The Heiress escrita por Lady Caady


Capítulo 19
Entrando Em Narnia. Parte IV.


Notas iniciais do capítulo

Sinceramente, esse foi o cápitulo mais estranho que eu já escrevi na vida. Não sei porque, mas eu achei ele estranho... sem motivos...
Okay, vou tentar aumentar os cápitulos, assim como a 'Bruna Camarini' sugeriu. :)
Então espero que gostem do cápitulo, e leitores novos bem vindos! *-*



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Eu não sei quanto tempo eu fiquei deitada com os olhos fechados, ou dormindo mas quando eu abri meus olhos eu não estava exatamente em Narnia.

Eu estava em uma sala vazia redonda e quadriculada em branco, preto e vermelho. E a única coisa que fazia com que a sala deixasse de estar vazia era uma simples mesinha redonda de vidro. E nessa mesinha não havia nada. Reparei mais nas paredes da sala e vi varias portas.

Fui até uma das portas e não consegui abrir, estava trancada. Fui tentando em abrir as várias portas, e para minha infelicidade estava todas trancadas.

Suspirei e vi uma pequena cortina perto de uma das portas. Andei até ela e a puxei. O que havia atrás da cortina era uma simples portinha, pequena e impossivél de passar. Suspirei e olhei novamente a sala, com a esperança de encontrar uma cortina com uma porta maior, mas não encontrei. Tentei abrir a portinha, mas também estava trancada. Típico dessa sala estranha.

Sentei no chão perto da portinha e suspirei. É hoje! Que lugar mais estranho. Meu olhar se desviou para a pequena mesinha transparente que não estava mais vazia. Em cima dela havia um pequeno vidrinho com um liquido transparente. Levantei e fui pra mais perto dela, e notei que grudado no vidrinho havia um pequeno rótulo em que estava escrito 'Beba-me'. Revirei os olhos. O que esse liquido poderia fazer? Me diminuir? Soltei uma risada com esse pensamento estranho.

Abri o vidrinho e cheirei tentando descobrir o sabor, coisa que foi impossivél. Notei que atrás do pequeno rótulo estava escrito 'Uma mistura de aroma de cereja, calda de chocolate, batida de beringela, caldo de linguiça e liquido de banana'. Franzi o nariz com nojo. Cereja, chocolate, beringela, linguiça e banana juntos? Ah, não. Eu não iria beber aquilo nem morta.

Suspirei. Mas se eu não beber, eu iria ficar ali para sempre. É, eu acho que acabei de assinar meu destino. Beber ou ficar ali... Qual eu escolheria? Ficar ali no tédio era a ultima opção.

Encostei o vidrinho na boca, fechei os olhos e bebi. O líquido parecia remédio. Daqueles bem ruim. Abri os olhos quando percebi que algo estava estranho. As coisas estavam aumentando. A sala, a mesinha, a porta... Eu fiquei no tamanho certo para atravessar a portinha se ela não estivesse fechada. Percebi que não foi as coisas que aumentaram, foi eu que havia diminuído. Corri até a portinha que com um vento que eu não soube de onde vinha, se abriu. Fui andando até a portinha e vi que tinha alguém vindo também. Parei e a pessoa também parou. Vi que era uma garota, que parecia exatamente comigo. Eu fui até ela, e ela veio até mim. Fiz alguns gestos e ela repetiu, como se fosse programada para fazer tudo que eu fazia no mesmo momento em que eu fazia. Levantei a mão e ela também, encostei a minha mão na dela, mas eu não senti nada. Tentei empurrar a mão dela para trás, mas o que aconteceu a seguir me chocou, a minha mão atravessou a dela como se estivesse entrando dentro dela. Percebi que era tipo um espelho que me mostrava. Respirei fundo, fechei os olhos e 'me atravessei' no espelho. Abri os olhos, e minha vista embaçou, e eu perdi os sentidos.

Quando consegui abrir os olhos, eu estava em Narnia deitada na minha rede verde e prata. Percebi que os Pevensies haviam acabado de deitar, e já estavam adormecidos. Nesse momento deu uma vontade enorme de me bater. Como eu poderia dormir agora que estava sem sono?

