialmente nosso! – Howard comemora nossa vitória no conselho enquanto namora o laboratório do nosso novo Quartel General.

– Vai com calma, Einstein, senão vai acabar quebrando algo – Luke se joga no sofá, acomodando-se preguiçosamente no acolchoado mole.

– ... Ainda vamos ter que fazer umas mudanças, já que os uniformes vão embora junto com alguns dos arquivos da sala um para a Torre Stark – Erika e Mayday terminam o tour pela base com Dante, Elise e Frank enquanto discutem animadamente sobre possíveis alterações no lugar.

– Galera, a gente não tá se esquecendo de alguma coisa muito importante, não? – Thomas nos pergunta, esperando uma resposta aparentemente óbvia de alguém, coisa que não aconteceu. – Deixa eu dar uma dica pra vocês: Hulk, Homem de Ferro, Feiticeira Escarlate, Homem-Aranha, Viúva Negra, Sr. Fantástico...

– O quê? Você já tá com saudade de todo mundo? – Luke questiona Banner, tão confuso quanto eu. – Tem um telefone aqui, é só ligar.

Banner revira os olhos.

– Todos eles têm um alter ego, um codinome, do que quiserem chamar – Franklin explica o que Thomas quis dizer.

Se a gente for mesmo agir como os nossos pais, não seria melhor ter um desses também?

– Bem pensado, Banner – eu me ajeito na cadeira da mesa de reuniões. – Alguém aí já tem alguma ideia?

Eu já posso até ouvir os grilos em meio a tanto silêncio.

– É muita pressão – Mayday reclama, sentando-se ao lado de Luke. – E se eu escolher um nome muito idiota?

– Mayday, você é uma versão feminina do seu pai – Howard comenta com puro tédio. – É só fazer o mesmo com seu nome.

– E ficaria como? Mulher-Aranha? – a ruiva volta a questionar. – Já não tinha uma super-heroína com esse nome?

– Sim, mas não com Garota-Aranha – Howard corrige o raciocínio de Mayday.

– “Garota-Aranha”? Hum... Até que não é má ideia – ela repete várias vezes o nome sugerido por Howard, avaliando a sonoridade do mesmo. – É, gostei.

– Menos um, faltam oito – bufo.

– Acho que já sei qual nome adotar – Erika ergue o dedo. – Torunn.

– Torunn? – Elise repete, confusa.

– Quando eu recuperei a minha espada, Torden, da caverna de Grendel, ele me disse que o único que poderia tirá-la de lá era um descendente de Thor, o chamado “Torunn”.

– Boa associação – Dante a elogia, fazendo Erika corar nas bochechas. – Mais alguém?

Alguns segundos se arrastam até Banner pigarrear.

– Acabei de achar um bom – sua empolgação faz tanto eu quanto Luke soltarmos um riso malicioso, sendo logo em seguida repreendidos com olhares severos de Erika e Mayday. Thomas prossegue. – Pensei em manter o nome do meu pai, “Hulk”, mas mesclando com rei, dando a entender “Hulk, the king”.

– Ok, Banner, compartilhe sua grande criação – eu o incentivo, querendo saber o que a mente mirabolante de Thomas havia bolado.

– Digam olá para o “Hulking”.

Sem conseguirmos segurar, Luke e eu caímos na gargalhada.

– Rapaz, a gente deveria fazer um concurso de quem escolhe o nome mais tosco – Luke sugere entre risos. – Mas desse jeito, Banner, você já levou o ouro.

– Não dê ouvidos aos dois, Tommy – Franklin o aconselha. – E acho que também já tive uma ideia para o meu nome. Como todos os meus poderes estão principalmente ligados à mente, pensei em “Psi-Lord”.

– Também não achei nem um pouco tosco – Elise diz com sinceridade.

Quando me dou conta, somente eu e Luke continuamos a rir. Meio envergonhado, eu me ajeito na cadeira novamente.

– Er... Ok, já matamos quatro.

