Marvels New Avengers - Next Generation escrita por Joke


Capítulo 62
Capítulo 60


Notas iniciais do capítulo

Hola, muchachos!

Penúltimo capítulo da fic! Quem ai está ansioso para o final + surpresa? o/

Nos vemos nas notas finais, tenho muito a relatar ^^

boa leitura :*



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Capítulo 60 - Howard Stark

Tenho certeza de que nem Isaac Newton ou Albert Einstein passaram por um momento tão constrangedor quanto o que eu passei com o reencontro dos meus pais.

Após ter me feito parar em pelo menos três bares diferentes durante o nosso caminho de volta para casa, Tony Stark, enfim, termina seu último copo de coragem líquida: tequila.

– Eu tenho que admitir que senti muito a sua falta – ele confidencia seus mais intensos sentimentos para o restinho da bebida, chacoalhando-a sem parar antes de ingeri-la por completo.

Reviro os olhos, tentando ao máximo não julgá-lo. O coitado ficou por mais de dezessete anos preso num casulo metálico, vivendo em estado vegetativo e sem ter qualquer contato com comida e bebida.

Mas ele tem que matar a saudade dos seus drinques antes de rever a minha mãe? Se continuar bebendo do jeito que está, meu pai nem ao menos vai reconhecê-la.

– Pai? Não acha que já bebeu o bastante? – questiono-lhe, esperando que ele mesmo encontre a razão.

– Para alguém que ficou dezessete anos dormindo? Não – Tony me responde, me desapontando, mas, pelo menos, ele larga o copo. – Está quente aqui, não?

Ergo uma sobrancelha.

– Estamos em pleno inverno.

Tony solta uma bufada de desdém.

– Até parece – ele segue para fora sem o casaco. Não tento impedi-lo, apenas o observo dar alguns passos para fora e tomar um susto com o vento gelado, uma iguaria aqui em Nova York. Tremendo, Tony Stark retorna para dentro do estabelecimento. – Alguém ta exagerando no ar condicionado.

Reviro os olhos, levantando-me e tentando manter-me sob controle. Enquanto meu pai cambaleia de um lado para o outro, provavelmente tonto demais para conseguir ficar com os pés fixos no chão, permito que ele se apoie em mim.

O que há de errado comigo? Por que raios eu deixei ele se embebedar antes de ir falar com a minha mãe?!

– Não, me solta, Edmundo, eu quero outra rodada! Por que não vai brincar com o leão lá e me deixa em paz? – Tony tenta se equilibrar sem a minha ajuda, mas acaba caindo de cara no chão. – Eu to legal – ele me garante, erguendo o polegar.

Howard, você foi para Asgard e deixou seu cérebro lá.

[x]

– Aqui estamos – o taxista me informa de que chegamos ao nosso destino: a Torre Stark. Olho para o meu pai, e percebo que o seu momento de “bêbado como se fosse pela primeira vez” está mais ameno quando o vejo ressonar.

– Pai? – eu o cutuco com cautela, todavia, ele acorda sobressaltado, quase batendo a cabeça no teto do taxi. Tony me encara com impaciência. – Chegamos.

– Aonde? Num novo planeta?

– Não, em casa.

Assim que falo a palavra “casa”, Tony Stark arregala os olhos, como se o substantivo contivessem uma enorme carga elétrica.

– Tem certeza? – ele inquire num tom nervoso.

– Absoluta.

– Será que não podemos visitar outro lugar antes? Você não queria visitar a Toys R Us? Ou Nárnia?

– Vocês vão sair ou não? – o impaciente taxista nos dá um ultimato. Com uma enorme dor de cabeça, eu pago o motorista chato e puxo meu pai para fora do carro.

Assim que meu pai fixa seus olhos no enorme prédio azulado, seu rosto adquire uma cor pálida e, de imediato, ele dá meia volta e vai na direção oposta da entrada, lutando contra o frio e seus passos ainda um pouco tortos e bambos.

– O que está acontecendo?! – arquejo enquanto corro para perto dele, agarrando um dos seus braços e o girando para me encarar. – Por que está agindo desse jeito? Não quer ver a mamãe? Não quer ficar perto dela novamente?

O Homem de Ferro me encara com impaciência, bufando sem parar enquanto esfrega as mãos.

– Você não entende, Howard, apenas, deixe-me pensar...

– No quê? Se você quer ou não voltar pra casa? – tento compreender o que se passa na mente de Tony Stark.

– Não!

– Então qual o seu medo?