Suspirei e levantei. Dei uma ajeitada no cabelo e saí para fora da tenda, e vi que Aslam estava lá fora deitado na grama. Fui até ele e se sentei ao seu lado.

– O que quer perguntar, criança? - me perguntou Aslam percebendo que eu estava inquieta.

– Aslam, o Pais das Maravilhas existe? - perguntei curiosa.

– É claro que existe. Se alguém souber manipular a antiga magia bem o suficiente para ir até o bosque entre os mundos, com certeza encontraria não só Narnia e o Pais das Maravilhas, mas também outros mundos. - respondeu.

Arregalei os olhos. Então o bosque entre os mundos realmente levava até outros mundos? Interessante mas não é só isso que me desperta a curiosidade.

– Aslam, Matt conseguiu vir aqui pois é filho da feiticeira e os Pevensies por causa da profecia, não é? Mas e eu? Porque consegui vir até aqui? - perguntei.

– Você veio aqui porque sem você, Matt nunca teria um destino feliz. - respondeu Aslam.

– Mas então o destino de Matt vai ser feliz? - perguntei com uma pontinha de esperança.

– Isso vai depender da escolha que ele irá fazer essa noite. - falou e me olhou seriamente. - Você o ama? - perguntou Aslam.

Arregalei os olhos, e suspirei. Eu amo Matt? Acho que desde o começo eu já sabia que havia algo destinado á nós, e aquela falsa história de rivalidade... O jeito que eu me preocupei quando ele 'caiu' do buraco no acampamento, o jeito que eu me desesperei quando eu fiquei sabendo que Matt foi no castelo da feiticeira, e como fiquei triste quando pensei que ele pudesse talvez nunca mais voltar e virar meu inimigo... Sim. Acho que eu o amo. O que eu vou fazer?

– Só o destino vai te dizer o que fazer criança. Espero que não se machuque independentemente da escolha de Matt. - falou Aslam.

Eu sabia que não precisava falar em voz alta para que Aslam escutasse, mas era melhor não falar. Eu acho que não conseguiria dizer em voz alta que amo Matt.

Olhei para Aslam e sorri levemente. E ele sorriu de volta, do jeito que os leões sorriem. Olhei para o céu onde havia muitas estrelas brilhando. Mas uma delas me chamou a atenção. Ela brilhava como se estivesse brilhando para me chamar a atenção, como se quisesse que eu a visse.

– Aslam, todas as estrelas são como Lilliandil? - perguntei me lembrando da futura esposa de Caspian, depois da viagem no navio 'Peregrino da Alvorada'.

– Sim. - falou Aslam.

– Então quem é aquela estrela? - perguntei admirada.

– Só você pode descobrir. Ela te dirá na hora certa. - respondeu Aslam.

Só aí lembrei-me de quando minha mãe dizia para mim sonhar com a estrela mais brilhante do céu.

– Mas mamãe, eu nunca vi nenhuma estrela mais brilhante. - eu falava.

– Mas um dia vai ver querida. - respondia minha mãe carinhosamente.

– Mas quem é essa estrela? - perguntava eu olhando pela janela.

Só ela poderá te dizer, querida. Agora durma. - falava minha mãe me colocando na cama e fechando a janela, e vindo até mim me dando um beijo na testa...

– Já está tarde criança, você deve ir dormir. - falou Aslam.

– Acho que não vou conseguir dormir. - falei desanimada e olhei para Aslam.

Aslam o olhou para mim e de repente eu senti uma calma me invadir e uma vontade de dormir. Sorri para Aslam, agradecida e me levantei.

– Boa noite Aslam. - falei.

– Boa noite, criança. Durma bem. - falou Aslam indo até a sua tenda.

Caminhei até a minha tenda, e fui até a minha rede. Se deitei e quase instantaneamente eu adormeci.

(…)


O lugar era lindo. As árvores com frutas vermelhas, a grama verdinha, as flores abertas e o sol brilhando... Uma versão mais velha de Matt veio até mim e me estendeu a mão, e eu peguei na mão dele. Ele me puxou e foi correndo comigo até uma linda cachoeira. Ele me olhou e sorriu.

