Marvels New Avengers - Next Generation escrita por Joke


Capítulo 15
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Ok, acho que esse foi o capítulo mais longo que eu já escrevi em toda a minha vida. Ele é bem complexo e cheio de informações, espero que ninguém fique perdido XD

Avisando que eu tive que modificar a história original de todos os vingadores para que pudesse se encaixar na história, então não esperem ver todos os fatos verídicos, mas, se alguém quiser saber, é só falar comigo, que eu conto :)

Tenham uma boa leitura



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Capítulo 13 - Luke Barton





Desde que o Nick afeminado, que mais tarde descobrimos ser uma mulher azul chamada Mística, desapareceu como um truque de mágica bem na nossa frente, as coisas começaram a voltar a rotina.



Fury voltou a ser o Fury, Banner havia adotado a paz interior e o James... Bem, ele continua alto.


Caminhamos devagar, dessa vez sem fazer um tour giratório grátis pelo setor das armas. Não, ao invés disso, Nick Fury e Maria Hill nos levam ao elevador, um lugar com o espaço bem apertado para que nós oito ficássemos confortáveis. Ou seja, é cotovelo do Rogers nas minhas costas, o cabelo da ruiva entrando na minha boca toda hora e o mais estranho, desconfortável e um tanto vergonhoso, Banner bufando no meu cangote.

– Por favor, me diz que você não guarda os arquivos secretos no elevador. – eu imploro rispidamente enquanto olho para trás a fim de encarar Banner com um olhar furioso. – Será que dá pra parar de ficar respirando na minha nuca?!

Não sei exatamente o que se passou na cabeça de cada um que está no elevador, mas pelo sorriso maroto na cara de todos, posso deduzir ser algo em comum... E ruim.

– Melhor você tomar uma distância segura do Barton, Banner. – James comenta entre os risos. – Acho que sua respiração está excitante.

Como estamos esmagados um contra o outro, meu soco nas bolas de Rogers não teve toda a força que eu queria transmitir, mas foi o bastante para fazê-lo se curvar para frente.

– Se excite com isso. – resmungo enquanto dou um longo suspiro.

– E você reclama do Thomas bufando na sua nuca?! – a ruiva briga comigo.

Reviro meus olhos.

– A gente já chegou?

– Positivo. – Hill me responde enquanto todos saímos apressadamente do cubículo metálico.

Deixei que Banner passasse na minha frente antes de prosseguirmos.

O lugar onde nos encontramos é desconhecido para mim. Jamais estive nesse andar em toda a minha vida... Para falar a verdade, eu nem sabia de sua existência.

Prosseguimos por um longo corredor (pra variar) até pararmos em frente a uma porta metálica com um “V” gigantesco em seu centro.

– “V” de quê? – a ruiva solta a pergunta que está na cabeça de todos nós.

Fury dá um sorriso maroto antes de responder enquanto digita um código de acesso.

– “V” de Vingadores, Srta. Parker.

E a porta de metal se abre, revelando-nos uma imensa sala. Devagar, cada um de nós entramos enquanto nossos olhos percorrem a sala com fascinação.

Como descrever algo tão... Único? O local é dividido em cinco partes, todas são salas alheias que desembocam na central, onde nos encontramos agora.

James, Thomas e eu trocamos rápidos olhares enquanto caminhamos, observando o local com atenção. No centro há um enorme telão defronte a uma mesa circular com várias cadeiras em volta. A cor que predomina é de longe o vermelho, todos os assentos, o grande tapete que cobre quase toda a extensão da sala e alguns cantos das paredes sustentam a coloração carmim.

Assim que me aproximo da mesa central, percebo que esta está coberta por uma grossa camada de poeira, assim como as cadeiras e até mesmo o telão.

Howard olha com atenção para as portas laterais do salão.

– O que há em cada uma? – ele indaga a Fury, que está parado, estudando os nossos movimentos.

– Por que não entra e descobre? – Nick gesticula com a mão em direção à porta. – Não estão trancadas.

