Canela E Menta escrita por Livawitch


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

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Ichigo Pov's

 Os últimos dias tinham se tornado muito confusos. Fragmentos de memória vinham rapido como raios, Yuzu chorando, Otou-san me dizendo que a mandara Karin para Rukongai, o enterro dela, o choro de seus amigos. Discursos que falavam da pessoa maravilhosa que ela fora. Nenum deles parecia real, Karin não era uma menina certinha e perfeita, ela era minha irmã pequena que gostava de futebol e Rock. Estava tudo errado ali... A culpa me corroia, afinal, se eu não tivesse ficado com Rukia eu teria chegado mais cedo, teria visto o outro Hollow... Ela não teria morrido. Eu era um idiota, merecia estar morto e não ela. Minha pequeninha... E eu sabia que tinha alguém atrás dela, havia sido avisado pela Soul Society que a reiatsu da minha irmã estava muito grande, e por isso estava atraindo os mais diversos tipos de atenção, portanto eu precisaria tomar todo o cuidado com ela... Por que eu a deixara sair sozinha? Idiota, era a melhor palavra pra me definir.

De que adiantava proteger a quase todos se à minha pequena eu não conseguia? Pelo menos eu ainda poderia me encontrar com ela, pedir desculpas e ouvir o que ela teria a dizer, Karin estava em Rukongai. Aquele objetivo era a única coisa que me mantia desperto e não permitia me entregar a culpa.Havia pedido ao Urahara-san para abrir um portal. Iria a Soul Society pedir permissão para encontra-la. Estava terminando meu chá quando ele abriu a porta da sala.

-Ichigo-san, o portal já está aberto.

-Ok. Urahara-san, obrigado... Você tem alguma idéia de onde ela pode estar em Rukongai?

-Não, os espíritos são enviados de maneira aleatória. Se ela conservou as lembranças, deve ir te procurar no Seireitei.

-Ok, estou indo.Concentrei minha reiatsu e fiz o caminho até a Seireitei. Chegando lá, Rukia me esperava.

-Ichigo, já enviei algumas pessoas para procurar por sua irmã. Eles estão na busca desde anteontem.

-A Soul Society permitiu?

-Considere isso como um presente, em troca de tudo que você já fez por nós.Balancei a cabeça, sinalizando que havia entendido e mirei o portão de saída que daria em Rukongai.

-Rukia, eu preciso encontrá-la...

-Eu sei Ichigo, e você vai, mas por agora acalme-se.

-Encontrar quem Kurosaki?

Olhei para trás, Hitsugaya Toushiro me encarava parecendo preocupado.

-Toushiro...

Eu tinha um pouco de ressentimento dele por ter magoado minha irmã, mas comparado a ele... Eu a havia feito morrer, não tinha moral para odiá-lo. Ela havia tocado no nome dele quando estava morrendo, e por um momento tive curiosidade de saber o que ela iria falar, todavia o momento passou assim que lembrei do quão pálido ela estava, de como seus olhos estavam sem brilho e de como seu sangue fazia uma poça no chão, pois eu não conseguia estancar. A voz de Rukia interrompeu meu devaneio de dor.

-Eu posso lhe explicar tudo depois Hitsugaya-taishou, Ichigo, vá logo atrás dela.Sem esperar Rukia dizer algo mais comecei a pular de telhado em telhado, me distanciando. Olhei para trás e vi de relance a expressão de choque que Hitsugaya fez, quando Rukia lhe contarara o que aconteceu.  

 Hitsugaya pov's 

Não conseguia entender muito bem o que as pessoas me diziam enquanto andava de volta para o meu gabinete. A cena de Rukia falando se repetia como um filme em minha cabeça.

-Alguém enviou dois Hollows para matá-la. Quando eu e Ichigo chegamos, ela matara sozinha um deles, mas o outro tinha escondido a reiatsu e a transpassou covardemente por trás. Ela resistiu poucos minutos Hitsugaya-taichou, e agora Ichigo está procurando-a por Rukongai. E tem uma coisa que acho que você deve saber... Antes de morrer, ela falou seu nome. Disse para Ichigo lhe dizer alguma coisa, mas não conseguiu concluir a frase porque perdeu as forças.