– Cinco – Dante corrige, desaparecendo de repente e só voltando a ser visível enquanto flutua no ar, segurando algumas correntes em suas mãos pálidas. – Acho que não tem muito que inventar com a minha mutação, então acho que “Ghost” é a melhor opção.

Vamos, James, pensa... Todos já estão bolando um nome, por que você ainda não tem nada em mente?

– E você, Barton, como vai se chamar? – Banner chama Luke num tom provocativo. – “Cabeça de Pardal”? Não, pera, acho que “Homem-Pena” é mais a sua cara.

Erguendo uma das sobrancelhas, Luke se levanta do sofá, transformando-se em uma enorme sombra e avançando para onde a sombra de Banner está projetada no chão. Empurrando-a fortemente para trás, Barton faz Thomas se desequilibrar e cair de costas no chão. Voltando à sua forma original, Luke aponta o arco já carregado para a testa de Banner.

– Acho que “Caça-Hulk” cairia bem, não acha? – tendo a sua vingança, Luke se afasta, permitindo que Thomas se levante. Barton olha para as próprias mãos, avaliando a luva negra que as cobrem. – Talvez... Arqueiro Negro...?

– Ainda prefiro Homem-Pena – Thomas resmunga enquanto toma o lugar ao meu lado.

– Howl, você pensou em alguma coisa? – Mayday pergunta ao Einstein, que parece irrequieto em seu lugar.

– Talvez. Pensei em associar meu nome com uma palavra que se refere a uma armadura.

– Por que não Garoto de Ferro?

– Porque eu me sentiria estúpido com esse nome – não sei por que, mas Howard parece acariciar a própria nuca. – E se fosse algo menor, como... Armor.

– Ainda é melhor que o do Banner

– Cala a boca, Barton.

Faltam apenas eu e Elise agora.

Pensa, James, pensa.... Quem são seus pais?

Viúva Negra. Ok... Acho que não há possibilidade alguma de eu fazer algo como Thomas e tentar criar um derivado pra mim com o nome da minha mãe... Não tenho absolutamente nada a ver com o projeto “Viúva Negra” e muito menos com a KGB.

Capitão América. Menos mal... Quero dizer, se eu utilizar algo relacionado à “América” como “Patriota”, além de plágio do nome de uma das ex-armaduras do Homem de Ferro, não há exatamente um contexto lógico para eu ser um patriota. A época do patriotismo exagerado já passou, agora tenho que pensar em algo novo.

Mas tem o “Capitão”, que é apenas o nome de uma posição no exército. Até que não seria uma má ideia pegar algo relacionado ao exército... Soldado? Nah, muito estúpido. Tem que ser algo que, assim como Capitão, lembre poder, liderança, experiência...

– Sargento – solto sem querer, atraindo a atenção dos meus colegas para mim.

– O que disse, James? – Erika me pergunta com interesse.

– Er, não sei, estava pensando em “Sargento”.

– Sargento... Não é ruim – ela me diz o que acha após repetir a minha sugestão. – Combina com você.

Sorrio.

– Você acha?

– Acho sim.

– Então Sargento ao seu dispor.

– Ok, chega – Luke corta a minha conversa com Erika, fazendo uma das suas muitas caras de nojo. – Ainda falta Elise.

– Eu juro que estou tentando... Mas não vem nada! – Elise tenta se justificar pela demora. – Mayday tem razão, é muita pressão pra pensar em algo bom!

– Claro que não, Elise – Dante tenta acalmar a prima. – Vamos pensar em conjunto então... Como ambos os seus pais são feiticeiros assim como você, vamos nos focar mais na sua mãe: a Feiticeira Escarlate. O que você sabe sobre ela?

– Que ela não fez parte do Harry Potter – Elise brinca, tentando ficar mais relaxada – Ela é irmã gêmea do seu pai, Mercúrio, hã... É filha do Magneto e Magda, mas foi criada por pais adotivos, dois ciganos, os Maximoff e...

