Tamaran escrita por Nightstar


Capítulo 8
Retomando a missão




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No leste do planeta, um forte vento soprou por entre a vegetação densa que cercava o lugar. Aquilo, de fato, era causado pela cúpula negra que acabara de emergir do solo. Liberando quatro jovens de seu interior.

 

“Onde nós estamos?” Perguntou Robin, observando o local.

 

“Não sei. Agi por impulso quando usei meus poderes, não sabia onde íamos parar.”

 

“Tanto faz. A gente pelo menos escapou daquela ratazana e eu já estou bem feliz por isso!” Mutano dizia enquanto permanecia sentado no chão. Não podia se levantar com os ferimentos que possuía.

 

“Mas se aquele bicho nos encontrou por lá, nada impede que outros animais desse planeta nos ataquem também. Temos que ficar atentos!”

 

“Concordo, Robin, mas pra ficarmos atentos e preparados, todos do grupo devem estar em boas condições. O que não é o caso...”

 

Ravena tinha razão. Um exemplo era Mutano. Este havia recebido cortes profundos no peito e nas pernas. Provavelmente não poderia andar por um bom tempo, mesmo que a empata tenha cicatrizado uma boa parte dos ferimentos.

 

O mesmo com o titã mais velho. Quando o canhão sônico foi refletido pela pele da fera e o atingiu, acabou abrindo um pequeno orifício na armadura metálica. Esse ataque havia danificado parte do sistema. Nada muito grave. Mesmo assim, deveria ser concertado o quanto antes. O detalhe era que a maioria do equipamento de emergência havia ficado na nave e no momento ele só carregava o básico. Então teria que... improvisar...

 

Robin então estava exausto. Mesmo que não admitisse isso, estava praticamente acabado. Seu forte não se tratava de monstros como aquele. Eram ladrões, fugitivos de penitenciárias e alguns mutantes que surgiam de vez em quando em Jump City. Aquele animal era forte e quase invencível. Só escapou porque ele e Ciborgue conseguiram atrasa-lo por uns segundos pouco antes de fugir.

 

Ravena também não estava no auge de sua força, já que gastara grande parte dos poderes na tentativa de curar o menor. Agora teria que descansar para recuperar o que perdera.

 

Resumindo, a situação era realmente complicada para os quatro...

 

“Então nós não podemos ficar parados aqui até que alguma coisa nos encontre. Temos que continuar o que começamos!”

 

“Mas como se nem sabemos onde estamos?!” Agora era Ciborgue quem perguntara. “Se ao menos a gente tivesse um mapa, nós poderíamos prosseguir com a missão...”

 

“Mas também podemos continuar se acharmos um ponto de referência. A civilização, por exemplo.”

 

“A civilização?”

 

“É. Pelo que eu saiba, ela fica ao leste desse lugar. Se chegarmos lá, pelo menos a gente vai saber a localização.”

 

“Mas Mutano disse que não havia ninguém por lá. E se for uma armadilha?”

 

“Eu acho que não, Ravena. Se fosse uma armadilha, o responsável não a deixaria tão óbvia. Qualquer um poderia pensar o mesmo de uma cidade deserta. Talvez tenha sido pra capturar a Star, mas isso foi há quatro dias. A armadilha então deve já estar, digamos, usada...”

 

“Mesmo que esteja certo, como vamos achar a civilização?”

 

“Bom... eu estava pensando no... Mutano.”

 

“Eu?! Que história é essa de ‘eu’?!! Já não basta o que aconteceu comigo minutos atrás?!!”

 

“Calma, cara.” Ciborgue disse enquanto levantava as mãos com as palmas voltadas para frente. “Você foi o único que achou a cidade. Bem que poderia virar, sei lá, algum bicho bem grande e dar uma olhada por cima.”

 

“Por acaso não se esqueceu de nada? Eu nem consigo me levantar-argh!”

