Marvels New Avengers - Next Generation escrita por Joke


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aqui está a nossa narradora ~poxa gente, ninguém acertou~

Espero que gostem ^^

PS: Obrigada a diva Lari pela recomendação *o*, ainda estou surtando aqui.



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Capítulo 2 - May Parker (Mayday Parker)

 

— Acho que dessa vez estamos ferrados. – escuto meu amigo, Howard, dizer.

— E por que acha isso?

Howard suspira, seus olhos castanhos escuro fixos na porta da sala da diretora.

— Acho que a Sra. Hamel não ficou muito feliz com essa última pegadinha.

Eu rio.

— Aposto que ela deve estar com cauda de chocolate até dentro do sutiã. – ele me acompanha com uma risada um tanto tensa. Eu despenteio seus cabelos negros. – Vamos lá, Howl, sua engenhoca foi brilhante!

Ele olha para mim.

— Será que valeu a pena, May? Você pode ser expulsa do time de basquete e se a minha mãe mandar alguém vir me buscar mais uma vez aqui na sala da Srta. Luxy... – Howard estremece.

E infelizmente, Howard está certo.

Já é a quarta vez em que viemos parar aqui desde que o mês de Janeiro começou, e estamos no dia 8. Levamos diversas advertências de todos os professores por causa das nossas travessuras "fora do aceitável" e do nosso comportamento "não admissível para nossa idade" e blá blá blá. É mais do que óbvio que não somos muito bem falados por entre os professores e que nossas mães já estão bem nervosas com as nossas peças.

A questão é que nós simplesmente não conseguimos evitar infernizar a vida de um professor, especialmente da nossa professora de química, a Sra. Hamel, quando temos a oportunidade. É apenas uma questão de troca sabe? Eles nos enchem de lição de casa para matar a nossa vida social e nós retribuímos o favor.

Você deve estar falando agora “Nossa, May, quanta infantilidade para uma garota de 17 anos.”

Bem, se você tivesse a minha vida, tenho certeza que isso seria o seu afazer preferido.

Acho que você não está entendendo nada... Tudo bem, vou me explicar melhor. Ou pelo menos tentar, nunca fui boa em dar explicações.

Meu nome é May Parker, mas desde pequena as pessoas me chamam de Mayday.

Por quê?

Fiz a mesma pergunta à minha mãe, quando eu tinha 7 anos, e o que recebi em resposta foi:

“Você sempre se mete em cada coisa, que muitas vezes eu preciso chamar socorro para me ajudar a tirá-la das suas confusões.”

No começo, aquilo não fez sentido algum para mim, entretanto, com o passar do tempo, e com o aumento da engenhosidade e complexidade das encrencas, eu acabei entendendo o ponto da minha mãe.

— Srta. Parker, Sr. Stark. – escuto a voz da diretora, Emilia Luxy, nos convidar para dentro da sua sala.

Howard e eu nos entreolhamos e, logo depois, entramos juntos, nos acomodando nas duas cadeiras velhas da pequena sala da diretora.

A Srta. Luxy é uma mulher jovem, com talvez uns trinta anos de idade, mas posso dizer que já tem bastante experiência em lidar com jovens da nossa idade.

— Muito bem... – ela começa com seu tom autoritário. – Segundo o relato da Sra. Hamel, vocês dois cobriram ela com calda de chocolate e logo depois tiraram uma foto para postar no Facebook. – a Srta. Luxy arqueia a sobrancelha. – Isso é verdade?

Abaixamos a cabeça, no meu caso, para esconder um sorriso.

— Sim, senhora.

Posso escutar um suspiro vindo da diretora.

