Konoha é um lugar lindo para se passar a noite. E, especialmente naquela noite, a lua parecia ter saído para testemunhar o embate que estava para acontecer. De um lado da praça, um grupo formado por Jyraia, Tsunade, Hinata, Usagi e Sakura ganhava um poderoso reforço, já que Naruto, Sasuke e Neji chegaram, seguidos por Sai. Do outro lado da praça, estava Orochimaru e seus inúmeros ninjas.

- Boa noite, Tsunade. É um prazer revê-la e uma pena ter que matá-la – Orochimaru dizia, ostentando seu sorriso de desdém.

Um turbilhão de emoções explodia ali naquele momento. Na mente de Tsunade passava o filme sobre a sua vida, afinal, ela sabia que já não era tão nova e que teria grandes problemas naquela luta. Ela também tinha medo por Naruto, não só pela impulsividade do rapaz, mas pelo sentimento de que poderia tê-lo preparado melhor, cobrado mais, etc...

Jyraia, assim como sua companheira, se sentia velho. Sabia que seus reflexos não eram mais tão rápidos como o dos meninos. Além do mais, ele não se envolvia numa luta há anos, pelo menos desde que terminara o treinamento com Naruto. Ele queria ter curtido mais a sua recém-descoberta família, quem sabe ver os filhos de Naruto correndo-lhe aos calcanhares e chamando-o de avô... tantos sonhos irrealizáveis agora.

Hinata sabia que estava no lugar certo e na hora certa. Não suportaria ter sido deixada de fora do evento principal daquela guerra. Mas ela tinha um sentimento novo brotando: o orgulho. Ela se sentia orgulhosa da opção que fez de vir ajudar a Godaime não só pelo clã, não só por Naruto que estaria lutando aqui com certeza, mas principalmente por ela mesma. Agora era uma mulher feita e não mais uma garotinha. Chegara a hora de assumir a sua condição de líder do clã, futura esposa do Rokudaime e ninja de elite de Konoha. Mesmo que fosse a primeira e a última vez.

Usagi estava ali, fazendo o trabalho do seu esposo. Ela não era tão corajosa como a sua cunhada. Ela não tinha um clã para defender. Na verdade, ela, no momento em que saiu atrás de Hinata, não sabia nem se ainda tinha família para defender. Seu irmão havia saído com o time dele para proteger o clã Hyuuga e não havia voltado e sua irmã estava perdida na cidade, sabe-se Deus se viva ou morta. Pelo menos de Neji ela tinha notícias e isso era o bastante, no momento.

Sakura estava a ponto de explodir, tamanho era o ódio que aquele coração rosado nutria pelo antigo mestre do seu marido. Sasuke primeiro a olhara com admiração, pois não esperava encontrá-la ali. Depois, olhara com censura, já que ela estava grávida e ele não queria que ela se expusesse. Sakura respondeu-lhe com um olhar faminto: por ele, que voltara são e salvo para ela e pelo sangue de Orochimaru que, se dependesse dela, rolaria aos borbotões no fim da noite de Konoha.

- Meninos, isso é um velho assunto entre ex-companheiros de time – disse Jyraia, antes de atacar firmemente Orochimaru.

Jyraia fizera muitos clones para distrair o sennin das cobras, não sendo muito efetivo, porque, com o corpo de Kabuto, Orochimaru era imensamente mais rápido que os velhos sennins. Tsunade conseguira acertar um soco bastante forte nas costas de Orochimaru, mas esse parecia ter usado um dos jutsus médicos de Kabuto para se curar quase instantaneamente. Quando partira para o contra-ataque, ele fora em cima do Ninja dos Sapos e atacara o velho coração do sennin, fazendo-o parar de bater.

- JYRAIA!!! – gritaram todos, quase ao mesmo tempo, quando o corpo do Ero-sennin caiu no chão com um baque surdo.

Tsunade não teve outra alternativa a não ser ir socorrer o homem. Cabia agora aos mais novos assumirem as lutas e ali se fechava um ciclo e começava outro. Era hora da vingança do Rokudaime.

- Maldito, eu, como futuro Hokage de Konoha, vou vingar a todos que você, pessoalmente ou não, tomou a vida. E garanto que você vai sonhar com o inferno quando eu começar com isso – disse Naruto, andando na direção do Sennin das cobras.

- É chegada a hora de acertarmos as contas e terminar de uma vez com todas com o filho mais ingrato da vila da folha – disse Sasuke, se perfilando com Naruto e trazendo consigo todos os outros jounins que ali estavam.

- Tá meio injusta essa briga, não? – disse Orochimaru, rindo. – Vou trazer um velho amigo para me ajudar - e, fazendo alguns selos, ele fez um caixão aparecer bem na sua frente.