Não conseguia acreditar que alguém poderia fazer mal a um ser tão frágil quanto ela. Era como destruir um quadro ou uma escultura, coisas belas e completamente frágeis. Meu coração estava apertado... Desde que voltara da terra, enterrara a lembrança de seu cheiro de canela no fundo da minha mente, pois não podia me dar ao luxo de sofrer por amor e deixar meus afazeres de lado. Agora tudo voltava com força, a lembrança de seu sorriso, seus beijos,seu cheiro... Eu precisava vê-la, nem que fosse pela última vez. E agora ela estava aqui em Rukongai, não era mais humana, portanto a Soul Society não poderia me proibir. Peguei minha espada e saí, deixando um bilhete avisando que estava indo para Rukongai. Matsumoto teria que se virar um pouco sem mim.  

Karin Pov's

 Só para esclarecer, esse pov's acontece duas semanas antes de Ichigo ir para Soul Society, logo após a morte de Karin.

 Abri meus olhos, todavia não os mantive muito tempo abertos, estava muito claro.

-Olha Mizu, chegou uma alma nova!

-Nossa, essa dai é bonita.

-Tira o olho garoto! Mizael, leva ela pra dentro de casa.

-Vamos ficar com ela?

-Somos a única família por aqui com uma vaga disponivel, além do mais ela veio parar na frente da porta.

Senti mãos fortes me levantarem do chão e depois fui encostada num corpo mais forte ainda. Abri os olhos novamente e encontrei um belo rosto me encarando. Era um garoto de belos olhos azuis e pele corada, devia ter seus 17 anos.

-Olha mãe, ela acordou.Olhei para trás, um outro garoto, esse de uns 12 anos, estava andando ao meu lado, me examinando. A senhora que ele chamara de mãe estava atrás, sorrindo pra mim de maneira amigável. Senti uma onda de alívio, me senti protegida com ela.

-Olá querida, qual o seu nome?

Nome? Fiquei alguns segundos me perguntando qual era meu nome, até que me veio subitamente na cabeça.

-Karin.

-Prazer, eu sou Maria, esse que está te carregando é o Mizael e o pequeno saltitante é Mizu.

-Maria? Que nome diferente!

Assim que terminei de falar, me arrependi. Mas que falta de educação!

-É porque vim de um país diferente do seu. De qual você veio?

-País? O que é isso?

Vi os três se encararem.

-Você não se lembra de nada?

-Como assim de nada?

-Qual o nome do seu pai?

Quebrei a cabeça tentando lembrar, mas nenhuma inspiração mágica apareceu, como acontecera com meu nome.

-Não lembro.

-Deve ter sido uma morte traumática, por isso esqueceu tudo.

-Morte traumática?

-É, aqui é o mundo dos espíritos, chamado Rukongai. Depois que um humano morre, ele vem pra cá. Normalmente nós guardamos as memóras da época humana, só não quando é uma morte traumática que pode prejudicar o nosso desenvolvimento como espíritos.

-Ah...Aquilo parecia tão irreal como se ele estivesse me contando um conto de fadas. Para mim, eu sempre estivera com aqueles três, mesmo que fosse questão de minutos. Eles eram as únicas pessoas que eu conhecia.

-Bom, você não precisa se importar mais com essas coisas Karin-chan, está aqui para um novo começo.-Disse Mizael, dando um belo sorriso para mim. Ele tinha razão, eu não precisava mais me importar com aquelas coisas, afinal, para mim elas nem existiam mais.  

Duas semanas depois...  

-...e por isso nós queremos começar esse movimento contra a Soul Society Karin-chan, a miséria que eles nos deixam é horrível.

-Eu concordo com vocês, e quero participar.

-Ótimo! Vamos falar com o chefe.

Segui Mizael e um amigo qualquer dele até uma casa no centro da nossa pequena área em Rukongai. Mesmo estando a apenas duas semanas lá, para mim era como se fosse a vida toda, e todos me aceitavam. Já havia visto chegada de outros espíritos ali, a primeira vez foi uma festa, todavia acabara se tornando rotina. Mizael bateu na porta três vezes e esperou, até ouvir movimento dentro da casa. Um homem alto e forte, de cabelos grisalhos abriu.

-Bom dia crianças, o que desejam?

-A Karin-chan resolveu cooperar com nosso movimento.Ao ouvir isso, o velho homem sorriu.