– Então amor, gostou? - ele perguntou.

Arregalei os olhos. 'Amor'? Ele estava mesmo me chamando de amor. Sorri grandiosamente.

– Sim, eu amei. - respondi se referindo ao fato de ele me chamar de amor.

– Que bom. Pois eu tenho que te fazer um pedido. - falou ele.

– Que pedido? - perguntei ansiosa.

Ele me puxou para perto dele e eu olhei em seus olhos. Ele tinha lindos olhos negros que pareciam ver a minha alma, mas seu olho não estava avermelhado, estava meio esverdeado. Ele respirou fundo e tentou parecer sério.

– Lya, você quer... - ele foi falando mas ouvi um barulho bem longe.

Eu pisquei os olhos e ouvi uma voz me chamando ao longe.

Abri os olhos e vi um rosto perto do meu.

– AAAAH! - gritei.

– Ei, calma. É só eu. - falou Pedro Pevensie.

– Como você ousa me acordar? Eu estava tendo o melhor sonho da minha vida. - briguei com ele.

Ele riu e vi que Lucia e Susana estavam lá rindo de mim.

– Qual é, gente?! - reclamei.

– Já está na hora de acordar. - falou Lucia.

Sorri pra ela, e não pude deixar de pensar: O que Matt me pediria? E porque os olhos dele estava diferente?

Pedro, Susana, Lucia e eu saímos da tenda. Senti meu estômago se revirando de fome. O que teria de comida em Narnia?

Olhei em volta e avistei Aslam falando com um garoto. Arregalei os olhos quando percebi que era Edmundo. Desanimei um pouco. Matt não voltou. De repente meus olhos foram tampados por uma mão.

– Adivinha quem é?! - falou uma voz conhecida.

– MATT! - gritei e ele tirou a mão dos meus olhos.

Sorri e olhei para ele, que me abraçou de repente. Abracei ele de volta. Ele estava me abraçando tão apertado que dava para sentir os gominhos do tanquinho dele. Ops, como eu pude pensar nisso? Comecei a ficar sem ar...

– Ma-matt, nã-ão consig-go respira-ar. - falei.

– Desculpa Lya, mas eu estava com saudades. - falou ele sorrindo, me deixando sem folego novamente. Ele abaixou a cabeça e suspirou.

– Já ficou sabendo pra onde eu fui não é? - ele perguntou.

– Já, mas não prescisa dizer o que aconteçeu lá. Só me responde uma coisa... - falei.

Ele olhou pra mim, tenso.

– Você realmente escolheu voltar... ou está aqui só pra... - fui falando mas ele me interrompeu.

– Lya, o único motivo de eu ir no castelo da feiticeira branca foi pra descobrir o porque de eu conseguir congelar um lobo que me atacou. Depois que descobri o que ela é minha, ela tentou me fazer ficar lá... mas eu voltei. Não aguentaria ver o olhar decepcionado que Aslam me daria... não aguentaria ver você me odiando. - confessou ele.

– Matt... posso perguntar outra coisa? - perguntei séria.

– Além dessa? Pode. - respondeu, e eu revirei os olhos.

– Eu tenho cara de padre? - perguntei.

Ele me olhou chocado.

– Não, porque? - ele perguntou.

– Porque você confessou legal agora. - respondi e ri.

– Lya! Eu falo dos meus sentimentos e você zua comigo? - ele perguntou incrédulo.

Revirei os olhos.

– Ok, desculpa. Mas porque não aguentaria eu te odiando? - se desculpei e perguntei.

– Porque você é minha amiga. - ele respondeu revirando os olhos.

Senti uma pontinha de magoa, e uma pontada no coração. Suspirei e ignorei.

– Ah, ok. Vamos logo que eu estou com fome. - falei um pouco seca. - E fome me irrita. - completei tentando disfarçar a minha irritação/magoa.

Puxei ele, e fui até a mesa aonde os Pevensies estavam.


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Notas finais do capítulo

Então amores, gostaram? Já estou escrevendo o próximo cápitulo! Até logo, então. *-*



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