Mais do que depressa, Howard, James, May, Thomas e eu corremos para a primeira porta e a abrimos com uma brutalidade desnecessária, mas isso pouco importa, afinal, estamos finalmente descobrindo a verdade.

Essa primeira sala é lotada de papéis, todos delicadamente guardados em arquivos transparente. Chego perto de um dos móveis e vejo a foto de uma mulher que usa a mesma roupa apertada que todos os nossos agentes femininos da SHIELD, a única coisa que a diferencia das demais é a sua beleza incomum. De longos cabelos castanhos avermelhados, seus lábios são vermelhos e carnudos, dando um destaque a seu rosto de porcelana. Mas o que me desviou a atenção foram seus olhos claros, exatamente iguais aos de...

– James? – eu sussurro, virando-me discretamente para encarar meu parceiro de surras. Ele está parado a alguns metros de onde estou, observando outro arquivo. Estreito meu olhar e observo bem as suas feições, tentando fazer uma comparação com as da mulher da foto. Não são muito parecidos. Apenas os olhos, estes são exatamente iguais.

Volto meu olhar novamente para o arquivo em busca de mais informações, e logo acho o que estou procurando.

Natasha Romanoff é o seu nome, mas sustenta a identidade de Viúva Negra.

– Olha só pra isso! – escuto Howard exclamar da sala vizinha a onde estou, com admiração.

Deixo James com os arquivos e sigo para a próxima sala, dando de cara com uma espécie de laboratório. Este está lotado de vários equipamentos, tanto químicos quanto armas de fogo e até mesmo nuclear. Ando sem saber ao certo para que essas tralhas prestam, ao mesmo tempo que vejo Howard analisar um dispositivo com fascinação. Aproximo-me de sua posição e percebo que não é um dispositivo qualquer, mas sim um braço mecânico e inacabado.

– O que raios é isso? – pergunto.

– Um braço. – Howard responde dando de ombros.

Franzo minha testa com descrença.

– Diga algo que eu não saiba.

Howard não perde seu tempo para me encarar.

– Então reformule melhor a sua pergunta.

Sem ter saco para entrar no joguinho dele, saio da sala bufando e me dirijo para a porta seguinte, relevando-me uma cozinha. Vou para a geladeira e a abro. Está vazia.

Dirijo-me para fora e sigo para a outra, revelando-me um enorme centro de treinamento. Seu interior é ocupado por um ringue de boxe e vários sacos de pancadas juntamente com alvos espalhados por todos os lados. Até mesmo uma enorme parede de escalada está inclusa no pacote.

Ando mais um pouco pela sala, e ergo meu arco, apontando-o para o alvo mais escondido no canto superior esquerdo e logo atiro, acertando-o em cheio.

– Bela mira, Barton. – Thomas me cumprimenta do ringue. – Agora que tal um corpo a corpo rápido?

– Fica pra próxima, Banner. – respondo, automaticamente saio da sala e me dirijo para a última.

E de longe essa foi uma das minhas favoritas.

Há diversas cápsulas transparentes espalhadas pelos cantos para que o centro ficasse livre, e todas estão protegendo vários... Uniformes?

Aproximo-me da primeira fileira e observo as famosas vestimentas pretas, que mais parecem malhas apertadas, da SHIELD. A primeira é obviamente um modelo feminino devido ao decote um tanto exagerado e ao tamanho do corte da cintura, este sustenta uma espécie de cinto de utilidades todo revestido com explosivos e equipamentos que eu jamais vi aqui na agência. Já o modelo ao seu lado é masculino e é bem parecido com o uniforme que estou trajando agora. Este também não tem mangas e sustenta um pesado colete de balas, botas de um soldado militar e colado ao seus pés está....

O meu arco.

Quero dizer, não exatamente o meu arco, mas como se fosse um irmão gêmeo. A mesma estrutura de adamantium, o mesmo grau da curvatura, a mesma corda de liga de aço e titanium... Isso só pode significar uma coisa.

Esse é o uniforme do meu pai.