— May, Howard, tenho que admitir que esperava mais de vocês. – uma pausa para molhar os lábios carnudos. – Howard, você tem notas excelentes, é o primeiro da escola inteira e tenho certeza que tem uma família que lhe dá tudo o que quer. – Ela olha para mim. – May, você tem um grande talento como jogadora de basquete, já assisti ao seus jogos, e devo dizer que você tem futuro nisso. – agora Emilia Luxy fita nós dois. - Vocês tem grande potencial para fazer qualquer coisa, eu sei disso, entretanto, nesse momento, me desapontaram, e muito. – ela ergue as mãos, fazendo um sinal de que está com as mãos atadas. – Vou ter que suspender vocês.

Posso ver que os olhos de Howard se arregalam.

— Suspenso?!

— Isso mesmo, Sr. Stark, é a única maneira que talvez faça vocês perceberem que estão agindo de uma maneira equivocada. – ela puxa um formulário e o preenche rapidamente. - Suspensos pelo resto da semana de qualquer atividade escolar, isso inclui o seu treino de basquete, Srta. Parker – Howard e eu tentamos contra argumentar, mas somos silenciados pela diretora. – Estão dispensados das aulas de hoje, podem ir.

Eu automaticamente me levanto da cadeira e, vendo que Howard ainda está em estado de choque, eu o pego pela gola do casaco e o arrasto para fora da sala, batendo meus pés no chão com toda a força que eu consigo.

[x]

— Minha mãe vai me matar. – Howard repete pela milésima vez enquanto andamos sem um destino definido pelas ruas de Nova York. É bom arranjarmos um lugar, e rápido, é inverno e mesmo com dois agasalhos, posso sentir o frio acariciar minha pele, fazendo minha raiva aumentar. Odeio sentir frio. – Posso ir pra sua casa, hoje?

Eu chuto uma pedra e bufo em resposta.

— Vou encara isso como um sim.

— Minha mãe não vai estar em casa mesmo. – retruco. Ela deve estar em algum estúdio, gravando um comercial, ou participando de algum ensaio de fotos.

Sim, minha mãe é uma famosa atriz da Broadway, “Mary Jane Watson”, que sempre está envolvida com trabalhos relacionados à mídia e comunicação e, nas horas vagas, vem para casa e reclama das minhas confusões ou de algum namorado vagabundo que terminou com ela.

O lado bom dessa situação é que o tempo livre dela anda cada vez menos existente, e sinceramente, eu não ligo de ficar sozinha, sempre me virei melhor por conta própria do que com alguém pegando no meu pé, dizendo-me o que tenho que fazer.

Chegamos ao meu apartamento meia hora depois, é um lugar pequeno em que minha mãe mora desde que se casou com meu pai, mas ainda é o único lugar que posso chamar de “lar”. Howard já estava começando a ficar com as bochechas coradas quando passamos pela porta.

Largamos os casacos no sofá e sentamos no chão, ligando a TV para assistir a um programa qualquer.

— Quer um chocolate quente? – pergunto a ele, que mesmo vestido com um suéter e calças de moletom, parece estar congelando.

— S-se não for muito trabalho pra você.

Reviro os olhos enquanto me levantou para aquecer a água.

— Cala a boca, Howard, sabe que não gosto quando fala muito educadamente.

Embora Howard e eu nos conhecêssemos por uma vida (isso dá mais ou menos uns treze anos de longa convivência), ele sempre fez questão de mostrar os bons modos (acho que a mãe dele tem uma grande influência nesse hábito), ao contrario de mim, que o trato como se fosse meu irmão mais novo, pregando peças ou então o xingando quando faz uma coisa errada.

Eu o trato assim porque fomos criados juntos, eu, ele e Erika Foster, uma outra amiga nossa, mas isso não vem ao caso agora. A questão é que eu sempre trato as pessoas que eu tenho mais afinidade de um jeito meio amor e ódio. Não, eu não sei explicar o porquê, apenas sou assim e acabou. Nenhum deles nunca reclamou do meu jeito, então, não pretendo mudar.

— Hey, Mayday? – Howl me chama. – Acabei de receber uma mensagem da Erika, ela está perguntando onde estamos.

