- Chegamos!

Estávamos em uma sala grande e preta. Era de mármore preto assim como o chalé. E tinha dois tronos. Um maior, enfeitado com um elmo prata e um menor, enfeitado com uma flor vermelha. O menor deveria ser o trono de Persefone. Era lindo. Papai, me chamou e fomos andando passamos pela porta, e andamos pelo grande corredor do castelo. Poxa, meu pai tem um castelo. Que chique!

Chegamos até um pátio, que estava cheio de flores. E olhei em volta. Havia flores de todas as espécies. Ouvi um voz feminina atrás de nós.

- Quem é essa garota, Hades? - perguntou a voz. Arregalei os olhos. Era Persefone! Me virei. Ela me olhava com os olhos estreitos, como se estivesse prestes a me matar. Ai! Não entra em pânico, Lya. Respirei fundo.

- Oi. - falei. Eu tenho a certeza que esse é o momento mais tenso da minha vida. Eu estava na casa do meu pai, que é um deus olimpiano, pronta, ou não tão pronta assim, para conhecer a minha madrasta. É, as chances de eu poder fugir disso são nulas, pois agora estou, frente a frente com ela. Putz, isso é tenso... - er... - falei sem saber o que fazer. Ela me olhou com ódio e olhou para meus pai.

- Deixa eu adivinhar... Ela é sua filha, não é? Já não basta o Nicolas, você tinha que fazer outro filho?! - disse ela com raiva na voz. - E o que eu significo para você? Nada?! Além de fazer outro filho, você traz ela aqui como se quisesse esfregar na minha cara que tem mais uma filha com uma mulher que não seja eu! - gritou ela irritada e perguntou: - Ou você vai me dizer que seus espermatozóides saíram voando por aí e que a culpa não é sua?

Eu a encarei chocada, e prendi o riso. A cara de meu pai ficou vermelha, só não sei se é por raiva ou por... vergonha. Se for por vergonha... não. É impossível o grande Hades estar com vergonha! Prendi a vontade de rir. Persefone estava muito nervosa, eu acho que se fosse possível, ela mataria meu pai.

- Não. Eu realmente tenho culpa, mas não vou deixar você ficar falando mal dela e achando ruim que eu tenha uma filha com uma mortal quando você não se interessa em fazer filhos comigo. - falou me pai com uma voz calma. Como ele poderia estar calmo? Pisquei os olhos quando entendi o que ele quis dizer. Ela... ela não se interessa em fazer filhos? Eles não tem uma relação, anh, sexual? Caramba! Eu nunca imaginaria isso. Arregalei os olhos. "É a vida!" Falou Sal. E pude perceber que ele estava rindo. Ahn, é, pois é... Acredito que qualquer um que olhar na minha cara agora poderia perceber que estou perplexa. Persefone arregalou os olhos, e o olhou com raiva.

- Eu não me interesso mesmo. - falou ela indignada. - Como você quer que eu faça sexo com você ao mesmo tempo que você sai com outras mulheres? - perguntou ela.

- Eu saio com outras mulheres porque não tenho alguém que me deixe satisfeito. - falou meu pai. Prendi o riso, e continuei olhando a D.R.

- O quê? Você acha que eu sou uma máquina de sexo para ficar te satisfazendo? - Berro Persefone perguntando ao meu pai. Opa, a discussão está feia. Eu acho melhor eu interromper. Não, talvez não. Sim, eu tenho que interromper.

- Ramh, Rahm. - Fiz um barulho parecido com o que a Umbridge fazia. - Desculpe interromper a D.R., mas, tipo assim, as caveirinhas estão olhando. - falei apontando para os guardas ossudos do castelo. Meu pai me olhou e suspirou.

- Tem razão. - falou e olhou para Persefone. - Não faça nada com ela, ou você vai se ver comigo. - disse friamente á ela. E saiu. Sim, ele saiu. Como assim ele saiu? Me deixou aqui? Fala sério, pai! Olhei para Persefone que foi para o trono dela sem expressão e começou a... a chorar. Ah, não! A Lizy chora por culpa minha, Persefone chora por culpa minha... Ahn, bem não é bem minha culpa, mas a causa da briga foi eu, e isso é meio tenso. Abaixei a cabeça.

- Desculpe... - falei para ela. Ela me olhou com o rosto banhado de lágrimas.

- Você não sabe de nada, garota. - falou ela e voltou a chorar. Ah, fala sério, como assim não sei de nada? Olhei indignada para ela.

- Não sei de nada? Então para que eu pedi desculpas? Meu pai te trai, vocês brigam e pelo que eu percebi vocês não tem uma relação amorosa... Desculpe perguntar isso, mas você ama ele? - Falei para ela, a olhando sem expressão.

Ela me olhou e suspirou.

- Eu... amo, mas eu tenho medo de dizer. - Ela falou baixinho, como se temesse que alguém ouvisse. (?) - Mas eu acho que ele não me ama. Ele é o deus da morte e... - Foi falando ela, mas eu interrompi.

- Não tem essa de 'ele é o deus da morte e não pode me amar'. Ele te raptou porque te amava. Ta bom, desculpe, isso não é algo que vai te convencer que ele te ama... Mas, ele acha que você não ama ele, então vai procurar amor nos braços de outra pessoa. - Falei para ela calmamente. Eu acho que se eu virar psicóloga, vou ser a melhor do mundo.

Ela me olhou e sorriu fraco.

- É. Eu acho que sim. Mas e se eu dizer para ele e ele dizer que não me ama? - me perguntou. Ops, acho que eu não quero mais ser psicóloga não, sabe?! Olhei para ela e suspirei. Agora fudeu. Ela não podia fazer pergunta mais fácil, não?

- Isso eu não posso te responder... Você nunca vai saber se ele te ama, se não se declarar para ele. - falei para ela.

- Tem razão. - Ela falou, e suspirou. Se levantou do trono e me abraçou. Fiquei sem reação. Ela me olhou e sorriu de leve.

- Você é bem diferente dele. Pode me considerar sua amiga, se precisar de algo venha me procurar, querida. - disse ela. Pisquei os olhos chocada.

- Anh, tá bom... - falei sem saber o que dizer... Me lembrei do que pensei antes de acordar... O primeiro e o ultimo aconteceu.

1º. Meu pai poderia vir aqui me conhecer. Seria o máximo conhecer um dos três grandes.

5º. Ser a primeira filha de Hades á fazer amizade com Peserfone.

Conheci meu pai e agora Persefone me considera uma amiga. É, parece que meus pensamentos acontecem... só faltava eu ser realmente vidente.