O barulho do eco dos passos de alguém me tira dos meus pensamentos. Olho para trás e vejo May olhando para outro uniforme. Vou a seu encontro.

As vestes que a ruiva observa é algo totalmente diferente das que vi antes. Esta parece muito mais apertada do que as outras, mas também bem mais flexível, ostenta as cores vermelha e azul e todo o uniforme parece estar coberto por uma espécie de imitação de uma teia de aranha.

– Gostou desse, ruiva?

May solta um riso baixo.

– Achei o mais alegre.

– Combina com você.

Ela olha para mim, fixando seus olhos castanhos brilhantes em meu rosto.

– Por acaso não está me imaginando nesse uniforme, está, agente Barton?

Sinto meu rosto pegar fogo.

– Não... Claro que não.

May começa a rir da minha cara.

– Você deveria relaxar mais, Luke. Eu estava brincando.

Coço a nuca desconfortavelmente.

– Relaxar... Brincando... Claro.

– Barton? May? – James nos chama. – Fury está chamando todos nós de volta pra sala principal.

– Já estamos indo. – respondo enquanto aponto para a saída. – Depois de você.

May faz um aceno cortês antes de sair. Eu logo a sigo, deparando-me com os outros ainda discutindo entre si sobre o que viram, exceto Erika, que está sentada na mesa central com cara de preocupação.

– Qual o problema, senhorita? – pergunto a ela num tom brincalhão. – O que tanto a aflige?

Erika me esboça um sorriso.

– Eu não deveria estar aqui, Luke. – e solta um longo suspiro. – Isso não faz parte da minha vida.

– Será mesmo, Erika?

Não recebo nada em resposta.

– Muito bem, se já acabaram de explorar tudo... – Nick Fury começa, enquanto observa Hill ligar a parte elétrica do telão. – Podem pegar seus lugares na mesa.

Mais que depressa todos nós nos sentamos e ficamos em silêncio, apenas olhando para cada movimento de Fury. Quando finalmente o enorme monitor voltou a funcionar, Hill acessa um arquivo e digita um código, desbloqueando-o.

– Vocês não vão fazer uma apresentação de Power Point, vão? – eu pergunto, fazendo com que Fury e Hill me encarem com descrença. – Vou ficar quieto. – e abaixo a cabeça, mas não antes de ver Banner, May e Rogers rirem do meu comentário.

– Muito bem, alguém mais tem algo acrescentar, além do Sr. Barton? – Nick nos pergunta. Ninguém abre a boca. – Excelente. Peço que todos vocês tirem suas mãos da mesa, isso inclui sua cabeça, agente Barton.

Levanto meu crânio e me ajeito na poltrona.

– Melhor assim. Hill apague a luz, senão o holograma não irá funcionar corretamente.

Maria Hill assente com a cabeça e desliga as luzes da sala, deixando somente a luz do monitor prevalecer. Logo em seguida, Fury aperta um botão e a mesa é tomada por um clarão, logo depois dos meus olhos se acostumarem com a excessiva claridade, posso ver o mesmo “V” que estava encravado na porta flutuar sobre todos nós.

– Código de acesso? – a voz feminina do holograma questiona.

– Avante, Vingadores. – Fury responde.

– Bem vindos, Vingadores. – e com isso o sistema é desbloqueado, permitindo-nos ver várias coisas ao mesmo tempo.

Mapas de todo o globo terrestre, rastreadores e vídeos em tempo real de toda Nova York são apenas poucas das informações que nos são mostradas.

– Hã, Fury? – Banner se manifesta. – O que exatamente é isso?

Fury se ajeita na poltrona da cabeceira.

– Isso, agente Banner, era o trabalho dos seus pais. Essa era uma área reservada da agência.

– Por que nunca ouvimos falar dela?– James pergunta.

– Pois está desativada há quase vinte anos.

Demorou um pouco antes que eu quebrasse o silêncio.

– Exatamente no período em que nossos pais sumiram... Somente eles faziam parte dessa divisão?

Nick balança a cabeça.