Quando vejo que a água já está fervendo, pego os saquinhos do chocolate instantâneo juntamente com três xícaras e alguns mini marshmallows na dispensa.

— Diga a ela para vir aqui, tem uma xícara de chocolate esperando.

— Ok. – ele digita rapidamente em seu IPhone. – Ela disse que já está vindo.

Vou ao seu encontro e lhe entrego a xícara com a bebida quente.

— Cuidado para não derrubar nas calças de novo.

Ele ri sarcasticamente.

— Foi você quem derrubou chocolate em mim da última vez.

— Você continuou com as calças molhadas.

Ficamos em silêncio, trocando de canal sem ter algo em mente, apenas vendo as imagens sem qualquer interesse no conteúdo.

Depois de alguns minutos de pura chatice, a campainha soa.

— Eu atendo. – Howard se oferece, levantando-se para atender a porta para uma menina de longos cabelos castanhos claros e olhos azuis cor céu. Esta carrega consigo um saquinho de rosquinhas – Você está atrasada.

Nossa amiga, o terceiro elo da nossa “gangue”, Erika, o abraça.

— Sim, eu sei, mas pelo menos trouxe a sua de baunilha, Howard.

Ele ri enquanto arranca das mãos de Erika o saco, procurando pela desejada rosquinha.

— Junte-se ao nosso entretenimento de primeira linha. – eu mexo a cabeça na direção da TV. – Seu chocolate frio a aguarda.

Erika sorri para mim enquanto se livra do casaco para pegar o chocolate quente.

Agora estávamos aqui, os três, um grudado no outro, curtindo esse momento juntos.

— Por que eu vi a Sra. Hamel coberta de chocolate hoje? – Erika pergunta quando beberica o chocolate quente.

Howard e eu nos entreolhamos.

— Hã... Acredite, é uma longa história. – eu respondo apenas.

Erika bufa.

— Desse jeito vocês vão acabar sendo expulsos.

— E quem disse que eu ligo?

Howard ergue uma sobrancelha.

— Eu ligo. E minha mãe também.

Solto um risinho.

— A Sra. Stark liga? Sua mãe nem para em casa.

Howard me encara por alguns instantes.

— Não precisa jogar isso na cara.

— Não foi uma ofensa.

— Parem vocês dois. – Erika dá um basta. – Olhe, Mayday, não é sua mãe na TV? – e aponta para a mulher com os mesmos cabelos ruivos que os meus. Ela desfila com um lindo vestido prateado e um homem de tiracolo, sorrindo para ele com aquele olhar bobo nos olhos.

De novo não.

— Acho melhor mudarmos de canal. – Howard sugere, tentando pegar o controle da minha mão, mas eu o puxo para perto do peito.

— Não. – e aumento o volume.

“Isso mesmo, telespectador, parece que alguém conseguiu roubar novamente o coração da atriz Mary Jane Watson... Os dois pombinhos já foram vistos juntos diversas vezes às escondidas e agora parecem que estão finalmente oficializando o novo relacionamento!”

Desligo a TV, já podendo sentir a ira tomar conta de mim. Será que eu não tenho um só momento de paz?

— May? – Erika me chama.

Eu me levanto brutamente e corro para fora do apartamento, batendo a porta com toda a força que consigo depositar no braço.

“Precisa se acalmar, May.”

Dane-se a calma, não acredito que ela fez isso comigo de novo!

Dirijo-me ao telhado do prédio, o lugar para onde eu sempre vou quando minha mãe traz os namorados para casa. Sem me importar com a neve, eu saio no frio e começo a chutar a água congelada para tudo quanto é lado, tentando aliviar minha raiva. Sempre fui sensível com esses assuntos de “namorados da minha mãe”, jamais nenhum prestou, uns eram galinhas, outros eram interesseiros e outros, argh! Eram verdadeiros cafajestes.