– De não ser mais importante! – Tony finalmente me responde, encarando-me com certa raiva por tê-lo feito admitir seu medo em voz alta. – Pepper foi uma das únicas coisas na vida que eu sei que valeu a pena lutar... O que eu vou dizer? Qual vai ser a desculpa por ter sumido por quase vinte anos? Eu já pisei muito na bola com ela antes de você nascer, Howard, e não acho que ela vá me perdoar dessa vez.

Meu pai cede, deixando seu corpo esmorecer e sentando-se na calçada fria. Mordendo meus lábios sem parar, eu me junto a ele no chão, observando o movimento dos carros que passam rapidamente pelas agitadas ruas da cidade. Os olhos de Tony Stark estão inquietos, ele parece estar vidrado numa corrente de pensamentos viciosos e nocivos, corroendo-o por dentro de maneira lenta e silenciosa.

Eu tenho que tirá-lo dessa situação.

– Você não pode pensar desse jeito – calculo o que devo falar, tentando evitar alguma parte desmotivadora. – Acredite ou não, ela ainda ama você.

Tony solta um riso de desdém.

– Aposto que deveria estar pensando em mim quando arranjou um namorado.

– Quem disse que ela já teve algum outro homem além de você? – minha pergunta prende a atenção de Tony Stark. – Durante todos esses anos, eu jamais vi alguém se aproximar dela como um pretendente...

– Isso é um absurdo. Pepper é maravilhosa, qualquer homem seria sortudo por tê-la.

– ... Porque ela não quis – novamente meu comentário desperta sua curiosidade. – Minha mãe sempre deixou bem claro que nunca quis ter um outro relacionamento. Quando eu era pequeno, nós dois costumávamos assar marshmallows na lareira da sala, e, um dia, eu perguntei sobre o porquê de eu não ter um pai. A resposta dela... Eu tenho que admitir que não entendi na época o que ela quis dizer, mas agora eu compreendo. Ela disse: “Filho, eu sei que isso o confunde, mas saiba que não iria adiantar nada trazer qualquer homem pra casa e fingir que ele é seu pai. Já conversamos sobre o que aconteceu com o seu verdadeiro e único, ele foi fazer o que achava que era certo. Tony Stark era um homem incrível, e ninguém jamais conseguirá tomar o lugar dele, tanto como marido, quanto pai.”

Surpreendendo-me por completo, lágrimas escorrem pelos olhos de Tony. Seu rosto está imerso em um paradoxo entre alegria e tristeza. Ainda sem saber o que fazer, eu continuo a falar.

– Não acho que você deva desistir dela tão fácil, pai, pois ela nunca desistiu de você – eu me ponho em pé, erguendo uma das mãos na direção de Tony Stark. – Você voltou, e é isso que importa.

Ele me dá um meio sorriso antes de aceitar a minha ajuda.

– Onde você aprendeu a fazer esses discursos? Com o Capitão Cortina? – nós dois rimos e, no fim, nos abraçamos. – Obrigado por também não desistir de mim, filho.

– Sou um Stark, desistir não faz parte do meu vocabulário.

[x]

Chegamos à Torre Stark no meio de um toró maldito que começou do nada. Mesmo Tony e eu estando apenas do outro lado da calçada, acabamos nos molhando bastante e quase escorregamos nas poças d’água que fazemos no grande saguão.

Corro para a secretaria, Mary, uma mulher de meia idade, gordinha, com cabelos grisalhos enrolados num coque alto, e perguntei rapidamente.

– Mary, pode falar para a minha mãe que eu preciso vê-la? É de extrema urgência.

– Lamento, Sr. Stark, mas a Sra. Stark está no meio de uma reunião.

– Então pode deixar que eu mesmo anuncio – meu pai intervém, dando uma piscadela para a mulher. – Você está ótima hoje, Mary.

– Ora, obrigada, Sr. Stark – ela cora, envergonhada. – Mas a Sra. Stark insistiu para não ser incomodada.

– Bem, tenho certeza de que eu não sou um incômodo – ele se dirige ao elevador principal. – Venha, Howl.

Os dezoito andares demoram pelo menos um século para acabarem. A música de fundo também não ajuda nem um pouco Tony a controlar seus nervos.

– A primeira coisa que farei quando voltar à ativa é mandar incinerar a caixa de som daqui e demitir o compositor dessa droga.

– É Mozart, pai.

– Não ligo.

Limito-me a soltar um leve sorriso antes de prosseguir pelo enorme corredor do andar de reuniões da Torre. Mesmo estando a alguns metros da porta principal, eu já posso escutar as vozes dos acionistas.

– É sempre um prazer revê-la, Sra. Stark.

– Obrigada, Sr. Gatsby, sinto-me da mesma maneira – sinto um arrepio na coluna ao ouvir a voz da minha mãe. – o senhor está com uma aparência ótima!