– Isso mesmo, Barton.

– Mas então por que não contrataram novos agentes para isso?

Nick pensa um pouco antes de se levantar para encarar os rastreadores.

– Há muito tempo, houve uma ideia desenvolvida por mim e pelo conselho da SHIELD de reunir pessoas especiais para missões especiais.

– O que quer dizer com pessoas especiais? – Howard indaga.

– Quero dizer que se diferenciam da maioria, Sr. Stark. Gênios revolucionários em pleno XXI, assassinos treinados e até mesmo mutantes.

– Mutantes? – May franze a testa.

– Mutantes, Srta. Parker. Pessoas com talentos especiais, ou como maior parte da população fala, com super poderes.

– Então está me dizendo que esse agentes.... – Erika começa.

– Eram super heróis. Alguns com o DNA geneticamente alterado adquiriram os poderes, já outros nasceram com os mesmos, isso varia muito. – Nick pigarreia. – Há centenas de pessoas com essas habilidades espalhadas pelo globo, mas a SHIELD decidiu reunir somente os melhores e tê-los como uma arma de defesa quando a Terra fosse ameaçada. Para que lutassem as batalhas que nunca teríamos a chance de ganhar. Foi nesse dia em que os Vingadores nasceram.

E com isso abre uma sessão do holograma que nos mostra um vídeo com o grupo dos Vingadores em ação contra uma espécie de alienígenas mutantes ou sei lá raios o que era aquilo.

– Essa foi a primeira luta em conjunto. Ocorreu quando Loki, irmão de um dos Vingadores, Thor, tentou dominar a Terra.

Observo com atenção cada um dos 7 Vingadores, um deles parece exatamente como Banner quando está de TPM, só que bem maior e com uma aparência mais mortífera. À sua volta estão dezenas desses servidores de Loki tentando atacá-los, mas todos estão levando a pior.

– Esse é seu pai, Thomas. – Nick Fury diz. – Seu nome é Robert Bruce Banner, cientista especialista na radiação Gamma e energia nuclear. Ele trabalhava num laboratório militar juntamente com a sua mãe, Elizabeth Ross.

“Um dia, enquanto estavam testando a G-Bomb, uma bomba de raio Gamma pedida pelo seu avô, o General Ross, aconteceu um acidente e Bruce Banner acabou sendo exposto a essa radiação.”

“Depois do evento, Bruce sentiu-se diferente, seu humor não estava instável e se irritava facilmente. Ninguém entendia o porquê, afinal, nem era para ele estar vivo e acreditaram ter acontecido com ele uma espécie de milagre. Algum tempo depois, em meio a uma crise de nervos, ele acabou vendo que o que acontecera com ele não era exatamente um milagre, mas sim uma maldição. Sua massa corporal começou a crescer de uma forma monstruosa, seus ossos alargaram, sua pele acabou ficando verde e seu humor... Bem, nada agradável.”

– O-o que ele se tornou? – Banner gagueja, ainda olhando para Fury com receio.

– Nós o chamamos de Hulk. – Fury prossegue. – Alguns anos depois das tentativas de Loki de tomar a Terra, seus pais, que já há muito tempo haviam se casado, estavam esperando por você, e, quando finalmente você nasceu, sua mãe acabou morrendo no parto.

“Depois da morte de Betty, o Dr. Banner fez diversas pesquisas e descobriu que ela havia morrido por envenenamento, com excesso de radiação Gamma no sangue. Intrigado, seu pai percebeu que a sua maldição era hereditária, afinal, você foi concebido quando o DNA de Bruce Banner já não era o mesmo. Por isso você também tem as mesmas habilidades do seu pai, Thomas.”

Todos nós olhamos para Banner, ele está confuso, seus olhos estão baixos enquanto milhões de pensamentos tomam conta de sua cabeça.

– Sei que a verdade não é fácil. – Fury tenta consolá-lo. – Mas agora é necessária.

