Marvels New Avengers - Next Generation escrita por Joke


Capítulo 58
Capítulo 56


Notas iniciais do capítulo

Enjoy queridos ^^



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Capítulo 56 – Luke Barton

Depois de alguns momentos após Nick Fury ter ativado o portal, eu percebo que algo errado ocorre. Sinto um enorme puxão para baixo quando meu corpo tenta ir para a Terra, como se os braços fortes e firmes da gravidade me fixassem no solo asgardiano.

Sem quaisquer condições de lutar contra tais forças, eu acabo sucumbindo a uma escuridão que me consome e me atrai para o lado contrário para onde meus amigos e família estão indo.

Perco os sentidos por poucos segundos antes de ouvir uma familiar voz me chamar.

- Luke? Consegue me ouvir? – a voz calma de Geirahod me chama e eu imediatamente sinto o pânico tomar conta de mim.

Não!

Abro meus olhos e logo me deparo com a infantil face de Geirahod me encarando. Assustado, desvio meus olhos de seu rosto a fim de tentar achar alguma esperança. Mas é uma tentativa vã. Reconheço com facilidade a escura e macabra Sala do Trono de Hela, que está sentada no mesmo lugar em que nos encontramos pela primeira vez.

- O que está acontecendo?! – inquiro, irado, a deusa dos mortos. – Achei que tínhamos um acordo! Por que raios estou de volta?!

Hela não expressa nenhuma reação de imediato, apenas me estuda com seus olhos mortos.

- Fiquei muito satisfeita com o seu desempenho ao longo da luta, Luke. – ela começa com uma voz calma, porém firme. – Além de me trazer a sua parte do acordo e me trazer a alma de Encantor como bônus, não morreu pela segunda vez, o que foi realmente surpreendente.

- Mas...? – tento fazê-la ir diretamente ao ponto.

A deusa suspira.

- Por mais que eu queira ajudá-lo, Luke, não posso mandá-lo de volta à Terra.

Permaneço em silêncio por um longo tempo, pasmo com o que acabo de ouvir. Hela está mesmo falando sério ou apenas está me testando? Olho rapidamente para Geirahod e os outros presentes no salão. Tirando o fato de que estão mortos, nenhum rosto expressa alguma malícia ou divertimento, apenas encaram ou a mim, ou a Hela.

Cerro meus punhos, tentando controlar a raiva que vem à tona.

Céus! Agora sei como Thomas se sente num momento de estresse.

- Está me dizendo que, mesmo eu cumprindo minha parte do acordo, você não vai permitir que eu vá para junto das pessoas que eu amo?! Eu servi você! Entreguei a minha alma e, agora vai me prender aqui para sempre?!– arquejo, deixando a calma de lado e querendo ter uma bomba nuclear para mandar tudo aos ares. – Achei que você fosse tudo, Hela, menos trapaceira, exatamente como o seu pai.

Meu atrevimento faz a deusa dos mortos se erguer de sua cadeira e me encarar com um olhar gélido e ameaçador. Imediatamente alguns de seus guardas-zumbis vêm para perto de mim com suas armas estudando minha respiração. Não sendo estúpido, pois mesmo morto, não sei se ainda consigo me ferrar ainda mais, permaneço imóvel.

- Fique certo de que sou uma mulher de palavra, Luke Barton, e não tolero ser insultada injustamente! – ela faz um gesto com a mão e os guardas abaixam as armas, contudo, não saem de onde estão. Continuam plantados no chão e me secando fervorosamente. – A Terra e Asgard contêm fluxos de energia diferentes. Enquanto estiver aqui na terra dos deuses, eu poderei facilmente mantê-lo vivo, todavia, na Terra, meu poder é reduzido, ou seja, há um preço bem alto a ser pago.

No momento em que estou prestes a responder, as portas centrais se abrem, revelando as figuras de figuras de Eldred, Loki e Encantor. Os três estão acorrentados e com pesados grilhões nos pés, que se arrastam pesadamente sobre o solo negro. Assim que os vê, Hela sorri, esboçando sua satisfação.

- Pai, irmão, meretriz. – ela cumprimenta com um forte tom de desprezo. – Espero que tenham gostado das suas acomodações.

Loki e Amora fazem uma careta em resposta à Hela, contudo, Eldred se limita a olhar para mim com seus olhos sádicos. Aparentemente, mesmo estando em pior estado, ele se diverte com o fato de eu também estar no mundo dos mortos.

Ranjo os dentes, desejando matá-lo mais uma vez.

- Vai se arrepender por isso, Hela. – Loki a ameaça entre dentes, fuzilando-a com seus olhos loucos e raivosos. – Vou fazê-la se arrepender amargamente por tal insolência.

- Cale a boca. – a deusa dos mortos ordena secamente a Loki, que apenas rosna ainda mais. Com um movimento rápido, Hela vai para perto do pai e o envolve, juntamente com Encantor e Eldred, com seu manto negro, fazendo o local ser preenchido com o som de milhares gritos horrendos de dor que me fazem sentir um arrepio super desagradável na espinha. – Espero que escutem se acostumem com isso, pois em breve, estarão se juntando ao coral. – Movendo novamente a capa, a deusa faz Loki desaparecer em meio aos seus gritos de agonia.