Faz tanto tempo... Como será que ela está?

– Sra. Stark, há algum motivo em especial para o Sr. Stark não vir na reunião de hoje?

Um enorme silêncio toma conta da sala por pelo menos um minuto.

– Eu não compreendi a pergunta – Pepper está num tom claramente ofendido. – Está tentando zombar de mim, Sr. Gold?

E, fazendo jus ao próprio nome, Tony Stark adentra na sala no momento perfeito.

– Desculpem-me pelo atraso, mas o trânsito não estava dos melhores com essa chuva – mesmo apenas espionando a cena pela fresta da porta, eu consigo ver o queixo da minha mãe cair. Ver o meu pai entrar na sala deixou Pepper Potts completamente muda. – Eu trouxe meu filho comigo para ensiná-lo um pouco mais sobre os negócios da família, não é mesmo, Howard?

Imediatamente endireito minha postura e decido assumir o papel que meu pai me jogou. Com um sorriso no rosto, cumprimento silenciosamente os acionistas. A minha presença deixa a minha mãe ainda mais estupefata, e, sem aviso prévio, desmaia.

– Sra. Stark?!

– Pepper!

Meu pai vai auxiliá-la, ajeitando o corpo mole da esposa rente ao seu peito enquanto me dá uma ordem silenciosa apenas com um olhar.

– Hã, acho que é melhor partirem, senhores. Por favor, nos desculpem, mas a Sra. Stark não está em condições para discutir sobre assuntos da empresa – eu dispenso o pessoal rapidamente, assegurando para os mais preocupados de que a minha mãe ficará bem, que é apenas um problema de pressão baixa.

– Vamos, Howard, me ajude a levá-la para a cobertura – meu pai me chama, e eu imediatamente o auxilio, chamando o elevador enquanto Tony encara Pepper em seus braços com uma preocupação misturada com felicidade.

Duas horas se passaram quando eu decido levantar da cadeira.

– Vou buscar um copo d’água – comento sem entusiasmo algum. Meu pai não me encara, apenas continua a mirar o corpo inconsciente de mamãe. – Você quer?

– Pode ser – Tony responde com a mesma hiperatividade da pergunta.

Retiro-me do quartos dos meus pais e me dirijo à cozinha. Enquanto ando distraidamente, acabo sendo abordado pela voz de Jarvis.

– Senhor, deseja que eu chame um médico?

– Acho que não é preciso, Jarvis – dou um longo e prazeroso gole na água gelada. Deus, como eu estava sedento! – O problema dela não é físico, mas psicológico.

– Se o senhor diz.

– Jarvis? – chamo por meu mordomo virtual.

– Sim, Sr. Stark?

– Será que poderia me ajudar com uma coisinha?

– Claro, senhor. O que deseja?

Engolindo seco, eu levanto a parte de trás da minha camiseta, revelando ao scanner de Jarvis a parte metálica à mostra da minha armadura que, por motivos desconhecidos que temo, encolheu, transformando-se numa pasta prateada e se fundiu à minha coluna vertebral quando retornamos à Terra.

– O que é isso em mim?

– Aguarde um pouco, senhor, meus sensores ainda estão processando os dados – fico por alguns segundos numa pose desconfortável, a camiseta meio erguida e Jarvis mirando as minhas costas, até meu mordomo fazer um sinal para que eu relaxe.

– E então?

– Meus dados indicam que o que está inserido em sua coluna vertebral, senhor, é um organismo simbiótico composto por Uru, um metal raro e mágico do reino de Asgard...

– Espera aí – eu peço, assustando-me conforme processo as informações. – Organismo Simbiótico? Está dizendo que essa coisa está viva?!

– Sim, senhor. Contudo, o mesmo não apresenta quaisquer características nocivas que possam prejudicá-lo.

– Sim, eu sei biologia – retruco. Simbiose é o nome dado a uma relação vantajosa entre dois ou mais organismos, onde todos são beneficiados. Porém, a relação entre os dois indivíduos é obrigatória, sendo que pelo menos um dos dois não pode viver sem o outro. – Mas o que ele está fazendo em mim? Se eu o retirar, o que acontece? Ambos morrem?

– O senhor é o hospedeiro e parte da relação simbiótica, então não deve estar fazendo algo prejudicial – Jarvis novamente retoma a ideia de o traje não apresentar perigo. – Eu teria que fazer uma pesquisa um pouco mais avançada para lhe dizer os detalhes, senhor, além de uma amostra física para análise.

– Faça isso, então – pensando em como eu e a armadura nos relacionamos na Guerra do Ragnarok, eu fecho os olhos e ordeno “me de uma amostra”. Obedientemente, um pequeno pedaço do Uru se desgruda da minha coluna e eu o entrego a Jarvis. – Faça com cautela, Jarvis, não quero que ninguém, nem mesmo meus pais, saiba disso.