O vídeo muda, agora foca num homem com vestes que sustentam as cores da bandeira americana: azul, vermelho e branco. Ele luta contra uma quantidade respeitável de alienígenas com seu escudo, arremessando-o com uma força sobre humana. Quando seu rosto está mais visível, posso reconhecer com facilidade os traços de James.

– Este é Steve Rogers, mais conhecido como Capitão América. – Fury olha para Rogers. – Esse é o seu pai, James.

Rogers se ajeita na cadeira enquanto ouve atentamente o que Nick diz.

– Ele nasceu no Brooklyn como qualquer outro garoto, mas, durante a Segunda Guerra Mundial, Rogers participou de uma experiência como cobaia, este projeto era denominado “Renascer”, de um cientista chamado Abraham Erskine. O objetivo do experimento era criar soldados perfeitos para lutar na Guerra em nome dos Estados Unidos.

“A fórmula de Erskine foi um sucesso, transformando o frágil garoto do Brooklyn em uma verdadeira máquina de guerra. Rogers adquiriu o dobro do seu tamanho tanto em estatura quanto em massa muscular, dando-lhe super força e uma simetria perfeita, além de ampliar seu raciocínio lógico e militar.”

“Entretanto, o local onde estava acontecendo os experimentos foi invadido por nazistas, que mataram o Dr. Erskine e tentaram roubar sua fórmula. Felizmente, Rogers conseguiu deter o grupo, mas não salvar a vida do cientista. Como Erskine era o único que sabia a composição da fórmula, o sonho americano de criar uma legião de super soldados morreu com seu criador. Steve era o único no mundo que teria esses poderes.”

“Seu pai combateu os nazistas e a HYDRA, uma grupo terrorista liderado pelo Caveira Vermelha, mas, em consequência, acabou caindo numa armadilha que o fez ficar congelado por quase 80 anos.”

“Quando acordou, Steve ficou confuso, afinal, não estava mais em 1940, o mundo já não estava mais em guerra entre si, mas sim entre outros mundos e coube a ele logo se juntar aos Vingadores para combater esses novos inimigos. Foi quando entrou para o grupo que ele conheceu a sua mãe, James.”

E o vídeo muda seu foco para a mulher que eu havia visto no arquivo mais cedo.

– Natasha Romanoff, uma das melhores agentes que a SHIELD já teve. – Fury faz uma cara de pura nostalgia. – Antes de participar da agência, Natasha era integrante da KGB e foi treinada pelo governo russo para se tornar a Viúva Negra. Natasha recebeu um treinamento intensivo para assumir tal título, dominando assim as lutas corpo a corpo, estratégia lógica e adquirindo uma alta habilidade com equipamentos de espionagem.

“Durante uma espionagem da Viúva na base das Indústrias Stark em Budapeste, Natasha acabou conhecendo nosso agente enviado para matá-la, Clint Barton.”

Sinto um formigamento na coluna quando escuto o nome do meu pai, mas não interrompo Nick em sua narrativa.

– Por razões das quais até hoje desconhecemos, o agente Barton acabou tomando um rumo diferente da sua missão original e conseguiu trazer Natasha Romanoff para o nosso lado, tornando-se parceiros inseparáveis desde então. Depois da primeira missão dos Vingadores, quando a Terra já estava mais pacífica, Steve e Natasha se envolveram e acabaram tendo você, James.

– E o que aconteceu com o meu pai? – eu pergunto enquanto observo o holograma de Clint Barton. Ele é um homem forte com traços bem definidos e largos. Percebo que temos o mesmo queixo e a mesma cor de cabelo. Sorrio um pouco com a semelhança.

Hill e Fury trocam um olhar rápido.

– Bem, Luke, acho melhor contarmos um pouco mais da história do seu pai antes. – Hill começa. – Lembro-me bem do agente Barton, ele era bem jovem quando entrou na SHIELD, tinha apenas 14 anos. Ele era um bom garoto, sempre deu duro nos treinos e procurava ser o melhor para um dia se tornar um agente de campo da agência para combater os grupos terroristas que queriam o mal da humanidade. Depois de longos anos de treinamento, Clint Barton se tornou o Gavião Arqueiro.