– Para – Dante interrompe Elise, que toma um susto na maneira bruta como o primo pede – Ciganos... Ciganos... Eles são conhecidos por se associarem com o sobrenatural, não? Lerem as mãos, adivinhar o futuro e essas coisas.

– Sim... Eu acho.

– Um nome cigano... – Dante resmunga, olhando para todos os lados. Luke, Thomas e eu nos entreolhamos sem entender absolutamente do que está acontecendo. Aonde ele quer chegar? O Maximoff continua a percorrer todo o ambiente com seus olhos vorazes, até que os mesmos descansar no rosto de Elise, que se mantém imóvel enquanto Dante se aproxima cada vez mais de onde ela se encontra – Seus olhos, Elise.

– O que têm eles? – a Strange inquire, confusa e... Diria que até com receio.

– A cor deles, é de um verde semelhante ao de uma esmeralda.

Assim que ele diz a palavra “esmeralda”, os olhos de Elise brilham ainda mais.

– Dante, você é um gênio!

– Eu acho que me perdi – Howard admite seu nó mental.

– Eu também – Mayday o acompanha.

Na verdade, acho que mais ninguém além dos dois entendeu.

– Meu autor favorito é Victor Hugo, e uma das principais obras dele é “O Corcunda de Notre Dame”. Na história há uma cigana com o nome Esmeralda, uma das minhas personagens favoritas – ela balança a cabeça de leve enquanto um sorriso de descrença se forma em seus lábios. – Não acredito que me esqueci dela. Obrigada pela ajuda, Dan.

– Disponha – Dante responde ao mesmo tempo em que dá de ombros.

– Espera, vamos recapitular os nomes – Erika sugere, apontando inicialmente para si. – Eu sou Torunn, Luke é o Arqueiro Negro, Mayday a Garota-Aranha, Thomas o Hulking, James o Sargento, Howard o Armor, Franklin o Psi-Lord, Dante o Ghost e Elise é Esmeralda. Estou certa?

Todos nós concordamos, trocando olhares ansiosos sem parar.

– Acho que A-Next está oficialmente formada.

E foi assim que a equipe dos Vingadores do Amanhã, ou mais conhecida como A-Next, foi criada.

Cada um de nós tem uma história diferente, mas todas acabaram nos unindo como um time, onde um é responsável pelo outro enquanto ajudamos nossos pais a defender a Terra contra as mais diversas ameaças.

Então não importa se você é um ladrão, psicopata, mago das trevas, mutante, alienígena ou até mesmo um deus.

Se você ameaçar o nosso lar, prepare-se, pois irá experimentar a fúria dos heróis mais poderosos da Terra.


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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então é isso, meus lindos leitores, tirando o extra da surpresa que eu prometi, este é o tão esperado por uns e abominados por outros de MNA.Obrigada a todos que leram, acompanharam, comentaram, favoritaram, recomendaram, gritaram e me xingaram ao longo desse percurso hahahah eu amo cada um de vocês e sou eternamente grata por ter leitores tão incríveis e carinhosos ♥ ♥ ♥Nem preciso comentar o quanto eu meu sentia insegura quando eu postei essa fic, pois como a maioria aqui sabe, eu amo muito a Marvel e não queria fazer besteira. E acreditem ou não, os comentários de cada um me ajudaram MUITO a melhorar o que não estava muito bom e a desenvolver o que já estava ótimo. Obrigada mais uma vez por isso ♥ Então é isso meus amores, acho que nunca vou conseguir dizer como eu amei escrever essa história e ver que ela teve uma boa aceitação com bastante leitores e reviews, espero não ter decepcionado ninguém :xSe alguém quiser deixar algum recadinho final aqui, fique a vontade, eu vou ter com o maior prazer de ler ^^, mas, se quiser dizer tchau na Surpresa, tbm não tem problema, mas eu acho que vocês não vão querer falar de despedidas com toda a trama que eu vou enfiar lá hahaha, vocês vão provavelmente me xingar, isso sim.Um grande beijo da autora mais feliz do mundo, Lady Deadpool