-É bom ver um espírito tão novo participando do nosso movimento. Venha cá pequenina.

Ao ouvir o apelido, algo se mexeu em meu peito, um sentimento estranho, era como se estivesse sentindo falta de alguém. Provavelmente era da Maria, ela estava fora há dias. Segui o homem para dentro da sua casa, que era bem maior do que parecia pelo lado de fora. Ele me indicou que sentasse no sofá puído da sala, e o obedeci.

-Mizael, traga o mapa. Chiki, a chave.

O amigo de Mizael que agora eu sabia o nome foi para um corredor do lado direito, enquanto Mizael ia para o lado oposto. Havia uma porta avermelhada bem no centro, que me deixou mordida de curiosidade. Aquela porta parecia a coisa mais luxuosa da sala, o resto se resumia a um armário destruido pelos cupins, um tapete mofado e uma mesa meio bamba. O homem, vendo meu olhar para a porta, deu uma gargalhada.

-Vejo que aquilo já lhe chamou a atenção. Não se preocupe, logo vou te mostrar o que tem dentro, mas primeiro, vamos às apresentações. Meu nome é Edgar.

-O meu é Karin.

-Eu sei, me falaram muito de você. Tive esperanças que você aderisse ao movimento.

-Sério? Fico feliz por ouvir isso!

-Edgar-sama, aqui está. -Disse Mizael, trazendo um papel enrolado. Logo atrás dele, vinha Chiki, com uma chave dourada na mão que, segundo meus cálculos, encaixava direitinho na fechadura da porta. O homem grisalho pegou o papel e estendeu na mesa, colocando peso nos quatro vértices para não embolar. Parecia um pouco desgastado e amarelado pelo uso, mas ainda dava para ver nitidamente o desenho colorido em cores fortes.

-Este é o mapa da Seireitei. Aqui a esquerda você pode ver o portão que nos impede de entrar. Estamos articulados aqui e aqui. -Ele apontou para o sul e para o leste.

-Ainda precisamos do apoio do norte, mas é algo que já estamos providenciando. Os distritos 100 e 35 são contra a distribuição igual de renda, pois são os mais ricos daqui.-Eles são contra ajudar os outros?

-Estão mais próximos dos Shinigamis que nós.

-E você pode me explicar melhor o que quer fazer?

-Vamos invadir o Seireitei e obrigar os Shinigamis a nos ouvirem. Podemos ser menos poderosos, mas estamos em muito maior número.

Aquilo para mim parecia resultar em chacina, mas não falei nada, o homem devia ser mais experiente que eu nisso.

-Atrás daquela porta temos o maior acervo de livros com informações sobre Shinigamis que existe em Rukongai. Aqui está a chave, você pode usar sempre que quiser.

-Sério? Nossa, obrigada! Posso olhar agora?

-Pode.

Levantei-me e me aproximei da porta. Com cuidado, enfiei a chave na fechadura e rodei. A sala era enorme, com muitas estantes cheias de livros. Peguei um e senti uma enorme felicidade, eu queria ler muito sobre aquilo! Recolhi alguns livros e comecei a ler um sobre a hierarquia na Soul Society. Ele era fino, por isso terminei logo e comecei outro. Depois outro, e outro... Quando vi já tinha terminado uma pilha. Aquilo era muito bom, aprender mais e mais sobre aqueles Shinigamis. Por algum motivo eles me fascinavam.

-Karin-chan, já está de noite, não é melhor você voltar para casa? Pulei de susto, havia me esquecido completamente que estava na casa do Edgar-sama.

-Nossa, me desculpa, eu perdi o horário!

-Tudo bem. Você pode voltar sempre que quiser e passar o dia todo se for necessário. Quanto mais você aprenda, mais útil para nós é.

Sorri para ele e me despedi. Voltando para casa eu tentava absorver toda as informações que havia aprendido. Shikai, Bankai, nobres, capitães... Desatei a contar tudo para Mizael assim que cheguei em casa, e ele pareceu estar achando graça do meu entusiasmo.

-Estávamos precisando de alguém que lesse toda aquela informação, ainda bem que você apareceu.Terminei minha janta e fui dormir, sonhando com espadas, dragões e fogo, muito fogo.


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