- Nem mesmo o Yondaime vai te salvar de mim, Orochimaru – respondeu Naruto, com tanto ódio que era nítido os traços da kyuubi em seu rosto.

- Não seu, demoniozinho, esse amigo é para lutar com os seus amigos. De você, cuido eu. Não é, Rokudaime? – disse ele, enfatizando o “Rokudaime”, fazendo com que Naruto ficasse ainda mais puto.

Ali, todos estavam prontos para tudo, mas foi inegável a cara de terror e apreensão quando o caixão se abriu e, de dentro, saiu ninguém menos que Uchiha Itachi.

- Eu já o matei uma vez e matarei de novo, Orochimaru – disse Sasuke, rapidamente.

- E quem disse que você vai lutar hoje?- reiterou Orochimaru, fazendo outro selo com as mãos, ativando o selo amaldiçoado nível três.

Sasuke sentiu que algo tinha acontecido com ele, mas a sensação era de ter mergulhado dentro de si mesmo. Estava numa enorme caverna muito escura e sabia que o seu corpo estava imóvel. Depois de algum tempo, conseguira emergir de volta a realidade, mas seu corpo não respondia e podia apenas assistir às lutas.

Naruto fizera o esperado dele. Começou com o Taijuu Kage Bushin no Jutsu e dividira seus clones em duas equipes: uma formou um circulo em volta dele e do sennin e o outro grupo tentava atacar o velho com rasengans. Orochimaru não se deixou ficar na rabeira muito tempo, indo logo para cima de Naruto com a sua espada Kusanagi. Qual não foi o seu susto quando aquele menino espevitado simplesmente sumiu da sua frente e apareceu às suas costas com um Fuuton: Rasenshuriken.

- Morra, sua cobra maldita! – Naruto sabia que não poderia usar esse jutsu outra vez, mas, ao invés disso, ele atacou Orochimaru combinando dois jutsus da sua família: Hiraishin no Jutsu e Rasengan, destruindo o corpo de Kabuto e forçando Orochimaru a mostrar a sua verdadeira forma de cobra.

Enquanto isso...

Sem Sasuke, a luta contra Itachi se tornava extremamente perigosa por que ninguém sabia qual a extensão do poder dele e exatamente por isso resolveram atacar com tudo.

Usagi se arriscava para prendê-lo com seu o DimMak, inutilizando as pernas do Shinobi, mas a um custo muito caro já que ele devolvera com uma Katana no seu peito, que se banhava rapidamente de sangue enquanto Sakura tentava curá-la. Sai se aproximou, emprestando o seu chakra para manter a medica-ninja bem no seu trabalho. E o que lhe sobrou foi o bastante para fazer alguns clones para atacar Itachi, que ia à direção de Hinata, que se defendia com maestria dos ataques do Uchiha.

Era estranho lutar com alguém sem lhe olhar nos olhos, mas ela se lembrava de ouvir Naruto contar do seu encontro com Itachi e era primordial que ela não olhasse nos olhos dele. Então, achou que era hora de usar a sua melhor técnica: Shugo Hakke Rokujuuyonshou, a defesa total. Foi o bastante para rechaçar a investida de Itachi. O Uchiha foi surpreendido pelas cópias de Sai, que lhe contiveram os braços enquanto o shinobi artista, num movimento suicida, enfiou uma kunai em cada olho do irmão de Sasuke, terminando assim de inutilizá-lo. Ganhou como prêmio um encontro com o criador quando Itachi transpassou-lhe o coração com sua katana, urrando de dor e frustração pela cegueira.

Sakura, num misto de raiva e pena, pegou a katana cravada no corpo do amigo e, num golpe preciso, abreviou o sofrimento do seu cunhado. Neste momento, ela vê Orochimaru na sua forma de cobra branca indo em direção ao seu amado Sasuke para tomar-lhe o corpo e entrou em frenesi.

Fora de si, Sakura se colocou no caminho da cobra e, usando o seu chakra para multiplicar a capacidade de corte da espada, ela separou a cabeça da cobra do seu corpo, libertando Sasuke do jugo do selo amaldiçoado e ao mundo dos planos do velho Sennin.

Por toda Konoha era audível os gritos de exultação. Sem o seu Kage, os ninjas do som capitularam rapidamente. Os aliados de Suna foram de extrema ajuda, principalmente cuidando para que houvessem danos mínimos por toda Konoha. Agora, era hora de comemorar a vitória, beber os heróis, chorar pelos mártires e jamais esquecer os laços que unem cada um nesta vila. O sentimento de defender Konoha, o espírito de fogo.