The Heiress escrita por Lady Caady


Capítulo 27
A Morte e a Vida Tem Seu Preço. Penúltimo Capítulo.


Notas iniciais do capítulo

O penúltimo capítulo da fic... Nem acredito! o.o



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Abri os olhos e reconheci imediatamente onde eu estava. Eu estava no submundo, o lar de meu pai. Sentei-me no chão e percebi que tudo lá estava normal, as almas andavam tentando passar o rio sem o barco de Caronte. E ninguém parecia notar que tinha duas pessoas no chão. Ou melhor, duas almas. Porque agora, eu e Matt estávamos...

─ Estamos mortos, não é? ─ perguntou Matt e eu assenti. É, estávamos mortos.

─ Vamos. ─ o chamei levantando do chão e o ajudando a levantar.

Fui até Caronte e ele me olhou.

─ Morreu? ─ perguntou ele.

─ Não, imbecil. Estamos vivos ainda... ─ ironizei. ─ Claro que morremos! ─ falei. ─ Deixe-nos atravessar o rio. ─ mandei e ele riu.

─ Nem pensar! Cadê o dinheiro? Tem algum?

Matt abriu a boca para falar, mas eu o impedi.

─ Você que sabe, Cerberus vai adorar te jantar a qualquer momento. Cachorros gostam de ossos mesmo... ─ falei e ele se apavorou.

─ Entrem rápido! ─ ele mandou e eu sorri vitoriosa.

Entramos no barco e Caronte atravessou o rio. Chegamos lá, descemos e Cerberus veio até nós.

─ Oi garoto! ─ o cumprimentei, passando a mão em suas costas. Caronte se mandou de lá rapidinho ao ver Cerberus. ─ Nos leva até o castelo? ─ perguntei a ele e a cabeça do meio latiu.

Ele abaixou e eu e Matt subimos. Ele levantou-se em seguida e começou a correr. Quando chegamos acariciei cada uma de suas cabeças (era muito bizarro ver um cachorro de três cabeças, mas ele era fofinho) e então puxei Matt pela mão, indo até os soldados caveirinhas.

─ Como vamos entrar? ─ sussurrou Matt preocupado.

─ Sei lá. ─ falei e chegamos perto dos soldados caveirinhas que apontou suas lanças em nossa direção.

Ergui as mãos e sorri.

─ Filha de Hades, deixe-me passar. ─ falei e eles não se moveram. Dei de ombros e segurei a mão de Matt, viajando pelas sombras até a sala do trono. Papai apontou a espada para mim e Perséfone ofegou. Quando perceberam que era eu, papai soltou a espada e Perséfone correu até mim, me abraçando.

─ Oh, querida! Você desapareceu faz tanto tempo e... Espera! Está morta? E quem é ele? ─ disse ela curiosa.

─ Sim, estou morta e ele é Matt, meu namorado. ─ falei e papai se aproximou.

─ O que aconteceu? ─ perguntou papai.

─ Depois que desapareci no acampamento, fui transportada para uma série de lugares, que precisavam de mim... E então, um dia desses ─ quer dizer, ontem, ou hoje, sei lá ─ eu morri. ─ expliquei mas eles ainda pareciam confusos.

─ Quem te matou? ─ perguntou Perséfone preocupada.

─ Uma mulher chamada Calissa, ela controlava uma espécie de fogo roxo, mas quando peguei no pescoço dela, ela perdeu o controle e nós morremos. ─ falei e olhei para Matt. ─ Quem era ela? ─ perguntei.

─ Ela era minha irmã, uma bruxa filha de Ares, que me odiava por ser o “preferido” de meu pai. Então ela disse que iria se vingar de mim... Mas, acho que não foi como ela esperava, pois ela morreu junto. ─ explicou Matt e eu assenti, dizendo que tinha entendido.

─ Calissa Mordred. ─ papai disse irritado. ─ Ela vai para os campos de punição, vai sofrer por toda a eternidade. ─ disse ele.

─ E agora? ─ perguntei ─ O que vamos fazer?

Papai suspirou e olhou para Matt.

─ Porque não vai andar um pouco com Perséfone, enquanto converso com seu namoradinho? Falamos disso depois, no jantar. ─ ele disse e eu assenti.

Apertei a mão de Matt, sorrindo tranquilizadora para ele e o beijei de leve nos lábios. Em seguida fui andando pelo castelo com Perséfone, ela me mostrou seu jardim e sua coleção de vestidos e colares. E então ela me disse que já era a hora do jantar.

Fomos até a sala de jantar do castelo e vi papai e Matt sentados em uma longa mesa, eles pareciam conversar tranquilamente.

Fiquei aliviada, pois parecia que papai aprovava nosso namoro. E então me lembrei de que estava morta.

Sentei ao lado de Matt e Perséfone sentou-se ao lado de meu pai.

─ É muito cedo para vocês morrerem... ─ falou papai. ─ Mas só tem uma forma de evitar isso. E o preço é meio caro... ─ completou.

─ Dinheiro? ─ perguntei.

─ Não. ─ papai negou. ─ Memórias.

Arregalei os olhos.

─ Como assim? ─ perguntou Matt.

─ Todos que conheceram vocês, iriam se esquecer. Só vocês se lembrariam. Vocês voltariam para quando tudo isso começou, e tudo aconteceria de forma diferente. Seria como se isso nunca tivesse acontecido. ─ papai explicou.

─ Ainda estaríamos juntos? ─ perguntei apreensiva.

─ Não sei. Se vocês conseguissem se encontrar, sim. Afinal, os únicos que não perderia as memórias seriam vocês... ─ respondeu.

─ E você, papai? ─ questionei.

─ Eu não se lembraria. Nem Nico, nem Lizy, nem os amigos que vocês fizeram... ─ disse ele e eu fechei os olhos.

Ok, eu poderia voltar a viver. Mas talvez, nunca mais visse Matt. E se eu visse, tudo estaria bem, é claro. Mas ninguém mais se lembraria de mim. As aventuras em Narnia, em Hogwarts, em Forks... Seria como se nada tivesse acontecido. O preço realmente era caro. Mas valia a pena?

─ Lya, vamos aceitar. A gente vai se encontrar, eu prometo! ─ disse Matt, olhando em meu olhos.

─ E se nunca mais nos vermos? ─ perguntei.

─ Eu continuaria te amando. ─ me garantiu ele.

─ Eu também. ─ respondi sorrindo fracamente. ─ Certo, eu aceito. O que faremos? ─ perguntei olhando para papai.

─ Nada. ─ disse ele e a parede do castelo começou a sumir. ─ Boa sorte minha filha e genro.

─ Boa sorte, Lya e Matt. ─ diz Perséfone.

─ Eu te amo, Lya. ─ diz Matt.

─ Eu amo todos vocês. ─ respondo.

E então, eu desapareço.


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Notas finais do capítulo

Vou sentir muitas saudades, muitas mesmo. Dá até uma dor no coração em saber que a fic tá acabando.