- Vá para o Inferno! – Encantor rosna.

Hela, não gostando da atitude hostil de Amora, a ergue do chão pelo pescoço, deixando que seus pés, pesados devido às correntes, facilitem o trabalho de agonizá-la e torturá-la.

- Jamais se dirija assim novamente a mim, vagabunda, você está em meu reino agora e seguirá as minhas regras! Bem vinda ao seu inferno. – após estalar os dedos, Encantor é consumida por chamas que brotam de repente do chão, consumindo seu corpo em questão de segundos. Hela se limita a sorrir enquanto observa a feiticeira asgardiana gritar. Assim que o show acaba, a deusa se dirige a Eldred. – E agora? O que eu faço com você? – Hela volta seus olhos para mim e logo posso ver suas intenções. – Luke? O que você sugere?

Agora é a minha vez de sorrir. Dirijo-me rapidamente para perto de Hela e Eldred. A primeira me encara com um olhar maléfico enquanto o segundo se limita a estudar meus movimentos. Quando estou perto o bastante, Eldred e eu nos encaramos. Tento ler seus pensamentos por meio de sua expressão sádica, mas ele é fingido demais, conseguindo bloquear a minha interpretação.

- Eu o faria reviver pelo resto da eternidade a morte. – sugiro, deixando que um meio sorriso tome conta de meus lábios. – E fazer a dor aumentar cada vez mais.

Para a minha surpresa, Eldred solta uma imensa e sincera gargalhada, fazendo Hela e eu nos entreolharmos com dúvida.

Será que a morte havia mexido com a cabeça dele?

- Do quê está rindo, palhaço? – eu inquiro num tom agressivo.

- Ah, Luke, acha mesmo que está tudo acabado? – Eldred me questiona retoricamente, abrindo um sorriso ainda maior quando meu sorriso some. – Acha que os seus amigos estão seguros?

Enraivecido com as ameaças de Eldred, eu vou para cima dele e dou-lhe um soco bem no nariz, quebrando-o com facilidade. Minha força é tanta que o filho de Loki acaba caindo no chão, contudo, esse continua a rir e parece ignorar por completo a dor.

- Posso estar fora de campo por hora, Luke, mas pode ter certeza de que seus amigos jamais estarão seguros.

- O quê você fez?! – eu arquejo, irado, enquanto dou uma bica em seu estômago. Eldred se retrai rapidamente, mas seu sorriso de psicopata permanece.

- Vão todos morrer! – ele começa a gargalhar novamente. – Olhe pelo lado positivo da coisa, você não ficará mais sozinho aqui.

- Seu verme nojento! – ergo seu corpo do chão e o jogo contra uma das colunas que sustentam o lugar. Com meu punho fortemente cerrado, recomeço a socá-lo sem qualquer dó ou piedade. – Você já arruinou a minha vida, não vai arruinar a vida de mais ninguém!

Mesmo com o rosto todo ensanguentado e inchado, Eldred ainda tem a ousadia de exibir seus dentes manchados de vermelho novamente.

- E quem disse que serei eu? – sua voz sai fraca, mas ainda sinto um arrepio na coluna ao ver que seus olhos zombam de mim. – Eu vou adorar ver a sua namoradinha ruiva sofrer tanto quanto eu estou fazendo você agora.

Sinto meus joelhos tremerem só de pensar em algum aliado desse maníaco tocando em Mayday.

- Se encostarem um dedo nela...

- Vai fazer o quê? Me matar de novo? Não há nada que você possa fazer, Luke, irá apenas ficar quietinho aqui, observando seus amigos e família morrerem aos poucos. Cada um deles irá sofrer tanto que desejarão terem morrido junto com você na guerra em Asgard. Seu mundo entrará num caos incontrolável e a própria raça humana irá se destruir para sempre!

Sem forças devido à minha raiva crescente, eu acabo caindo de joelhos no chão, tentando controlar o caminhão de emoções que vem à tona pra cima de mim.

- Basta com suas asneiras, irmão, acho que já deu o horário do seu toque de recolher. – novamente estalando os dedos, Hela faz Eldred ser consumido por mãos mortas que o arrastam para o interior do chão. – Luke? Você está bem?

- Eu tenho que voltar. – digo-lhe prontamente, encarando a deusa com desespero. – Não posso ficar aqui e vê-los sofrer...

- Mas, Luke, você está morto. Não acha que já teve sofrimento suficiente na vida toda? Não deseja enfim descasar? Em Valhalla você terá toda a paz e conforto juntamente com todos os heróis que morreram na guerra.

Não preciso nem mesmo refletir sobre as palavras de Hela.

- Posso até ser mandado para Valhalla, mas jamais terei um descanso tranquilo sabendo que todas as pessoas que eu amo estão em perigo. – novamente a imagem do meu pai e dos meus amigos, especialmente Mayday, invadem meus pensamentos. – Tenho que protegê-los, não posso permitir que eles morram do mesmo jeito que eu morri. Por favor, Hela, você disse que há um jeito...