– Não se preocupe, senhor, tudo será executado em completo sigilo.

– Obrigado.

– A propósito, senhor, sua mãe está acordada.

Sentindo uma enorme felicidade tomar conta de mim, eu corro de volta ao quarto. Todavia, a imagem de Tony e Pepper conversando me faz frear na hora, escondendo-me atrás da porta a fim de ouvir a conversa.

– Foi isso o que aconteceu, Pepps, eu juro – a voz do meu pai é de pura dor. – Eu jamais iria abandonar você ou o Howard. Eu sei que estava com medo de ser pai, que agi como um idiota algumas vezes e que briguei com você sem necessidade. Eu tive uma infância tão traumática que eu não queria que nosso filho passasse por algo parecido...

Minha mãe silencia o discurso do meu pai pousando seu dedo indicador sobre seus lábios.

– Tony... – ela sussurra o nome do meu pai, que beija sua mão e encosta a palma contra o rosto. – Não precisa se explicar tanto, eu acredito em você. Eu conheço você, Tony Stark, e sei que você pode ter quaisquer defeitos, mas covardia e frieza não estão na lista – escuto alguns soluços vindos de Pepper, o que me indica de que ela está chorando. – Estou feliz por você estar de volta. Eu me senti sozinha durante tanto tempo...

– Então vou me esforçar pra lhe dar o dobro de amor e afeto que você merece, eu amo você, Pepps.

– Eu também amo você.

E os dois se beijam, mas, graças ao filho acéfalo que acaba se desequilibrando e batendo a cabeça na porta, logo se separam para colocar seus olhos em mim.

– Howard... – o tom do meu pai é de puro desagrado.

– Howard! – enquanto o da minha mãe é de exaltação enquanto abre ambos os baços. – Que alívio ver você inteiro!

Corando, eu vou para os braços da minha mãe, que me abraça fortemente contra si. Eu teria aproveitado mais o momento se a lembrança de que a minha coluna está com uma protuberância anormal não tivesse me assombrado. Por sorte, mamãe apenas me enforcou de amor, engravatando minha nuca com seus braços e puxando minha cabeça para si.

Rapidamente, eu me solto de sua demonstração de afeto similar a de um urso para admirar por alguns instantes o sorriso que eu jamais havia visto Pepper esboçar. É lindo, vivo e sincero, um verdadeiro sorriso que vai muito além do que ela mascarava diariamente.

É o sorriso de se sentir completa.

Provavelmente, igual ao sorriso que eu próprio estou exibindo agora.


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Notas finais do capítulo

Pois é meus lindos, apenas mais um capítulo antes do grande adeus...

Mas enquanto a hora não chega, eis algumas coisas que eu queria compartilhar com vcs:

1- Muuuuuuuuuuuuuuuuitos leitores ficam me pedindo diariamente para eu criar um Tumblr ou um Twitter, mas eu nunca atendi ao pedido de ninguém. Para não ser a Encantor da história, eu decidi criar um Twitter, que é: https://twitter.com/Spideyguuurl
Não sei exatamente o porquê de vcs quererem tanto que eu criasse essa budega, todavia, desejo realizado (tumblr ainda vou ficar devendo, pq eu realmente não tenho tempo de sobra pra gerenciá-lo)

2 - COMPREI MEU INGRESSO PRA Thor: The Dark World. E adivinhem quem será minha ilustre acompanhante?

My dear Lady Winchester.

Psé, nós nos conhecemos e vamos chorar juntas na semana que vem *w*

E vc já tem seu ingresso??

3 - Mudei de nome... De novo :3

Não, eu não mudei de herói favorito. O Spidey sempre terá um lugar especial no meu coração ♥.

Mas eu tbm amo mto o Deadpool, então meio que quis variar, sacam?

4 - Estou aceitando recomendações de fics da Marvel e DC, que eu pretendo ler nas férias.

AVISOS (LEIA SE ESTIVER COGITANDO EM ENVIAR ALGUMA SUGESTÃO)

! - Sou uma leitora chata pra caramba. Exijo um português legível (não precisa ser impecável, mas também me recuso a ler fics que não sabem a diferença entre "mais" e "mas" e marcar pontuação pra eu poder respirar no meio do parágrafo)

! - Por favor, não me mande nada com roteiros clichês. O que seria clichê? Bem... Filhos dos Vingadores, é.

! - Não leio fic interativa.

! - Não leio fic que distorce completamente a personalidade dos personagens

É isso meus lindos, um grande beijo