“Foi durante uma missão em Budapeste que ele conheceu a Viúva Negra e a trouxe para ser uma agente. Demorou anos para que conseguíssemos que Natasha se desvinculasse das ordens russas e se tornasse uma agente perfeita a serviço da América. Natasha e Clint ficaram bem amigos desde então e sempre eram parceiros nas missões.”

“Mas logo depois da luta contra Loki, Clint percebeu que Steve e Natasha estavam se envolvendo e decidiu se afastar, com medo de estragar o relacionamento da amiga. Mas ele também se afastou da SHIELD.”

– Algum tempo depois, Barton voltou para a agência com você Luke, e jamais nos confidenciou o nome da sua mãe.

Pisco perplexo.

– Então vocês não fazem a menor ideia de quem possa ser minha mãe?

Hill e Fury olham rapidamente um para o outro.

– Lamento, Luke, mas Clint nunca nos falou nem mesmo o primeiro nome dela. – Maria Hill se desculpa. – Esperávamos que Natasha soubesse de alguma coisa...

– Mas ela nos disse que nada sabia. – Nick completa.

Mas é claro que eu teria essa sorte de não saber quem é a minha mãe. Sinto uma raiva conhecida crescer dentro de mim juntamente com o desapontamento. Tinha tantas expectativas sobre quem seriam os meus pais, e agora tudo o que consegui foi uma breve história sobre quem era Clint Barton, o cara que sumiu há 17 anos e abandonou o filho para que uma agência secreta cuidasse do menino. Nem mesmo a mãe queria saber dele.

– Luke? – escuto a voz de May me chamar enquanto sua mão se encontra com meu ombro. – Você está bem?

Resmungo um “sim” enquanto engulo todo o ódio de volta, não quero parecer fraco e frustrado na frente de todos.

– Posso continuar? – Nick questiona.

Confirmo com a cabeça, e em resposta, Fury muda novamente o foco do vídeo, agora observamos um avião pequeno voar no céu, este é rápido, rápido demais para ser um caça. Conforme o zoom aumenta, posso ver que o projétil não é um avião, mas sim um homem.

Parece que Rogers não é o único que gosta de voar. Que coisa mais linda.

Mas esse é diferente, ele usa uma armadura de ferro que sustenta as cores vermelho e dourado. Ampliando mais um pouco eu percebo que são seus quatro membros que o permitem voar (de um jeito engraçado para ser sincero, mas totalmente incrível). Um urro vindo do vídeo me faz pular da cadeira de susto e percebo que o homem de ferro está sendo perseguido por uma espécie mutante de tartaruga misturada com dragão e talvez até mesmo com um jacaré.

– Acho que nem preciso dizer quem é. – Fury comenta olhando de soslaio para Howard.

– É o meu pai. Tony Stark.

– Isso mesmo garoto, um dos maiores gênios que o mundo já teve. – Nick suspira. – Potts já contou a você a história do seu pai, não é mesmo, Howard?

Ele acena com a cabeça.

– Não tudo, eu acho. Contou apenas que ele era um grande homem.

– E era, mas um tanto quanto arrogante também. Um dia, durante uma viagem de negócios que fazia no Vietnã, uma bomba explodiu próximo ao local onde Tony estava e como consequência, um pedaço da mesma se fincou próximo ao coração dele. E para piorar a situação, como estava fraco e indefeso, acabou sendo sequestrado por um bando terrorista que queriam usar sua inteligência para fazer construir armas ilegais. Felizmente, Stark conseguiu escapar do local onde o faziam de refém, construindo uma armadura de ferro.

“Quando voltou para casa, Potts notou que algo de diferente acontecera, que Tony havia mudado. Ele começou a trabalhar sem descanso na armadura, aprimorando-a para usá-la como uma arma contra toda a criminalidade que havia no mundo.”