- Com um enorme preço.

-... Que eu estou disposto a pagar.

A deusa asgardiana dos mortos me estuda por um longo tempo. Meus olhos caem sobre os de Geirahod, que acena negativamente com a cabeça para a minha atitude. Obviamente eu vou me ferrar... E muito.

- Se é isso o que você quer... Quem sou eu para contestá-lo? – Hela me envolve com seu manto negro, fazendo a Sala do Trono desaparecer por completo, deixando apenas a escuridão como nossa única companhia. – Como eu já disse, não tenho poder suficiente para mantê-lo na Terra vivo como o mantenho em Asgard. Você voltará para casa como um morto internamente, ou seja, terá sua aparência normal por fora, mas não precisará mais comer ou dormir. Também não terá mais batimentos cardíacos ou quaisquer sinais vitais de uma pessoa normal. – e com um rápido movimento, ela introduz sua mão em meu peito e arranca meu coração e algumas das minhas sensações como as de calor, frio e dor. – Você sempre se sentirá vazio.

- Posso conviver com isso.

- Não disse que essa era a pior parte. – Hela agora pousa sua mão em minha cabeça e imediatamente sinto algo me preencher por dentro. – Você continuará sendo meu cavaleiro, Luke. Lutará pela justiça e punirá aqueles que merecem com os poderes que eu já lhe presenteei. E quando falo “punir”, eu quero dizer matá-los. Mesmo não querendo, você não terá escolha, pois, como eu disse, não tenho energia o suficiente para mantê-lo na Terra, então você terá que extrair a sua própria para continuar... “Vivo”. Assim como meu pai, eu sei o quão poderosa uma alma mortal pode ser, e esta será sua fonte de energia, Luke. Cada vez que matar alguém, você conseguirá manter sua energia por uma semana, duas no máximo, antes de se sentir vazio novamente. Está mesmo disposto a fazer isso?

Mesmo que matar seja contra os meus princípios (e os da maioria dos super-heróis), eu tenho que deixar minha mentalidade de lado para poder proteger àqueles que eu amo. Tento apenas me concentrar em Mayday enquanto pronuncio devagar.

- Sim, estou.

- Boa sorte, meu cavaleiro, espero não revê-lo tão cedo.

[x]

- Luke? Você está bem? – de repente, estou na Terra novamente. Olho para os lados e facilmente reconheço o salão dos Vingadores na base da SHIELD. Logo vejo James com seus pais, Steve Rogers e Natasha Romanoff, conversando com Thomas, Bruce Banner e Nick Fury sobre algo que não consigo ouvir na grande mesa redonda. – Luke?

Percebo que meu pai me chama somente quando este pousa uma das mãos em meu ombro. Eu me volto para ele e noto que está com uma expressão pensativa e um tanto preocupada em relação à mim.

- Desculpa, pai, estava meio perdido em pensamentos. – minto, lembrando-me imediatamente de fazer uma pergunta. – Onde estão os outros? Erika, Howard e Mayday?

O Gavião – Arqueiro franze o cenho.

- Eles foram com os pais para casa há quase uma hora, logo depois que abrimos a caixa dos Guardiões... Você não se lembra?

Pisco, perplexo.

- Para ser sincero, não... Poderia dizer o que aconteceu depois que abrimos a caixa? O quê tinha nela?

- Filho, você está se sentindo bem?

- Estou apenas muito cansado, pai. O quê tinha dentro da caixa?

Clint bufa.

- Os Guardiões apagaram qualquer memória do nosso desaparecimento de todos do planeta, exceto de algumas exceções que Nick Fury citou antes de deixar a caixa roubar as lembranças alheias.

- Então está me dizendo que será como se vocês nunca tivessem sumido?

Meu pai assente.

- Basicamente.

De repente, um pensamento vem à tona na minha cabeça.

- Pai? – eu chamo por Clint Barton num tom um tanto inquieto. – Posso fazer mais uma pergunta?

- Claro, Luke.

- Quem é a minha mãe?

Assim que cito a palavra “mãe”, o Gavião – Arqueiro enrijece a postura. Noto também que seus punhos se fecham levemente e ele controla a respiração, como se tentasse conter um ataque epilético.

- Podemos, por favor, não falar sobre isso?

-Somente o nome. – insisto.

- Não, Luke. – ele nega impacientemente.

- Mas...

- Sem “mas”, Luke, apenas deixe esse assunto de lado! – ele me corta num tom tão seco que eu me retraio. Ainda alterado com a minha pergunta, meu pai se levanta de repente. – Vou tomar um pouco de ar. – e vai para longe de mim.

Ao ver a atitude exagerada de Clint Barton, julgo que a mulher com quem ele havia se envolvido no passado não lhe traz boas lembranças, ou, talvez, ao contrário, lhe traz tantas lembranças boas que o deixam amargurado.

Por que tanto mistério? Por que ele reagiu daquela maneira quando citei a minha mãe? Qual a sua relutância em me falar como ela era, ou, quem sabe, apenas o seu nome? Será que está viva? Onde ela está agora?

Afinal, quem é ela?


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!

beijocas