 

“Não precisa se levantar. Só se transformar em algo bem alto a ponto de poder enxergar por cima das árvores.” Robin completou.

 

“Tipo uma... girafa?”

 

“Não. Pela altura dessas árvores terá que ser um... Diplódoco...”

 

“Diplódoco?! Tem noção do que tá pedindo?!”

 

“Tenho. É alto o suficiente e você nem precisará se mexer muito.”

 

Mutano soltou um longo suspiro, irritado. Parecia murmurar para si algo como ‘não acredito no que vou fazer’ ou ‘só faltava essa’. De qualquer forma, parecia não haver muitas escolhas para o titã verde.

 

“Afastem-se...” Ele disse em baixo tom. Mas todos puderam ouvir-lo perfeitamente e, obedientes, correram alguns metros adiante.

 

Assim, Mutano deu início à transformação. Mas a dor dos ferimentos se esticando parecia ser insuportável. Foi impossível conter os gemidos. Pelo menos pôde agüentar até que completasse sua nova forma.

 

Um Diplódoco, quando erguido, poderia sustentar sua cabeça a uns treze metros do solo aproximadamente e por isso seria essencial para poder enxergar muito além do esperado. Só precisaria de alguns segundos. Segundos dolorosos.

 

Mutano permaneceu naquela forma com dificuldade. Olhando cada detalhe, tentando não perder nada de vista e, ao mesmo tempo, tentando manter a concentração para continuar transformado no dinossauro de pele verde. Eram coisas demais para se fazer quando se está com muita dor. Por isso, acabou não resistindo e voltou ao normal pouco tempo depois. Mas isso não foi tudo.

 

O retorno à forma humana foi rápido demais, como um elástico esticado ao se soltar de repente. Como conseqüência, Mutano se transformou em pleno ar e caiu com tudo no chão duro. Se tinha reclamado das feridas antes, agora não havia comparação.

 

“Mutano! Você tá legal??”

 

“Ah claro, Ci. – argh! – Depois de cair uns dez metros – ugh! – eu to suuuuper legal!...” Ele disse tentando se mexer enquanto se encontrava de bruços no solo. Agora sim, não conseguiria dar um passo sequer por um bom tempo.

 

“Ótimo, agora vou ter que gastar mais dos meus poderes...” Ravena se aproximava, já erguendo seus braços e liberando a energia luminosa.

 

“Não reclama, Rae! Foi idéia do Robin! – Ugh!”

 

“Ah, tudo bem...” Ele dizia num tom desanimador. “Pelo menos viu alguma coisa?”

 

“Além de árvores? Sim, eu vi... a cidade tá bem pra lá... – Argh!” Ele apontava para o leste.

 

“Ótimo, vamos!”

 

Robin saiu na frente e nem percebeu que os outros três ficaram para trás, se entreolhando. Parecia nem ligar para o que acontecera segundos antes. Estava sério. Como quando ficava obcecado por Slade.

 

“O que ele tem??” Ciborgue começou.

 

“*suspiro* É uma coisa que vocês, garotos, nunca vão entender...” A empata respondeu. “Vamos logo, antes que a gente o perca de vista.”

 

Ela então fez uma superfície circular com seu poder e a posicionou por baixo de Mutano, erguendo-o. Foi um meio que encontrou para leva-lo pelo caminho. Ciborgue foi andando, claro. Seria ousadia demais pedir um lugar na carona que ela fizera para o metamorfo. A empata já havia sido solidária demais!

 

Eles tentaram acompanhar o líder, o que era um tanto difícil. Robin já estava a metros de distância e parecia se recusar a diminuir o ritmo dos passos. O que fazia mesmo era aumenta-lo cada vez mais. Era como se esquecesse que tinha uma equipe. Pensando que só havia ele no meio da floresta. Mas, na verdade, o que acontecia era que ele tinha algo em mente, e depois da batalha com aquela criatura, esteve ainda mais disposto a cumprir sua meta naquele planeta.


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