– Depois de um tempo, seu pai assumiu para o mundo que era o Homem de Ferro e logo em seguida entrou para os Vingadores com um pequeno empurrãozinho de Natasha. – Fury soltou um riso abafado. – Seu pai nunca gostou de “jogar” em equipe, vivia dizendo que gostava de trabalhar sozinho. – ele se vira para Howard. – Você sabia que o seu nome...

– É o mesmo que o do meu avô? – Howard o interrompe. – Sim, eu sei.

– Ele foi um grande homem também. Assim como o seu pai, não tinha poder algum, apenas uma inteligência revolucionária.

O silêncio prevaleceu depois disso, agora é a vez de Howard mergulhar em pensamentos.

– Com o tempo, Tony acabou se acostumando bem com os parceiros, mesmo que sua esposa o tenha forçado muitas vezes a continuar na equipe, mas com um em especial, o mais jovem deles.

Novamente o vídeo muda, agora nos mostra o dono do uniforme que May e eu observamos mais cedo. Este se balança pelos prédios de Nova York com uma corda... Não, o fio era muito fino para ser uma corda, parecia mais uma espécie de teia. Quando ele pousa em uma base de uma antena, ele tira sua máscara, revelando a identidade de um jovem não muito mais velho que eu, que não daria mais do que vinte e dois anos. Observo bem a sua fisionomia e encontro alguns traços semelhantes aos de May, exceto os cabelos, que ao invés de serem marrons como os do pai, são cor fogo.

– Muito bem, Srta. Parker, aqui está o seu pai, Peter Parker, o membro mais novo dos Vingadores. Juntou-se ao grupo um ano depois da Batalha de Manhattan, quando tinha apenas 16 anos. O Sr. Parker teve uma vida bem agitada para a pouca idade que tinha. Sempre foi um aluno exemplar, principalmente quando se tratava das matérias exatas.

“Um dia, durante uma exibição científica, Peter acabou sendo picado por uma aranha geneticamente modificada, mudando assim a estrutura do seu DNA para uma combinação que o tornou o Homem Aranha.”

“Mas ele só começou a usar as suas habilidades para proteger os cidadãos de Nova York no dia em que seu tio, Benjamin, foi morto a sangue frio por um bandido que queria seu carro. Ter a morte do tio na consciência fez com que Peter se inspirasse para usar seus poderes para o bem da humanidade.”

– Lembro-me que uns quatro anos depois, Peter e Mary Jane se casaram e ela logo engravidou. Mas Peter nunca soube, pois o dia em que ela ia contar a ele sobre a gravidez foi o mesmo que ele desapareceu.

May parecia chocada.

– Deixe-me adivinhar, os poderes são hereditários. – Fury confirma com a cabeça. Ela engole seco. – Então... Eu tenho o DNA de uma aranha misturado com o meu próprio? – e faz uma cara de nojo que me faz sorrir por alguns momentos.

Fury e Hill a encaram confusa, como se essa reação não fosse a esperada. Bem, realmente não era.

– Ok, isso é nojento. – May treme. – Eu odeio aranhas.

– Você pode viver com isso.

– Eu não vou ficar peluda ou com aquelas pincinhas nojentas na minha cara, vou?

Eu solto um riso abafado, não acreditando que a maior preocupação de Mayday é de se tornar uma aranha gigante. Percebo que até mesmo Fury sorri com a pergunta.

– Não, Srta. Parker, sua aparência não vai se alterar.

Mayday solta um suspiro de alívio.

– Bem, segundo os meus cálculos, apenas um resta.

Todos nós voltamos nosso olhar para Erika. Ela está encolhida em sua cadeira, observando o holograma com seus olhos azuis céu.

– Srta. Foster? – Nick a chama. – Posso?

Ela dá de ombros enquanto embrulha os joelhos com braços.

– Como se eu pudesse ir para mais algum lugar para não ouvir.