Não, minha mãe não poderia estar namorando de novo! Será que ela não aprende nunca?

Tudo bem, sei que ela se sente sozinha e tudo mais e sei que o meu pai sumiu antes mesmo de saber que a minha mãe estava grávida, mas mesmo assim... Pra quê agir dessa maneira? Se entregar a qualquer homem que a cantasse na rua. Para trazê-lo para a MINHA casa e sabe-se lá quantos dias eles ficam juntos antes de terminarem e ela vir chorar para mim e me prometer que nunca mais namoraria novamente.

Ela havia me prometido há uma semana que não se envolveria mais, e agora acabo de ver uma nova notícia, um novo namorado.

— Onde você está?! – eu grito para o vento, para o gelo, para a neve, na expectativa de que meu pai me escute, onde quer que ele esteja. – Por que você foi embora?! – berro, sentindo algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

— May! – Howard e Erika vêm ao meu encontro de braços abertos, mas eu me afasto, ainda brava demais com tudo o que está acontecendo.

— Não! Fiquem longe de mim! - eu vou para mais longe da porta, impedindo um Howard sem casaco de seguir em frente.

Mas isso não deteve Erika, não, ela saiu na neve com apenas uma blusa de manga curta. O vento gelado não parece afetar a sua determinação de chegar até mim.

— Por Favor, May, não fique assim! – ela pede. – Poderia ser algo pior.

— Você só fala isso porque tem uma família! Tem um pai e uma mãe juntos! Não sabe como é ter um babaca por semana na sua casa!

Erika bufa.

— E daí? Acha que é fácil ter a minha vida?

— Bem mais fácil do que ter a minha, com uma mãe que sai escondido para transar com um cara que eu nem conheço! - berro com raiva. – Estou cansada de ter esses palermas no meu apartamento!

Erika se afasta, obviamente ressentida com o que eu lhe havia dito, entretanto, Howard ainda tenta me acalmar.

— Não precisa ser assim, May, todos nós temos problemas!

— Cale a boca, você não tem do que reclamar.

— Mentira! Só por que tenho dinheiro, não quer dizer que eu não tenha problemas!- ele grita de volta. – Olhe para minha mãe, sempre trabalhando, sempre sendo escrava da companhia. Sou um segundo plano para ela! “Agora não posso falar, Howard, tenho que ir para a empresa.”. – Howard suspira. – Eu nunca saí uma vez sequer com a minha mãe como você sai com a sua.

Olho para os dois com raiva, mas eu sei que estou errada em agir com tanta brutalidade com os dois, meus amigos que sempre estão do meu lado.

— Desculpe-me. – peço. – É que eu simplesmente não sei se vou aguentar ver minha mãe chorar mais uma vez por causa de um otário que brincou com os sentimentos dela.

Os dois, tanto Erika quanto Howard, se aproximam de mim e me abraçam.

— Você não está sozinha, Mayday, estamos aqui com você. – Erika sussurra. – Vamos ficar do seu lado, não importa o que aconteça.

Eu continuo a chorar no ombro deles.

— Vocês prometem?

— Claro, Mayday, claro. – Howard dá sua palavra, posso sentir que ele treme quase tanto quanto eu. – Podemos entrar agora?

Solto um riso abafado.

— Podemos sim, calças molhadas.

Howard revira os olhos.

— Foi você que jogou o chocolate!

— Claro que sim... – e nos dirigimos para dentro do prédio novamente, para dentro da casa onde o calor nos aqueceu rapidamente enquanto nos servíamos com mais chocolate quente.

Estou mais tranquila com a situação que terei que enfrentar quando minha mãe chegar, pois sei que enquanto eu tiver Erika e Howard ao meu lado, eu não estarei sozinha.

 


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram da May? Tentei ser fiel ao personagem dos gibis... Espero não ter feito burrada.

Alguém chuta quem será o próximo narrador?