Howard e May trocam um olhar apreensivo enquanto Fury muda o foco do vídeo para o último integrante dos Vingadores. Um homem de cabelos loiros com os mesmo olhos que os de Erika toma conta da imagem holografia, ele tem um porte físico tão respeitável quanto o do pai de James ou do meu pai. Suas roupas são como uma armadura nórdica de guerra enquanto sacode uma enorme marreta como arma de combate. O homem loiro luta com um outro homem, este tem um porte menor, mas luta com a mesma garra, utilizando sua lança para tentar feri-lo. Suas vestes são semelhantes aos do adversário, mas ao invés do vermelho, o verde prevalece enquanto um enorme capacete com um par de chifres dourados protege seu crânio.

– Estes são Thor Odinson, filho de Odin e príncipe de Asgard, e Loki Laufeyson, filho de Laufey, senhor dos Gigantes de Gelo.

Olho rapidamente para Erika, ela parece em choque enquanto observa os dois homens brigarem entre si.

– Thor é o seu pai verdadeiro, Erika, não Donald Blake.

“Thor costumava ser um líder nato em seu planeta de origem, no caso, o reino de Asgard, mas sempre foi cego pelo poder e por sua arrogância. Um dia, como punição aos seus defeitos, Odin o exilou para a Terra, para que aprendesse a ser humilde a respeitar todos os demais ‘reinos’.”

“Durante sua estadia na Terra, Thor foi aprendendo com os humanos e acabou se apaixonando por uma em especial, Jane Foster. Entretanto, vendo que seu irmão, Loki, estava tentando tomar o controle de Asgard, Thor teve que partir, deixando a Terra e Jane por um breve período. Quando aprendeu sua lição, Thor voltou para sua casa e retirou Loki do poder.”

“Algum tempo depois, seu irmão voltou à Terra sedento de vingança, cabendo ao irmão novamente tentar pará-lo, mas não conseguiria sem ajuda, Loki estava com a posse do Tesseract e juntamente com o apoio do exército Chitauri. Thor não conseguiria detê-lo sozinho sem a ajuda de outros, por isso, ingressou nos Vingadores e permaneceu até o dia em que desapareceu.”

– Assim como Peter Parker, Thor não sabia que Jane estava grávida, para ser sincero, nem mesmo a própria Jane sabia e assim que o soube, decidiu que não criaria o bebê sozinha, que a criança precisava de um pai. Foi então que Donald Blake entrou na vida da jovem, assumindo e cuidando de você como se fosse sua. – Nick Fury solta um longo suspiro. – Agora você entende, Erika?

A garota chora, posso ver algumas lágrimas escorrerem por suas bochechas rosadas enquanto tenta em vão escondê-las de nós.

– Está me dizendo que meu pai é o deus nórdico do trovão, Thor, e que a minha família é uma mentira? – ela se levanta. – Com licença, mas acho que é muito para mim. – e segue para a sala dos uniformes.

Howard e Mayday se levantam, mas Nick logo os para.

– Deixe-a, Erika tem razão, talvez seja muito para ela digerir em tão pouco tempo.

– Acho que para todos nós. – Banner comenta.

– Uma coisa que eu não entendo, Nick. – James se manifesta.

– E o que é, agente Rogers?

– Como foi que nossos pais desapareceram?

As luzes voltam e Hill se junta a nós.

– Bem, creio que 4 anos depois da batalha, Sif, a deusa guerreira de Asgard veio com um pedido de socorro em nome de toda Asgard, dizendo que Loki mais um vez se erguera, mas dessa vez para destruir o reino.

“As coisas na Terra andavam bem paradas, os crimes foram reduzidos e o mundo parecia não precisar tanto assim dos Vingadores. Vendo que seriam mais úteis em Asgard, todos foram tentar resolver o conflito.”

– Mas desde então, eles nunca mais voltaram.

Nós cinco nos entreolhamos, todos com o mesmo olhar de medo, confusão e uma pontada de derrota. Todos, com a mesma pergunta martelando na cabeça.

“O que havia acontecido com os nossos pais?”



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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Por favor, comentem, vocês não sabem o trabalho que deu pra escrever esse capitulo e seria bem legal ver a opinião de vocês ;)

Beijoss e até a próxima!